Biblioteca Igraine

Eu cumpri com a minha missão? Não sei. Por um lado, eu fui uma das pessoas que conseguiu destruir Arlecchina. No entanto, tudo isso aconteceu porque Brent me contratou para procurar o Grimório da Bruxa. E agora que ele está morto...

Mesmo considerando que Brent seja um duas-caras, se não fosse por ele, eu não teria conhecido a Mantícora Cobalto e seus membros. Nem teria procurado o Grimório da Bruxa, mas principalmente, nem teria chegado a enfrentar uma bruxa que foi selada em um livro há 700 anos.

Pois é, quem diria que o cara que iria me ajudar seria o verdadeiro bandido?

Sábio Archgeam começou o seu discurso. Ele agradeceu aos membros da Mantícora Cobalto por terem achado um jeito de derrotar a Arlecchina permanentemente. Com isso, eles ganharam mais um livro para a sua biblioteca, que apesar de não ter mais nenhum valor, seu conhecimento ainda será de grande ajuda para os membros da guilda.

— Mercenário Anthony Mercer. Você foi de grande ajuda em nossa luta contra a terrível bruxa Arlecchina. E pensar que Brent fosse uma pessoa capaz de se redimir... Ele que tramou desde o dia que chegou aqui. Mesmo com o fato de que você seja o seu cúmplice, você esteve do nosso lado este tempo todo.

— Hmph. Eu derrotei aquela vadia, mas eu tinha minhas razões. Não era apenas pelo dinheiro, mas porque não sou capaz de tolerar um monstro que não deseja nada exceto devastar Midgardia.

O sábio tinha um ponto. Eu estive ajudando Brent ignorante de sua verdadeira natureza, mas eu também derrotei Arlecchina com meu próprio potencial. Agora sei porque era um dos principais suspeitos pela morte do Brent - Eu era a única pessoa de confiança nele. Isso não me impediu de continuar a missão, eu só percebi que ela tinha muito mais nuances do que eu pensava.

Ainda assim, os membros da Mantícora Cobalto estavam felizes por eu ter ajudado a guilda. Gaes então diz que minha recompensa já está chegando: Ao virar de costas, vi que James estava carregando um grande saco de dinheiro.

— 4000 ligs, como prometido.

James me deu o saco de dinheiro. Ao pegar o saco, senti que ele estava mais pesado do que o esperado. Masari pergunta pra mim se um dia podemos nos encontrar novamente. Eu deixei a resposta em aberto, mas estava ciente que um dia, nem que seja daqui a um mês ou um ano, os membros da Mantícora Cobalto possam me contratar.

Michel me da a chance de eu possa entrar na Mantícora Cobalto como um membro oficial da guilda, inclusive ele até tem um cristal de classe pra mim. Os outros membros da guilda pareciam apoiar a opinião de Michel, mas eu recusei, dizendo que eu já tenho uma carreira... Uma carreira de mercenário.

Após ouvirá a minha recusa, Michel me dá uma pedra de teletransporte, mas eu recusei, dizendo que como mercenário, eu devo seguir o caminho do dinheiro, e ele não está apenas em um lugar específico. Dinheiro não é algo que você encontra, se conquista, e eu faço isso através das missões que faço como mercenário. Sou um andarilho que viaja por todos os continentes em busca de ligs.

— Eu entendo. Bem, este não será um adeus. Um dia vamos nos encontrar de novo, mesmo que acabemos sendo seus oponentes. - Falou Michel, que me viu não mais como um convidado especial, mas um amigo, talvez um dos poucos amigos incapazes de fazer magia.

Nunca entendi esse conceito de amizade, eu vi a Mantícora Cobalto apenas como um grupo de clientes e nada mais do que isso. Porém caminhar com eles me fez explorar vários lugares que eu nunca tinha visto antes e aprender coisas novas.
Mas enquanto ao livro da bruxa? Sábio Archgeam começou a ler a primeira página.

Comecei a ouvir tudo o que tinha na página e percebi que aquele livro no qual Arlecchina fora selada é na verdade a história de uma bruxa em suas diversas fases da vida. Quanto mais eu lia, mas eu percebia que ela, apesar de todas as suas maldades, ela era pura e inocente durante toda a sua mocidade, mas que acabou se deixando levar pela ambição.

Não era muito diferente da situação com Jane. Ambas eram pessoas bondosas e decentes até terem suas mentalidades degeneradas na sua maior idade. E o pior é que ambas foram incapazes de superar os seus próprios problemas. Olhando pra elas mais uma vez me deram a entender que qualquer humano tem a capacidade de se tornar uma bomba de autodestruição.

Dustin diz que os membros da guilda vão guardar o Grimório da Bruxa como lembrança, já que ela não irá mais causar algum perigo. Pelo menos até outro imbecil ter a audácia de usá-lo como uma prisão contra feiticeiros.

Lermin e Vieux aparecem e pedem desculpas a mim por terem me acusado de ser o assassino. Eu não estava preocupado com isso, até porque eles fizeram o que tiveram que fazer. James também se lamenta por não ter percebido que sua filha adotiva estava por trás de tudo. Eu também não sabia de muita coisa, então...

Com todas as coisas resolvidas na guilda, eu me despedi de meus clientes. Está será a última vez que vamos nos encontrar de novo... Até o momento.

Cidade Lebreau

Duas semanas depois de ter cumprido a minha missão, voltei para Lebreau e acabei me encontrando com uma velha amiga nas ruas... Marcia Aberlard.

— Fiquei sabendo que você fez uma missão envolvendo um ser sobrenatural, é verdade isso?

Eu falei para Marcia tudo sobre a lenda da Bruxa, e do Grimório e de tudo o que estava acontecendo. Só que ela ri da minha cara e diz que estou inventando histórias. Tentei dizer toda a verdade a Marcia, mas ela continua rindo de mim. Eu não posso dizer se seria melhor assim, até porque não são todas as pessoas que iriam acreditar na história de um mercenário que destruiu uma bruxa que esteve selada por um livro durante tanto tempo.

Marcia pergunta pra mim qual será minha próxima missão. Eu não sabia, mas... Estava ciente de que minhas caçadas por dinheiro ainda está longe de acabar.

— Legal. Pois saiba que eu estive conversando com um cara, que conhece um cara, que sabe de um cara que já ouviu falar de você.

— Hmph.

— Eu tinha dito a ele que você é um dos mercenários mais durões de toda a Midgardia e ele quer ter o grande prazer em vê-lo.

— E onde ele está agora?

— Na vila portuária de Borderport. Tomara que tenha grana o suficiente para arranjar um barco.

— Hmph.

— Aonde você pensa que vai?

— Para onde o dinheiro vai me levar. Eu sou um mercenário. E mercenários estão sempre em busca de dinheiro.

Com isso, eu saí da cidade de Lebreau mais uma vez e fui seguir meu caminho. Mas antes eu fui dar uma olhada na cidade. Ela não mudou muito desde a última vez que saí. Várias pessoas vem e vão pra comprar e vender, sem medo de gastar todo o seu dinheiro. Depois disso eu sigo meu caminho até o meu próximo destino: Borderport.

O que será que me espera nele? Quem será o cliente? Que tipo de aventura espera por mim? E principalmente... Quanto que vão me pagar para fazer o trabalho deles? Não importa. Estou caminhando firme e forte rumo a minha próxima missão, sabendo que eu agora tenho um novo caminho a percorrer.

Midgardia

Em algum lugar de Midgardia, um mercenário segue seu próprio caminho. Onde ele está indo? Para muitas pessoas esse é um grande mistério. No entanto, estou ciente da minha jornada.

Eu segui meu caminho. Mas pra onde eu vou? Eu não sei. Sou um mercenário, e onde tem dinheiro, tem uma missão pra fazer. Meu nome é Anthony Mercer, mas meus amigos mais íntimos me chamam de Tony. Minha missão com o Grimório da Bruxa e a Mantícora Cobalto pode ter parado por aqui, mas minha historia está longe de acabar.

— Fim -<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/share/clipdata_231001_142439_967.sdoc-->