Blizzard escrita por kanny


Capítulo 1
Capítulo único - Blizzard


Notas iniciais do capítulo

Quem é vivo sempre aparece, já diz o ditado. =)

Depois de anos, venho postar essa história curtinha e bem simples, mas que me veio a mente na noite de uma terça-feira qualquer e quis trazê-la ao mundo das fanfics.



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Eu estava sentada na poltrona 23 do ônibus ao lado da janela enquanto dobrava o grosso casaco que usei para me deslocar no frio intenso que fazia do lado de fora. Era dia 23 de dezembro, e para minha falta de sorte, estava nevando e as temperaturas estavam muito baixas. 

 

Infelizmente eu não tinha conseguido sair antes do alojamento da faculdade, e o ônibus só iria sair de Seattle em direção à Forks às 17h. As provas naquele fim de semestre haviam sido as piores até então, e o estágio no escritório de advocacia do casal Cheney,  tinha sido bem corrido nos últimos dias antes do feriado. 

 

Ao terminar de dobrar o casaco, do melhor jeito que consegui, o coloquei sobre a mochila que estava aos meus pés. Arrumei minha blusa azul escuro de lã e ergui um pouco as mangas, dentro do ônibus a temperatura estava agradável, mas os vidros do ônibus estavam completamente embaçados.

 

Conectei meus fones de ouvido ao telefone celular e escolhi um podcast sobre casos engraçados de escritórios que estava acompanhando. Ainda faltavam 10 minutos para o horário de saída do ônibus e muitas pessoas ainda estavam entrando e se acomodando em seus assentos, que eram marcados, evitando assim aquelas confusões, até que eu o vi.

 

— Por favor, que não seja do meu lado. Por favor, que não seja do meu lado. - Comecei com o mantra pedindo ao universo que fosse bonzinho comigo e o traste não sentasse ao meu lado. 4 horas era tempo demais perto dele. – Por favor, que não seja do meu lado.

 

— Que merda! - ele falou baixinho igualmente irritado com a coincidência desagradável. – Minha má sorte só piora.

 

Parado no corredor ao lado da poltrona vazia ao meu lado estava ele. Mais de 1,80 cm de altura, pele clara, olhos verdes esmeralda e cabelos ruivos bagunçados, mas que estavam cobertos com um gorro de lã preto.

 

— Por favor, me diz que seu assento não é o número 24. - falei com um muxoxo. 

 

— Bem que eu queria, mas você vai ter que me aguentar por 4 horas, Bellinha - ele disse colocando a mochila dele com uma força um pouco desnecessária no bagageiro acima das poltronas, retirou o casaco marrom escuro e longo que vestia e sentou-se em seguida.

 

— Bellinha é a sua… Não, que Esme é uma ótima pessoa e eu não vou xingá-la por sua culpa. - falei baixinho, para que os outros passageiros não ouvissem, mas deixando claro minha insatisfação. – Cadê a porcaria do seu carro? Porque não foi com ele? 

 

— Não que isso seja da sua conta, Pentelha, mas meu carro quebrou e eu precisei deixar na oficina e só tinha essa opção pra ir pra casa. - ele disse enquanto amassava o casaco de qualquer jeito para abaixar o volume. 

 

— Bem feito! - Eu ri de escárnio. – Agora fica quieto que eu quero viajar em paz.

 

— Fica quieta você. - ele disse puxando seus fones de ouvido de um dos bolsos do casaco e os colocando nas orelhas.

 

No mesmo momento o motor do ônibus foi ligado e felizmente iriamos começar o trajeto.

 

Apesar de conhecer Edward Cullen desde os meus 13 anos, desde que sua família se mudou para Forks, já que seu pai seria o novo médico do hospital da cidade, e termos ido para a mesma escola, a única da cidade diga-se de passagem, nós não somos amigos. Nunca fomos. Sempre implicamos muito um com o outro, e nunca conseguimos conviver bem.

 

Alice Cullen, sua irmã, ao contrário, era a minha melhor amiga desde essa época. Ela era o completo oposto do irmão, a começar pela fisionomia. Edward puxou o pai, já Alice tem muito de sua mãe. Os cabelos castanhos e a altura mediana vieram de Esme, apenas os olhos verdes-esmeralda iguais aos do pai e irmão.

 

O ônibus começou a sair do pátio da rodoviária de Seattle em direção a rodovia, os vidros embaçados não deixavam ver quase nada do lado de fora, apenas o branco da neve. Fiquei olhando pela janela o vulto da paisagem enquanto deixávamos a cidade e tentando ao máximo ignorar a presença do Edward ao meu lado, que aparentemente fazia o mesmo.



       Algum tempo depois ouvi gritos e despertei assustada. Edward dormia ao meu lado, próximo demais de mim. Seus longos cílios ruivos, suas bochechas coradas, a pele clara, a boca levemente entreaberta e com os lábios rosados.

 

Ele era muito bonito, eu não era cega, tampouco louca de negar esse fato, mas é um idiota que sempre implicou muito comigo e algumas coisas até me ofenderam um pouco, mas não era o momento de pensar nisso.

 

As pessoas ainda gritavam de vez em quando e falavam alto, também percebi que o ônibus fazia um zig-zag estranhos. Algo não estava certo. Olhei pela janela e o breu lá fora não me deixava visualizar absolutamente nada.

 

— Edward? Acorda. - balancei o corpo inerte ao meu lado. Como alguém conseguia dormir com aquele barulho? – Edward? Edward?

— Meu Deus, Bella. Me deixa dormir, eu tive plantão até às três da tarde. - ele disse se remexendo em sua poltrona e afastando minhas mãos.

 

—  Problema seu, Cullen. Tem alguma coisa errada acontecendo na estrada. - Eu falei o balançando novamente. Então ele abriu os olhos.

 

— O que está acontecendo? - ele perguntou mais desperto e olhando para os lados. – Ei, moça, o que está havendo?

 

Ele virou para a cadeira do outro lado do corredor onde uma senhora estava sentada com um menino de mais ou menos uns 10 anos de idade, ela tinha o rosto tenso e o abraçava.

 

— Também não sei bem, mas o motorista falou há pouco que estão tendo alguns deslizamentos de terra na estrada e está nevando bastante.

 

— Obrigado - Edward olhou me olhou de volta, e pra minha completa surpresa se debruçou sobre mim esfregando a manga da sua camisa no vidro embaçado.  – Não dá pra ver nada lá fora, está muito escuro. 

 

— Já são quase 19h. - eu disse olhando para o visor do meu celular.

 

— Eu vou até o motorista tentar saber o que está havendo. Coloca o seu cinto de segurança por via das dúvidas.

 

— Você não manda em mim, Cullen. - eu resmunguei, mas já procurando o cinto de segurança do meu assento.

 

O ônibus freava vez ou outra e desviava de algo na estrada, mas estava em uma velocidade baixa. 

 

Edward foi se segurando no topo das poltronas e no bagageiro do ônibus, até chegar próximo ao motorista. Eles conversaram algo e Edward puxou o telefone, alguns minutos se passaram e o vi retornar.

 

— Seu celular tem sinal? - ele me perguntou assim que se sentou. 

 

— Deixa eu ver - peguei meu celular tocando no visor, e nada. Não havia sinal. – Nada. O que está acontecendo?

 

— Deslizamentos de terra. Tem muitas árvores caídas e lama com neve escorrendo das encostas, mas não podemos parar. É via de mão dupla, mas de um lado tem as montanhas e do outro o Lake Crescent. O motorista está conectado via rádio com a polícia de Olympia, estão orientando que ele pare quando encontrar algum lugar seguro.

 

Edward falava baixinho, provavelmente para não alertar os outros passageiros. Mas eu já tremia da cabeça aos pés. 

 

— A gente vai morrer. - Eu falei um pouco alarmada demais e pensando nos piores cenários. – Estamos no meio do nada, com neve e deslizamentos de terra. Nos filmes as pessoas…

 

Edward me deu um tapa leve na testa enquanto me olhava entediado.

 

— Quer calar a porra da boca? - ele disse baixo – A gente não vai morrer sua tonta, é só neve, já passamos de Port Angeles, daqui a pouco estamos em Forks.

 

Tentei me acalmar, mas ouvi um barulho alto e o ônibus foi empurrado para o lado com muita força. Eu me agarrei a Edward, enquanto gritava a plenos pulmões. Todas as pessoas do ônibus gritavam palavras desconexas e sentimos o mesmo passando por cima de algo.

 

— Calma, Bella. Vai dar tudo certo. 

 

Edward me abraçava por cima do braço da poltrona, uma de suas mãos seguravam meus ombros e a outra estava em meus cabelos. As lágrimas começaram a descer pelo meu rosto e eu comecei a pedir a quem pudesse me escutar que ficasse tudo bem. 

 

O ônibus acelerou um pouco e depois parou. O motorista apareceu no começo do corredor e começou a gritar para que todos ficassem quietos.

 

— Pessoal, por favor, eu preciso falar. - o motorista acenava com as mãos para as pessoas que ainda falavam alto e outras choravam, assim como eu.

 

Edward me largou e assoviou muito alto fazendo com que todos do ônibus ficassem quietos. 

 

— Fiquem quietos e deixem o homem falar, caramba! - Ele gritou ainda em pé.

 

O motorista o agradeceu e começou a falar.

 

— Está nevando muito e as barreiras estão deslizando, quase ficamos presos agora a pouco, vocês sentiram o impacto! Eu estou com a polícia no rádio, está tudo interditado desde Sequim Bay até Beaver, muitos lugares ninguém passa mais. 

 

O falatório recomeçou e ninguém conseguia mais se escutar.

 

— Por favor, me deixem terminar! - o motorista pediu gritando novamente – Estamos a duas milhas de um camping e a polícia está mandando todo mundo ir para lá. Não sabemos como está a estrada, então se precisar iremos a pé, mas precisamos chegar lá logo. Está começando uma tempestade, e não temos muito tempo. Arrumem suas coisas, se formos andar quanto menos coisas melhor. Só itens de valor, documentos e roupas quentes. Sejam rápidos.

 

Ele finalizou voltando ao volante e fazendo o ônibus voltar ao trajeto. As pessoas começaram a ficar em pé tirando suas bolsas do compartimento e apressaram-se em ficarem prontas para qualquer coisa.

 

— Fodeu muito! - Eu falei ainda processando a merda em que estava metida, enquanto limpava as lágrimas do meu rosto.

 

— Para de pensar merda e arrume suas coisas. - Edward me disse já puxando sua mochila do compartimento superior. – Eu só trouxe minha mochila mesmo, iria voltar depois do natal. 

 

— Eu também só trouxe minha mochila. - Peguei a mesma que ainda estava sobre meus pés e coloquei em meu colo, abri o bolso lateral retirando o gorro e as luvas que havia guardado ali antes de sair do meu apartamento naquela tarde.

 

Coloquei o gorro e guardei as luvas no bolso do casaco. 

 

— Fica calma, ok? Vai ficar tudo bem.  - Ele disse olhando no fundo dos meus olhos e balançando a cabeça, mas a ruguinha entre seus olhos mostravam que ele estava tão preocupado quanto eu.

 

Alguns minutos se passaram e continuavamos na estrada, quando do nada o terreno pareceu mudar, como se estivéssemos saído da estrada. 

 

— Estamos na estrada para o camping! - o motorista gritou lá da frente. 

 

O ônibus ia devagar pela estrada escura, até que de repente um solavanco forte foi sentido, o ônibus inteiro balançou e parou. O motorista tentou religar o ônibus e forçar ele a sair do lugar, mas não aparentava estar tendo sucesso. 

 

Ele abriu a porta do ônibus, ligou uma lanterna e desceu, alguns segundos depois ele subiu apressado e gritou para todos:

 

— Pessoal vistam seus casacos, precisamos seguir a pé. Parece que caímos em algum buraco e a roda está presa, não temos tempo nem condições de tentar tirar agora. Mas já estamos perto, já dá pra ver algumas luzes.

 

Edward ficou em pé e começou a vestir seu grosso casaco. Levantei, colocando um joelho em cima da poltrona para me sustentar já que não tinha muito espaço e fiz o mesmo. 

 

— Vamos, Bella, eu te ajudo com isso.  - Edward terminou de se vestir e veio me ajudar a subir o zíper do meu casaco para que vedasse bem contra o frio. 

 

Ele nunca havia sido assim antes, tão prestativo e solicito. Era uma faceta diferente e em um momento completamente inoportuno, mas aparentemente Edward não era tão idiota quanto eu sempre pensei que fosse. 

 

Enquanto ele me ajudava com o zíper eu vestia as luvas e ajeitava o gorro tampando bem as minhas orelhas. Algumas pessoas já começaram a descer apressadas e eu não queria ficar para trás. 

 

— Vamos, Edward. As pessoas já estão indo. - ele assentiu pegando sua mochila e andando pelo corredor em direção a porta. 

 

O vento congelante foi a primeira coisa que eu senti. Foi como se mil agulhas perfurassem meu rosto. Meus olhos começaram a arder e meu nariz doeu ao respirar. Estava muito frio!

 

Coloquei minha mochila em minhas costas assim que pisei fora do ônibus, meus pés afundando na neve fofa. Esfreguei as mãos enluvadas levando ao rosto para esquentar um pouco a região.

 

— Não parece ser tão longe, dá pra ver as luzes daqui. - Edward disse enquanto puxava o gorro do seu casaco para cima, ajudando a barrar um pouco os flocos de neve que caiam. Tentei fazer o mesmo, mas o meu estava preso embaixo da mochila em minhas costas. 

 

— Eu te ajudo, espera.  - ele veio ao meu socorro levantando um pouco a mochila e tirando o gorro. Ele cobriu minha cabeça e ajeitou minha touca por baixo. 

 

Realmente, parecia outra pessoa. Talvez os anos de faculdade de medicina o fizeram mais humano e menos idiota. Respirei fundo vendo que estávamos perto demais um do outro. 

 

Apesar de sempre implicar comigo e eu com ele, e por vezes eu sentir uma raiva descomunal dele, Edward tinha algo que atraia as pessoas. Talvez fosse sua altura e figura imponente, ou talvez fosse apenas o charme dos Cullens. Seu pai, mesmo no auge dos seus cinquenta e poucos anos, ainda era muito charmoso.

 

Com o ônibus fechado nos pusemos a andar em pequenos grupos, Edward ia sempre ao meu lado e vez ou outra ajudava algumas outras pessoas pelo caminho. Todos os passageiros estavam com as lanternas de seus celulares ligadas para iluminar um pouco o caminho.

 

A neve fofa me fazia vacilar os passos e me desequilibrar, e eu estava muito cansada e começando a suar pelo esforço físico, o que não era bom, já que estava nevando muito.

 

— Merda! - ralhei ao cair com as mãos afundando na neve para aparar a queda, e meu celular foi jogado longe. 

 

— Cuidado, Bella. Pise nas pegadas das pessoas. - Ele me ajudou a levantar, batendo a neve da minha roupa e das minhas luvas. Abaixou-se novamente e pegou o meu celular que caiu com a lanterna acesa para cima. 

 

— Obrigada. - falei ofegante. Ele apenas assentiu e voltou a andar.

 

As luzes do camping ficavam cada vez mais próximas, e eu agradecia por isso, minhas mãos e pés estavam doendo, eu estava ficando muito gelada e o esforço físico estava me trazendo ao limite. Acho que andamos cerca de um ou dois quilômetros até chegarmos à entrada de carros do acampamento. 

 

A placa informava que era o Clallam County Parks Camp David Jr. Eu havia ido ali quando criança para uma festa de aniversário do Mike Newton, que estudava comigo na escola de Forks. Seus pais tinham uma loja de artigos esportivos onde meu pai sempre comprava seus suprimentos para pesca. Aquela festa tinha sido legal, mas eu não lembrava muito do local. 

 

Um grupo de rapazes se aproximaram e nos levaram para dentro. Aparentemente a polícia da região estava encaminhando para lá todos que ficaram presos na rodovia e conseguiam chegar.

 

— Vocês estão em quantos? - O rapaz perguntou com uma prancheta em mãos. A casa quentinha me fez começar a tirar o casaco molhado da neve. 

 

— 16 pessoas no total. - o motorista do nosso ônibus informou também retirando seu casaco e colocando na pilha que começava a se formar. 

 

— Ok. Já estamos muito acima da capacidade, não temos quartos para todos e isso não é um hotel. - o rapaz disse alto para que todos ouvissemos. – Meu nome é David, e eu sou o dono do acampamento. 

 

Todos assentimos. 

 

— Só temos 8 cabines e em tempos normais nossa capacidade é de 100 pessoas, mas já temos 129 com vocês, ou seja, vocês vão ter que se apertar, e ainda tem mais gente chegando, segundo a polícia. 

 

Aparentemente as coisas estavam piores do que eu pensava, mas estávamos a salvo, e isso era o mais importante. 

 

— Só temos dois banheiros coletivos, mantenham eles limpos. A cozinha está preparando algo quente para todos e temos cobertores, toalhas, mantas e cortinas que vão ser usadas para todos se aquecerem durante a noite. É isso. O pessoal vai pegar seus nomes e dividir vocês em grupos.

 

Uma senhora de idade entregava um copo com algo fumegante enquanto outras pessoas estavam recolhendo os casacos para serem secos próximo a lareira. Peguei o copo e agradeci.

 

— Você tem outra roupa na mochila? Você está tremendo, sua roupa tá úmida. - Edward disse passando a mão nos meus braços.

 

— Eu estou bem, só um pouco de frio. - eu falei tirando suas mãos dos meus braços. – Eu tenho uma troca de roupa na bolsa. 

 

— Você, garota bonita, qual o seu nome? - Um cara de boné e camisa de banda de rock se aproximou de mim. Ele fazia parte do grupo que estava com uma prancheta nas mãos. 

 

— Isabella Swan. - respondi. 

 

— Isabella, ok. Você vai ficar na cabine 6 gatinha, é a mesma que a minha, se precisar de algo é só me chamar. - ele disse e piscou de uma maneira que talvez fosse para ser sexy, mas parecia mais que algo tinha entrado em seu olho.

 

— Edward Cullen. - Edward falou alto chamando a atenção do cara abusado. – Meu nome é Edward Cullen. 

 

— Certo. - o cara falou enquanto escrevia na prancheta. – Você fica na cabine…

 

— Vou ficar com ela, nós estamos juntos. - Edward falou passando um braço por cima do meu ombro e me puxando para perto dele. Fiquei sem reação. – Cabine 6, não é? A mesma que a sua. Obrigado pela ajuda, cara.

 

O cara olhou para Edward por alguns segundos e depois de novo para mim, bufou e saiu andando para pegar o nome de outras pessoas.

 

— Que merda é essa, Cullen? - Falei baixo.

 

— Nós não conhecemos essas pessoas, Bella. - ele explicou. – Pelo jeito dele, boas intenções não tinha. É melhor a gente ficar juntos enquanto estivermos aqui.

 

— Você tem razão. - eu disse pensando no jeito que o cara me abordou. – Você é melhor do que nada para me proteger aqui.

 

Ele bufou irritado e me ignorou.

 

Nos serviram um pouco de sopa quente com um pedaço de pão. Fui para perto da lareira tentar me esquentar um pouco enquanto comia. Como o dono do local disse, não era um hotel, e aquilo era o que tinha disponível para tantas pessoas. Enquanto comíamos mais um grupo de 9 pessoas chegou. 

 

— Quem vai pra cabine 6, peguem seus casacos, suas coisas e venham comigo. - um outro rapaz próximo a porta de entrada gritou enquanto vestia seu casaco.

 

Edward e eu fomos até a pilha de casacos espalhados próximos a lareira e pegamos os nossos. Ainda não estavam secos, mas estavam um pouco aquecidos.

 

Vesti rapidamente e peguei a minha mochila no chão colocando-a nas costas. Edward fazia o mesmo, dessa vez sem me ajudar já que eu tinha mais espaço para me mover.

 

Saímos da casa principal em direção às cabines em um grupo de 5 pessoas. Eram como cabanas com estruturas de madeira no meio do mato. Todo o caminho estava ainda mais abarrotado de neve e os flocos que caíam eram ainda maiores e mais intensos que antes. Andamos por uns 50 metros até a cabana de número 6, e só paramos no caminho para que todos fossem ao banheiro.

 

Ela tinha 2 andares, uma sala pequena com uma lareira acesa e duas poltronas no canto, duas portas que provavelmente eram quartos, uma pequena copa e uma escada que levava ao andar de cima.

 

— Os quartos já estão com várias pessoas. Mas ainda tem duas camas em um deles. - o rapaz explicava e apontava para o cômodo.  – Ali no canto tem mantas para vocês se cobrirem, os banheiros estão lá fora, não tem jeito. Tem água, chá, pão e biscoitos na copa. Amanhã vamos trazer o café da manhã, não cabe todo mundo na casa principal. Durmam bem.

 

O rapaz terminou seu discurso e foi embora. Nosso pequeno grupo de cinco pessoas começou a se organizar. Uma das mulheres do grupo era a que estava ao nosso lado no ônibus junto ao filho, Seu nome era Sue e seu filho Seth, e o homem conosco era seu marido, Billy. Eles estavam indo para La Push.

 

Resolvemos que o casal com o filho iriam para o quarto. Eles iam se apertar em apenas duas camas, mas teriam mais conforto para a criança. Edward e eu íamos ficar com a sala.

 

Eu e Edward forramos uma manta no chão coberto por um grosso tapete e nos sentamos sobre ela, cada um com seu cobertor. 

 

— Sua roupa secou? - Edward perguntou enquanto eu remexia na mochila procurando a bisnaga de hidratante que sempre carrego.

 

— Sim, por isso nem troquei. Não sei quanto tempo vamos ficar aqui.

 

— Não trocou porque é porca. - Edward disse rindo. Eu revirei os olhos e continuei a minha procura. – Está procurando o quê?

 

— Hidratante. Eu estou com as mãos doendo da queda e não tenho pomada, então o hidratante vai ter que servir. - respondi enquanto puxava minha necessaire e tirava a bisnaga de hidratante de dentro dela.

 

— Porque não me falou que estava machucada? Eu sou médico, esqueceu? - ele disse pegando as minhas mãos para examinar e as puxando em direção a claridade que vinha da lareira para enxergar melhor.

 

— Quase médico, você ainda está na residência. - eu o corrigi. Ele apenas bufou e tirou um pouco do hidratante passando nas minhas mãos.

 

Isso era íntimo demais para nós. Suas mãos massageavam as minhas que estavam vermelhas e arranhadas. 

 

— É apenas superficial, está um pouco inchado e tem alguns arranhões.  - Suas mãos continuavam a massagear as minhas. 

 

A luz da lareira sua pele estava ainda mais pálida, mas suas bochechas tinham um bonito tom de rosa por conta do calor. Seus cabelos brilhavam, lembrando um pouco as labaredas. Eu observava seus gestos com atenção, era como se o Edward que eu sempre conheci fosse outra pessoa completamente diferente desse a minha frente.

 

— Você está diferente. - eu falei sem pensar muito. – Digo, você sempre foi um idiota comigo, mas hoje você não está sendo de todo ruim.

 

Ele riu. 

 

— Eu não sou um idiota. Pode perguntar a minha mãe.  - eu ri com essa. – Eu não sou um idiota, Bella. 

 

Levantei uma sobrancelha em descrença e retirei minhas mãos das suas, guardando o hidratante na mochila e a colocando ao lado.

 

— Ok. Às vezes eu sou um pouco. - ele admitiu. – Mas se eu sou idiota com você foi porque você começou tudo isso, não se esqueça.

 

— Eu?! - falei ultrajada, um pouco alto, mas me lembrei das outras pessoas na casa e abaixei minha voz. – Eu? Você quem começou tudo isso, seu idiota.

 

Eu não acredito que ele queira se livrar da responsabilidade de ter começado toda aquela implicância comigo.

 

— Nem vem, Swan. Você surtou do nada no sétimo ano e jogou um copo de suco na minha cara no meio do refeitório.

 

— Sim. Mas foi você que começou me ofendendo. 

 

— Eu te ofendi quando, Swan? - ele perguntou irritado.

 

—  Não se faça de sonso. Foi você quem estava falando sobre meus peitos para Tayler.

 

— Quando eu falei dos seus peitos? - ele arregalou os olhos.

 

— Eu ouvi você falando: “O que ela acha que está fazendo desfilando aqueles peitos por aí? Eles são ridiculos”. Eu ouvi Edward! - eu expliquei relembrando a cena.

 

Eu estava indo para o refeitório naquele dia quando passei pela sala de música que estava com a porta entreaberta e eu ouvi meu nome. Tyler Crowley e Edward estavam lá dentro e aparentemente o teor da conversa eram meus peitos que haviam resolvido se desenvolver de vez durante aquele verão. Não eram peitos enormes, mas eram dignos e adequados para uma menina de 14 anos.

 

— Eu nunca falei que seus peitos eram ridículos, meu Deus. - Ele passou as mãos nos cabelos.

 

— Não adianta negar, eu ouvi muito bem. - eu repliquei. – Eu só tinha 14 anos, tinha acabado de voltar das férias com alguns números a mais no sutiã e tudo o que eu não precisava era de você falando merda por aí. Eu fiquei muito ofendida.

 

Aquilo tinha mexido muito com minha auto confiança por algum tempo. Parecia que todos só olhavam para meus novos peitos e isso me deixou muito constrangida na escola.

 

— Eu lembro desse dia, mas não foi como você disse.  - ele começou.  – Eu estava na sala de música com Tyler sim, mas ele estava dizendo que eu não parava de olhar para seus peitos e que eu ia me ferrar se você percebesse. Eu estava dizendo a ele que eu não conseguia parar de olhar para seus peitos, você estava desfilando eles por toda a escola naquela blusa azul marinho com decote e que era ridículo isso. 

 

Eu pisquei ainda tentando entender essa história.

 

— Qual é Bella? Eu tinha 14 anos também, os hormônios a mil e eu estava irritado com você desfilando seus peitos e eu ficando com a barraca armada durante toda a aula. 

 

Ele confessou e riu. 

 

— Eu não estou entendendo. - eu comecei. – Eu ouvi você falando…por isso eu joguei o copo de suco na sua cara. Eu estava tão irritada e constrangida pelo o que eu tinha ouvido que quando eu vi você entrando no refeitório não pensei direito.

 

— Eu percebi. - ele riu. – Eu fiquei em choque com aquela cena do nada. Fiquei muito irado com você e liguei o foda-se. 

 

— Então você não falou para o Tyler que meus peitos eram ridículos? - eu perguntei ainda sem querer acreditar na versão dele. 

 

— Definitivamente você tem peitos muito bonitos,  Bella. Sempre teve, nunca houve nada de ridículo nisso. - ele disse sem humor olhando para mim. 

 

Eu o encarava de volta. Estávamos sentados sobre o tapete, ainda próximos.

 

— Então todos esses anos de implicância mútua foram apenas por uma falha de comunicação? 

 

— Não senhora, todos esses anos de implicância é porque você é uma tonta que fica escutando atrás das portas. 

 

— Vá a merda, Cullen. - eu disse mostrando o dedo do meio para ele. – Eu posso ter entendido errado, mas você nunca fez esforço nenhum para melhorar a situação. E veja só onde estamos. 

 

— Eu tenho duas bolas, mas nenhuma é de cristal. - ele disse sarcástico. – Como eu ia saber que você tinha ouvido minha conversa com o Tyler?

 

— Foda-se. - Eu disse e me deixei ajeitando a coberta e ficando de costas para ele.

 

Eu o ouvi resmungar algo, mas não consegui compreender. Fiquei repassando essa história toda na minha cabeça, mas algo chamou minha atenção. Eu fiquei sentada e olhei para Edward que estava deitado com as costas no tapete e uma das mãos atrás da cabeça.

 

— Você fica olhando para os meus peitos até hoje? E você disse que meus peitos são bonitos?

 

Me desculpe por ouvir a conversa alheia, Edward. Sinto muito por todos esses anos implicando com você, esse rapaz maravilhoso, lindo e de boa família. - Ele falou tentando miseravelmente imitar a minha voz. 

 

— Vá a merda. - mostrei a língua. – Me responda.

 

Ele respirou fundo e depois olhou para mim, ainda deitado.

 

— Você quer a resposta que te agrade ou a verdade? 

 

— Claro que a verdade, Cullen. - respondi impaciente.

 

— Eu ainda fico de pau duro quando encaro muito os seus peitos.

 

Pisquei algumas vezes tentando assimilar o que acabei de ouvir.

 

— Como é que é? - meu estômago começou a ficar gelado a medida que fui internalizando a sua resposta.

 

— Eu já disse. Você queria a verdade. - Ele deu de ombros. E baixou os olhos do meu rosto para meus peitos cobertos pela blusa de lã azul escuro.

 

Instintivamente eu desci meu olhar. 

 

— Se vamos começar a encarar as partes íntimas um do outro, eu prefiro que seja sem roupas. - ele disse sorrindo amplamente.

 

— Quem está encarando o quê, Cullen? Vê se cresce. - eu respondi constrangida e voltei a me deitar de costas pra ele esperando que assim o assunto se encerrasse. 

 

Mas que merda de dia! Parece que eu entrei em uma realidade alternativa onde tudo ficou do avesso. 

 

De repente senti o calor do corpo de Edward se aproximando do meu corpo. 

 

— Vai dizer que nenhuma vez você deu uma segunda olhada no material aqui?  - sua boca estava muito perto da minha orelha. Um arrepio correu todo o meu corpo. – Ou que você já não se imaginou me tocando, ou melhor, será que você já se tocou pensando em mim, Bella?

 

— Dá pra parar?! Eu quero dormir. - falei me cobrindo ainda mais.

 

É claro que já imaginei. O maior motivo de ter ficado tão constrangida e ofendida pelo que escutei na sala de música foi por ter uma paixonite adolescente por ele. 

 

Eu sempre via Edward, seja na escola ou na casa dele, já que a irmã dele sempre foi minha melhor amiga. Eu me pegava espiando ele, o mais discretamente quanto minha paixonite permitia. 

 

Chorei muito naquele dia quando voltei para casa, acreditando que ele era apenas um idiota como todos os outros e não tão incrivel quanto a minha imaginação e sentimentos me diziam.

 

— Já que eu comecei a falar a verdade… - ele começou a falar ainda mais perto de mim. – A primeira vez que eu bati uma punheta foi pensando em você. Quando você apareceu com esses peitos depois do verão. Você tinha viajado com seus pais e do nada você estava mais alta, mais bonita e gostosa. Eu quase não consegui chegar em casa naquele dia.

 

Ofeguei baixinho com sua confissão. O que é que ele estava dizendo? Porque ele não calava a boca?

 

— Eu odiava quando você ia lá em casa para dormir com Alice, com aqueles shortinhos que deixavam suas pernas à mostra.  - ele continuou.  – Sabe, Bella, eu tinha uma paixão secreta por você naquela época, e mesmo implicando com você depois que você jogou suco na minha cara e começou a me tratar mal, eu demorei a superar. 

 

Eu estava estática. Será mesmo verdade? 

 

Ele aproximou ainda mais seu corpo do meu e colou sua boca em minha orelha. Uma de suas mãos foi para a minha cintura, apertando o local e me puxando de encontro ao seu corpo. Eu estava ofegante e com o corpo todo arrepiado. Porque ele estava fazendo isso comigo?

 

— Durante os anos, vez ou outra eu tinha sonhos quentes com você. - Ele lambeu o lóbulo da minha orelha me fazendo ofegar. – Onde eu te beijava, te chupava e me enfiava em você até você gritar meu nome. 

 

— Edward… - minha voz estava rouca e ofegante saindo mais como um gemido do que o protesto que eu queria fazer. – O que você está fazendo?

 

Ele me virou para que eu ficasse com as costas no tapete, nossos olhos se encontraram e os dele me fizeram engolir em seco. Seus olhos estavam escuros de aparente desejo. Isso tinha escalado muito rápido, minha cabeça zumbia com tanta informação.

 

— Se você não se sentisse pelo menos atraída por mim já teria me afastado. - ele constatou o óbvio. – Eu nunca te odiei ou qualquer coisa do tipo, Bella. Eu sempre tive um tesão enorme por você e isso me deixava com raiva toda vez que te via. Você com esse narizinho em pé me enfrentando e me xingando me deixavam com muita raiva, mas também com muito tesão. 

 

Ele baixou a cabeça e passou o nariz na curvatura do meu pescoço. Um gemido baixo escapou dos meus lábios com esse contato me fazendo segurar o lençol com as unhas.

 

— Seu cheiro é delicioso, você inteira é deliciosa de se olhar.  - Ele voltou a me olhar, seus olhos encarando meus lábios. Eu me sentia quente sobre seu olhar.  – Eu sempre me perguntei como seria provar.

 

Ele lambeu seus lábios e o movimento me fez olhar para lá, o desejo de experimentar seu gosto, saber como seria beijar Edward Cullen me dominou e de repente me vi segurando seus cabelos e o puxando para mim, colando nossas bocas.

 

Nós dois gememos com o contato. Eu sentia como se uma corrente elétrica percorresse meu corpo com o contato. Era diferente de todos os outros toques acidentais ou não que já tivemos durante a vida. Era como se nossos corpos se atraíssem.

 

Sua boca ávida explorava cada centímetro da minha, sugando meus lábios me fazendo gemer baixinho e suspirar. Seu corpo estava inclinado sobre o meu, uma de suas mãos estava embrenhada em meus cabelos segurando minha nuca e ajudando a guiar o beijo. A outra vagueava na lateral do meu corpo.

 

Quando o ar se fez necessário seus beijos migraram para o meu pescoço, beijando e chupando cada centímetro que conseguia. Uma de minhas mãos segurava seu cabelo, um desejo antigo, de uma Bella adolescente. Sempre quis saber como seria enfiar minhas mãos naquelas mechas acobreadas.

 

Aproveitando minhas mãos em seus cabelos, o puxei novamente para um beijo, ele riu em meus lábios, mas novamente voltou a me devorar com sua boca exigente. 

 

Eu sentia seu membro duro se esfregando em minha perna a procura de algum atrito, eu não estava em melhores condições, sua mão atrevida começou a levantar a barra da minha blusa de lã e a racionalidade enfim voltou a cena.

 

— Edward, para. - pedi enquanto ele gemia em frustração ainda atacando o meu pescoço. Meus olhos estavam nublados de desejo, mas alguém tinha que ser racional naquele momento. – Nós estamos no meio da sala, a qualquer momento pode vir alguém aqui.

 

Ele parou os beijos com um muxoxo, e me olhou nos olhos. Os seus brilhavam a luz da lareira, sua boca estava levemente inchada dos beijos, e avermelhada, e seus cabelos ainda mais desordenados do que de costume. 

 

— Você tem razão. - Ele falou com sua voz levemente rouca e em seguida limpou a garganta. – Eu preciso me acalmar. Ele respirou fundo e se apoiou em seu braço, ainda junto a mim.

 

Ele ficou me olhando com aqueles olhos verdes esmeralda enquanto minha mente estava um turbilhão de pensamentos.

 

Eu.beijei.Edward.Cullen.

 

Hoje à tarde nós ainda estávamos discutindo um com o outro e agora acabamos de nos beijar. Isso foi de zero a cem muito rápido. 

 

— Para de pensar, Bella. - ele pressionou um dedo em minha testa levemente e depois deslizou pela lateral do meu rosto. 

 

—  Você me beijou. - falei o óbvio e senti minhas bochechas e pescoço esquentando.

 

— Correção, você me beijou. - ele riu. – Nós nos beijamos, é isso.

 

— Porque isso tudo agora, Edward? - eu perguntei me sentando de costas para a lareira e de frente para ele.

 

— Porque me deu vontade. - Ele também se sentou e deu de ombros ao responder. – Eu só estou cansado disso. Eu sempre me senti atraído por você, acho até que tinha uma paixãozinha por você na adolescência. As coisas se complicaram, mas você sempre esteve por perto. É amiga de Alice, sempre te encontrava em Seattle ou em Forks nos feriados. Sei lá, só estou cansado de fingir ou de sentir raiva de algo que nem existe mais.

 

A sinceridade dele era algo diferente para mim. Nós não conversamos. Eram apenas cumprimentos na frente das nossas famílias nos feriados, ou xingamentos quando estávamos a sós. 

 

— Você está bem direto hoje. - eu disse. Ele apenas sorriu. – Ok. Me desculpe, em partes, pela implicância ao longo dos anos. Eu fiquei muito magoada com aquele comentário que ouvi. Para uma adolescente em plena fase de desenvolvimento escutar seu crush falando algo do tipo, ou da forma que eu pensei ter ouvido, me ofendeu muito e acabou mexendo com outras coisas dentro de mim.

 

— Tudo bem, Bella. Agora eu vejo que não era legal ficar comentando do seu corpo com quem quer que fosse, mesmo que não de forma negativa. - ele falou pegando minha mão e um sorriso torto apareceu em seu rosto. – Então quer dizer que você tem um crush em mim?

 

— Tinha. Passado. Eu tinha 14 anos, por favor, Edward. - eu disse jocosa.

 

— Do jeito que nos beijamos… - ele disse sorrindo. – Vamos deixar rolar, Bella?

 

— O quê? - perguntei confusa.

 

— Nós temos química, nos conhecemos há anos, simplesmente vamos deixar rolar  - ele aproximou seu corpo de mim indo beijar o meu pescoço me fazendo derreter instantaneamente. – Sem pressão. O que você acha?

 

— Eu não sei…Edward…- seus beijos me deixavam com a mente nublada. Mas o que eu tinha a perder?  – Vamos conversar amanhã com mais calma, ok? Vamos dormir por enquanto. O dia de hoje foi muito… estranho, confuso e perigoso.

 

Ele parou me olhando nos olhos e me beijou. Novamente aquela corrente elétrica percorreu todo o meu corpo. Seus lábios macios exploravam os meus beijando e chupando. Sua mão em minha nuca me trazia para mais perto dele. As minhas mãos também o exploravam, se infiltrando em seus cabelos sedosos e arruivados, e passando as mãos em seus ombros largos e braços fortes.

— Vamos dormir. - ele disse me dando um último selinho. Eu estava tonta e olhava com os olhos nublados de desejo por mais, mais contato, mais beijos, mais Edward Cullen.

 

Ele deitou de costas no tapete e me puxou para perto de si, cobriu melhor nossos corpos com as mantas que estavam ali e me aconchegou junto ao seu peito. 

 

— Boa noite, Bella. - ele disse e deu um beijo no topo da minha cabeça. Suspirei desejosa.

 

— Boa noite, Edward.


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Notas finais do capítulo

É isso pessoal, foi algo bem simples, mas que me veio a mente e não pude evitar de escrever.

Faz alguns anos que não escrevo nada, e conseguir concluir essa história mesmo que curtinha me fez reviver um pouco dos tempos áureos das fanfics de Crepúsculo.

Se gostaram, deixem um comentário ;)

Até mais.