No fundo dos sonhos - Eddie Munson escrita por CherryBombIllusions


Capítulo 5
A noite das garotas




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— Mãe a Nancy e a Robin vem dormir hoje aqui. - Disse assim que desliguei o telefone, na cara da Robin devo dizer. - Vamos fazer uma noite das meninas, amanhã vamos juntas pro colégio, a Nancy vem com o carro dela.

— Ok querida, só não derrubem a casa por favor. - Ela disse mexendo a massa do bolo. - E o Eddie? Já avisou ele, já que é quem sempre te leva pro colégio.

— Vou ligar pra ele. - Peguei novamente o telefone discando o número, que já sei de cor e salteado. - Alô cabeçudo! - Disse assim que escutei sua voz de sono.

São 16h.

— O que você quer pirralha? 

— Só pra avisar que amanhã não vou de carona contigo ok? As meninas vem aqui em casa e vamos com a Nancy. Só na volta que preciso da sua bela carona, como sempre.

— Tá, não esquece que tem o Hellfire amanhã e talvez a gente tenha que ir atrás daquela maldita cabra do Gareth.

— Um cavalheiro, como sempre. - Disse irônica.

— Pra você? Sempre meu amor.

— Com um amor como o seu na minha vida Munson, para que eu teria inimigos?

— Quero voltar a dormir Williams, estava na minha soneca da tarde. - Ele boceja alto, falando com a voz arrastada de sono.

— Você é um preguiçoso do caralho sabia? 

— E você me ama, agora voltarei aos meus aposentos para o soninho da beleza. Tchau pirralha, se cuida.

— Você também.

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— Admita logo que você está com ciúme do Eddie. - Mais uma fala de Robin e eu vou acabar com a vida dela.

— Isso não é nenhuma novidade Robinzinha, eu tenho ciúme de tudo: amizades, amores, da minha família e até da minha caneca favorita. - Aponto para a caneca da Madonna em cima do criado mudo ao lado da cama. - Seria uma blasfêmia não sentir ciúmes de Munson depois de tantos anos juntos.

A cena era o seguinte: eu em pé andando de um lado para o outro, apontando o por que eu não tenho "aquele" tipo de ciúmes de Eddie (qual é, o cara é o meu melhor amigo). Robin, literalmente, jogada no chão em cima do meu tapete roxo enquanto Nancy fazia sua unha do pé.

— Sabe ouvi algumas pequenas fofocas hoje na saída. - Nancy e seu instinto jornalístico, a garota é boa nas fofocas.

E por esse, e outros motivos, que somos melhores amigas.

— Conta tudo, tipo, agora! - Robin puxa o pé com tudo da mão da Nancy, borrando todo o esmalte. - Ih, foi mal.

— Amanhã vamos ter a final de basquete e bem, ouvi sobre algumas coisa sobre Liam... - A safada mexia a sobrancelha para mim. - Parece que ele está a fim de alguém. Só jogando a informação. - Coloca as mão pra cima em forma de redenção.

— Bota tudo pra fora agora caralho, você tem a fofoca e eu preciso dela! - Aponto o dedo na sua cara, exigindo a fofoca completa. A maldita apenas ria.

— Hoje na saída, enquanto você esperava Eddie, consegui escutar uma conversa do Liam com os amigos. Sabe como eu sou né? Meu instinto investigativo falou mais alto e acabei meio que escutando a conversa. - Deu de ombros, como se não fosse nada.

Eu estava sedenta pela aquela conversa.

— Bem, os amigos dele estavam tirando com a cara dele por que você estava ali. E acabei meio que descobrindo que ele é um pouco afim da sua pessoa.

Estava em choque. Absoluto choque.

Liam era do time de basquete (ok, era reserva, mas conta) e eu? Bem, não esquisita o suficiente, mas também não sou popular. Eu sou.... Eu? Me admira ele ter percebido a minha presença em algum momento na vida.

— Se eu fui triste, não me lembro. Você tem certeza disso? Não venha mentir para mim Nancy Wheeler.

— Juro por tudo o que é mais sagrado! Eles empurravam ele pelo ombro, fazendo ele ir em sua direção. Ele estava vermelho Haz, ele corou!

Gritei histérica, não acredito: Liam gostava de mim!

— Eu sou tão sozinha. - Robin declara depois do meu gritinho.

— Você não é sozinha, só não encontrou alguém para amar. 

—Ou seja, sozinha. - Robin disse óbvia. - Isso não é justo. Nancy tem Jonanthan, aliás quando que ele volta daquela viajem? 

— Domingo. - Nancy responde tristonha, a garota sente muita falta do Byers mais velho.

O namorado de Nancy e a família foram visitar um parente na Califórnia. Pelo o que entendi a pessoa não estava nos seus melhores dias, pra não dizer os últimos. 

— Enfim, e agora Hazel tem o Liam. E eu fico com o que? Steve?! Sendo que da fruta que ele come eu chupo até o caroço. - A garota andava de um lado para o outro, indignada. - Sendo que se eu falar que gosto de peitinhos, serei chutada pra fora dessa cidade de merda! A vida é muito injusta.

— E aquela garota da banda? - Perguntei lembrando da química entre as duas, que já vi mais de uma vez.

— Vickie? Somos apenas amigas, não é certo que gostamos da mesma coisa. - Parou por um minuto pensativa. - No sentindo romântico da frase.

— A gente tinha entendido isso...

— E eu tenho medo de conversar com ela demais, por que vai que de repente eu começo a vomitar palavras em cima da coitada e digo que tenho uma enorme paixonite nela? Seria meu fim e da nossa amizade também, não posso cometer esses erros. Meu deus não consigo nem imaginar se eu fizer uma merda des...

— Pelo amor de Deus Robin, você precisa se acalmar! - Disse a segurando pelos ombros e a sentando, forçadamente, na beirada da cama. - Vai acabar tudo bem ok? Vocês já são amigas e ela claramente gosta de você. E por favor, vá num terapeuta. Me assusta quando você começa a tagarelar sem parar.

— Desculpa se meu nervosismo te assusta querida. - Respondeu irônica. - Você acha mesmo que ela gosta de mim? - Perguntou baixo, com receio.

— Ele demonstra isso e eu já a vi olhando seu peito.

Robin era histérica, principalmente quando começava a ficar nervosa e falava sem parar. Ela simplesmente "vomitava" frase atrás de frase (e a grande maioria não tinha nexo nenhum). Mas por trás da garota histérica tinha apenas uma jovem que queria ser ela mesma, viver seus maiores desejos e principalmente, se sentir devidamente amada por quem ela era.

Uma lésbica tagarela.

— Você por ir devagar sabe? Com uma conversinha aqui e ali, de repente marcarem um encontro. - Nancy diz, eu assinto confirmando.

— Faço isso no dia que a Hazel chamar Liam pra sair. - A garota era esperta.

— Feito. - Nancy pronuncia, a olho chocada. - Que foi? Vai esperar ele te chamar? O garoto é tapado como uma porta.

— Nancy!

— Trabalho com verdades minha querida. - Ela disse brincando, Robin ria tanto que chegou a fazer um som de porquinho. Logo nós três estávamos caindo na mais pura gargalhada.

Três meninas jogadas no chão de um quarto, rindo tanto que chegavam a chorar.

Eu amo minhas amigas. 


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