SANTUÁRIO – GRÉCIA

Nesse momento todos os cavaleiros estão reunidos na entrada da casa de Áries. Marin enfim surge.

— Marin enfim você apareceu. Onde você estava? – Pergunta Shaina.

— Shaina acho muito estranho esse eclipse. Ele sem dúvida é obra de Hades. Naturalmente Hades odeia o Sol, logo a intenção dele deve ser cobri-lo com a Lua e deixar a Terra em total escuridão. – Marin comenta sem responder a pergunta de Shaina.

Todos ficam tensos olhando para o céu. Eles percebem que o eclipse está se desfazendo e sentem um alívio.

— Seiya... Contamos com você e com os demais cavaleiros. – Exclama a amazona de Águia.

GIUDECCA

Todos os cavaleiros de Ouro estão feridos no chão. Os cavaleiros de Bronze não acreditam.

— Todos os cavaleiros de Ouro caíram e o muro não sofreu nenhum arranhão! – Grita Seiya.

Os cavaleiros de Ouro se levantam doloridos. Ikki se aproxima de Shun com a armadura de Andrômeda.

— Traje sua armadura Shun.

Shun sorri. Ele traja sua armadura de Andrômeda. Hyoga acode seu mestre Camus e Shiryu seu mestre Dohko.

— Não imaginava que esse muro fosse tão resistente e fosse capaz de deter a ação das doze armas de Libra. – Comenta Dohko. – Era algo de se esperar de um muro que separa o Submundo dos Elísios. A nossa força física lançada nessas armas não será suficiente.

— De fato não. – Diz Aioros ficando diante do muro.

Todos olham para Aioros. O cavaleiro de Sagitário olha sério para o muro. Seiya resolve agir.

— Nos deixe tentar Mestre Ancião. Conseguimos derrubar o Grande Suporte Principal da Fortaleza Submarina de Poseidon podemos fazer o mesmo aqui.

Aioros olha para Seiya com semblante negativo.

— Não seria eficaz, como não foi com nós, os doze cavaleiros de Ouro, lançando as armas de Libra.

Aioros retira sua flecha dourada.

— Seiya, retire-se daqui junto com os demais cavaleiros de Bronze. – Pede o cavaleiro de Sagitário.

— Por quê? – Pergunta Seiya.

Mu se aproxima de Dohko e Aioros que estão à frente.

— Todos nós, os cavaleiros de Ouro, vamos elevar nossas cosmoenergias ao máximo e concentrá-las na flecha de Aioros.

— Sim, só sacrificando nossas vidas que poderemos partir esse muro. Se Hades conseguir matar Athena o Grande Eclipse também regressará. – Diz Dohko.

— Será a flecha que dispararemos com nossas vidas junto para reproduzir os raios de Sol por um momento para o muro se partir.— Diz Shaka ficando próximo a Dohko, Mu e Aioros.

Dohko olha para todos os cavaleiros de Bronze.

— Sacrificaremos nossas vidas e não estaremos vivos para ver o que acontecerá depois. Vocês devem se afastar, porque senão a imensa energia que será disparada poderá também matar vocês.

— Mas mestre... – Shiryu tenta argumentar.

— A missão de vocês é levar novamente a armadura até Athena nos Elísios. Somente os deuses podem atravessar esse imenso muro, os humanos não teriam capacidade de atravessar o buraco que queremos abrir, os seus corpos seriam imediatamente tragados pela hiperdimensão, mas vocês podem conseguir.

Seiya, Shun e Shiryu se olham. Hyoga se aproxima.

— As armaduras que vocês estão usando possuem o sangue de Athena, com isso seus corpos possuem a proteção de um sangue divino. Essa é a guerra Santa derradeira entre Athena e Hades, vocês devem partir para os Elísios para salvar Athena e deter o deus do Submundo. O verdadeiro corpo de Hades está descansando nos Elísios, descobri isso na guerra Santa anterior. Hades só queria usar seu corpo original no momento em que conquistasse a Terra, se conseguirem destruí-lo, Hades não terá mais como renascer. É exatamente por isso que ele sempre usa de um receptáculo para renascer na Terra. Se conseguirem isso que os falei, as batalhas enfim cessarão! – Revela o cavaleiro de Libra.

Ikki escuta tudo atento. Ele sabe que não está com a armadura banhada pelo sangue de Athena e pensa em outra forma de agir. Ele percebe que Pandora não está mais presente no Palácio. Ikki se retira antes dos demais cavaleiros de Bronze.

— Acho que vocês já entenderam o que o Mestre Ancião disse. Agora vocês precisam se retirar. – Diz Aioros.

Aioria se aproxima de Seiya e lhe da um abraço emocionado.

— Foi um prazer lutar ao seu lado Seiya. Obrigado por ter me abrido os olhos quando o mal dominava o Santuário.

— Você sempre foi honrado Aioria. – Responde Seiya.

Dohko coloca as mãos nos ombros de Shiryu, que chora.

— Shiryu, siga sendo um leal cavaleiro de Athena.

— Sempre seguirei seus ensinamentos mestre.

Hyoga estende a mão para seu mestre Camus, que a aperta.

— Obrigado por tudo mestre. Por tudo que me ensinou.

— Eu que agradeço você Hyoga. Você é um cavaleiro excepcional. Aprendeu no campo de batalha o que lhe faltava, agora é um cavaleiro completo.

Afrodite se aproxima de Shun e o olha fixamente. Shun abaixa a cabeça se lembrando de sua batalha contra o dourado que causou a sua morte.

— Afrodite, me perdoe...

Antes que Shun terminasse de se lamentar, Afrodite o interrompe.

— Shun, eu é que te devo pedir perdão por todo mal que causei a você e também a seu mestre e os habitantes da Ilha de Andrômeda. Segui um caminho equivocado acreditando erroneamente no que significava a verdadeira força. Você lutou pelo que era certo e ainda me deu a chance de me arrepender, mas eu fiz a escolha errada. Tenho certeza de que fará outro milagre igual naquele dia que nos enfrentamos assim como esse de ter expulsado Hades, eu acredito em você.

— Afrodite! Obrigado.  – Shun fica surpreso e o agradece pelo incentivo.

Saga toma a frente de todos os cavaleiros.

— Já não temos muito tempo. Vamos logo nos concentrar na flecha de Aioros. Peço perdão a todos pelo que causei quando o espírito maligno dominava meu corpo. Mas agora estamos todos juntos para deter o mal.

— Então vamos cavaleiros de Ouro. Vamos nos entregar de corpo de alma em nome da paz e da justiça sobre a Terra. – Diz Aioros.

— Que os nossos cosmos dourados explodam com toda a intensidade! – Grita Mu.

Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun correm para fora do Palácio de Giudecca. Os quatro estão emocionados. Dentro do Palácio, os cavaleiros se lançam na flecha de Sagitário, que Aioros dispara.

— Que consigamos criar raios de Sol aqui no Submundo! – Grita Dohko.

Uma grande explosão no Palácio de Giudecca ocorre. A destruição é imensa. Os cavaleiros de Bronze fecham os olhos.

— Vamos ver o que aconteceu! – Diz Shiryu.

Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun adentram os escombros de Giudecca e avistam um buraco no muro das lamentações.

— Eles conseguiram amigos! – Grita Hyoga.

— Sim. Mas aonde eles foram parar? – Pergunta Seiya.

Os quatro cavaleiros de Bronze avistam as doze armaduras de Ouro montadas diante do muro das lamentações.

— Os cavaleiros de Ouro se foram... Eles nos confiaram a justiça na Terra e a proteção de Athena... Meu mestre... – Shiryu chora copiosamente.

Hyoga abraça Shiryu, já que compartilha da mesma dor. Seiya e Shun abaixam a cabeça.

Fora dos escombros do Palácio de Giudecca, Ikki está de olhos fechados pensativo. Ele avista o rosário de Shaka no chão.

— O rosário das contas dos espectros de Shaka. Ele veio parar aqui com a destruição que ocorreu em Giudecca.

Ikki pega o rosário e percebe que uma conta ainda não está negra.

— Cento e sete contas se apagaram e uma ainda não está negra. Isso significa que ainda existe um espectro vivo aqui no Submundo!

Enquanto isso Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun se aproximam do buraco que os cavaleiros de Ouro criaram e avistam uma dimensão.

— Essa é a saída do muro das lamentações. Lá na frente existe uma grande dimensão. Será essa a hiperdimensão citada pelo Mestre Ancião? – Pergunta Shun.

— Agora entendo porque só os deuses conseguem atravessar. – Comenta Hyoga.

Alguém surge atacando. Os cavaleiros desviam. Eles avistam um homem trajado de uma sapuris.

— Quem está aí? Ainda existe um espectro vivo? – Pergunta Seiya.

— Sim. Eu sou Jango de Mandrágora, a estrela celeste do ferimento. Não os deixarei atravessar o muro.

Shun olha surpreendido para o espectro.

— Jango? Esse sujeito será...

— Então você se tornou um espectro cretino?

Ikki surge nas costas de Jango. Os dois se encaram.

— Então esse é o mesmo Jango que era líder da Ilha da Rainha da Morte que Ikki derrotou! – Percebe Shiryu.

Ikki se aproxima e fica frente a frente a Jango.

— Por que Hades cedeu uma vida nova a um ser tão débil como você?

— Hahahaha Ikki de Fênix, você é um imbecil. O Imperador Hades sabia da minha imensa capacidade por ser um homem maligno que habitou no considerado inferno na Terra. Não sou o mesmo Jango que conheceu. Tenho agora uma poderosa sapuris e novas técnicas. E não deixarei nenhum de vocês passar. Ikki, você será o primeiro a morrer!

Ikki salta e fica de frente a Jango e de costas aos demais cavaleiros.

— Serei eu que te matarei uma segunda vez. Shun siga com Seiya, Shiryu e Hyoga até os Elísios, eu me encarrego desse infeliz!

— Ikki! – Grita Shun.

— Obrigado Ikki. Então vamos! – Diz Seiya.

Jango ataca os cavaleiros, mas Ikki detém.

— Sua luta é comigo!

Seiya e Shun são os primeiros a saltar. A imensa pressão parece que vai destruir seus corpos. Seiya se sente sucumbindo, quando sua armadura volta a criar asas.

— As asas de Pégaso!

Seiya agarra Shun pelo braço. O cavaleiro de Andrômeda está surpreendido com as asas na armadura de Pégaso.

— Eu consegui novamente despertar as asas de Pégaso na minha armadura. Já havia conseguido isso, deve ter sido por conta do contato com o sangue divino de Athena. – Explica Seiya para Shun. – Agora poderemos chegar aos Campos Elísios.

Shiryu e Hyoga se atiram na hiperdimensão. Shiryu sente a enorme pressão sobre seu corpo. Ele pensa em Shunrei e no seu Mestre Ancião. Ele está sucumbindo, quando é amparado por Hyoga.

— Hyoga... Sua armadura está com asas!

— Sim. Eu consegui despertar as asas de Cisne graças ao contato com o sangue de Athena. Agora conseguiremos ir juntos para os Campos Elísios e acompanhar Seiya e Shun.

Enquanto isso Ikki e Jango trocam golpes. Ikki leva vantagem.

— “Ave Fênix.”

— Aaaaaaaaaaaaaahhhhh... Maldito! Está ainda mais poderoso! – Grita Jango sangrando.

Jango se levanta surpreendendo Ikki. Ele eleva seu cosmo.

— Veja que na minha sapuris existem vários rostos Ikki. Veja que os olhos de um dos rostos brilham quando eu preparo minha técnica. Você agora será vítima do “Grito Dilacerante.”

As ondas sonoras acertam Ikki e partem tudo ao redor. Ikki cai entre os escombros, mas logo se levanta. Jango conseguiu afastar Ikki da entrada do muro das lamentações e corre em direção a Shiryu e Hyoga que estão partindo.

— Esperem! Eu não vou deixar vocês irem aos Campos Elísios!

Hyoga está sendo tragado com Shiryu pela hiperdimensão com os dois protegidos pelas asas de Cisne.

— Se você invadir esse espaço terá seu corpo despedaçado pela hiperdimensão! – Avisa Hyoga.

— Cale-se. Não vou deixar vocês partirem! – Responde Jango.

Jango se atira na hiperdimensão. Sua sapuris explode. Seu corpo é dilacerado.

— Aaaaaaaaaahhhhhhhh...

— Você tinha sido avisado. Nós estamos protegidos pelo sangue de Athena. – Diz Shiryu.

Hyoga e Shiryu partem. Jango já está morto e Ikki surge na entrada do buraco do muro das lamentações.

— Jango se atirou e foi morto na hiperdimensão. Fatalmente isso acontecerá também comigo, que não tenho a proteção do sangue de Athena. Tenho que arrumar alguma forma de atravessar esse local...

— Espere Ikki. Se tentar algo acontecerá igual com você! Sei que pelo fato da armadura de Fênix se regenerar sozinha, você não recebeu o sangue de Athena nela.

Era Pandora que surgia nas costas de Ikki. O cavaleiro de Fênix segue de costas a ela.

— Isso é verdade. Porém não posso permanecer aqui.

Pandora abraça Ikki por trás. Ela diz que permitirá que Ikki vá aos Elísios, com tanto que ele a vingue.

— Te vingar? Como assim?

Pandora segue abraçando Ikki e chora.

— Você me atingiu com o golpe fantasma. E eu pude ter despertadas várias memórias da minha infância...

Pandora conta a Ikki tudo o que aconteceu com sua família a partir do dia em que despertou os deuses gêmeos. Ela confirma que realmente foi usada por eles e por Hades.

— Entendi. E depois disso você procurou Shun para que Hades tomasse seu corpo.

— Sim. Fui guiada por Hypnos e Thanatos para essa missão. Sendo atacada por sua técnica mental, saí totalmente do transe. Eles me fizeram acreditar que Hades tornaria a Terra um paraíso e que todos teriam vida eterna, mas sei que ele quer apenas torná-la totalmente uma escuridão de trevas. Também sou humana Ikki, eu fui totalmente enganada. Talvez toda a Terra possa desaparecer assim como minha família.

Pandora retira seu colar e entrega para Ikki.

— Pegue esse colar Ikki. Com ele você consegue transitar livremente por todo o mundo das trevas, inclusive pela hiperdimensão. É o único privilégio que recebi do deus Hades.

Ikki pega o colar e olha fixamente para Pandora.

— Mas o que acontecerá com você se me entregar isso?

— Serei considerada uma traidora e serei punida por Hypnos e Thanatos. Mas na verdade, eu já morri faz muito tempo.

Pandora cai no chão. Ikki grita e a ampara.

— Resista Pandora!

— Não se preocupe comigo. Vocês não têm muito tempo. Derrotaram os cento e oito espectros de Hades, mas ainda tem os servos mais poderosos, que também são deuses, Hypnos e Thanatos, assim como o próprio Hades. Athena terá sérios problemas nos Elísios. Thanatos é o deus da morte, e mesmo de longe poderá me matar.

— Não Pandora! Tenho que te ajudar! – Ikki a segura pelos braços.

Pandora morre nos braços de Ikki. O cavaleiro de Fênix olha para o colar que ela lhe entregou e para o rosário de Shaka que agora está com todas as contas escuras.

— Fique com esse rosário Pandora. Eu levarei seus sentimentos comigo e me vingarei também por você. Deterei as ações malignas de Hades e dos seus deuses subordinados.

Ikki deita Pandora com o rosário em suas mãos. Ikki coloca o colar no pescoço e se atira na hiperdimensão. Ele consegue criar as asas de Fênix em sua armadura e desaparece na hiperdimensão.

FIM DA FASE SUBMUNDO