You & I escrita por mckinnon


Capítulo 2
Como devia ser (eu e você)


Notas iniciais do capítulo

Feliz aniversário, Lubs! Que você continue iluminando nossa vida sempre, com toda a luz que você emana ♥



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Como devia ser (eu e você)

Escrita por McKinnon

O som abafado do Salão Comunal era o único barulho que Marlene ouvia enquanto caminhava sozinha pelos jardins. Enxergou ao longe o Salgueiro Lutador, balançando seus galhos, buscando se livrar da neve, junto a brisa fria que somente uma noite de inverno podia proporcionar. A noite estava agradável, apesar do frio que fazia um arrepio percorrer seu corpo de tempos em tempos.

O suéter vermelho que usava não parecia ser o suficiente para esquentá-la naquela noite, mas não se importava. O frio a ajudava a colocar seus pensamentos em ordem e isso era exatamente o que ela precisava naquele momento.

Era véspera de Natal e poucos alunos haviam permanecido em Hogwarts. Ela havia decidido ficar e acompanhar Lily, que havia se recusado a ir para casa e passar o Natal junto a família do namorado de sua irmã. Marlene gostaria de ter voltado para casa, mas seus pais e seu irmão provavelmente estariam tão ocupados com suas próprias vidas e ela não queria os atrapalhar de forma alguma. Além disso, ela tinha alguns outros motivos para querer permanecer no castelo naquele ano...

De qualquer forma, ela precisava respirar um pouco de ar puro naquele momento, e parecia ter sido o momento ideal já que James, que também havia permanecido no castelo, e Lily estavam tão entretidos conversando que sequer deviam ter percebido sua ausência. A amizade entre os dois, se é que podia ser chamada assim, parecia ter finalmente se estabelecido e era um alívio ver os dois se dando tão bem. Mas mesmo assim, eles ainda possuíam aquele magnetismo, aquela atração inevitável e Marlene esperava de coração que um dos dois percebesse logo e tomasse alguma iniciativa.

Ela já tinha experienciado aquilo. Na realidade, vinha experienciando mais do que deveria, mas aquilo não era o momento para pensar sobre. Não enquanto a garota se apoiava naquela árvore, aquele carvalho antigo, e esperava ele chegar.

Ouviu os passos dele ao longe e sorriu, esperando que ele viesse ao seu encontro.

— Não podíamos ter feito isso dentro do castelo? Não sei se você notou, mas está nevando — ouviu aquela voz sarcástica murmurar e outro arrepio correu por seu corpo, mas dessa vez não era frio. Era pura ansiedade e a antecipação pelo que vinha a seguir: um abraço quente e um beijo de tirar o fôlego, antes que ela sequer pudesse responder.

— Na verdade, eu notei. Mas gosto da brisa fria — murmurou ela e sorriu, entrelaçando seus dedos atrás do pescoço dele. — Além disso, hoje o céu está lindo.

Sirius sorriu, balançando a cabeça negativamente e a beijou mais uma vez. Quando eles se soltaram, ele conjurou um cobertor com sua varinha e estendeu no chão, sentando-se com Marlene ao seu lado. Ele a abraçou de lado e beijou seu cabelo, suspirando em contentamento.

Marlene não tinha certeza de como tudo aquilo tinha começado. Quer dizer, ela sabia, mas era difícil de acreditar em como os dois pareciam se dar tão bem... Não apenas fisicamente, embora o envolvimento dos dois tivesse começado apenas com alguns beijos no vestiário, após um treino de Quadribol.

Ela sempre notou a atração que existia entre os dois, afinal, era praticamente palpável. Era isso que tinha levado os dois a se envolver daquela forma, mas naquele momento, era muito mais do que apenas atração, parecia algo mais forte, mais intenso.

Os dois pareciam comprometidos em levar aquilo adiante, embora estivessem agindo... Discretamente. Nenhum dos dois ainda tinha admitido ou contado para alguém sobre seus encontros furtivos, embora todos desconfiassem. Marlene simplesmente não sentia a necessidade de esclarecer para qualquer um o que estava acontecendo, afinal, aquilo só era da conta dos dois.

Mas Sirius não pensava exatamente assim, pelo que parecia.

— Podíamos estar tomando um chocolate quente em frente a lareira com James e Lily, se você não fosse tão teimosa — brincou Sirius, aconchegando-se mais a ela. Marlene suspirou e revirou os olhos, exatamente como ele havia descrito: com teimosia.

— Precisamos falar sobre isso de novo? Agora? — dessa vez, Sirius suspirou e balançou a cabeça, deixando o assunto para lá, mais uma vez.

Os dois permaneceram em um silêncio levemente desconfortável, antes que Sirius o quebrasse apontando para o céu.

— Olha. Podemos ver Vênus hoje — ele sussurrou, apontando para um pontinho brilhante no céu, mais brilhante que a própria Lua — De acordo com uma lenda trouxa, Vênus é o nome da deusa do amor e da beleza.

Marlene sorriu, encarando o céu, mais uma vez encantada com os conhecimentos dele. Ele era um garoto adorável, tão inteligente... Ela gostaria que ele a enxergasse da forma que ela o via agora: tão bonito, por dentro e por fora.

— Do amor, é? Isso é interessante, onde você aprendeu isso? — perguntou curiosa, querendo saber mais sobre.

— Em alguma aula de Estudo dos Trouxas, acho. Eu só me lembro de ter visto algumas fotografias de estátuas e pinturas de uma mulher com grandes peitos e.... — Marlene o cortou, batendo em seu braço e ele riu — Estou brincando, foi realmente em uma aula de Estudo dos Trouxas e não, eu não me lembro só por causa disso. Eu sei sobre isso porque procurei sobre o assunto depois e li alguns livros sobre.

— Uau, então você não é somente um rostinho bonito? — Marlene o provocou, rindo.

— Como você pode ver, eu sou um rosto lindo e uma bela bagagem de conhecimento. Mas mudando de assunto, eu te trouxe um presente.

Marlene encarou-o surpresa, enquanto ele se afastou e remexeu um dos bolsos, puxando uma caixinha pequena carmesim e a entregando. A garota o encarou receosa, temendo abrir a caixinha.

Quando finalmente tomou coragem, encontrou um broche dentro. Um broche maravilhoso, na realidade, em formato de uma rosa vermelha brilhante. Os pequenos pontos de luz pareciam se mexer levemente, tornando a peça mais brilhante a cada momento.

— Sirius, isso é... Lindo, uau! — ela sussurrou, encantada. Entregou o broche para ele, que prendeu delicadamente em seu suéter.

— Eu sei que você não quer falar sobre isso agora, mas eu... Eu preciso te falar. Marlene, eu adoro você. Adoro como você coloca o cabelo atrás das orelhas quando está confusa, como você revira os olhos a cada momento — e eu tenho certeza de que Lily pegou essa mania de você — e adoro seu senso de humor. Adoro sua empatia, sua gentileza e sua força... Eu sinceramente, não consigo ver em você nada que eu não goste — Marlene tentou o interromper, embora seus olhos estivessem marejados com a declaração espontânea dele. Sirius não era o tipo de cara que falava tão abertamente sobre seus sentimentos, embora ela soubesse que ele sentia tudo, tanto quanto ela.

— Como eu estava dizendo... Porra, é você, Marlene. Sempre foi você. Todas as provocações, piadas, brigas. Tudo me levou até você e a estar com você. Agora nós podemos, por favor, entrar no maldito castelo e contar para os nossos amigos que nós estamos juntos? — ele terminou seu discurso, rindo e dando um beijo leve em seus lábios logo em seguida.

— Seu idiota — ela murmurou, secando uma lágrima que havia escapado de seu olho — Você estava planejando isso, não estava? — ela perguntou rindo, beijando-o mais uma vez, pois parecia simplesmente impossível ficar longe dele. Céus, era bom demais estar na presença daquele garoto, ela nem tinha palavras para descrever.

— É claro — ele revirou os olhos, imitando-a e ela sorriu, balançando a cabeça.

Marlene decidiu se levantar, jogando seus longos cabelos castanhos para trás e estendendo a mão para Sirius.

— Vamos, Black. Vamos interromper a conversa de James e Lily para contar que a deusa Vênus te deixou caidinho por mim.

Sirius gargalhou, agarrando a mão de Marlene e a puxando contra si, fazendo ela cair em seu colo. Beijaram-se profundamente, por minutos, ou talvez horas, antes de voltarem para o castelo.

Juntos e de mãos dadas, dessa vez.

Como devia ser.


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