Nunca é tarde demais.- Drarry escrita por fox1


Capítulo 24
O acidente.




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 Draco manteve os olhos fechados até o último minuto, sabendo que quando os abrisse a noite acabaria. O que viria depois seria tão doce quanto, ou até mais doce, mas nada se igualaria àquela primeira revelação. Nunca parara de amar Harry por um minuto. Durante todo aquele tempo, vinha enganando a si mesmo.Mas agora não havia mais necessidade de ilusões. Podia amá-lo livremente, como ele o amava.

    Não duvidava do amor de Harry, não depois daquela noite. E sabia que,quando finalmente se permitisse acordar, veria aquele amor nos olhos dele, observando-o. A entrega de Harry a sua noite de amor falava por si só. Para prolongar o momento, espreguiçou-se, deixando a mão vagar sobre o lugar onde ele deveria estar. Não encontrando nada ali, continuou deitado por um momento, então abriu os olhos e sentou-se, olhando ao redor do quarto. Estava vazio.

    Alguma coisa em Draco recusava-se a acreditar no que via, porque simplesmente não era possível que, após a noite que tinham compartilhado, Harry tivesse saído e o deixado acordar sozinho. Pensou sobre aquela noite, o grande ato de dar e receber, a paixão avassaladora, as palavras incoerentes, os silêncios na hora certa.

    Harry era um amante generoso, excitando-o com gentileza, com carinho. Mais ao mesmo tempo com uma pegada forte e vigorosa. A paixão dele inspirava a sua própria, levando-o a alturas que nunca tinha estado antes. Então viera o descanso, e tudo que Draco esperava era a alegria de acordar nos braços de Harry.

    E claro, ele tinha partido mais cedo para evitar ser visto. Mas por que não o acordara antes?Pare de ser infantil, reprovou a si mesmo. Vai ficar tudo bem quando vocês se encontrarem.

    Saindo da cama, vestiu um robe e foi para janela, olhando o grande gramado que se estendia ao longe, e lá, bem distante, a figura alta de Harry estava vagando entre as árvores. Parecia que ele tinha colocado o máximo de distância possível entre os dois. Draco virou-se, incapaz de vê-lo quando seus olhos ficaram nublados pela vontade de chorar.

     No andar de baixo, encontrou todos alegres. Astória estava planejando passar o dia no local da escavação, a qual estava indo bem. Harry olhou para cima quando Draco entrou na sala do café da manhã, e deu-lhe um breve sorriso, com uma sombra de restrição. Franzindo o cenho, Draco se aproximou dele na janela.

       — Tive de sair cedo do quarto — disse ele baixinho. — Eu não queria ser descoberto andando pelo corredor de manhã.

       — Como você me descobriu, em na mansão Lupin? — disse Draco, brincando para amenizar o clima tenso. — Apesar de que você tinha entendido tudo errado.

        — Sim, é verdade — admitiu ele com uma outra tentativa de sorriso. — Sinto muito quanto àquilo.

        — Harry...

       — Pelo menos, não vai acontecer de novo. Você não gostaria disso.

       — Não, mas...

    Harry o olhou e, por um momento, Draco viu alguma coisa no rosto de Harry que conflitava com as palavras. Mas então ele recompôs-se novamente.

       — Está tudo bem com você? — perguntou ele.

       — Não, não está — respondeu ele, indignado. — Eu pensei que você tivesse mais a dizer do que isso.

       — Sim, nós precisamos conversar, mas não aqui e não agora. Mais tarde, há coisas que preciso lhe dizer.

     Draco sentiu raiva.

        — Talvez você não precise se incomodar. Estou começando a pensar que tudo já foi dito.

        — Draco...

     Ele ouviu o apelo na voz de Harry, mas estava muito zangado para ceder.

       — Muito bem, pessoal — disse Draco, alegremente, aproximando-se dos outros. —Vamos trabalhar. Scorp, o que você vai fazer?

       — Lilían e eu vamos cavalgar com Máximus — disse ele e Draco assentiu, satisfeito.

    Máximus D. Meridius era o cavalariço chefe, um homem confiável. Depois disso, ele deu toda sua atenção ao trabalho. Gregório tinha descoberto um canal vazio em uma das paredes da fundação, sugerindo uma câmara escondida atrás dele. Todos estavam excitados. Concentrando-se com dificuldade, Draco foi capaz de afastar os pensamentos sobre Harry, até que Gregório disse: Olhe quem está aqui.

     Harry estava parado do lado de fora da tenda e olhava de lado, indicando-lhe para sair e encontrá-lo. Quando Draco saiu no sol, ele começou a caminhar.

      — Preciso conversar com você — disse ele. — Tenho refletido muito e há coisas... Eu não tinha certeza como lhe contar isso, de como você reagiria...

     Uma profunda apreensão o estava dominando.

       — É alguma coisa que você deveria ter me dito antes da noite passada? —perguntou Draco, tentando manter a calma.

       — Sim — respondeu ele após um momento de hesitação. — Acho que eu deveria ter feito isso.

       — Bem, antes tarde do que nunca. — Draco sorriu para cobrir os sentimentos de ansiedade.

       — Estou com medo que você não compreenda, e acho que eu me comportei mal.

       — Comportou-se?

     — Creio que sim. — Ele suspirou. — Eu deveria ter pedido antes... Quando vi Gina ontem à noite...Ele parou porque um som distante estava se aproximando rapidamente.— O que é isso?

       — Parece que alguém está galopando em grande velocidade. — Draco olhou a distância.

    No próximo momento, um cavalo apareceu, conduzido por Máximus, o cavalariço que tinha acompanhado Lilían e Scorpius naquela manhã. Agora, estava sozinho.

    Harry respirou fundo e correu atrás do homem, seguido por Draco.

       — Por que ele está sozinho? Onde estão as crianças?

      — O que aconteceu? — Harry perguntou quando Máximus os alcançou.

      — Um acidente — disse ele sem fôlego.

       — Scorp! — gritou Draco.

      — Não, não, foi a menininha. Ela caiu. Acho que machucou o ombro. Scorp está bem, mas ficou lá para confortá-la.

       — Onde? — perguntou Harry.

      Máximus descreveu o lugar e Harry foi para seu carro, pegando o celular do bolso para chamar uma ambulância. Draco entrou no banco da frente e Máximus sentou-se atrás.

        — Lilían machucou a cabeça? — indagou Harry, olhando para Máximus por sobre o ombro.

       — Eu acho que não. — replicou Máximus. — Apenas o ombro.

       — Tem certeza que Scorpius não se machucou? — Draco quis saber.

     — Ele não caiu, eu juro — insistiu Máximus. Finalmente, eles avistaram o lugar, perto de um rio.Havia algumas árvores, e uma delas estava caída no solo. Lilían, apoiada por Scorp, estava sentada, segurando o braço e soluçando.

      — Fadinha... — Harry ajoelhou-se ao lado da filha. Esta tudo bem. Papai está aqui. — Ele tocou-lhe o braço de leve, mas então retirou a mão, temendo que pudesse machucá-la. — Eu estou aqui, querida — disse novamente.

     Mas sua presença não trouxe conforto à garota. Em vez disso, ela encostou-se contra Scorp, chorando.

       — Mamãe! Mamãe!

      Harry levantou-se e se virou.

      — Espero que a ambulância não demore — murmurou numa voz cuidadosamente controlada. Uma voz que não revelava os sentimentos, mas Draco sabia, sem sombra de dúvida, o que ele estava sentindo, e lhe tocou o braço.

        — Toda criança quer a mãe num momento como este — disse ele.  — Certamente Ginevra virá agora?

       — Você está certo. — Ele começou a fazer uma outra ligação. Mas após um momento, desligou e declarou frustrado: — O celular dela está desligado.

       — E quanto ao telefone da casa de Ginevra?

     — Eu não sei o novo número agora que ela se mudou para Roma. Terei de ligar para o advogado de Gina... Graças a Deus, a ambulância chegou.

        — Nós podemos ir ao hospital com vocês?

        — Obrigado, mas não.

     Draco entendeu. Ele queria ficar sozinho com Lilían e aproveitar a chance para se aproximar da filha. Ele sentia-se atordoado pelos últimos eventos. Não havia nada que pudesse fazer, exceto assistir à partida da ambulância, e ir embora alguns momentos depois.

       — Tem certeza de que você está bem? — perguntou para Scorp.

       — Estou bem,pai.

       — Levarei vocês de volta para o local da escavação — ofereceu Máximus.

     Draco pensou que Harry telefonaria para dar notícias, mas horas se passaram sem uma palavra dele. Então, no final da tarde, um táxi chegou, e Harry e Lilían desceram.


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Notas finais do capítulo

Não pode resistir em não colocar a personagem principal de Gladiador na historia. Afinal, estamos em Roma.



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