Holly Jily Christmas escrita por Poynter


Capítulo 1
only chapter.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, boa leitura!



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Cada um dos momentos que viveram juntos se convergiam ali. Aquele era, sem dúvida alguma, o Natal mais especial que eles poderiam ter e, por Merlin, Lily estava uma pilha de nervos. Desde o momento em que acordara aquela noite, por volta das 2 da manhã, não tinha mais conseguido desligar. Sua sorte era que James dormia sob qualquer circunstância. Lily riu ao se lembrar da vez em que Sirius decidira aprender a tocar um instrumento trouxa. A escolha pela guitarra resultou em um mês de uma versão dela mesma extremamente mal - humorada por causa das noites sem dormir e em um James totalmente indiferente e inabalado. Sob qualquer circunstância mesmo.

Decidindo não lutar mais contra a insônia, desceu as escadas em direção à sala, repassando mentalmente tudo aquilo que havia planejado. 

A mulher não sabia quanto tempo havia se passado, completamente perdida em seus pensamentos. Ela só poderia esperar pelo melhor. Assim que ouviu o barulho dos passos de James indo em direção ao banheiro, Lily acionou seus "ajudantes" e respirou fundo. Enfim, era isso.

Ao descer as escadas, o moreno mirou sua esposa. Essa caminhou silenciosamente ao encontro dele, entregando - o um pedaço de pergaminho.

— Lils, o que é isso? Aliás, bom dia pra você também.

— Bem vindo à entrega do seu presente de natal, Potter. Você só precisa achá - lo primeiro.

E simples assim, com um sorriso estampando seu rosto, Lily desapareceu.

James se viu sozinho no meio de sua sala de estar, sem saber o que esperar. Aquela mulher realmente o mantinha tão são quanto o mantinha louco. Ele a amava.

Observou o bilhete deixado por sua esposa, escrito em uma letra que conhecia tão bem. "Sua jornada começa onde a nossa começou. Quando éramos apenas duas crianças de onze anos que não faziam ideia de onde a vida nos levaria. Boa sorte! Evans."

James sorriu, curioso pelo que estava por vir, e logo aparatou até seu destino. Ou melhor, até o mais perto que poderia de chegaseu destino. O resto do trajeto ele teria que fazer andando.

Ao desaparatar em Hogsmeade, o agora homem sentiu como se nada tivesse mudado. Sabia que não era verdade, os tempos lá fora eram sombrios, mas Hogwarts se mantinha sendo o mesmo que sempre fora para eles.

Ao atravessar os portões do castelo, James se deparou com McGonagall esperando por ele, com uma das sobrancelhas arqueadas.

— Potter. - a mais velha o chamou como de costume, embora seu tom demonstrasse muito mais afeto do que pareceria de primeira. - É bom te ver.

— Minnie! - respondeu James, usando o apelido tão secretamente amado pela professora - Você faz parte desse plano maluco da minha consagrada?

— Pode - se dizer que sim. Alguém tinha que garantir que vocês não fossem derrubar esse castelo nem traumatizar meus alunos. - ela finalizou sorrindo como alguém que sabe muito mais do que admite, e logo se afastou, deixando James sozinho com sua tarefa.

— Bem, parece que somos só eu e você de novo - ele murmurou pra si mesmo e pro papel em suas mãos, andando em direção a Sala Comunal da Grifinória.

Depois de dar alguns sicles para um grifinório em troca da senha, James estava lá dentro. Tantas memórias vividas ali, tantas lembranças. Mas ele sabia exatamente a qual cena Lily se referira no bilhete.

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"1971. 1° ano. Uma semana antes do Natal. Hogwarts. Torre da Grifinória. 2h47 da manhã. 

O local se encontrava vazio e silencioso exceto pelo som do choro abafado de uma certa primeiranista. James Potter, no auge de seus 11 anos e também um primeiranista, descia as escadas em direção à Sala quando reconheceu os cabelos ruivos que cobriam o rosto da menina.

— Evans! - ele exclamou.

— Ah não, Potter. Agora não. Se você quiser ir correndo contar pros seus amiguinhos que me viu chorando eu não ligo, só me deixa em paz.

— Eu não vou contar nada pra ninguém, eu só queria saber se você tá bem. - o menino comentou, com um olhar magoado.

— Oh... - foi a primeira vez que James vira Lily sem palavras. - Na verdade, não. - e a menina desatou a chorar de novo. Ele, como um bom cavalheiro, filho de seus pais mesmo, se sentou na frente dela e a abraçou. E aquela já era a segunda vez na mesma noite que Lily Evans não soubera o que dizer. Mas ela o abraçou de volta e assim eles ficaram enquanto as lágrimas ainda escorriam pelos olhos da ruiva.

— É que... a minha irmã... ela... - ela se afastou, como se fosse falar, mas a cada vez que tentava proferir uma palavra, o nó na garganta parecia aumentar.

— Você não precisa me contar. Tá tudo bem. - a menina sorriu pelas palavras mas ignorou, respirando fundo e decidindo continuar.

— Eu tenho uma irmã em casa, sabe? A Petúnia. E a gente era muito amigas mas aí a minha carta chegou e a dela não e nada nunca mais foi o mesmo. Ela não fala mais comigo e até me ignora quando eu tento falar com ela. E o Natal sempre foi o nosso dia preferido, a gente deitava na mesma cama e fingíamos estar dormindo mas o que a gente queria mesmo era ver o Papai Noel. Você sabe, aquele bruxo que deixa presentes pros trouxas todo ano na mesma data. E agora eu não quero voltar pra casa pro Natal e ter que ver que tudo mudou mesmo. Eu sinto falta dela. - Lily falou rapidamente, voltando a chorar quando terminou.

— Eu acho que você deveria propor uma trégua pra ela!

— Uma trégua?

— É! - James exclamou animado, como se tivesse acabado de ter a melhor ideia de todos os tempos. - Um dia no ano, todo Natal, não importa o que esteja acontecendo entre vocês, vocês voltam a ser o que eram antes. Assim você ainda vai ser capaz de guardar algumas boas lembranças dela.

— EU AMEI, JAMES! - e a menina ficou tão animada que o abraçou, sem perceber que ali também fora a primeira vez que o chamara pelo nome. O menino sorriu orgulhoso. - Agora mal posso esperar pra ir pra casa pra contar pra Tuney sobre isso. Obrigada, Potter. - Lily falou sorrindo, com o semblante mais tranquilo do que esteve durante a conversa toda, e levantou.

— Sempre, Evans. - o menino retribuiu o sorriso, mas não se mexeu, permanecendo sentado.

— Você não vai dormir?

— Daqui a pouco, acho que vou ficar mais um tempo por aqui. Boa noite, Lily.

— Noite, James. - e assim ela foi, ainda incapaz de acreditar que tinha chorado, desabafado e recebido em troca palavras realmente úteis de alguém como James Potter.

A falta de sono e o consequente encontro de James com Lily talvez tenham sido apenas uma coincidência, mas uma parte deles gostava de acreditar que era obra do destino, o começo de tudo."

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Quando finalmente saiu de seu transe, percebendo que havia parado exatamente no mesmo lugar que 8 anos atrás, se deparou com um elfo doméstico lhe encarando e apontando para um bilhete estrategicamente posicionado.

"Espero que você tenha gostado de visitar nossa primeira memória juntos - isto é, aquela que não envolve você transformando o meu cabelo em azul e nem eu espalhando um boato de que você ainda fazia xixi na cama por saudade da sua mãe. Seu próximo passo te levará à melhor refeição que eu já fiz na vida. Evans."

James riu sozinho, com as memórias de todos as azarações que trocaram durante os anos em Hogwarts lhe fazendo companhia enquanto seguia em direção à cozinha. Tratou logo de fazer cócegas na pêra e quando viu, já estava lá dentro.

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"1972. 2° ano. Uma semana antes do Natal. Hogwarts. Torre da Grifinória. 1h30 da manhã. 

James não sabia como as coisas estavam na casa de Lily mas desde aquela madrugada do primeiro ano ele tinha prometido a si mesmo que faria o que pudesse para tornar o Natal da menina tão especial quanto aqueles que ela havia tido pré - Hogwarts. Nem mesmo o fato de que haviam passado os meses anteriores ora se evitando, ora se confrontando, poderia afetar os planos do menino. Portanto, ali estava ele, esperando pela ruiva na ponta da escada que dava para os quartos femininos. Quando ela apareceu, estava com os cabelos bagunçados e uma cara de quem ainda estava dormindo.

— Potter, é bom esse momento valer a pena ou eu vou ter que te azarar por ter me feito acordar uma hora dessas. - ela disse, embora seu tom deixasse transparecer que ela estava brincando.

— Evans, qualquer momento comigo vale a pena, você já deveria saber disso. - ele sorriu, piscando para ela, enquanto cobria os dois com a Capa da Invisibilidade que permitia que eles saíssem pelo castelo aquelas horas.

— Pra onde você tá me levando? - a menina sussurrou, desconfiada, depois de algum tempo dos dois andando pelos corredores.

— Relaxa, ruiva. Tá comigo, tá com Merlin. - falou com uma cara tão convencida que Lily não aguentou, caindo na gargalhada. - Enfim, chegamos!

— A cozinha? Eu nunca vim aqui antes.

— Como assim, Evans? É o melhor lugar depois do Campo de Quadribol!

— Eu diria a Biblioteca.

— Por que não estou surpreso? - James perguntou, retoricamente, enquanto se acomodavam nos banquinhos. - Ok, você vai me amar por isso. Fiz a Lene descobrir e me contar quais eram seus biscoitos favoritos.

— Ah então é por isso que ela estava obcecada com o que eu podia e não podia comer, com o que eu gostava e do que eu tinha alergia? Aposto que nem a minha mãe sabe tanto sobre mim quanto ela agora.

— Exato. - e enquanto falava isso, vários pratos dos mais diversos tipos de biscoitos foram aparecendo por ali. Cookies, biscoitos amanteigados, recheados de caramelo, gingerbread... - Voilà!

— James... - o menino não deixou passar despercebido que aquela era a terceira vez que ela simplesmente não encontrava as palavras certas. - Eu não acredito que você fez tudo isso pra mim. E como?

— Eu tenho meus segredos. - ele falou, piscando para uma das elfas, que abaixou a cabeça. - Mas anda, tudo isso aqui é seu, você vai ter que comer tudo.

— Só se você me ajudar. - eles trocaram um sorriso e logo as duas crianças de 12 anos estavam se empanturrando dos mais variados sabores.

James percebeu que mais do que quando as bochechas dela ficavam da cor do cabelo em um claro sinal de irritação, ele gostava mesmo era do brilho no olhar dela quando ela estava feliz. Isso obviamente não significava que ele algum dia deixaria de irritá - la, mas que talvez ele tivesse espaço na vida dele para as várias versões de Lily Evans."

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"Acho que foi ali que eu percebi que você não era tão ruim quanto eu achava. Ninguém nunca me fez sentir tão importante antes. Nem a Petúnia conseguiu me tirar do sério naquele Natal. Te espero no seu lugar favorito, como você mesmo fez questão de me contar aquela noite. Evans."

E assim ele seguiu em direção ao lugar em que havia eternizado tantas vitórias e - como ele gostava de anunciar por todos os cantos - pouquíssimas derrotas. O lugar que o fazia se sentir em casa como poucos lugares no mundo.

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"1973. 3° ano. Uma semana antes do Natal. Hogwarts. Campo de Quadribol. 16h30. 

Remus ao se aproximar do Campo, agora coberto por neve, só conseguiu ver Lily e James ajoelhados no gelo.

— O que vocês dois estão fazendo dessa vez?

— O que parece? Um boneco de neve! - Lily falou.

— Hmm, entendi. E será que os dois bonitos sabem que existe uma coisa chamada magia? E vocês são duas coisas chamadas bruxos?

— Assim você estraga toda a graça, Rem.

— É, Moony, não seja um estraga prazeres. - James concordou, balançando a cabeça. Assim que viu que a ruiva tinha voltado sua atenção para o boneco de neve, porém, ele deixou a cara de dor que estava segurando sair e murmurou um 'socorro' sem som. Remus só riu e deu de ombros, deixando o amigo sozinho para lidar com a situação que ele mesmo tinha se enfiado.

Depois de muito esforço, algumas guerras de bola de neve, e uma grande quantidade de reclamações da parte do garoto, o boneco realmente saiu. O sorriso no rosto de Lily e o reflexo dele no rosto de James diziam tudo.

Horas depois, o céu já tinha escurecido e James estava finalmente voltando para o dormitório. Exausto, se jogou na cama assim que colocou os pés no quarto.

— Uou, o que passou por cima de você? - Sirius perguntou

— O que você acha? Furacão Evans, só se for.

— Ah, verdade. Eu tinha esquecido que estamos naquela época do ano de novo. O que foi dessa vez?

— Ela me fez ficar horas lá fora num frio congelante construindo um boneco de neve sem magia! E me fez conjurar uma cenoura pra colocar no lugar do nariz e aprender a letra de uma música trouxa sobre construir um boneco de neve ou algo assim.

— Uma tarde tipicamente Lily Evans.

— Eu te juro, Pads, a ruivinha é completamente louca!

— E você gosta dela mesmo assim.

— Ei! Quem disse qualquer coisa sobre gostar? Eu só...

— Transformou o Natal em um acontecimento só pelo simples propósito de fazê-la sorrir? Topa todas as loucuras dela e até planeja outras para que ela tenha o melhor dia possível? Fica que nem um bobo vendo ela passar? A resposta é sim para todas.

— Ok, talvez eu goste dessa tradição do Natal. E um pouquinho dela. Mas nada demais.

— Se você diz, Prongs..."

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É claro que o James de agora sabia que o que o James de 13 anos de idade sentia era de fato amor. Mas quando se é adolescente a mera menção da palavra amor é suficiente para causar diversos traumas e fazê-los congelar na fase da negação. Ele só sabia o quanto estar perto dela o fazia bem e não seria ele a acabar com tudo aquilo.

"Eu me lembro até hoje daquele boneco. Parte de mim queria construí-lo sem magia, como uma velha tradição trouxa. A outra pode ou não ter usado daquele tempo pra ficar perto de você sem que precisasse admitir que você era mais do que um menino irritante e egocêntrico. Com sorte, teremos todo o tempo do mundo sem precisar mais de desculpas. Para o seu próximo ponto, vá ao lugar do primeira Natal que eu planejei pra você. Evans."

O próximo lugar da lista começou com uma história quase de terror para James. Ele ainda tinha pesadelos com aquele acontecimento, que quase o tirou do quadribol pra sempre.

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"1974. 4° ano. Véspera de Natal. Hogwarts. Ala Hospitalar. 17h22. 

James Potter se encontrava no que era seu leito no hospital por mais de uma semana agora. Uma queda da vassoura durante um jogo contra a Sonserina tinha resultado num braço e em algumas costelas quebradas. Foi assim que ele acabou preso em Hogwarts durante o recesso de Natal. Preso em Hogwarts e muito provavelmente sozinho por duas semanas, que vida, pensava James. Decidiu dormir apenas para ser acordado algumas horas depois por uma certa ruiva de olhos verdes.

— Lily? O que você ainda tá fazendo aqui? Eu tô sonhando, não tô? - e com isso, a menina riu.

— Não, Potter, você não tá sonhando. Você é um idiota, sim, mas eu realmente tô aqui. Não só eu, aliás. - e foi quando Lily deu um passo pra trás que o garoto viu. Sirius, Remus, Peter, Frank, Alice, Marlene, Dorcas. E a própria Lily. Estavam todos lá. Em volta de uma árvore de natal decorada que embora parecesse deslocada no meio de uma ala hospitalar, era tudo que James precisava pra ficar bem de novo.

— Você não achou que a gente fosse mesmo te abandonar aqui, né? - Remus perguntou inocentemente, como se eles não tivessem se despedido algumas horas antes.

— Fala sério, Prongs, pra onde mais eu iria? - Sirius acrescentou sarcasticamente. - Você é minha família, cara.

— Eu só tô aqui porque me prometeram que seria mais divertido do que ser arrastada de um jantar para outro pelos meus pais. - Marlene disse, fazendo uma careta de tédio que fez todos rirem.

Como um milagre de Natal, até a Madame Pomfrey deixou os amigos ficarem por ali até altas horas. Uma parte do banquete que estava sendo servido no Salão Principal fora interceptado até onde eles se encontravam, e os presentes foram trocados. James não achava que poderia se sentir tão completo quanto aquele momento. Cada coisa e pessoa pareciam estar em seu devido lugar.

— Galera, eu queria agradecer por vocês terem feito tudo isso...

— Relaxa que não fizemos da bondade do nosso coração não, só Merlin sabe o quanto você ia reclamar se a gente te largasse aqui. - Frank disse, fazendo todos rirem e James fechar a cara de brincadeira.

— Mas se tem alguém que você deveria agradecer, esse alguém é a Lily. - Sirius sugeriu, levando a menina a corar furiosamente.

Dorcas logo desviou o assunto e os amigos entenderam, dando o tempo necessário para que James e Lily conversassem. O que todos ali sabiam é que já passava da hora deles se resolverem. Os últimos meses não tinham sido nada gentis com a pseudoamizade dos dois. James até tinha tentado planejar o Natal do quarto ano dos dois, mas a menina não queria nem mesmo olhar na cara dele.

— Evans, é verdade? Você fez tudo isso por mim?

— Bem, é a nossa tradição, não é? Eu não poderia estragar isso só porque você é um babaca com o meu melhor amigo. - o menino não pode evitar revirar os olhos porque que tipo de mau gosto crônico era aquele que Lily simplesmente não enxergava quem o seboso era? - Trégua?

— Trégua! - James respondeu enquanto puxava a menina para um abraço, decidindo deixar o assunto desagradável de lado. Por enquanto, ele acrescentou mentalmente.

Ao verem aquela cena, os amigos fizeram coro e assobiaram, o que finalmente resultou na expulsão de cada um deles para o próprio quarto, passadas 3h da manhã. James foi deixado sozinho, mas diferentemente de como estava se sentindo antes, agora sabia que era uma mera questão de algumas horas até estar rodeado pelos amigos novamente, como deveria ser."

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"É engraçado como a gente se engana com as pessoas, não é? E pensar que eu quase te deixei ir aquela noite... Ainda bem que você caiu daquela vassoura, Potter, porque só assim pra eu ficar louca de preocupação e decidir ficar. Claro que dessa última parte você não sabia mas você me assustou. Pensar em te perder me fez largar tudo e obrigar todos a ficarem porque eu só queria saber que você estaria sorrindo daquele jeito convencido como sempre fez. Espero que você não esteja cansado ainda, aproveite os momentos que só uma sala mágica podem te proporcionar. Evans."

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"1975. 5° ano. Véspera de Natal. Hogwarts. Sala Precisa. 1h48. 

Depois do quase desastre de Natal do ano anterior que terminou com um final feliz eles decidiram repetir a dose, sem que James estivesse na Ala Hospitalar, é claro. Todos decidiram ficar por Hogwarts, e acabaram por convencer uma parte dos alunos também, na promessa de uma festa. E não só uma festa, mas A festa. E foi assim que eles foram parar no lugar e no estado em que se encontravam naquele momento: na Sala Precisa, bem além do limite da sobriedade.

— Verdade ou desafio, McKinnon?

— Só tem uma resposta certa para essa pergunta, Black. Desafio.

— Te desafio a beijar qualquer um de nós.

— Hmm, vamos ver. O James é quase meu irmão, Fralice eu passo por motivos óbvios, a Doe e o Remus acho que eu mataria os dois de vergonha, o Peter simplesmente não e você nem em um milhão de anos, Black. Sendo assim, vem cá, Lils. - o queixo de todos ali caíra enquanto as duas se encontravam no centro da roda.

Depois de alguns segundos, as duas se separaram, sorrindo uma para outra e soltando um "não" ao mesmo tempo.

— Definitivamente não. Mas beijar fortalece a amizade, eu recomendo - Lily falou, fazendo todos rirem, embora ainda parecessem estar chocados.

— Ok, Lily Evans, você se assumindo bi conseguiu ganhar até da minha história e olha que ela envolve um bilhete que o Dumbledore em pessoa leu na hora do café da manhã na frente de todos os alunos e que continha as palavras "tô na pista pra negócio".

— Não exagera, Lene, nada consegue ganhar do Dumbledore dizendo "eu sou bi, gosto de mulheres e da barba branca do diretor" e ficando roxo ao perceber o que tinha lido.

— Talvez a gente só esteja bêbada demais pra entender o impacto que tivemos neles.

Inúmeras rodadas ocorreram depois daquela, alguns segredos foram revelados - como o lugar mais estranho em que eles já tinham feito, tendo a cabana do Hagrid vencido, e Sirius já ter dado um selinho em Bellatrix - e outras verdades nem tão secretas assim - Lily era a menina mais bonita da rodinha para James e sim, Dorcas já gostara de Remus. Conforme o nível da bebida ia aumentando, as verdades eram substituídas por desafios, estes que renderam cenas inesquecíveis, como um selinho quádruplo entre os marotos, um concurso de imitação do Dumbledore - incluindo as roupas, a barba e o cabelo, cuja vencedora fora Alice - e uma corrida de vassouras entre dois times - exceto que as vassouras se transformaram em uma versão que voava dos carrinhos de mercado trouxas e o circuito que tinham que terminar fora esquecido quando os amigos transformaram o desafio em quem conseguia bater mais forte, lançando o outro pra longe.

Ao ver o grupo todo sentado em roda, Mary Macdonald decidiu ir até ali para se despedir e agradecer pela festa, tomando um tempo maior do que o necessário em James. Os amigos não conseguiram ouvir mas Mary sussurrou em seu ouvido sobre "passar em seu quarto mais tarde", o que fez Potter sorrir e balançar a cabeça concordando. Depositando um beijo no canto dos lábios do menino, ela se foi deixando um "boa noite, Jay".

— Merlin Potter, como você é fácil - Lily falou, revirando os olhos

— Ciúmes, Evans? - James sorriu, se virando para ela

— Só nos seus sonhos, "Jay" - a ruiva respondeu enquanto virava mais um shot.

Ação essa de que James tinha certeza que a menina se arrependeria ao acordar algumas horas mais tarde no meio da Sala Precisa, com os pés de Sirius na sua cara e seu cabelo espalhado numa poça que ela não se sentia confiante o suficiente para checar o que era, repetindo quase como um mantra que ela "nunca mais colocaria uma gota de álcool na boca".

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"Posso não lembrar de tudo, ou melhor, quase nada do que aconteceu aquela noite mas ciúmes? Talvez. E se você usar isso contra mim algum dia, eu conto pra todo mundo que você é a colher pequena. Ainda temos alguns passos antes de acabar e a nossa próxima memória, sinto que preciso confessar, talvez seja a minha favorita. Pode ter a ver com todos nós juntos e pode ter a ver com um certo acontecimento entre nós dois. Só sei que te vejo na parte mais alta do castelo. Evans."

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"1976. 6° ano. Véspera de Natal. Hogwarts. Torre de Astronomia. 21h16. 

Os Marotos tinham combinado de chegar um pouco antes dos amigos para sua tradicional troca de presentes. Esse ano, porém, eles decidiram inovar com algo chamado "Inimigo Secreto". O resultado não poderia ter sido melhor.

— Você sabe que dentes de alho nos contos trouxas são para vampiros, certo?

— Uma ratoeira!

— Eu sei que você tentou me dizer alguma coisa mas um espelho e uma escova de cabelo vão ser muito úteis.

— Não, meu caro. Não é só um "ursinho". É um ursinho que imita a voz da Lily e vêm programado com algumas frases clássicas como "é Evans pra você, Potter".

Aos poucos, os outros foram chegando, Frank e Alice por último, e James procurou afastar qualquer pensamento de onde eles poderiam estar antes disso. Logo o relógio bateu anunciando 00h, e os amigos - aquela altura já bêbados - se cumprimentaram, trocando abraços. James tinha deixado a ruiva por último sem saber direito o porquê. Talvez fosse o nervosismo de estar tão perto dela sem poder fazer aquilo que o estava deixando louco de vontade de fazer. Ele só não contava com o aparecimento de um visgo assim que os dois se abraçaram. Sirius pigarreou, acenando com a cabeça um ponto acima da cabeça dos dois amigos. James não se mexeu, esperando um sinal de Lily. A menina, por sua vez, revirou os olhos rindo:

— Black, você sabe que eu nunca poderia dizer não para uma tradição de Natal. - e foi assim que Lily e James deram seu primeiro beijo.

A atitude totalmente inesperada por parte de Lily combinada com o efeito do álcool no sangue de todos ali presentes resultaram nos amigos assobiando e cantando "we are the champions", uma música de uma banda trouxa que Evans tinha apresentado para eles.

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"O que eu poderia ter desejado pro nosso primeiro beijo além da trilha sonora pela minha banda favorita e nossos amigos por perto? Sirius pode ser um tanto inadequado quando ele quer mas naquela noite ele foi perfeito. Só tenho a agradecer por todos eles serem um bando de xeretas que tramavam sobre a nossa vida. Te encontro no local que ao mesmo tempo foi palco para o nosso primeiro desafio real e para o momento em que eu descobri em nós a maior certeza da minha vida. Evans."

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"1977. 7° ano. Natal. Hogwarts. Salão Principal. 8h53. 

Desde o Natal do ano anterior, James e Lily eram alguma coisa. Os dois sabiam, e todo o resto das pessoas, entre alunos e professores, também. James nunca estivera mais feliz. Assim como Sirius, que agora podia sair por aí dizendo que era filho de Lames - como ele insistia em chamar o casal - e que os Black tinham sido meramente uma transição na vida dele. E assim como os outros amigos, que torciam pelos dois e de quebra tinham formado oficialmente o super grupo.

Acontece que nem tudo eram flores e James vinha sentindo Lily cada vez mais distante a cada dia que passava. Ele até tinha tentado conversar com os amigos pra tentar entender mas tudo que ele tinha conseguido como resposta fora um "devem ser os hormônios femininos" por parte dos marotos e de Frank - que recebeu um olhar mortal por parte de Alice logo depois disso - e um "talvez você devesse conversar diretamente com ela" das meninas. O menino achou que a última talvez realmente fosse a melhor opção e decidiu confrontar a namorada naquele dia mesmo. Por ser o último ano de todos em Hogwarts, tinham mais uma vez decidido passar as festas por ali, e sem querer desperdiçar nenhum momento que fosse, o café da manhã teria que servir.

— Lils, a gente pode conversar?

— Claro, Potter. Sobre?

— O que tá acontecendo?

— Nesse momento eu tô tentando tomar meu café e você não tá deixando. Fora isso, nada.

— Nada, Evans? Agora mesmo você tá aqui e você não consegue nem olhar pra mim direito.

— Porque as coisas estão ruins. Elas estão ruins por um tempo já.

— O que você quer dizer? Entre a gente? Você tá tentando terminar comigo?

— Não, James. - a menina não conseguiu segurar o sorriso ao vê - lo desesperado, mas ele logo se tornou amargo no rosto da ruiva - Com a vida. Eu não preciso te explicar o que tá acontecendo, você sabe tão bem quanto eu.

— Eu sei. - e com essa afirmação, o clima em volta deles se tornou pesado e tenso - E daria tudo pra não saber, mas eu sei. Eu só não entendo o que isso afeta a gente.

— Porque eu te amo seu grandíssimo idiota. E isso te coloca em risco... - Lily se interrompeu ao ver o olhar no rosto de James - Que foi, Potter?

— Você por acaso acabou de falar que me ama? - a verdade que James viria a descobrir nos segundos que seguiram era que a menina nem ao menos tinha se dado conta do que havia falado.

— Não... Claro que não! Eu falei que te adoro, James, ADORO.

— Nem você mesma acredita nisso - o menino falou com um sorriso que alcançava o rosto inteiro e se refletia nos olhos dele. - EI, PADS, A EVANS FALOU QUE ME AMA!

Potter gritou pro amigo que se encontrava sentado do outro lado da mesa da Grifinória. E assim ele prosseguiu, gritando pra todos que via passar, e anunciando o mais alto que poderia que a menina que ele amava o amava de volta.

— Potter, será que você pode? A essa altura, até o Malfoy já escutou e olha que ele vive com a cabeça enfiada no meio da bunda. - Lily suspirou, com as bochechas da cor do cabelo depois de toda aquela cena.

— Ok, eu paro, mas só porque você me ama. - e ele riu, roubando um selinho da namorada.

— James, é sério. Eu não entendo como você pode estar feliz, sabe? Que bem amar alguém como eu pode trazer a você, especialmente agora? - James podia ver a expressão aflita no rosto da menina mas as indagações lhe pareciam um tanto exageradas, para não dizerem absurdas. - Minha simples existência é uma afronta a muitos por aí, e eu tô preparada para lidar e lutar contra isso. Mas você não precisa. Você não tem que passar por isso, você pode ir embora.

— E no que isso me transformaria? Quão melhor eu seria do que aqueles que estão na linha de frente, disseminando todo esse ódio, se eu simplesmente me abstivesse? Eu faço e farei isso por você, obviamente, mas não só por você. Pelos nossos amigos, família, por todo mundo que eu nunca nem conheci mas que merecem a liberdade de serem quem são. Por quê alguém deveria ter o direito e a chance de fazer o que eles fazem? - a última frase acabou saindo com mais nojo e desprezo do que James planejara, mas não deixava de ser tudo aquilo que ele sentia. - Você tá completamente louca se acha que eu vou deixar você fazer isso sozinha. Eu tô contigo, Evans. Eu sei que você quer quebrar alguns narizes mas eu espero que você esteja disposta a me ensinar a socar - e depois deixar alguns deles pra mim.

— Bom, depois desse discurso todo, você não me deixou outra opção, Potter. - e a menina subiu no banco, gritando que sim, ela de fato amava James Potter."

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James soubera que amava Lily mais ou menos uns três segundos depois do primeiro beijo deles. E é exatamente por isso que ele sempre achou que seria o primeiro a deixar escapar as três palavras. Não só não foi como ele não sentiu a menor necessidade de dizê-las quando ela disse. Ela sabia que ele a amava, ele não tinha dúvidas disso. Aquele fora o momento dela.

"E assim se foram, nossos 7 primeiros Natais juntos, todos em Hogwarts. Finalmente você pode dar o próximo passo em direção ao nosso futuro. Você sabe aonde ir. Te vejo lá. Evans."

James desaparatou de volta à residência dos Potter, atravessando a porta da frente. Assim que pisou na sala, as memórias começaram a aparecer.

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"1978. Véspera de Natal. 2h35. Godric's Hollow. 

James e Lily Potter, recém - casados, se preparavam para passar o primeiro feriado morando juntos.

O homem tinha decidido aproveitar a madrugada em que Lily dormia para decorar a casa dos dois, como uma forma de lembrar à esposa dos outros Natais que tinham passado juntos. Achou estranho não ter encontrado a mulher deitada na cama quando levantou, mas talvez ela só estivesse no banheiro, ele pensou, dando de ombros e indo em direção às escadas. As cenas que se seguiram poderiam facilmente ter sido tiradas de filmes de comédia pastelzão, ou alguma coisa do tipo, como Lily os chamava. Para James, eram como as fotografias bruxas que se mexiam, só que de maior duração, e fonte de inspiração para algumas das pegadinhas que ele pregava nos outros marotos. Nada pôde ser visto mas qualquer um que passasse ali por perto aquela hora da madrugada e se esforçasse o suficiente conseguiria ouvir um grito feminino, o que parecia ser um soco contra uma superfície relativamente macia e um outro grito, dessa vez mais grave, em sequência. A mulher logo tratou de acender as luzes, caindo na gargalhada em seguida.

— Sabe Lils, quando eu pedi pra você me ensinar a socar, eu não quis dizer na prática. - a verdade é que a mulher se dividia entre querer ajudar e não conseguir controlar o riso ao observar a vermelhidão que a bochecha do marido assumia a cada segundo.

— A culpa é toda sua, James, o que você tá fazendo aqui embaixo as duas da manhã?

— Pelo visto, a mesma coisa que você - James apontou para o conteúdo da caixa que Lily carregava e depois para suas próprias mãos. Ambos continham extensas decorações de Natal, de todas as cores, tamanhos, formas e tipos.

— Acho que mentes brilhantes realmente pensam igual - a ruiva sorriu, descendo enfim em direção à sala, dessa vez seguida pelo marido.

Passaram horas ali, entre canções de Natais trouxas e bruxas, e só foram se dar por satisfeitos ao perceberem que o dia já amanhecia. Para qualquer ser humano normal, como os amigos fariam questão de apontar depois, a sala de estar da casa dos Potter mais parecia como se uma das renas tivesse se embebedado com o espírito do Natal e vomitado tudo por ali. Mas para James e Lily tudo parecia perfeito. Até o machucado no rosto do homem já havia trocado a cor avermelhada por um roxo vivo, e Lily achava que ela combinava perfeitamente com as armações do óculos do marido. Ao longo da noite, a ruiva não pode evitar mais algumas crises de riso causadas pelo soco no escuro um tanto quanto desajeitado - embora certeiro - o que acabava resultando em um James mais dramático do que o normal.

— Evans, acho que já está mais do que na hora de trocarmos a nossa música.

— Em qual circunstância trocar Queen por qualquer outra coisa é aceitável?

— Naquela em que você me ESBOFETEOU e agora eu concentro em mim o poder de tal decisão.

— Ok, é oficial, você andou tempo demais com o Sirius. Diga, meu consagrado, qual música deveria receber a maior honra da indústria musical e se tornar a nossa?

— É aquela que fala sobre amor louco e sobre você ter feito alguma coisa pra mim e por isso agora nós temos uma rixa. Me lembra muito aquele momento nosso incrível em que eu tava tentando te fazer uma surpresa como o melhor marido do mundo que eu sou e você simplesmente me nocauteou. - Lily gargalhou, segurando as mãos do homem e guiando os dois pela escada.

— Você sabe mais sinônimos do que deveria ser considerado saudável para a palavra "apanhar". Vem, vamos tentar dormir um pouco antes que todo mundo comece a chegar."

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1979. Hoje. Natal. Godric's Hollow. Quando James finalmente abriu os olhos, ele se encontrou diante dos tão conhecidos olhos verdes.

— Já não era sem tempo, Potter. - Lily sorriu para o marido, logo virando - se e indo em direção ao quintal coberto de neve.

Ali estavam todos os amigos - a família - do casal, além dos pais de James. A casa dos Potter estava cheia, e ambos amavam aquela sensação. Na frente de todos, bem no centro, estava um baú de quadribol. Lily conjurou a vassoura do marido, e soltou o pomo de ouro, se dirigindo a James:

— Vá fazer o que você faz de melhor.

Alguns poucos minutos depois, Potter capturara o pomo. Ao encostar nele, porém, todos os objetos que ainda permaneciam fechados e que faziam-se necessários para o esporte diminuíram de tamanho. O pomo voltou a sua posição original, dentro da caixa, que fechou-se sozinha, também perdendo dimensão.

— Mas o quê? Lily, porque você tá me dando equipamentos de quadribol em um tamanho ridiculamente pequeno?

Os momentos que se seguiram representaram um grande misto de emoções, enquanto todos ali procuravam desvendar o tão esperado presente de Lily Evans para James Potter. As expressões nos rostos dos amigos variavam entre surpresa, felicidade e até um certo alívio - esse último, nos rostos de Euphemia Potter. Para James, porém, aquilo tudo ainda se desenhava como uma grande incógnita.

— Fala sério, Prongs, até eu já entendi e olha que nós dividimos um único neurônio.

— Acho que não mais, Pads. Acho que esse único neurônio foi parar é na criança.

— Que nada, Moony, esse bebê vai ser mais inteligente que nós quatro juntos só pelos genes da Evans.

— Lils, isso é sério? Você tá... grávida? Tipo de verdade? - James agora parecia completamente atordoado, sem saber se aquilo se tratava de mais uma pegadinha dos amigos. Foi só ao olhar nos olhos da esposa, marejados, que ele entendeu que era verdade. E que aquilo era seu presente.

— Eu sei que esse é de longe o pior momento pra isso, mas eu quero dar uma chance pra nossa família. O que me diz?

— Só se a gente puder chamá - lo de Jamesinho. Ou James Jr.

— Ou de Sirius II, ou de "a prova viva que o James nunca vai deixar de ser gado pela Lily" - sugeriu Sirius

— A resposta para os dois é obviamente não. Bom, talvez o James sendo gado eu considere.

— O que eu posso dizer se é tudo verdade? Essa é o melhor presente de Natal que você poderia ter me dado! - o homem exclamou, ignorando todos os gritos de "gado assumido" por parte dos amigos.

— Boa sorte pro James que vai ter que superar isso aqui nos próximos Natais. - Frank disse.

E com isso, o coração de Lily finalmente se livrou daquele peso que guardava desde que descobrira a notícia. Eles estavam juntos e de algum jeito, aquilo era suficiente para o momento. Eles ficariam bem. Enquanto isso, o coração de James acelerou loucamente com a simples idéia de aumentar sua família com aquela mulher. Era tudo que ele sempre quis.

Enquanto isso, em todos os cantos do quintal se ouviam gargalhadas, conversas acaloradas e até alguns gritos por parte dos mais excêntricos - leia-se Sirius, Marlene e Alice. Alguns membros da Ordem estavam ali de guarda, para assegurar que aquele dia seria para sempre lembrado apenas pelas coisas boas, mas até eles se permitiam dar algumas risadas aqui e outras ali.

— Ok, agora será que todo mundo pode parar por um minuto e me dar os parabéns? - Black limpou a garganta, chamando a atenção de todos, e indagou.

— Pelo quê exatamente, Sirius? - Remus perguntou

— Oras, pelo quê? Pelo Baby Potter, é claro! Eu vou ser o melhor tio e padrinho que já existiu.

— MAS SÓ POR CIMA DO MEU CADÁVER. Eu vou ser o padrinho!

— Você pode ser a madrinha, Lene. - Alice falou, rindo.

— Mas o que a Doe vai ser, então?

E assim surgiram várias vozes simultaneamente, todos querendo falar por cima e ter a última palavra sobre quem viria a ser o padrinho do filho dos Potter. Lily e James apenas se entreolharam, decidindo não fazer parte, e se divertindo com os argumentos mais absurdos que os amigos conseguiam criar.

— Licença. - Remus disse, fazendo com que todos olhassem para ele na expectativa de uma ideia boa que os fizesse parar de discutir e chegar a uma conclusão. - Todos nós confiamos na decência da Lily...

— Ei! - Potter exclamou indignado, sendo totalmente ignorado pelo amigo, que apenas continuou.

— E sabemos que ela tomará a melhor decisão possível. - todos balançaram a cabeça, concordando - E é por isso que desde já vocês devem saber que o escolhido para ser o padrinho vai ser eu!

— Et tu Brute? - Lily riu, abraçando o amigo, enquanto os outros se ocupavam em xingá-lo e voltar ao debate.

Naquela noite de Natal, James e Lily Potter pegaram no sono falando sobre tudo aquilo que estavam dispostos a fazer para tornar o mundo um lugar melhor para o filho deles, e de outros. Mal sabiam os dois que em algum tempo no futuro, eles estariam cara a cara com uma situação que colocaria à prova exatamente aquilo que tinham discutido. E que os dois sairiam, ao mesmo tempo, tão infelizes quanto vitoriosos.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado tanto quanto eu amei escrever, e quanto eu amo esse casal.
♥ :)



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