Alma de minha alma, ser do meu ser. escrita por annagabriellelc


Capítulo 1
Capítulo 1




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—Você é o homem perverso e cruel a quem a desgraça tange com glória! Anseia por abandonar-me, oh querido Heathcliff? A quem jurei que minha alma pertencia.

Ele a olhou com austeridade e inadimplência, mas não com dó, não há espaço para piedade naquele coração apodrecido. Calculou minunciosamente o espaço que os rodeavam e, logo após, focalizou novamente na fisicamente frágil menina que estava em sua frente; em comparação, ele parecia um leão perto de uma gatinha ferida. O senhor esboçou um sorriso rude e ganancioso, ouso dizer que até mesmo libertino e inconveniente para aquela mulher olhando-a de cima à baixo, sem considerar a elegância ou modos propostos pela sociedade.

—Não irá me responder, monstro cruel? Alma pedante e taciturna. É a face do diabo que vejo, não meu amado Heathcliff.

Nisso ele a queimou com os olhos, suas bochechas viraram fogo puro: a raiva dominara o seu coração.

—Amado? Como ousa me chamar de querido, amado e todas esses dizeres mestiços quando, na realidade, prometeu a mão à um traste desgraçado, que nunca te amará com um pingo da intensidade com que eu lhe amo? Como diz você, sua menina hipócrita, palavras de amor quando não é capaz de senti-lo? - os olhos de Cath viraram água, aquilo não era verdade, mas realmente era o que mais parecia. Ela amava aquele monstro, no entanto, a ganância material abrangia o volume de seu coração. Ela se abraçou com seus bracinhos e virou o rosto para o lado: queria fugir do cigano, e ao mesmo tempo, que virassem um só- mostra-se compadecida, coração, com minha dor. Vejo isso, mas é claro que nada lhe é tão importante quanto a própria.

—Como tens coragem, cão infiel, como pode falar assim daquela que é feita da mesma coisa que você? Sou parte da sua alma e lhe entreguei a minha existência tanto tempo antes de saber que eu tinha uma. Ingrato, eu te odeio, te odeio com todas as minhas forças, e mesmo assim, não sou capaz de respirar quando sei que se embravece comigo, porque você é o meu ar e os pulmões, e todo o meu corpo. Eu não sou nada sem você! Mas como poderei viver, como VOCÊ poderá viver sem que o ouro nos cubra de facilidades? Seremos filhos da rua? Que nome terei?

Num impulso sórdido ele a agarrou pela cintura, trazendo-a para perto, e mais perto, perto o suficiente para que sua voz aqueça os ouvidos da moça e se espalhasse para todo o resto de seu corpo. Aproximou ainda mais o seu rosto másculo do da pequena rebelde que era o objeto de sua paixão.

—Se você, pequena promíscua, me deseja tanto quanto fala...- disse ele quase que com a boca encostada em sua face- então venha para o mundo das sombras, case-se comigo, o dinheiro vemos depois; roubo, mato, faço qualquer coisa por você, mas não tente me intimidar falando que se casará com a codorna que é o Linton, pois ele estaria morto antes de suas núpcias.

Suas peles se encostaram, a quentura da paixão violenta aconchegou seus corpos, entretanto, a ira da pequena fanática gritou com audácia:

—Me maltrate o quanto quiser, meu amor, mas me casarei por nós dois.

Foi possível, juro, para ouvir a fúria da alma de Heathcliff quando aquelas palavras chegaram em seus ouvidos.

Ele a soltou abruptamente, quase que jogando Catherine. Saiu da casa com sua capa balançando ao vento devida à raiva que guiava seus passos fervorosos. Acredito ter visto o início de uma lágrima nas beiradas de seus olhos, mas nenhuma caiu.

Ela iria se casar, me disse isso, mesmo assim, senti o medo e a incerteza em sua voz, nesse exato momento, soube que o destino esperava mais para Catherine Earnshaw que ela a cobraria disso.


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