Histórias diversas escrita por Vinicius Aparecido Salatta


Capítulo 8
O cão de guarda




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— Essa é uma ótima foto! – disse Lucas ao revelar uma das fotos tirada por Teresa. 

— Tenho certeza que a sua definição de “ótimo” está um pouco distorcida – respondeu Teresa rindo. 

— Eu diria – disse Lucas enquanto abraçava Teresa por trás – que pra quem começou há poucos meses você está indo muito bem... Um pouco abstrato, mas muito bem – disse enquanto beijava o rosto de Teresa. 

— Abstrato? – Teresa se vira para Lucas o empurrando e o cutucando – Abstrato? 

— É, abstrato – responde Lucas rindo. 

— Você vai retirar o que disse! 

Teresa começa a fazer mais cócegas em Lucas, até que os dois caem sobre a cama, e se beijam. 

 

—---------  

 

No dia seguinte, pela manhã, Lucas e Teresa vão para um parque e se dividem. O objetivo era tirar algumas fotos de animais de rua a fim de levantar fundos para uma ONG de proteção aos animais. Como o clima estava um pouco nublado, pensaram que isso talvez desse um efeito de tristeza desejado nas fotos e ao meio dia se encontrariam na fonte localizada no centro do parque. 

Ao se dividirem, Lucas procurou em cantos mais isolados do parque, onde os animais abandonados costumavam ficar. Avistou um cachorro de porte médio, pelos amarelos e muito mal cuidados. Já devia estar naquela situação há algum tempo. Ao apontar a sua câmera, alguém o surpreende pelas suas costas. 

— Se você me passar a sua câmera com calma eu não vou ter que usar essa faca na minha mão. 

Lucas levanta as mãos assustado, mas calmo. Ele se vira para o assaltante conforme a ordem que recebeu e entrega a câmera em suas mãos. O ladrão pede que Lucas também entregue o dinheiro e seu celular. 

— Eu não tenho dinheiro comigo – disse enquanto entregava o celular. 

— Vai me dizer que um cara com uma câmera bacana como essa não carrega dinheiro com ele? – o assaltante se irrita e empurra a faca sobre a barriga de Lucas, o derrubando no chão. 

No entanto, o cachorro que Lucas tirava a foto pareceu ter escutado o grito de Lucas e começa a latir, correndo em direção ao assaltante, o qual se assusta e sai correndo com a caneca e o celular de Lucas nas mãos. Logo o cachorro desiste de correr atrás do ladrão e vai em direção a Lucas, que o acaricia. 

— Oi amigão – diz enquanto o cachorro o cheira, como se sentisse algo de errado com o rapaz – Será que – Lucas geme colocando a mão sobre o ferimento – Será que esse é o fim? 

O cão cheira Lucas por mais alguns segundos e sai correndo pelo parque. Chega em uma área mais movimentada, como se conhecesse aquele parque como a palma de suas patas. Olhando ao redor, enxerga uma moça com uma câmera nas mãos e sente um cheiro muito semelhante ao de seu amigo ferido. Imediatamente ele corre em sua direção e começa a latir, chamando a atenção da moça. 

— Ei, amigão! Quer participar das fotos também? – diz ela se inclinando na direção do animal enquanto sorri. 

O cão fica latindo e pulando, corre em uma direção, volta a latir e a pular, como se a chamasse. Teresa percebe algo de errado. 

— Quer me mostrar alguma coisa? 

O cão começa a pular ainda mais. 

— Tudo bem então, eu te sigo! 

Percorrendo um caminho consideravelmente longo, ambos chegam nas proximidades de onde o crime havia ocorrido, e antes mesmo que Teresa chegasse no local, avistou Lucas no chão e o sangue sobre sua roupa. Antes mesmo de o alcançar, ela ligou para a ambulância. 

Correndo até ele, ela tenta o manter consciente. Lucas abre os olhos e vê Teresa e o cão, e logo entende o que aconteceu. 

— Então era isso que você tinha ido fazer, seu danadinho! – diz Lucas com um fraco sorriso seguido de mais um gemido – Achei que tinha corrido de medo do sangue. 

Teresa põe as mãos sobre o ferimento de Lucas, o qual já não tinha mais forças para fazê-lo por conta própria. 

— Amor, vai ficar tudo bem! – dizia enquanto não conseguia esconder as lágrimas – O socorro já está vindo! 

— Tess, meu amor! – dizia com a voz rouca enquanto colocava uma das mãos sobre o rosto dela com as poucas forças que ainda tinha – Eu estou bem... O filme da minha vida nem começou ainda... 

— Idiota! – responde Teresa chorando ainda mais – Como consegue fazer piada em um momento assim!? 

Lucas olha fixamente para Teresa. 

— Eu estava planejando... Te dizer isso em outro momento... Mas... Eu... Eu te a... – Lucas desmaia. 

Ao mesmo tempo, a ambulância chega e os paramédicos imediatamente pedem para Teresa se afastar e o colocam na maca. Os primeiros socorros seriam feitos a caminho do hospital. 


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