Veridiana seguiu os sussurros pelas margens do lago. O tempo começava a esfriar e seu lado racional a aconselhava a não entrar na água gelada. Mas o chamado era claro:

— Herdeira dos Antonelli, venha… venha até mim… venha buscar o que te aguarda.

A garota precisou coligir toda sua coragem. Respirou profundamente, sentou sobre uma pedra, tirou as botas, as meias e o casaco, arregaçou as mangas da camisete e as barras da calça. Finalmente, tocou os pés limpos no solo, sentindo a terra entrar pelos poros da pele.

A energia a puxou pelo caminho, adentrando o lago, quase destemida.