La malédiction des fleurs - Drarry escrita por Daroon


Capítulo 2
Primeira tentativa: um fracasso total




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Por mais que Ronald tenha aceitado ajudar seu amigo na resolução de seu problema, ele ainda não tinha descoberto o nome do cara que fez Potter se apaixonar.  Ou talvez, no fundo de sua mente, ele temesse descobrir quem era. No entanto, as exigências de Harry para que Hermione não soubesse o que estava acontecendo deixou Rony completamente desorientado.

— Cara, você enlouqueceu? — ele perguntou em pleno choque, enquanto aproveitavam que estavam apenas os dois no dormitório. — A Hermione é a melhor para te ajudar. A gente não consegue fazer quase nada sem a ajuda dela, imagina agora que estamos tentando evitar a sua morte. — O tom agudo reverberou pelo ambiente inteiro.

A cabeça de Harry estava explodindo, de diversas formas diga-se de passagem. Estava há dias sem conseguir dormir devidamente, sua aparência era uma bagunça total e praticamente todos estavam estranhando suas atitudes, por Merlin, até os Sonserinos perceberam e não perderam a oportunidade de caçoa-lo. Hermione exigiu respostas, as quais Harry recusou profundamente em lhe dar, o que ocasionou um olhar chateado da amiga. Não era porque Harry não confiava na amiga, por Godric, ele deixaria sua vida nas mãos de Hermione, mas o assunto era tão delicado, na verdade a pessoa envolvida era tão complicada que Potter não queria ter que explicar ou entender por que raios ele gostava de Malfoy. Não fazia o menor sentido.

— Ron, tenta entender, existe um motivo plausível por eu não querer a Mione envolvida nessa merda toda. — A cara frustrada e angustiada de Harry atingiu o amigo com força. Rony trocou o peso do pé antes de simplesmente jogar-se na cama, suspirando alto.

— Que droga, Harry! — Esfregou os olhos, cansado. — Está sendo horrível ter que olhar para ela e vê-la tão chateada. 

— Eu sei — ele sussurrou, a culpa o consumindo. 

Rony engasgou-se ao reconhecer o sentimento, sentou-se rapidamente.

— Foi mal, cara. Eu sei que você está fazendo isso por um motivo, mas sem ela, será complicado resolvermos isso. 

— A gente consegue. — Rony queria tanto confiar naquelas palavras, mas só apenas uma pequena parcela confiou, porque ele sabia que seria um desastre total. 

…..

Ronald sabia que estava certo no momento que ele e Harry estavam lendo pilhas e pilhas de livros. Consumindo-os. Aquilo teria sido mais fácil com Hermione ao lado, talvez eles nem precisassem estar ali escondidos. Mais um livro fechado e colocado sobre a extensa armadilha de livros sobre a mesa, que poderiam facilmente cair. Weasley estalou a coluna, esticando-se para trás ao gemer de dor; ficar horas naquela cadeira estava sendo desconfortável. Olhou brevemente para o amigo, jamais imaginando que o veria tão concentrado, seus lábios crispados e a testa franzida tão rudemente que Ron achou que Harry se fundiria com o que estivesse lendo. E o largo sorriso que se desenhou em seu rosto foi o suficiente para o Weasley saber que tinham encontrado o livro certo.

— Pelo visto achamos. 

Harry olhou para o amigo em pleno alívio, sussurrando um singelo sim. Rony também ficou muito feliz, mas ele deveria ter percebido que era bom demais para ser verdade. O livro que Harry lhe deu era literalmente falando sobre a maldição, nele constava os sintomas, as maneiras de sair da situação, que era contar para a pessoa e torcer ser correspondido (o que Harry disse ser impossível), existia a possibilidade de fazer a cirurgia o que faria a pessoa esquecer a outra (Rony resolveu não questionar ainda o amigo do porquê aquela opção estaria fora de cogitação) e tinha poções para retardar o processo e poções que poderiam matar a flor. O problema veio com as poções: existiam várias, pois parecia que dependendo do organismo e a flor que habitava no corpo da pessoa, uma poção que ajudou um não ajudaria o outro; em outras palavras, Harry teria que ir tomando poções até uma funcionar. E os dois não eram os melhores em poções, novamente, Rony achava Hermione a melhor opção para salvá-lo.

— A gente tá ferrado — resmungou Rony, olhando para o rosto carregado de culpa e desculpa do amigo. Definitivamente chegaria o momento em que teria que interrogá-lo.

Os garotos resolveram arrumar tudo e levaram o livro para o banheiro feminino do segundo andar. A brilhante ideia (horrível nas palavras do Weasley) de Harry para o preparo das poções sem ninguém saber era acessar a Câmara Secreta. Lembranças horríveis atingiram os meninos, mas não parecia o suficiente para desistirem, nem mesmo o Basilisco morto tinha sido. 

— Eu vou pegar as coisas necessárias, você pode ir lendo — pronunciou Harry, já colocando a capa da invisibilidade, em sua outra mão estava o Mapa do Maroto. O menino que sobreviveu estava fazendo de tudo para manter-se longe de Malfoy. 

Enquanto Harry perambulava pelo castelo e pegava o necessário, Rony resolveu ler o bendito livro que seria a salvação. A cada página seu cenho franzia cada vez mais, a cada poção mirabolante e complexa fazia seu estômago revirar, se errasse qualquer coisa poderia ser catastrófico, além de que cada poção era advertido que teria um efeito colateral, em outras palavras, teria que ter mais elixires para essas reações. Weasley gemeu, perguntou-se como eles conseguiam se  enfiar nessas merdas. A única parte boa daquilo tudo era que as poções estavam dividas, para cada flor existia diversos tipos de poções, então eles só precisariam testar as que pertenciam ao tipo de flor que Harry cuspia.

……

— Como assim você não tem certeza qual flor está cuspindo? — A voz histérica de Ronald ecoou por toda a câmara. Depois de Harry fazer diversas viagens para trazer tudo o que precisavam e Rony ter lido as partes importantes do livro, eles iriam começar a primeira poção, a qual, na verdade todas elas, exigiam a pétala da flor responsável por atacar o corpo. 

— Eu só sei que ela é branca, não cheguei ao estágio de ramos, estou evitando ele ao máximo. — Harry tinha um ponto, tinham que concordar, quanto mais ele evitasse a outra pessoa, menos a maldição progredia, mas ainda não resolvia o problema de saber qual flor era. — Mas olha, eu trouxe a que mais se encaixava. — Deu de ombros, Rony estava fazendo um escândalo. — Eu tenho certeza que é essa, por mais que no momento que cuspi tinha sangue eu tenho certeza que o cheiro característico dela é dessa flor.

— E qual é o nome dessa flor? — perguntou em escárnio. 

— Gardênia — respondeu Harry com orgulho, em seguida suspirou. — Olha, Ron, eu sei que estou pedindo muito, que está sendo um erro não chamar a Mione, mas eu… eu… — Crispou os lábios sem saber como continuar. 

Weasley aliviou sua expressão e depositou a mão sobre o ombro de Harry, apertando suavemente para chamar a sua atenção. 

— Tudo bem, Harry, não precisa falar. Não agora, mas quando estiver confortável eu vou querer saber quem é a pessoa, porque se deixar eu tentar adivinhar por conta própria eu vou acabar presumindo que é o Malfoy — gargalhou pela própria piada, não notando o corpo tenso de Harry com a menção, nem o rosto doente dele ao sentir a garganta queimando.

Harry respirou fundo antes de sorrir forçadamente, com Rony se acalmando, eles começaram a preparar a primeira poção. Quem ficou cuidando mais acabou sendo Harry, já que precisavam agir normalmente para que ninguém desconfiasse, Rony voltou, e Potter agindo estranhamente durante os últimos dias, não seria suspeito ele ficar sumido por algumas horas.

Na manhã seguinte, Ronald desceu até a Câmara Secreta (escutar Harry falando a língua das cobras durante o sono teve alguma vantagem), ele já esperava encontrar o amigo dormindo próximo da poção. Seu peito doeu com o pensamento de Harry estar sofrendo por alguém que o odiava, após tudo o que ele passou, não precisava de mais uma merda na sua vida.

Agachou-se próximo a ele, e o balançou suavemente.

— Ei, amigão — chamou afetuoso, o corpo tenso de Harry ao acordar e os olhos em pânico em busca de um perigo deixou-o angustiado. — Está tudo bem, Harry — disse, segurando-o pelos ombros para que olhasse para si. — Está tudo bem — repetiu.

Um pouco mais calmo ao respirar fundo junto com Rony, Harry sentou-se para puxar um pouco da blusa e limpar o suor. Rony aproveitou para ver a poção e sorrir brevemente ao ver que deu tudo certo, finalizou ela jogando a pétala da gardênia. Harry observou com curiosidade o amigo colocar a poção em um recipiente e entregá-lo para si, com um enorme sorriso estampado no rosto. 

— Quem diria que iríamos conseguir acertar a primeira poção teste de primeira. — Harry acompanhou o sorriso do amigo, afinal ele tinha razão. 

Sem perder tempo, tomou todo o elixir num único gole, o gosto não era bom, mas também não era ruim se fosse para comparar com a poção polissuco. Harry não poderia dizer que sentiu alguma diferença, isso não constava nos livros, mas pela expressão de Rony, algo aconteceu. Seu rosto congelou de medo.

— O quê?! — questionou, com um fiapo de voz, preocupado.

— Seu cabelo — murmurou Rony, com os olhos arregalados.

O pânico se alastrou por todo o corpo de Harry, seu primeiro pensamento foi de que ficou careca, mas ao sentir o seu ninho habitual entre os dedos um suspiro escapou.

— Que susto, Rony — resmungou, bagunçando ainda mais os fios. — Achei que tinha ficado careca.

— Olha, amigão… não sei o que é pior.

Enrugou a testa, começando a perder a paciência.

— O que é, Rony? 

— Amarelo. 

— Hã?!

— Seu cabelo tá amarelo — gritou Weasley.

As mãos de Harry foram novamente para os seus cabelos, como se pudesse ver algo. Inspirou e respirou duas vezes antes de se acalmar a analisar bem a situação. Não havia problema em ter cabelo amarelo, certo? Era um preço pequeno se a poção funcionasse. Deu de ombros antes de responder:

— Tá tudo bem, Ron. Não estou tão ruim, né? — perguntou num sorriso para descontrair.

— É… Claro! — O tom de voz não era confiável, mas foi ignorado pelos ouvidos de Harry.

— Vou testar!

E antes que Rony pudesse falar sobre como era uma péssima ideia, o amigo já tinha corrido, desesperado na concepção do outro. Harry tropeçava por entre os corredores, exausto de tanto correr, mas realmente não se importando em parar, tinha esquecido de trazer o mapa então precisava correr atrás de Malfoy e não poderia simplesmente sair perguntando.

Os bruxos que vagavam pelos corredores olhavam para o vulto que passava rápido por eles. O choque que passava pelos seus rostos ao reconhecer Harry Potter de cabelos amarelos foi o estopim para extensas risadas e longos comentários, logo, logo Hogwarts inteira saberia.

Harry finalmente conseguiu achar Draco, que gargalhava com os outros sonserinos. Seria mentira se dissesse que peito doeu e ao mesmo tempo se aqueceu com a cena que vislumbrou. Era uma risada genuína, uma que não via com frequência, mas que nunca era ocasionada por si.

Quando os olhos cinzentos encontraram com os verdes, o sorriso legítimo transformou-se em um arrogante. Novamente, Harry se perguntou por que dentre todas as pessoas tinha que ser o Malfoy? Estava evitando pensar naquela resposta. 

— Mudou de casa, Potter? Você sempre combinou com os lufanos. 

A queimação subiu, tanto no peito quanto nos olhos. Novamente, Harry saiu em disparada, indo o mais rápido possível ao banheiro mais próximo e entrando na cabine para que não fosse visto, no minuto seguinte estava tossindo sangue e mais pétalas, olhando-as melhor, definitivamente era a gardênia. Mas saber disso não acalmou seu coração nem as lágrimas que escorriam. A poção não tinha funcionado. 


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