Um Reino de Monstros Vol. 2 escrita por Caliel Alves


Capítulo 26
Capítulo 5: Semeando ventos - Parte 7




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Um cerimonial em memória das vítimas foi realizado em Alfonsim, com luto oficial de três dias. Moradores de todo o território do Baronato vieram até a cidade-capital.

Por telemagos, os flandinos acompanharam o funeral, e esse mesmo espaço foi usado para explicar a campanha articulada pelo trio de heróis com apoio da célula da Resistência flandina. O barão Dumas aproveitou para apresentar a sua proposta de coalizão:

— O Baronato de Flande não está oferecendo apenas uma mão amiga, mas uma oportunidade conveniente e precisa para encerrar a Segunda Grande Guerra de modo satisfatório.

— E como vocês pretendem fazer isso, se nos permitem saber?

O Barão de Alfonsim indagou Dumas, ele falava da sacada de seu palácio. O grande telemago posto perto de Sua Alteza mostrava o Barão de Flande ao vivo.

— O modelo de guerrilha distante e improvisado não surtiu o efeito desejado. Uma aliança internacional será mais eficaz. O envio do Monstronomicom as vossas terras é demonstração mais do que suficiente de nosso empenho e honestidade. Qualquer tipo de diferença deve ser posto de lado nesse período para que possamos derrotar a Horda.

O nobre alfonsino, em cima de um púlpito, ouviu Dumas até o fim e refletiu as suas palavras.

Ele se sentia tentado a aceitar a proposta imediatamente, mas precisava da opinião pública do seu lado para que mantivesse a sua governabilidade intacta.

O problema não é esse, barão Dumas. Depois que a guerra contra os monstros acabar, nós teremos cedido não apenas soldados, mas também tecnologia e informação que depois pode ser usada contra nós mesmos, e isso é uma escolha difícil... Arf, nossa força numérica caiu bastante, e nesse momento todas as nossas armas devem estar apontadas para o mesmo inimigo: os monstros...

— Povo de Alfonsim, como o seu barão, eu devo zelar pelo vosso bem-estar. O barão Dumas nos traz uma luz nestes tempos de trevas. Tendo nós alquimistas o dever de estender a mão e prover a força necessária para proteger nossa futura geração deste mal que assola o mundo de Lashra. O que me dizem?

Pelo bom uso da retórica, o povo aplaudiu as suas sábias palavras e confirmou a sua escolha: Alfonsim seria parte da aliança. O barão ficou satisfeito.

— Tivemos grandes perdas nesta batalha, dentre eles o general-brigadeiro Osório. O Conde Verdramungo foi morto na guerra, e o seu corpo não pôde ser encontrado. Seus simpatizantes foram presos, e o seu braço direito, Floriano, se suicidou antes de ser apreendido. Nosso departamento de investigação está intimando suspeitos de colaborarem com as Almas de Rapina, e logo serão julgados de acordo com os seus crimes.

O nobre evitou falar no DEM e na Pedra Filosofal, propositadamente, este agora era um assunto de segurança mundial.

— Mas os bravos heróis enviados por Flande nos resgataram da mão dos monstros e possibilitaram a purificação de nossos cidadãos. Venham até aqui, quero agradecer-lhes pessoalmente.

Rosicler e Tell subiram ao púlpito e deram as mãos ao barão. Saragat foi amparado por Letícia e Azambuja.

O barão era um homem baixo e bigodudo, calvo no topo da cabeça, mas de aparência sorridente e muito educado, usava um pincenê de aro dourado. Na sua casaca, um broche com o símbolo de uma coroa era visível. Ele vinha de uma família secundária dos Habsburgos, um verdadeiro nobre.

— Diga algo para a nossa população.

O povo gritou pedindo um discurso, o mascarado mesmo, sendo o líder do grupo, optou por não falar. No momento, ele não transmitia muita segurança por estar debilitado e o porta-voz do grupo foi Tell.

— B-bom dia a todos os cidadãos de Alfonsim. Oi, o meu nome é Tell, Tell de Lisliboux, filho...

— Tell, não precisa contar toda a sua árvore genealógica. Fale só o necessário, seu pivete.

O mago-espadachim percebeu que o conjurador tinha toda a razão.

— Cidadãos de Alfonsim, eu sou o portador do Monstronomicom, uma ferramenta criada para devolver a humanidade ao seu lugar de origem. Com a minha companhia, nós iremos libertar as pessoas do... do que mesmo, Saragat?

O Lisliboux cochichou virando-se para trás, o mascarado deslizou a sua mão pelo rosto.

— Você não memorizou o discurso, né? É “do julgo opressor”, lerdo.

— ...desculpem, do julgo opressor. Podem confiar em nós, estamos aqui para servi-los e protegê-los.

Até mesmo o barão bateu palmas para o garoto que demonstrou muita maturidade.

Queria que Index estivesse aqui...

A criatura pediu para vasculhar as novas aquisições no interior do livro, muitos monstros atacados pelo DEM ainda puderam ser catalogados.

— Os nossos heróis ficarão aqui até a sua vontade de partir. Que Alfonsim os receba tão bem como me receberam.


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