Nunca é tarde demais.- Drarry escrita por fox1


Capítulo 7
O jantar.




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 Draco vestiu uma calça preta de veludo e uma blusa de seda vermelha.Insatisfeito com os cabelos, pois estavam precisando de um corte, escovou-os vigorosamente. Luna e Cho, que estavam compartilhando um quarto, o encontraram no corredor. Cho obviamente estava ansiosa pela noite que viria, uma vez que tinha escolhido um vestido de decote baixo e ousado.

      — Oh, o homem é demais! — exclamou ela, excitada. — Simplesmente irresistível.

      Draco fingiu estar chocado.

      — Você está falando sobre Sua Excelência, Príncipe Harry Potter? Onde está seu senso de respeito?

       — Ora, vamos, Draco — disse Cho, dando de ombros. — Você tem de admitir que ele é demais!Aqueles olhos, aqueles músculos.

     — Você não sabe pensar em outra coisa além de homens? — perguntou Luna, aparecendo com Gregório e alcançando-os para descerem a escada, juntos.

       — Sim, mas eu passei muito tempo com aqueles que parecem estar mortos há séculos — apontou Cho. — Homens vigorosos e cheios de vida ficam com uma aparência muito boa depois disso.

     — Eu sou vigoroso — disse Gregório com uma careta.

      — Oh, Greg, você é uma gracinha, mas falta muito para chegar lá — brincou Cho.

       — O que aconteceu com a esposa dele? — Luna quis saber.

       — Eles estão divorciados — explicou Draco, mantendo o tom de voz baixo. — Mas, por favor,não falem sobre esse assunto.

    — Discrição é meu nome do meio — murmurou Cho, mentindo. — Mas, honestamente, ela era louca? Vocês podem imaginar alguma mulher tendo um marido como esse e não ficar com ele pelo resto da vida?

      — Podemos conversar sobre alguma outra coisa? — Draco estava começando a ficar tenso.

      — Talvez ele não seja tão bonito quanto aparenta — colocou Luna.

      — E talvez porcos voem — zombou Cho.

     — Não estou me referindo ao físico do homem — disse Luna. — Quero dizer, como pessoa. Talvez ele tenha um temperamento muito forte...

      — Ainda assim, continuaria sendo sexy como ninguém insistiu Cho.

      — Vocês querem ficar quietas, por favor? — ordenou Draco freneticamente. — Não quero ouvir mais nenhuma palavra sobre isso, ou vocês estão fora do trabalho. Honestamente, não aguento mais!

      Draco lembrava-se bem da sala de jantar. No espaço grandioso, ele e Harry haviam brindado na noite do noivado dos dois. Agora, o local parecia cheio de vida.Foi uma noite agradável com muitas risadas. Albus esteve presente, assim como as crianças, acompanhadas de Mafalda. Eles tinham passado as últimas horas cavalgando. Lilían já tinha experiência,e Scorpius estava aprendendo.

      — Então, era isso que você estava fazendo? — disse Harry para a filha. — Eu procurei por você.

    Draco observou a pequena garota, relembrando-se das coisas horríveis que, de acordo com Scorp,ela falava sobre o pai. Certamente não podiam ser verdade?Lilían mantinha um comportamento frio em relação a Harry, mas quando ele não a estava olhando, ela o encarava com algo que poderia ser descrito como uma espécie de nostalgia. Se ele a olhava de volta, Lilían virava-se rapidamente.Harry queria ouvir tudo sobre a escavação.  

      — Suponho que é muito cedo para vocês terem descoberto alguma coisa significativa — começou ele.

      — Muito cedo — concordou Draco. — Ainda estamos no que Gregório chama de "estágio de se sujar sem compensação imediata".

     Ele sorriu e, dessa maneira, passou a palavra para Greg, que, sendo muito extrovertido e conversador, aceitou de bom grado. Então ele monopolizou a conversa, embora em um momento murmurasse:

      — Você deveria conversar com o chefe, que é um terrível feitor de escravos — brincou. — Nós todos morremos de medo dele.

      Todo mundo riu e Draco murmurou:

      — Bem que eu gostaria de ser.

     Mas então ficou calado a maior parte do tempo, permitindo que os outros conversassem. De vez em quando, Harry lançava-lhe um olhar curioso, mas raramente lhe dirigia a palavra, embora Draco estivesse perto dele, que estava à cabeceira da mesa.

     Depois da refeição, Mafalda anunciou que era hora das crianças irem para cama. Sem protestar, Scorpius e Lilían se despediram educadamente. Lilían permitiu que o pai lhe beijasse o rosto, mas não o beijou de volta. Nem ele tentou forçá-la. Simplesmente ficou parado, enquanto a garotinha saía da sala sem olhar para trás.

    A visão de um homem grande e poderoso aparentemente arrasado pela hostilidade de uma criança fez Draco sentir um nó na garganta. Ele virou-se, sentindo como se estivesse invadindo a privacidade dele.

     Subitamente, a noite tinha perdido o sabor, e, como se possuísse uma visão de raios-X, adivinhou que estava acontecendo o mesmo com Harry. Ele conversou e sorriu, mas o desprezo da pequena garota havia lhe apagado a luz interior.

     Harry fez seu dever até o último minuto, escoltando-os até o andar de cima e desejando boa-noite a cada um, como se tivesse todo o tempo do mundo. Mas Draco sabia que secretamente ele estava ansioso para escapar, e sofreu por ele quando uma pessoa após outra tinha "apenas mais uma coisa" a dizer.

     Todavia, finalmente acabou, todos foram para seus quartos e o corredor ficou silencioso.  Draco notou um brilho de luz vindo debaixo da porta de Scorpius, e entrou.

      — Você deveria estar dormindo, e não lendo — disse ele.

    — Honestamente, papai, como alguém pode consegue dormir com tanta confusão e barulho acontecendo do lado de fora? — respondeu ele, soando irritado. — Por que as pessoas sempre desejam boa-noite umas às outras em voz tão alta?

      — Tudo bem — murmurou ele, reconhecendo alguma lógica naquilo, mas sem realmente deixar-se enganar pelo motivo da irritação do filho. — Todos foram dormir agora, guarde o livro e faça o mesmo.

      — Certo. — replicou ele resignado.

     Eles se abraçaram, e Draco saiu para o grande e longo corredor. As luzes tinham diminuído, e demorou um momento antes de ele se dar conta de que não estava sozinho. Harry estava parado a alguns metros de distância, uma das mãos na maçaneta da porta de Lilían.Era possível ver uma luz fraca vindo por baixo da porta de Lilían.

     Draco o observou tentar a maçaneta, então novamente, até que Harry foi forçado a aceitar que a porta estava trancada.Por um longo momento, ele ficou parado lá. Então murmurou alguma coisa baixinha e Draco pensou ter ouvido.

       — Por favor, minha querida.

    Quando não houve resposta, ele encostou a cabeça na porta. Draco moveu-se, tentando não fazer nenhum ruído, sabendo que Harry nunca deveria perceber que ele tinha ficado espionando seu sofrimento particular.

     Felizmente, conseguiu entrar no quarto e fechar a porta sem ser visto, e ficou em pé contra a porta, de olhos fechados. Draco havia chegado lá esperando encontrar uma cena doméstica de uma família vivendo feliz e em harmonia, o que a ajudaria a enterrar o passado de uma vez.

     Em vez disso, descobrira sofrimento, amargura e a destruição de um casamento, o qual se sacrificara para fazer acontecer. Era tarde e supôs que deveria ir para a cama, mas sua mente estava confusa, e sabia que não conseguiria dormir tão cedo.

     Durante toda a noite, tinha ficado consciente de Harry. Enquanto estava sentado perto dele à mesa de jantar, pudera senti-lo em cada fibra do seu ser, em cada respiração que dava. Agora estava ainda mais ciente de que o quarto dele era bem em frente ao seu. Prestou atenção nos passos andando ao longo do corredor, mas então parou, impaciente consigo mesmo.

     Preciso sair daqui, pensou. Vá! Vá agora!Mas sabia que não iria. Foi para a janela e olhou para fora, vendo a linda fonte no jardim, o gramado e as árvores cobertos pela escuridão, enquanto ouvia uma coruja à distância.

    Dali, podia visualizar o lugar exato onde tinha ficado parado uma noite, esperando que Harry aparecesse e os dois pudessem compartilhar a bonita luz da lua. No final, ele aparecera, mas a conversados dois tinha sido tensa e difícil.

     Subitamente, a beleza da noite era irresistível. Parecia chamá-lo, prometendo pelo menos um pouco de paz depois da tensão do dia. Draco foi para o corredor, desceu a escada e saiu no terraço de pedra. Nada neste lugar nunca muda?, pensou. A noite daquela época, esta noite... poderia ser a mesma noite.


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