In Aeternum escrita por Aline Black


Capítulo 1
In Aeternum - Para todo o sempre


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Voltei com mais uma fanfic desse casalzão ❤

OBS: In Aeternum significa para sempre ou para todo o sempre.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807382/chapter/1

Snape encarava a paisagem, através da janela de seu quarto era possível ver o jardim da casa, casa que não era sua. Potter o havia “resgatado” após a guerra terminar e agora ele era um hóspede na casa do rapaz. Sentia-se apenas um intruso vivendo ali com Potter, na antiga casa dos Black.

— O que eu fiz com minha vida? Depois de tantos anos, não há nada em meu passado que eu possa me orgulhar. — Snape disse a si em um sussurro. — Eu não tenho nada.

Os depressivos pensamentos dele tomavam uma parte cada vez maior de sua mente.  

Snape encarou a xícara de chá fumegante a sua frente, xícara que Potter havia deixado ali há alguns minutos. O rapaz tentava com todas as suas forças agradá-lo, Snape até admirava isso, e se ele tivesse alguma vontade de viver, aceitaria os esforços de Potter.

No entanto, sua vontade de deixar esse mundo era maior. Ele imaginava que se estivesse morto, seu passado não o assombraria mais, seus erros pregressos seriam enterrados junto com ele. E então, tudo teria fim. Essa ideia o agradava.

— Ninguém sentiria a minha falta, pouco faria diferença se eu desaparecesse agora. — Snape pegou a xícara de chá, soprou um pouco, bebendo um gole do líquido quente logo depois. — Essa maldita guerra já foi vencida. Minhas lembranças e sentimentos mais profundos foram revelados para algumas das pessoas que mais odeio, e tudo apenas para provar minha “inocência”.

Snape suspirou e pensou: “Aqueles que antes me culparam, agora arrastam-se aos meus pés e isso me enoja.”.

— E o que faria você desejar ficar, Snape? — Uma voz feminina soou pelo quarto lúgubre.

Severus não esperava que alguém estivesse ouvindo seus devaneios. Ainda mais ela, aquela que lutava com todas as forças para que ele desejasse permanecer vivo.

— Você ficaria se eu dissesse que minha vida é mais feliz com sua presença? Que eu preciso de você comigo? — a voz feminina tornou a fazer perguntas.

A bruxa andou lentamente até onde Severus estava sentado e sentou-se ao lado dele, no braço da poltrona.

— Senhorita Granger... — Foi tudo que Snape disse quando sentiu ela sentar-se muito próximo de si.

— Não me deixe, eu não posso suportar a ideia de perdê-lo. — Hermione disse, sua voz exprimindo o quanto ela realmente desejava aquilo.

— A senhorita deveria apenas deixar-me ir. — Snape ainda encarava a janela. — Seria a escolha mais fácil.

— Eu não posso. Mesmo que cada vez que eu venha lhe ver eu fique tão despedaçada quanto você, eu não posso desistir. — Hermione disse. — E você sabe o motivo, eu já lhe disse tantas vezes.

Snape suspirou pesadamente. Ele certamente sabia o motivo de Hermione permanecer ao seu lado, ela havia lhe dito que o amava. Ele só não entendia o porquê dela amá-lo.

— Não sei o que a senhorita viu em mim ou por que ainda insiste em se aproximar. — Snape a mirou dessa vez. — Eu não a entendo.

Hermione deu um leve sorriso triste.

— Snape, você costuma dizer que as pessoas não lhe entendem. Mas eu acho que você também não entende as pessoas. — Hermione inclinou sua cabeça levemente e estendeu uma mão na direção de Severus, afastou uma mecha do cabelo dele, que estava lhe cobrindo parte da bochecha. — Você não vê o que quero lhe mostrar há muito tempo. Isso é frustrante.

Snape pode sentir o calor dos dedos de Hermione sob sua pele. O toque dela era suave e carinhoso. Ele não tinha como negar que a desejava, que desejava que ela se aproximasse mais. Mas algo o prendia. Snape sabia que não a merecia.

O bruxo suspirou e desviou o olhar.

— A senhorita consegue me ver? Além do que os demais enxergam? Consegue ver a minha alma? A minha verdadeira essência? — Snape perguntou, acreditando que aquelas perguntas a afastariam.

— Eu consigo, só você que não percebeu isso. — Hermione agora também encarava a paisagem. — A primeira coisa que eu vejo é um homem que tem um passado que quer esquecer.

Snape voltou a encarar Hermione.

— Você é alguém que sofreu demais, por erros que não eram integralmente seus. — Hermione voltou a mirar-lhe e a tocar-lhe a face.

Severus fechou os olhos e deixou-se ser acariciado por Hermione. Era a primeira vez que ele aceitava tão abertamente as carícias da bruxa.

— Por que não desiste de mim, Hermione? — Snape usou um tom de voz sofrido. — Por que não me deixa desistir de viver?

Hermione sorriu, era a primeira vez que ele dizia seu primeiro nome.

— Eu já lhe disse, eu não posso. — a bruxa respondeu. — Eu não posso deixar a pessoa que eu amo desistir de viver.

Severus abriu os olhos, Hermione ainda lhe acariciava o rosto delicadamente.

— Eu não mereço o seu amor. Eu sou um homem cheio de remorsos, com um passado obscuro. O que eu posso te oferecer? Me diga com sinceridade. — Snape pediu.

— São tantas coisas, Severus. — Hermione também usou o primeiro nome de Snape.

Severus nunca havia gostando tanto da sonoridade de seu nome quanto naquele momento, escutar seu nome sair dos lábios dela acendeu uma pequena chama em sua coração. Uma chama que nem ele sabia que poderia ser acesa outra vez.

— Eu sei que ainda existem palavras que você não pronunciou, eu quero que as diga para mim. Eu sei que ainda há uma parte de seu amor que não dedicou a ninguém, eu quero que dedique a mim. Eu sei que há toques que você nunca sentiu, eu quero que os peça todos a mim. — Hermione encarava Severus, seu olhar tinha um brilho intenso.

Snape sabia que deveria se afastar, mas estava cada vez mais difícil fazer isso.

— Eu não sou o homem perfeito para você, Hermione. Você merece alguém jovem, que possa lhe ajudar a realizar todos os seus sonhos. — Snape disse, tentando trazer juízo a Hermione e a si.

— Eu não quero um homem mais jovem e nem perfeito. Eu quero você, Severus, eu quero você exatamente como você é. Com todos os seus defeitos e qualidades. — Hermione disse. — Quando você vai entender isso?

— Talvez nunca... — Severus disse.

Hermione afastou a mão do rosto do bruxo, sentiu que seu coração seria partido novamente por Severus Snape. Mas dessa vez, ela estava enganada.

— Mas eu já entendi que não adianta eu tentar me afastar. — Severus completou. — Você não vai desistir, não é?

Hermione sorriu um largo e brilhante sorriso.

— Não vou mesmo! — Hermione reafirmou enquanto entrelaçava os dedos de sua mão à mão de Severus, puxando ambas as mãos para seu colo.

Severus sentiu novamente o calor do corpo dela. Era um calor tão bom, tão aconchegante. Ele então puxou a sua mão, que estava entrelaçada com a de Hermione. Ela acompanhou o gesto com olhar.

Severus levou a mão de Hermione até seus lábios e beijou-a com delicadeza. Hermione que não esperava aquilo, ruborizou-se.

A reação de Hermione foi tão linda que Severus não pode conter-se, deixando um pequeno sorriso brincar por seus lábios. “Um sorriso”, pensou ele, era seu primeiro sorriso em anos.

Aquela chama em seu coração tornou-se um pouco maior enquanto Severus pensava em como era bom ter um motivo parar sorrir outra vez.

— Prometa-me, Severus, que você vai deixar-me ver seu sorriso novamente. — Pediu Hermione.

In aeternum, se assim você desejar. — Snape respondeu finalmente cedendo aos pedidos de Hermione.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
Deixem suas opiniões.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "In Aeternum" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.