Checkpoint - Love Is a Laserquest (Percabeth) escrita por pixxieme


Capítulo 4
Capítulo 4 - goodnight n go


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIIIIIIII GENTE
nossa galera mil perdões pela demora pra atualizar, tive diversas crises na mina vida e
fiquei tipo uns dois meses escrevendo esse capitulo
sinto muito de verdade, espero que ainda exista interesse em ler ela!
desejo um ótimo fim de ano a todo mundo! prometo que esse ano atualizarei com mais frequencia KAKAKAKAK
boa leitura!



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“Tell me why you gotta look at me that way? 

You know what it does to me, 

So baby what you tryna say?”  

Annabeth nunca estivera tão distraída. Sua capacidade de concentração era na verdade uma das coisas da qual adorava se gabar. Era especialista em planejamentos, estratégias, jamais tivera dificuldade para entender algum assunto. Na sexta-feira, porém, a garota não conseguia focar por mais de cinco minutos no livro que tentava ler. Vez ou outra se pegava encarando o canto dos cômodos, dispersando em seus próprios pensamentos. As vezes sua mente vagava em absolutamente nada, em alguns momentos chegava a Luke e Thalia e a faculdade, mas se fosse para ser sincera, na maioria das vezes estava pensando em Percy. Haviam passado o dia anterior inteiro trocando mensagens, o garoto incansavelmente a questionava sobre quando eles iriam se encontrar novamente. Annabeth fingia irritação todas as vezes, mas sentia o coração palpitar.  

Depois de mais algumas tentativas, acabou por desistir de ler. Estava no início da noite da sexta e era quase na hora de se encontrar com Thalia, de qualquer forma. Ficou surpresa e aliviada quando a garota decidiu fazer um pequeno encontro com amigos em casa, ao invés de tentar arrastar a loira para alguma festa. Apesar disso, também suava frio com a possibilidade de estar com a melhor amiga e Percy, com quem ela estava tendo algum tipo de caso em segredo, no mesmo recinto.  Annabeth caprichou no banho, usou o shampoo especial com aroma de limão que só tirava da estante em feriados, hidratou sua pele com óleo de pêssego e uma loção de morango. Secou os cabelos e arrumou-se com uma maquiagem mais pesada do que costumava usar. Vasculhou o armário em busca de algo que pudesse vestir, mas nada a agradava. Em alguns minutos, todas as roupas estavam jogadas em lados diferentes do quarto. A loira bufou e se sentou na cama. 

— Mas que ódio. Nunca achei que Silena ia estar certa sobre como “compras mensais são completamente obrigatórias”. - disse para si mesma. Correu as mãos pelas madeixas loiras e onduladas quando de repente teve uma ideia. Andou até o armário novamente e tirou de lá um presente que ganhara da própria Silena. “É diferente do que você usa, mas ainda é você”, ela disse. A peça ainda estava dentro da sacola, obviamente a loira não tinha provado o vestido, era curto demais e mostrava mais pele do que gostaria, mas estava sem muitas opções. Assim que fechou o zíper encarou-se no espelho, a visão a fez segurar a respiração. A peça era realmente bonita, acinturada e demarcava lindamente as curvas de seu corpo, os ombros e costas ficavam desnudos, mas a saia era solta, o que equilibrava bastante. Não tinha certeza se estava confortável, mas era aquilo ou jeans folgados com uma camisa por cima. Calçou botas pretas e pegou sua bolsa junto com uma muda de roupas, sabia muito bem que não dormiria em casa. Desceu as escadas freneticamente, assustando o pai que assistia TV no andar de baixo. 

— Opa, opa! O que é isso? Um terremoto? - o homem disse alarmado. Os olhos se desviaram até a filha, que arrumava desconfortavelmente a barra de seu vestido. Frederick levantou as sobrancelhas, surpreso. - Mas, nossa. Eu achei que você ia dormir na casa da Thalia? 

— Eu vou. 

— Ah. 

— Deuses, é demais, não é? Vou me trocar. 

— Não, não! Você só costuma ser mais... Discreta. Mas está linda, girassol.  

— Você jura?  

— De dedinho. - O pai sorriu, o que a fez relaxar. - Quer que eu te leve? Falta só uns vinte minutos pro fim do capítulo da novela.  

— Não precisa, eu já chamei um uber. Beijos papai, se cuide. - Annabeth depositou um beijo da bochecha do pai. 

— Você também querida, se divirta. - A loira saiu sorridente pela porta, carregando a mochila azul nas costas. O carro já a esperava na frente da residência, ela se apressou em acomodar-se dentro do veículo. 

— Boa noite! 

— Boa noite senhorita, estamos prontos? - o simpático motorista perguntou. Devia estar na casa dos quarenta, mas as rugas e os fios brancos perdidos no cabelo preto indicavam estar quase nos cinquenta. 

— Estamos sim. - Ele assentiu e deu partida no carro. Uma notificação soou do celular de Annabeth, que rapidamente o pegou da bolsa. Era Thalia.  

T: “Loirinha, esqueci de dizer, você pode trazer uma vodca? Te pago quando chegar” Ela não ia pagar. 

A: “Uma vodca para a nossa pequena reunião entre amigos, ein?” 

T: “Eu disse que era uma reunião, nunca disse que era pequena...” 

A: “Caia num buraco e morra” 

T: “Também te amo loirinha.” 

Annabeth suspirou, sabia que a história era boa demais para ser verdade, mas de repente se sentiu feliz por ter se arrumado um pouco mais.  Ela se inclinou um pouco para frente na tentativa de ser ouvida pelo motorista. 

— Licença senhor... 

— Carlos. 

— Senhor Carlos, você pode me deixar umas três ruas antes? Vou precisar passar na conveniência do posto.  

— Sem problemas, mas infelizmente não vou poder te esperar, acabei de aceitar outra corrida. 

— Ah não, não pediria pro senhor esperar, é só me deixar lá mesmo. 

— Tudo bem então. - Em alguns minutos o motorista a deixou na frente do post0o. Ela entrou na loja de conveniência, cumprimentando rapidamente a atendente do caixa. Quando chegou na sessão de bebidas, de repente se viu na dúvida do que levar, não esperava que um estabelecimento daquele tamanho fosse ter tantos tipos de vodca diferentes. Correu os olhos entre as garrafas, sem ter a mínima noção da diferença entre elas.  

— Annabeth Chase, você por acaso está encarando uma fileira de vodcas? - Uma voz familiar soou ao seu lado. Luke estava no fim do corredor, com os braços cruzados e um sorriso no rosto. O cabelo estava perfeitamente penteado, o cheiro de seu perfume exalava de longe. Sentiu o coração pular dentro do peito, mas pela primeira vez se sentiu culpada por isso. O loiro se aproximou e Annabeth sentiu o rosto enrubescer ao perceber que ele a olhava de cima a baixo. A garota desviou o olhar, concentrando-se novamente nas garrafas - Thalia me disse que não te contou que ia ser uma DAQUELAS reuniões. 

— Ela não contou. - disse ainda sem encará-lo.   

— Ah, de qualquer forma, está linda.  

— Foi Silena que escolheu. - Luke deu uma risada leve. 

— E você deixa de estar linda porque foi ela que escolheu? - ele pegou uma das mexas do cabelo dela, brincando com os cachos como costumava saber. A loira estapeou sua mão.  

— Dá pra parar?  

— Ouch. Sim senhora, nunca mais te elogio, sua feiosa. - Ela o olhou com os olhos semicerrados, mas o garoto apenas a deu a língua.  

— O que está fazendo aqui?  

— Comprando cigarros. 

— Você ainda está fumando? Achei que tinha parado. - Disse com leve censura na voz. 

— E parei. São para Beckendorf.  

— Meus deuses, Silena está nessa festa? Ela vai passar a noite toda falando do maldito vestido. 

— Boa sorte pra você então. Pega essa Orloff, é barata e não tão terrível. - Annabeth olhou para a garrafa. Custava só trinta reais, então resolveu que seria a escolhida. Ela começou a andar até o caixa e o garoto a acompanhou. -  Você veio a pé?  

— De Uber, mas Thalia me disse pra comprar isso no meio do caminho, então desci aqui. 

— Estou de carro, vamos juntos. - Annabeth colocou a garrafa em cima do caixa, e Luke o maço de cigarros.  

— Está bêbado?  

— Não senhora. 

— Okay, então vou. - A caixa os olhava com curiosidade. 

— Que lindos. Vocês são irmãos? - A loira riu desgostosa.  

— Em alguma instância. - O garoto respondeu, mas Annabeth permaneceu calada. A caixa pareceu confusa com a atmosfera, mas não disse nada. Os dois pagaram pelas coisas e saíram do recinto. Do lado de fora chuviscava um pouco, a garota instintivamente levou as mãos ao topo da cabeça. Luke deu uma risada, tirou a jaqueta que estava usando e a colocou sobre a cabeça da loira, bagunçando o cabelo dela carinhosamente em seguida, Annabeth se retraiu com o gesto.  - Vamos loirinha, o caro está no estacionamento da outra rua - Ainda impactada, a garota o seguiu silenciosamente. 

 Luke andava com serenidade, parecendo confortável na companhia da loira, o que certamente não era muito recíproco. Não demorou muito para que chegassem no lugar onde o veículo os esperava. Annabeth adentrou o carro enquanto o garoto pagava o parqueamento, tirou a jaqueta dele e a dobrou gentilmente, colocando-a no colo. Ao fazê-lo, percebeu que era uma peça que já tinha alguns anos, era de um azul pouco desbotado, com cheiro de sabão de coco. Annabeth o dera aquela jaqueta. Foi o presente de seu aniversário de 16 anos. Na época havia ficado um folgada demais, mas agora servia perfeitamente, Annabeth nem se dera conta de que era a mesma peça quando o vira vestindo. Virou a jaqueta, revelando as costas que ela customizara com o desenho desengonçado de três pequenos animais. 

Quando eram crianças, tiveram uma conversa sobre quais animais seriam se pudessem escolher. Annabeth escolheu uma coruja, inteligente e cautelosa. Luke uma serpente, sagaz e protetora. Por fim Thalia se decidiu por uma águia, livre e espontânea. A garota espaçou os dedos por cima do desenho desbotado, um sorriso melancólico formou-se em seu rosto.  

— Eu sei que você disse pra lavar a mão, mas as vezes eu acabo esquecendo. Daí acabou ficando assim, meio apagado - A voz de Luke ecoava ao entrar no veículo, assustando a garota. Annabeth dobrou novamente a jaqueta, tentando disfarçar a feição taciturna. 

— Não importa mais. É sua, de qualquer forma. Não deveria te dizer como usar. 

— Como não? Você pode ser a mais nova, mas sempre mandou na gente. - Luke disse com um sorriso no rosto, mas Annabeth não sorria. 

— É, eu acho que sim. - A garota encostou a cabeça na cadeira, o rosto encarava a janela. O sorriso de Luke se desfez, o garoto suspirou e deu partida no carro.  

Annabeth odiava aquele sentimento. Aquela angústia maçante que a impedia de falar que só sentira ao pensar na mãe. Abandono, solidão. Achou que conseguiria pelo menos voltar a ter uma relação razoável com Luke depois da conversa que tiveram na praia, ela certamente tentaria por Thalia. Ainda assim, sentia que de alguma forma acabaria sozinha de novo. Talvez o tempo fora e conhecer Percy tivessem sido uma boa distração, mas não era o bastante. 

Dentro daquele carro, sentada ao lado do único garoto que já amou, ela se lembrou da mágoa que sentia. Odiava a mudança, odiava mentir para a melhor amiga e acima de tudo, odiava Luke. Por mais infantil e mesquinho que parecesse, o odiava. Tinha raiva da sua covardia e da falta de consideração. Não porque queria que ele a amasse de volta, mas porque por causa do que tinha feito, eles poderiam nunca mais voltar a ser o que eram. As lembranças de quando eram mais novos a esmagavam, fechou os olhos para impedir as lágrimas. Tinha que acreditar que aquilo passaria, que voltariam a ser pelo menos um resquício do que costumavam ser, era a única coisa que a faria dormir durante a noite. Estava prestes a explodir, o turbilhão de pensamentos era demais. 

Não aguentaria perder a família, não duas vezes. 

— Voxê quer? - A voz abafada de Luke a fez lembrar que ainda estava na terra. Relutante, Annabeth virou o rosto. Percebeu que a velocidade do veículo tinha diminuído, Luke tentava abrir a balinha com mão esquerda e os dentes, segurava o volante com o cotovelo esquerdo e com a outra mão o garoto a estendia um pacote de balas fruitella, ele sempre carregava um daqueles consigo. Annabeth franziu a testa e o encarou. Luke pareceu confuso, o olhar dele desesperadamente corria entre a garota e a estrada – HM?? Pega! - Annabeth riu nasalmente, o garoto pareceu confuso. O som evoluiu para uma risada normal e quando se deram conta, os dois estavam gargalhando. E então o riso se dissolveu em lágrimas. A garota enfiou o rosto entre as mãos, num choro alto e desesperado. Luke também havia parado de rir. 

— O que eu fiz? Por que você está chorando? - o garoto deixou com que o pacote de balas caísse no chão do carro e com esforço, estacionou. - Annabeth? O que foi? Está doente? - a garota soluçava, não tinha se dado conta de que queria tanto chorar. Levantou o rosto, Luke acompanhava cada movimento dela, se mexendo sempre que ela o fazia. Carregava uma feição preocupada, com as sobrancelhas franzidas, parecia prestes a chorar com ela, também. As mãos estavam posicionadas em retaguarda, como ele estivesse esperando que a garota se desmanchasse. O olhando, Annabeth fez em seguida o que ela menos esperava fazer naquela noite: ela o abraçou.  

O garoto pareceu travar no início, mas não demorou para corresponder. O abraço era apertado, desesperado e Annabeth não parava de chorar. O garoto acariciou os cabelos dela, em silêncio. Quando a loira parou se soluçar, se afastou do abraço, se encostando no banco do carro novamente. Luke não fez perguntas, mas a encarava assustado. Annabeth enxugou as lágrimas, e respirou fundo algumas vezes, o corpo tremia um pouco. Quando se acalmou, virou-se para Luke. O garoto ainda esperava, ansioso. 

— Sinto sua falta Luke, realmente sinto. - disse por fim, com a voz fraca e embargada.  

— Eu também sinto Annie, muita. 

— Por que você tinha que mentir pra mim?  

— Desculpa, eu não... Eu não vi outro modo. 

— Existia outro modo. A gente não é assim, não mentimos. Nunca mentimos. - O queixo do garoto tremeu. Ele olhou para a janela da frente e então para Annabeth de novo. - Eu estou puta com você, nunca estive tanto, mas eu não consigo mais fazer isso. 

— Isso o que, Anna? - Luke disse com cuidado. 

— Isso, não ser mais sua amiga. É muito difícil. - O queixo do garoto tremeu. Ele olhou para a janela da frente e então para Annabeth de novo.  

— Eu sinto sua falta Annie, eu sinto muito por tudo. Eu sei que fui covarde, sei que fui idiota e não justifica, mas tudo que eu fiz foi pelo medo de perder vocês.  

— Eu sei. Eu estava com raiva, ainda estou, mas eu sei disso. - Luke a deu um sorriso mínimo, a garota retribuiu. - Então... Mesmo que não seja a mesma coisa, acho que perder vocês seria ainda pior.  

— Podemos voltar a ser amigos? - Annabeth suspirou, fingindo estar cansada. 

— É, acho que posso te fazer esse favor – Luke riu e Annabeth o acompanhou. Sentia como se um peso tivesse saído de seus ombros. Não seria fácil, não o tinha perdoado ainda, mas ia conseguir. Tinha de conseguir. 

— Olha, até que esse sarcasmo combina com você, viu? 

— É mesmo? Saiba você que o único que não recebia esse tratamento era você, agora perdeu a boquinha.  

— Estou ansioso para conhecer esse lado seu, então. - O loiro olhou para o relógio do carro e levantou as sobrancelhas – Deuses, já está bem tarde. Podemos ir? 

— Por favor. - Enquanto Luke dava partida no carro, Annabeth baixou o compartimento do teto para olhar-se no espelho. - Di Immortales, estou completamente destruída.  

— É, eu não vou mentir. Você está parecendo um guaxinim. - A loira olhou para o amigo com ódio, ele a deu um sorriso amarelo como um pedido de desculpa. - Eu não tenho maquiagem, mas tenho lencinhos umedecidos aí no porta-luvas. - A garota suspirou, se arranjando de alguns lenços. 

— Que ódio, passei mais de meia hora fazendo isso.  

— É só uma festinha na casa de Thalia, não precisa se preocupar tanto com isso. Você fica bonita sem maquiagem também. 

— Mas não combina com minha roupa – Luke deu uma risadinha.  

— Olhe pra você, toda preocupada com sua roupa. Está tentando impressionar alguém? - Annabeth sentiu o coração bater no chão e voltar ao peito.  

— Não seja ridículo, até parece que eu faria isso por algum garoto. - Tentou defender-se, mas conseguia ver o sorriso de Luke com o canto do olho. - Pare de sorrir, vou arrancar os seus dentes. 

— Eu sorrindo? Não tem ninguém sorrindo. - disse, enquanto sorria. Annabeth já tinha tirado toda a maquiagem quando chegaram na frente da casa de Thalia. Os dois saíram do carro, carregando as compras nas mãos. Era possível ouvir a música alta pelo lado de fora. A porta estava destrancada como de costume, então entraram sem bater.  

— Finalmente vocês chegaram – Thalia apressou-se ao dizer assim que eles passaram pela porta. Ela usava um top preto com um short jeans. Annabeth tentou não encarar quando ela deu um beijo rápido em Luke. A morena levantou as sobrancelhas ao olhar para a amiga. - Caramba loirinha, se superou.  

— Foi Silena que me deu. 

— Ela vai encher seu saco por isso, mas realmente ficou impecável, acho que nunca te vi tão bonita. - Annabeth suspirou. 

— Eu sei, eu sei. Odeio ela. Falando nisso, onde estão todos? 

— Ah, mandei numa busca. Percy ia trazer limões quando voltasse pra casa, mas ele acabou tendo que resolver outra coisa e não vai poder vir. Pedi que Silena e Beckendorf fossem comprar, mas acabou que todos foram pra dar uma voltinha no Jeep. - Annabeth tentou não deixar a feição se abalar com a notícia de que Percy não estava lá. Felizmente, os olhos de Thalia correram até as mãos de Luke. 

— Cigarros, Castellan? Achei que tivesse parado. 

— São para Beckendorf – Annabeth e o garoto disseram ao mesmo tempo. Thalia pareceu confusa. 

— Ah, vocês vieram juntos? 

— Nos encontramos no posto quando fui comprar esta coisinha – A loira levantou a sacola onde a vodca estava.  

— Ótimo, já podemos começar a fazer os shots de gelatina.  

— Oi? Achei que essa vodca era pra caipirinha. 

— Ah não, comprei cachaça pra elas.  

— Pelos deuses... Não vou cuidar de bêbado nenhum, já aviso logo.  

— Sim senhora, não se preocupe. - Annabeth a entregou a bebida e ela saiu para dentro da cozinha junto com Luke.  

— THALIA, POSSO USAR SUAS MAQUIAGENS? - a loira gritou da sala. 

— OI? AH, PODE SIM. 

— VALEU - Annabeth subiu as escadas da sala e andou até o quarto de Thalia, no lado esquerdo do corredor. O ambiente estava levemente bagunçado, como de costume. A garota tentou ignorar a caixa de preservativos recém-aberta ao lado da cama. Localizou rapidamente a necessaire azul em cima da penteadeira e sentou-se em frente ao espelho. Tinha marcas de rímel nas pálpebras que a davam a aparência de alguém com problemas de sono, retirou-as com calma, aplicando um pouco de corretivo no lugar. Acabou fazendo algo bem parecido com o que tinha feito antes, ficando bastante satisfeita com o resultado. Quando finalmente voltou para o andar de baixo, seus amigos já estavam conversando na sala. 

— ANNABETH CHASE. - A voz estridente de Silena soou antes que a garota pudesse se quer pisar no último degrau. Todas as cabeças da sala automaticamente se voltaram para a escada, Annabeth suspirou em frustração. - Por acaso esse é o vestido que eu te dei? Pelos deuses, você está completamente deslumbrante. - Silena já tinha se deslocado até ela e passava a mão delicadamente pelo tecido. 

— Sim, Silena.  

— Viu como eu sempre estou certa? Nunca vi você tão linda. - A garota agora rodeava Annabeth, a olhando de cima abaixo. 

— Por favor, maluquinha, você poderia parar de me inspecionar e voltar para a conversa como uma pessoa normal? 

— Ih, Annabeth. Não é todo dia que um milagre desses acontece, você esconde toda essa sua beleza debaixo de suéteres e moletom, tipo fala sério! - Silena levantou as mãos na altura no tronco da loira, os olhos focados no decote - Olha esse peit...- 

— EEEH! Olha, Thalia trouxe a caipirinha, vamos? - Beckendorf tinha aparecido para o resgate, ele segurou a namorada delicadamente pelos ombros e a arrastou de volta para a roda enquanto a mesma reclamava do ato. Annabeth suspirou aliviada e andou até onde o grupo de reunia.  

Conseguia ver muito de seus amigos naquela roda. Enquanto os casais serviam os copos de todos, Nico, Clarisse e Chris estavam preparando o que parecia um jogo de cartas no meio do tapete com mais alguns garotos que a loira não conhecia. Rachel e Reyna estavam num canto mais afastado e não pareciam ligar muito para a presença dos outros, pois sua atenção estava concentrada em flertar e acariciar incansavelmente a gatinha de Thalia, Freya. Piper estava se queixando sobre algo para Léo e gesticulava muito enquanto falava, o que parecia deixar o garoto um pouco atordoado.  

— Mas o que é que você tem? - Annabeth começou a dizer ao se sentar ao lado de Piper. Ela parou de falar, e Annabeth viu Léo a agradecer com o olhar. 

— Eu simplesmente não aguento mais Silena tentando me casar com o irmão de Thalia! Ela o chamou aqui, você acredita? 

— Piper, estou fazendo isso pelo seu bem. O pobre garoto acha que você o odeia! 

— Nossa, é mesmo. Nem fiquei sabendo o que deu essa história na formatura, você e Jason conheceram afinal? - Piper bufou, cruzou os braços e se encostou na poltrona. 

— Bem, pode-se dizer que sim. - Thalia se pronunciou. 

— Eles chegaram a conversar por um tempo... Depois que Piper se embebedou para conseguir falar com ele – Silena disse cautelosamente. 

— E então ela vomitou no sapato dele... E fugiu. - Thalia terminou. 

— Ah meus Deuses. - Annabeth disse. Piper esperneava no lugar em que estava. 

— ESTÁ VENDO? Eu não posso ver ele NUNCA MAIS! NUNCA!  

— Piper, você se embebedou, vomitou no sapato dele, saiu correndo e AINDA ASSIM depois de três meses INTEIROS ele continua atrás de você. O que diabos que você falou? - A loira questionou.  

— Essa é a pior parte, eu não faço a MENOR IDEIA. Não lembro de quase nada.  

— Quase nada... Sei... - Silena disse – Sabia que ela fala o nome dele enquanto dorme?  

— SILENA CALA A SUA BOCA. - A garota levantou os braços em rendição e se aconchegou no peito de Charles. 

— Eu acho que você deveria tentar falar com ele - Léo disse. - Mas talvez, sem isso aqui dessa vez... - O garoto afastou discretamente o copo que Thalia a servira.  

— Muito engraçado, você acha que eu vou conseguir falar alguma coisa SEM esse copo? 

— Absolutamente não, mas esse é EXATAMENTE o ponto. - Piper fez menção de o atacar, mas então a campainha tocou. O rosto raivoso da garota se desfez tão rápido que Annabeth quase riu.  

— Estou acabada, completamente acabada. - A garota enfiou as mãos entre os cabelos. Thalia a deu um sorriso encorajador antes de levantar-se para abrir a porta. Voltou poucos segundos depois, com Jason andando atrás dela.  

— Boa noite gente – ele disse ao se aproximar. Todos o responderam, mas o garoto logo perdeu seu foco em Piper, que parecia tentar se esconder ao lado de Léo. - Oi Piper, quanto tempo. - O contato direto fez a garota dar um pulo no lugar em que estava. 

— O-oi, Jason. É, faz sim... - Disse evitando contato visual. - Todos na roda se entreolhavam em leve desconforto, tentando segurar o riso. Silena e Thalia conversavam por olhares, pareciam estar tramando alguma coisa, mas para a surpresa de todos, Jason foi mais rápido. 

— Trouxe algumas cervejas, Piper, você as organiza na cozinha comigo?  

— HM? O-OI? Ah... Sim, sim, vou sim. - Ela disse em palavras muito enroladas. Jason tinha um sorriso divertido no rosto, mas parecia mais feliz com a resposta dela do que se divertindo com a timidez dela. Assim que os dois passaram pela porta da cozinha, todos começaram a dar risadinhas baixas, Silena estapeou o ombro de Thalia animadamente enquanto ria.  

— Eu suponho que a gente não os conta pra distribuir as cartas então? - Nico disse.  

— Acho que não. Eles provavelmente vão conversar. - Annabeth disse. Somente quando olhou para o garoto para respondê-lo, notou que um dos desconhecidos a encarava. Os dois meninos novos eram loiros e bastante parecidos, mas um parecia mais velho que o outro. O mais novo tinha um estilo casualmente composto, como um médico fora do hospital. Tinha os cabelos levemente ondulados e estava bastante interessado em cada sílaba que saia dos lábios de Nico, não desgrudava o olhar dele um segundo. Annabeth sorriu levemente quando percebeu o nervosismo do amigo por causa disso. O mais velho era o que chamara sua atenção. Ele a olhava esporadicamente, mas desviava o olhar rapidamente quando ela percebia. A camisa branca que usava combinava muito com a pele iluminada, ele era bastante bonito. - Nico, você não me apresenta seus amigos? 

— Amigos? - o garoto olhou pelo local confusamente. 

— Ah, eles vieram comigo, na verdade. - Chris disse – Eu e Nico estamos juntos no clube de ciência, e Lee é o irmão mais velho dele.  

— Prazer, me chamo Will Solance, esse é meu irmão Lee, como ele disse. - O mais novo começou a falar. Annabeth os cumprimentou. 

— Ah, é que você e Nico estavam tão... Achei que se conheciam. 

— E nos conhecemos, eu sou auxiliar na enfermaria e ele vive aparecendo lá. 

— Ei! Só aconteceu umas duas vezes! - Nico se defendeu.  

— É mesmo Di Angelo? Está falando só dessa semana? - O loiro se aproximou dele ao falar, o que fez o garoto se afastar com o rosto levemente vermelho. 

— E por que você está parando tanto na enfermaria, Nico? - Clarisse perguntou. 

— Nada demais, umas quedas de pressão. 

— Quedas de pressão? Você precisa de vitamina D! Sabia que seus ossos podem quebrar por isso? 

— Pelos Deuses, já disse que estou bem. 

— Okaaaay casal, vamos começar o jogo ou essa discussão vai durar o resto da noite. - Léo disse. 

— Não somos um casal! - Nico disse. 

— É, ele ainda não chegou lá. - Will rebateu com um sorriso divertido no rosto. O moreno imediatamente ficou vermelho. 

— E o que isso quer dizer? - Defendeu-se. 

— BANCO IMOBILIÁRIO! Adoro banco imobiliário. - Léo disse novamente. Annabeth conseguiu ver Will dar uma última piscadinha na direção de Nico, que se recostou no sofá, ainda mais vermelho do que antes.  

— Deveríamos chamar elas? - Lee perguntou, apontando com a cabeça para onde Reyna e Rachel conversavam. 

— Não, acho que elas estão interessadas em outra coisa. - Silena disse com um sorriso sugestivo no rosto.  

— Ok casais, vocês vão ter que jogar juntos porque o máximo são 8 pessoas. - Léo comentou. 

— Ué, mas assim fica injusto. Duas mentes pensando juntas. Deveríamos jogar todos em dupla. - Nico questionou. 

— Eu sei que você está louco para se sentar do lado do seu namoradinho, mas estamos em onze, alguém ficaria sem dupla.  

— NÃO SOMOS UM CASAL, VALDEZ. 

— Calma, fantasminha. Sem agressão. E então, como vamos fazer? 

— Deixe os casais irem juntos, fica mais fácil - Annabeth disse. 

— Todos de acordo? - Os presentes na roda concordaram e então eles começaram a jogar. O jogo se desdobrou por algumas horas. Sempre que alguém sofria algum tipo de consequência no jogo, tinha que beber. Nesse ritmo, todos estavam alterados depois de uns quarenta minutos. Jason e Piper acabaram voltando para a sala nesse meio tempo e o cabelo do garoto estava mais bagunçado do que o normal, mas ninguém comentou sobre. Annabeth se manteve a mais sóbria, sempre fora muito boa em jogos de tabuleiro. Ao se passar de quase três horas, a grande maioria já estava derrotada e ninguém aguentava mais tentar tirar o posto da loira. Nico e Will estavam dormindo com as cabeças próximas, ao lado do sofá, assim como Jason e Piper. Clarisse, Chris, Rachel e Reyna tinham ido embora em algum determinado momento, Silena e Charles haviam subido para o segundo quarto de hóspedes. Luke estava apagado sentado numa poltrona, apenas Thalia e Léo continuavam no jogo. 

— Annabeth, por favor, apenas nos deixe desistir. Já estou tendo alucinações de tanto sono. 

— Por favor, rainha cruel, eu suplico. - Léo, que já estava esparramado ao lado do tabuleiro, balbuciou. O garoto pareceu apagar depois da frase. 

— Vocês são muito fracos. Okay, perdedores, aceito a desistência.  

— Ah, glória. - Thalia abaixou a cabeça, exausta.  

— Thalia, me empresta uma camiseta? Eu até trouxe um pijama, mas não estou afim de usar short.  

— Vem, vamos dormir, eu te dou uma lá no quarto - As garotas subiram as escadas, Thalia quase que se arrastando. A morena vasculhou o guarda-roupa em busca de uma blusa comprida. - Toma, é de Jason – Ela atirou a camisa para Annabeth e então se jogou na cama.  

— Okay, vou tomar um banho.  

— Tudo bem. Você dorme comigo ou no último quarto? 

— Acho que no outro quarto, não quero passar pelo trauma de Luke entrar aqui no meio da noite.  

— Justo, parece realmente algo que ele faria. Boa noite, loirinha. 

— Boa noite, Lia. - A garota saiu do quarto direto para o banheiro no fim do corredor. Banhou-se rapidamente, tirando a maquiagem. Ainda se sentia levemente tonta pela presença do álcool sem seu sangue. Prendeu os cabelos, deixando alguns fios caírem sobre o rosto e vestiu a camiseta azul escura. Ficava quase curta demais, mas era passável. Deixou as coisas no quarto e desceu as escadas para beber água na cozinha. 

No andar de baixo todos já estavam completamente apagados, a loira apagou a luz da sala ao passar, ligou o ventilador de teto e cobriu quem conseguiu com as mantas da sala. Já em frente ao bebedouro, encheu seu copo com água. Levou o objeto até a boca e começou a beber, mas quase cuspiu todo o líquido quando se virou.  

Percy estava encostado na coluna da cozinha, a encarando com um sorriso divertido. Estava escuro, mas a garota percebeu que ele estava molhado, provavelmente tinha sido pego pela chuva. Os cabelos negros estavam bagunçados e ele carregava a blusa molhada no ombro, assim como na primeira vez que o vira.  

— DEUSES PERSEU! - a garota se exasperou, levando a mão livre na altura do coração.  

— Shh... - Percy sussurrou enquanto rapidamente se deslocou até ela. Posicionou o dedo indicador de leve nos lábios dela - Você quer acordar a casa toda, sua maluca? - Disse, ainda em tom baixo. Só então Annabeth notou que seu coração virara uma escola de samba. Eles estavam tão próximos que quase se encostavam, a loira engoliu em seco. Percy sorriu e se aproximou ainda mais, Annabeth instintivamente se afastou, até que sentiu o quadril encostar na pia atrás dela. Percy posicionou as mãos uma em cada lado da pia, deixando a loira cercada.  

— Por que toda vez que eu te encontro você está molhado e sem camisa? - A garota disse, dessa vez em sussurros. - Percy deu o sorriso mais malicioso que a garota já vira. Roçou levemente o nariz na bochecha até o ouvido dela. 

— É meu truque pra conquistar loiras lindas usando minhas roupas no meio da cozinha - Annabeth quase desmaiou. Thalia provavelmente havia se confundido e a dado uma blusa de Percy ao invés de uma de Jason. Ela pressionou os lábios nervosamente. 

— Você deveria ter visto o que eu estava usando antes disso, então. - A loira provocou despreocupadamente. Definitivamente não era ela mesma quando tinha bebida em seu sistema. Um sorriso satisfeito se formou em seus lábios quando Percy suspirou no meio de seus cabelos. 

— Então você se vestiu pra mim? Uma pena que eu não pude ver. - O garoto voltou a encará-la e afastou uma mecha de cabelo do rosto dela. 

— Talvez eu possa vestir pra você de novo. - Percy riu levemente. 

— Eu adoraria, mas acho que preferiria você com minha camisa ainda assim - O moreno era descarado, não parecia ter qualquer tipo de problema com a troca de olhares intensa que acontecia. - Caramba, como é que você é tão linda? - Annabeth sabia que estava completamente vermelha, mas esperava que ele não pudesse perceber naquela iluminação.  

— Obrigada. Agora me deixe sair, sua prima me enlouquece se pegar a gente aqui. 

— Mas não tem motivo. Não estamos fazendo nada... - Percy aproximou-se novamente dela, os lábios praticamente juntos. Annabeth parou de respirar por um segundo, simplesmente não conseguia entender o efeito que o garoto tinha nela. Toda vez que o via sentia um calor inexplicável, era como se Percy fosse uma droga desenvolvida especificamente para ela, não importa se só havia usado uma vez só, já sentia à vontade de provar de novo. Era como se ele soubesse exatamente como se comportar. Percy também era diferente dos garotos que já havia cruzado, mais confiante, mais indomável. Nem em seus sonhos mais insanos Annabeth conseguira inventar que Luke a olhasse de tal maneira. Era muito diferente do que sentia com Luke, ele a fazia com que se sentisse uma criança, sempre nas espreitas e esperando respostas. Percy a fazia se sentir poderosa, desejada. Despertou um lado dela que nem ela mesma conhecia. Talvez fosse exatamente aquilo que ela precisava, alguém que a desejasse, não alguém para amar.  

— Ótimo, então vamos dar um motivo. - Annabeth sorriu, a confiança súbita pareceu deixar o moreno um pouco descompassado. Sentou-se no balcão ao lado da pia e puxou-o pelo cinto para mais perto. Quando selaram os lábios num beijo, o garoto pareceu retomar os sentidos. A maneira que se tocavam era intensa, como se estivessem guardando o desejo de uma vida. A boca de Percy era macia, assim como os cabelos molhados, que agora ficavam cada vez mais bagunçados pelas mãos da loira. As mãos dele firmemente se alojaram nas coxas dela, invadindo por debaixo da blusa até a cintura. Annabeth não o impediu, na verdade, ela queria que ele fosse mais longe. A loira sentia o corpo queimando e pelo jeito que Percy arfava, sabia que ele se sentia da mesma forma. As mãos da loira se desviaram do cabelo de Percy até o cinto dele novamente, ela sentiu o garoto ofegar em seus lábios, as mãos ainda mais firmes em sua cintura. O garoto parou o beijo e desceu as mãos até a barra da blusa que a loira usava, ele a encarou intensamente, os olhos pedindo permissão. Annabeth levantou os braços e ele sorriu maliciosamente. Quando estava prestes a deixar a garota desnuda, ouviram o barulho de algo caindo na sala. Eles se afastaram e a garota rapidamente desceu da bancada num pulo. Com olhos arregalados, encararam o corredor da cozinha tentando parecer o menos suspeitos possível.  

Felizmente, a figura que vinha caminhando era apenas Freya, a gatinha de Thalia. Annabeth e Percy suspiraram.  

— Deuses, passamos perto. - Annabeth sussurrou, andando pela cozinha com as mãos na cintura. 

— De fato. -  Percy observava a garota nervosamente passear pelo local, de repente um sorriso tomou seu rosto. Ele balançou a cabeça, como se estivesse tentando afastar um pensamento. Annabeth parou de repente ao perceber.  

— Por que está sorrindo? - As mãos dela instintivamente correram pelos cabelos emaranhados, na tentativa de fazê-los voltar a forma original. 

— Não sei, na verdade - o garoto respondeu tentando reprimir o sorriso, mas a expressão da garota pedia uma resposta mais clara - É... você, eu acho. Sei lá. - Annabeth sentiu o coração acelerar, mas manteve a feição séria. 

— Por acaso está tirando uma comigo, cabeça de alga? - A garota cruzou os braços, se aproximando dele com uma postura ameaçadora. 

— Infelizmente não, Sabidinha. Eu adoraria, mas... Não é exatamente disso que estou falando - Percy passou a mão pelo rosto como se estivesse estressado, mas ainda sorria.  

— Sobre o que está falando então?  - O garoto a olhou hesitante, como se estivesse prestes a tocar Annabeth para ter certeza de que estava mesmo na frente dele.  Repetiu o gesto de balançar a cabeça, sorrindo novamente. 

— Me pergunte daqui a um mês, daí eu posso te confirmar. - A loira franziu as sobrancelhas, desconfiada. 

— Que secreto, não sei se vou me lembrar disso daqui um mês. 

— Melhor ainda.  

— Sei... Bem, vou dormir antes que alguém acabe nos vendo aqui e tenha a ideia errada. 

— Ou a certa. 

— Calado. Boa noite, Perseu. 

— Poxa, não ganho nem um beijinho de boa noite? - Annabeth deu um riso baixo. 

— Mas pelo amor dos deuses, mais? - Percy riu e se aproximou dela novamente, a puxando pela cintura. 

— Não acho que foi o bastante. - Annabeth sorriu e mordeu o lábio inferior. Olhou para o corredor nas suas costas, averiguando-se de que ainda estavam sozinhos. Quando confirmado, a garota o puxou pela nuca, selando os lábios novamente.  O beijo começou tranquilo, mas o garoto logo a segurou com mais firmeza, fazendo com que ela suspirasse. Contra sua vontade, Annabeth parou o beijo, fazendo com que Percy gemesse em desaprovação.  

— Vou dormir, Perseu. 

— Dorme comigo, então. - O garoto sussurrou, depositando um beijo no pescoço dela. Annabeth sorriu. 

— Você enlouqueceu? - os lábios dele faziam com que sua pele se arrepiasse, a garota suspirou. 

— Talvez, mas garanto que você ia ficar muito mais feliz do que dormindo com Thalia. - Annabeth soltou uma risada baixa. Estavam tão próximos que ela conseguia sentir que ele havia ficado um pouco “animado” demais.  

— Pra sua informação, eu vou dormir sozinha. 

— Em qual cenário possível você acha que essa informação seria menos estimulante pra mim?  

— E eu estou tentando te estimular? 

— Se não, imagina se estivesse... - Percy acariciou o rosto dela com a palma da mão. Annabeth mordeu o lábio e com toda sua força de vontade, ela fez com que se afastassem. Percy fez um bico. - Nenhuma loira bonita na minha cama hoje? 

— Nenhuma loira bonita na sua cama hoje. - O garoto suspirou, mas sorriu. 

— Tenho que melhorar minhas oferendas para Afrodite – Annabeth deu uma risada baixa. - Boa noite Sabidinha.  

— Boa noite, Percy. - A garota se aproximou e depositou um beijo na bochecha dele, antes de rapidamente sair da cozinha.  

We'd be good, we'd be great together. 


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Notas finais do capítulo

oieeee
obrigada pela leitura, agradeço se deixarem os comentários de vocês, mas se não tudo bem também!
ATÉ O PRÓXIMO CAP!

ps: caso vcs queiram dar uma vizualidada melhor no vestido da Annie: https://br.pinterest.com/pin/300896818868946819/



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