Última Gota, o bar mais movimentado daquele área da periferia da cidade com seu enorme letreiro neon chamativo. Tanto dentro quanto do lado de fora estava cheio de pessoas aproveitando a noite

Caitlyn se encontrava sentada em uma mesa lateral bem próxima ao pequeno palco do bar, totalmente focada na mulher de cabelos rosa que cantava 

... Eles dizem que é minha culpa, mas eu a quero tanto
Quero levá-la para longe, onde sol e a chuva
Venham sobre o meu rosto, lave toda vergonha 
Porque estou sentindo por ela, o que ela sente por mim
Eu posso fingir, eu posso tentar esquecer 
Mas isso está me deixando louca, estou perdendo a cabeça

 Seraphine olhava com olhar carregado de emoção para uma pessoa na multidão do bar, Caitlyn não precisava desviar o olhar para saber para onde aqueles olhos azuis olhavam enquanto cantava 

Todas as coisas que ela me disse
Todas coisas que ela me disse
Passando pela minha cabeça 
Passando pela minha cabeça 
Passando pela minha cabeça 
Todas as coisas que ela me disse
Todas coisas que ela me disse
Passando pela minha cabeça 
Passando pela minha cabeça

 Dois copos foram soltos na mesa e logo ela sentiu a presença da outra mulher ao lado dela 

— Fecha a boca, baba vai escorrer — tom era brincalhão — sempre soube que você tinha algo com cabelo rosa 

— Talvez só as de cabelo curto briguentas — devolveu no mesmo ritmo pegando bebendo um pouco do copo que ela trouxe — algum motivo para tentar me embriagar?

— Nem e forte assim docinho — passou braço pela cintura da mais alta que continuava a olhar para o palco — você e do pior tipo de fangirl, constrangedor

— Muito engraçada — fingiu não estar corada pela provocação — nada para fazer além de ser espertinha?  

— Sei como sou incrível docinho — piscou para mais alta que revirou os olhos com sorriso carinhoso no rosto 

— Vocês me enojam — gargalhou do susto das mais velhas ao notarem ela sentada ao lado de Caitlyn — prefiro meu passarinho que esse show meloso de vocês

— Pow-pow desde quando você estava — se interrompeu olhando para olhar inocente fingido da irmã — espera, não quero saber

 Logo Powder voltou sua atenção para o pequeno palco onde a namorada cantava mais uma música 

— Tenho que aguentar vocês duas com essas caras de idiotas — falou baixo só para Caitlyn 

— Silêncio e uma linguagem que você devia aprender mãozuda — Powder sorriu do desgosto estampado da irmã mais velha — infelizmente para mim é vocês minha audição e ótima 

 Ignorando o último comentário as três mulheres seguiram ouvindo apresentação da rosada mais nova que durou mais algumas músicas 

— Obrigado gente, sempre bom estar aqui — se despediu ao descer do palco, da mesa elas podiam ver ela sendo parada por alguns dos frequentadores interessados junto de uma mulher alta que fumava um charuto que apertou ombro da rosada ao entrar na roda de conversa 

— Não vai buscar seu passarinho das garras da Sevika? — Vi perguntou apoiando na namorada para se dirigir a irmã 

— Ela sabe se virar — desfez com as mãos antes de roubar um gole do copo de Caitlyn fazendo uma careta — você quer derrubar minha adorável cunhada irmã? que bomba 

— Adorável?! — logo recebeu o cotovelo nas costelas perdendo pouco do fôlego — brincadeira cupcake 

— Sorte que eu te amo, ser irritante e um traço de família — Caitlyn pegou seu copo de Powder que mostrou a língua antes de serem interrompidas pela bola de energia rosa que chegou a mesa 

— Voltei meninas! — Seraphine aparentemente tinha se desvinculado da sua roda de conversa e estava em pé em frente a mesa com um daqueles grandes sorrisos que Caitlyn já havia ouvido algumas vezes Vi dizendo que ardia os olhos de tão brilhantes

— Se divertindo passarinho? — perguntou suavemente através do bar barulhento — espero que a ogra não tenha te entediado até a morte 

— Sabe que adoro tudo isso, mas sempre pode ficar melhor — segurou a mão da namorada a puxando para ficar de pé — você sabe como! 

 Seraphine puxou Powder para um beijo profundo surpreendendo pela ferocidade, entrelaçando o pescoço da namorada só se separando quando necessidade de oxigênio foi mais forte 

— Ok Sera — mesmo na iluminação do bar se via o raro momento das bochechas ardentes coradas da mulher de longas tranças azuis — você definitivamente não está sóbria 

— Eu te amo, não preciso de álcool para me deixar em êxtase — deu outro beijo rápido nela — você me basta amor 

 Alguém disse baixo algo como "que meloso", provavelmente Vi mas foi prontamente ignorada pelo casal 

— Vamos dançar — Seraphine puxou a namorada atordoada para outro lugar no bar — tchau garotas!

— Eu que bebo ela que fica tonta — Vi riu entre os goles finais do seu copo — algo que queira fazer agora que finalmente somos só nós? 

— Pensei que a mulher de iniciativa da relação era você — provocou a beijando lentamente — anda, vamos antes de começar a tropeçar nos nossos pés 

 Logo se levantaram para atravessar o mar de gente no bar rumo ao seu novo destino