Heaven escrita por Riena


Capítulo 3
Let me let you in my plan


Notas iniciais do capítulo

Oie pra quem está por ai.



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Nesse mesmo dia, Edward voltou a ver Bella. Tocou a campainha. Bella abriu a porta, confiante que Alice tinha esquecido a chave. Ficou envergonhada quando viu Edward do outro lado da porta. Ele parecia ter saído de uma capa de revista, enquanto ela vestia um short de pijama, uma sweater demasiado grande para ela. Ela queria ter um buraco para se esconder. Quase se amaldiçoou por não ser como Alice e estar sempre arrumada e preparada para visitas surpresa. No entanto, Edward não pareceu incomodado com o que ela vestia. Ele sorriu. Parecia descontraído. Bella nunca o tinha visto tão descontraído, até porque eles pareciam só se encontrar em momentos de grande tensão. Ele lhe entregou o seu celular esquecido na festa. Bella agradeceu. Parecia que passava a vida lhe agradecendo, mas isso era só porque ele parecia passar a vida fazendo coisas por ela. Bella sentia uma excitação invulgar. Não tinha mais como negar a si mesma que estava interessada nele. Podia tentar se enganar, mas ficava bastante óbvio quando ela virava um turbilhão de emoções sempre que o via. Bella o convidou para entrar. Teve medo que ele falasse que não. Ele parecia saber que não deveria aceitar, mas ainda assim entrou. Ele perguntou se estava tudo bem com ela, depois do que tinha acontecido. Bella, absorta na beleza dele, apenas assentiu com a cabeça. Ele pareceu aliviado. Ele realmente tornava difícil manter um raciocínio. Bella teria que se acostumar com isso. Não queria parecer uma louca obcecada por ele. Apesar que na verdade ela talvez fosse. Ela queria lhe fazer perguntas. Pensava em perguntas que provavelmente ele não saberia responder. Porque você sempre está nos meus sonhos. Porque você é tão lindo. Porque você me faz sentir coisas que nunca senti antes. Quem é você de verdade. No entanto, ela não perguntou nada disso. Falaram de coisas banais. Continuava sendo interessante para Bella. Qualquer coisa que ela pudesse saber sobre ele, ela aceitaria. Eles comeram. Eles conversaram. Eles riram. Pareciam se conhecer bem. Era fácil falar com ele. Era fácil esquecer do tempo. Eventualmente ele foi embora. Bella o acompanhou até a porta. Nenhum dos dois parecia saber o que dizer. Ele perguntou se ela tinha planos para o dia seguinte. No interior de Bella, ela gritou de euforia. Queria que seus planos o envolvessem. Ele quase parecia em sofrimento. Bella pensou que ele não deveria fazer essa pergunta a outras mulheres muitas vezes. Possivelmente elas se jogavam no seu pescoço antes mesmo dele ter a chance de falar algo. Ele falou que voltaria. Bella mal podia esperar. Por um momento Bella pensou que o clima ficaria constrangedor, mas eles riram. Edward quase tocou o rosto dela. Quase. Bella ficou olhando ele ir embora. Parecia não ter pressa. Correu para o quarto se perguntando como que o tempo tinha passado tão rápido. Ela queria pegar um dos seus livros, ler um pouco, mas tudo o que ela conseguia pensar era nele. Repassou na sua mente todo o tempo desde que o conheceu. Lembrou de Mike socando a cara dele. Olhou sua blusa ainda com o sangue. Não lhe parecia mais sangue. Na verdade, ela mesma ficou em dúvida se a tinha realmente usado para limpar o sangue dele. Tudo o que ela viu foi reflexos brilhantes. Com certeza estava tão nervosa que imaginou ter cuidado dele. Era óbvio que não existiam vestígios de sangue na sua blusa.

 

*

 

Por alguns meses eles repetiram o ritual. Bella esperava pela visita de Edward todos os dias. A cada dia foram desenvolvendo uma amizade. Eles tinham uma relação que era difícil para eles explicar. A palavra amizade tinha que servir. Edward a ajudava com trabalhos da faculdade. Parecia ser ótimo em todas as matérias. Ela gostava de ter a sua ajuda mesmo quando não precisava. Ele continuava não aparecendo muito na faculdade. Certa vez ele disse a Bella que ia na faculdade apenas para as provas. Bella preferia que ele fizesse aulas com ela, mas não o mencionou. Todos os dias depois da aula, eles se encontravam. Quer em casa, quer na praia. Edward parecia ter preferência em ficar sozinho com ela. Bella não questionava porque ela também preferia. Bella disse que ele era estranho. Talvez ele fosse, mas Bella via nele apenas bondade. Apesar do tempo que passavam juntos, Bella não parecia se acostumar com a beleza dele. Não parecia aprender a controlar a respiração. A controlar certas vontades e emoções que ela sentia ao escutar a sua voz. Ela tinha esperança de conseguir um dia. 

Eles estavam deitados na cama. Um filme passava na tv. Edward tagarelava sobre como o filme estava sendo surpreendentemente fantástico. Ele sempre parecia entusiasmado assistindo filmes. Quando não obteve nenhuma resposta, ele viu que ela dormia. 
— Sinceramente pequena, como você adormece assim do nada? —Ele disse, falando obviamente consigo mesmo. 
Bella continuou dormindo. Se aconchegou perto dele. Sempre achava que a temperatura do corpo dele era perfeita para ela e parecia que continuava achando mesmo dormindo. Sua mão procurou a dele. Edward observou os dedos dela se entrelaçarem nos dele. Maravilhou-se com o fato da mão dela caber perfeitamente na mão dele. A outra mão dela, tocou o seu braço, desceu sua mão desde o cotovelo até seus dedos tocarem o que ela achava ser uma cicatriz. Edward sentiu os dedos dela como que traçando o contorno. Sentia a pele pegar fogo. Sentia o coração bater tão forte que parecia abrir caminho para fora do peito. Olhou o rosto dela, tranquilo e sereno. Sabia que precisava ir embora. Que devia, na verdade. Tinha que acabar com isto. Não podia continuar assim. No entanto, ele desligou a tv e se deitou. Bella se aconchegou melhor junto a ele. Edward sentiu-lhe o cheiro doce. Sentiu-lhe a pele suave e o corpo macio. A sua cicatriz pegava fogo. Sentia uma dor prazerosa. Não queria deixar de a sentir. Apertou Bella nos braços. Beijou-lhe o rosto. Conhecia o cheiro dela. Sabia como era a textura da pele dela e sabia como era tê-la nos braços. Deu por si querendo saber que gosto ela teria. 
— Você vai ser meu fim. — Ele disse. 
E ele disse porque sabia que seria verdade.

 

*

 

Quando Bella acordou e abriu os olhos ela o viu. Ninguém nunca haveria de ser tão lindo dormindo. Bella percebeu que poderia facilmente se acostumar com isso. Ele ser a primeira coisa que ela vê logo que abre os olhos. Pela primeira vez, Bella acordou de bom humor. Sentiu suas pernas entrelaçadas nas dele. Os braços dele em volta dela. Bella escondeu o sorriso no peito dele. Sentia-se ridiculamente feliz. Com cuidado ela se levantou. Não queria acordá-lo. Parecia tão tranquilo. Bella foi pro duche, em seguida espreitou o quarto de Alice. Ela parecia que já havia saído faz tempo. Bella foi para a cozinha. Juntou o que precisava para fazer panquecas e fez café. Sentia-se tão leve e com um humor tão bom que ela cantava e dançava pela cozinha. Estava tão distraída que não o viu entrar. Ele parecia divertido. O cabelo ruivo uma bagunça perfeita. Aquele sorriso lindo preenchendo-lhe o rosto. Bella usava uma colher como um microfone. Caiu no chão quando ela abriu os olhos e tomou um susto. 
— Não queria te assustar. — Ele disse tentando esconder o riso. 
Tinha um brilho dourado nos olhos verdes. Tinha momentos que o dourado nos seus olhos se intensificava. Bella não sabia quais as circunstâncias o provocavam mas adorava. Bella pegou a colher do chão. 
—Bom dia. Estou fazendo panquecas. — Ela disse e balançou a colher como se fosse uma prova de que dizia a verdade. 
— Onde está Alice? — Ele perguntou. 
Bella encolheu os ombros. — Ela saiu, eu acho. Tem algo que ela não está me contando. Ela odeia acordar cedo. — Bella disse. 
Colocou as panquecas no prato. 
— Primeiramente, já não é cedo.— Edward disse.
Bella colocou o prato na frente dele. Tinha chocolate derretido cobrindo as panquecas. 
— E segundo, todo mundo tem algo que guarda para si mesmo. — Ele continuou.
Bella pegou um pedaço de panqueca. Os dedos cobertos de chocolate. 
— Ela é minha melhor amiga. Precisa me contar eventualmente. — Bella respondeu.
Edward perdeu um pouco o foco da conversa. Sentia o perfume dela. O cabelo ainda estava úmido. Se imaginasse suas mãos tocando a pele dela, conseguia sentir o quanto era suave. 
— Céus. Você precisa provar isso.— Ela disse. 
Edward olhava os dedos dela ainda cobertos de chocolate. Pegou o pulso dela. Sem pensar. Ultimamente ele não pensava muito. Cedo ou tarde ele acabaria por pagar por isso. Levou os dedos dela à boca. Sentiu o gosto do chocolate. Depois sentiu-lhe a pele. Bella soltou um suspiro. Pela surpresa e pela expectativa. Sentiu a boca dele. Sentiu a língua dele. Começava a imaginar o que mais a boca dele poderia fazer com ela. Os dois respiravam depressa. Bella levou os próprios dedos à boca depois que ele terminou. Nenhum deles sabe quem avançou primeiro. Os corpos se chocaram. As bocas se juntaram. Edward finalmente sentiu-lhe o gosto. Era deliciosa. Mais do que ele pensava. Bella viu algo brilhante explodir atrás das suas pálpebras. Sentia os braços fortes em volta dela. Quentes. Pegavam nela sem nenhum esforço. Bella sentiu a parede nas suas costas. As suas pernas já estavam em volta da cintura dele. Murmurou algo sem sentido quando sentiu as suas mãos subirem-lhe o corpo. Chegando nos seios dela. Se Bella conseguisse pensar, ela estaria se perguntando se era um dos seus sonhos. Ele apertou os seios dela nas mãos. Bella afastou a boca da dele levemente apenas porque não conseguia mais engolir os gemidos. Ele pressionou o corpo dela entre ele e a parede. Sentiu o seu antebraço queimar. A dor prazerosa. A dor malditamente prazerosa, estava ali de novo, mas agora era como se não fosse mais suficiente. Os dois escutaram um trovão estrondoso lá fora. O dia escureceu. Uma tempestade se aproximava. Edward se afastou rapidamente. Bella não entendeu o que tinha feito de errado. 
— Preciso ir. — Ele disse. 
Correu para a porta. Bella chamou seu nome. 
Lá fora chovia muito e Edward não se via em lado nenhum.

 

*

 

Bella fechou a porta. Confusa. Repassou os momentos na cabeça. Não achou nada de errado. Se sentou no chão, sentindo que tinha sido abandonada. Sentindo que tinha estragado tudo. Camael se sentou do seu lado. Sentindo que cada vez mais estava perto de falhar sua missão. Ele tinha que a fazer feliz. No entanto, ela chorava. Era para ele estar lhe enviando boas emoções, tranquilidade, segurança, força. No entanto, ele não tinha nada disso dentro dele. Tinha dor, culpa, angústia e frustração.
— Vou dar um jeito nisso pequena. Prometo. — Ele disse, mesmo sem saber como o faria.
Sabia que ela não escutava, nem mais tinha certeza se ela sentia o que ele estava dizendo. Levou a mão ao rosto dela. Não sentiu a sua pele suave, mas teve esperança de que ela continuasse sentindo a sua presença.

 

 

“Que pecado um Anjo Caído deve ter cometido pra ser expulso do céu?

Do seu coração iluminado e abençoado sai a brisa mais pura.

Talvez tenha sentido amor em demasia.”


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Notas finais do capítulo

Obrigada, pra quem está lendo.
Volto de novo, algum dia desses.
Até mais.



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