Por fim, Goku, Goten e Chi-Chi estavam em casa após mais um longo e louco dia. Não se poderia dizer que era um dia comum, afinal, não é todos os dias que enfrentamos um louco com mania de Deus Supremo.

Goten pousou no chão ao mesmo tempo que o seu pai após alguns minutos de voo, Goku, por sua vez, pousou a esposa no chão com cuidado. Já era de hábito eles voarem por lá e para cá, por isso, Chi-Chi não se deu ao trabalho de reclamar. Afinal, para que conduzir, se podemos simplesmente voar?

— Já está! — pronunciou, com um simples sorriso, que morreu ao constatar que a esposa estava triste e pensativa.

— Chi-Chi?... — E, ao chamar a sua atenção, ela voltou a sorrir, ou fingiu sorrir.

— Ah, já está tarde e foi um dia cheio! Goten, vamos, amanhã tens que ir para a escola, despacha-te! — Tudo o que Goten fez foi correr para dentro, seguido de sua mãe, o que fez Goku deixar aquela questão para depois.

Às vezes, ele simplesmente não compreendia a esposa.

(...)

Um pouco mais tarde, Goten já havia adormecido, e Goku tinha acabado de sair do banho, quando viu que Chi-Chi ainda estava pensativa e debruçada sobre a mesa de jantar. Numa tentativa de tirar tudo a limpo, o moreno simplesmente se aproximou dela para conversar.

— O que deu em você, Chi-Chi? — Ao ouvir a voz do marido, a morena rapidamente levantou da cadeira em um movimento brusco que derrubou o móvel.

— Nada! — respondeu, sem pensar duas vezes. — O que foi? — perguntou ao perceber que Goku a encarava de forma séria.

— Eu só queria saber o que deu em você... 

Chi-Chi apenas baixou a cabeça antes de dizer:

— Nada, eu só... Eu só fico pensando: você estava tão tranquilo quando disse que o Tasasu, ou sei lá como se chama, havia me matado...

“E agora?...”

Goku pensou, enquanto coçava a nuca sem jeito. De uma coisa ele tinha certeza: não seria fácil sair dessa.

— O pior é que você não fez nada para vingar a minha morte e a do Goten! — gritou, claramente ficando brava.

— Chi-Chi, o que querias que eu fizesse? — perguntou, colocando os braços na frente do rosto, obviamente, estava pronto para apanhar. — Eu fiz o impossível, mas nem mesmo com a ajuda do Trunks e do Vegeta eu consegui derrotá-lo, nem mesmo a minha fúria por ele ter vos matado foi o suficiente, além...

— O quê? Você ficou furioso? — perguntou, surpresa.

— Muito — respondeu, saindo da defensiva.

— E mesmo assim não o derrotaste? — Goku fez um murmúrio de negação, encarando cada reação da mulher, que continuava extremamente surpresa. — Oh... — Foi tudo o que ela conseguiu dizer antes de enfim voltar a sorrir. — Tudo bem! O importante é que, mesmo que não tenhas vingado a minha morte e a do Goten, você conseguiu arranjar uma forma de ajudar o Trunks! — Fez um carinho nos cabelos do marido.

Ela estava tão feliz que parecia que nada tinha acontecido há pouco, e isso fez Goku voltar a sorrir também.

— Não, Chi-Chi, o importante é que vocês estão bem! — disse, pegando-a pela cintura para erguê-la e girá-la no ar.

— Ai, o que estás a fazer?! Ei! Solta-me, Son Goku!! — reclamou, mas o moreno estava tão feliz que ela simplesmente se deixou levar.

E, naquela noite, Goten foi acordado pelos sorrisos de felicidade repentinos de Goku e Chi-Chi.

(...)

Já estava tudo calmo, mais um vilão derrotado, Mirai Trunks já podia desfrutar de uma vida pacífica, no entanto, Vegeta não estava nada feliz por não ter acabado pessoalmente com a vida de Zamasu, o que não passou despercebido aos olhos de Bulma.

— O que foi agora, Vegeta? — interrogou, relaxada em sua cama, mas não obteve resposta.

Levantando da cama de casal, Bulma aproximou-se calmamente dele e constatou que o marido estava de olhos fechados e, sem conseguir evitar, ela apertou as bochechas dele com força, puxando-as logo em seguida.

— Sorria! — disse, forçando um sorriso no marido, enquanto ela mesma sorria.

— Para, Bulma! Não está na hora desse tipo de brincadeira! — esbravejou, saindo da sua postura de sempre, e, após ser solto, massageou suas bochechas.

— Você não me deu outra opção, eu perguntei mais de mil vezes o que se passava contigo e não obtive respostas! — falou, ainda o encarando, porém, Vegeta parecia não estar interessado na possível cena dramática da esposa.

— Não exageres... — Voltou a cruzar os braços e a fechar os olhos, fazendo a mulher se enervar.

— Humpf! — Bulma saiu de perto dele para pentear o cabelo, quando soube que não receberia a atenção do moreno, mas, mesmo sentada no pequeno banco da sua penteadeira, ela não parava de observar Vegeta pelo espelho. Estava preocupada por ele estar mais calmo que o normal, mas não era apenas por ele estar calmo, além disso, ele estava claramente irritado. E, foi pensando naquela irritação que, como um raio, o possível motivo do mau humor dele passou pela sua cabeça, era possível, fazia todo sentido, mas seria realmente aquilo? — Vegeta... — pronunciou, pousando o pente na penteadeira e virando para o encarar. — Você está assim por causa do Black? — Tudo o que Vegeta fez foi apertar a mão em punho.

— Ah, Vegeta... — A mulher aproximou-se calmamente dele e o abraçou por trás. — O importante não é que eu estou bem? — perguntou, com um sorriso simples.

— Hum... — Pensou por alguns segundos antes de responder: — Sim... — concordou. — O importante é estares bem... — Sem se virar, ele pegou na mão dela e entrelaçou os seus dedos. E, com aquelas simples palavras e aquele simples gesto, Bulma vislumbrou um pequeno sorriso surgir no rosto de Vegeta.