Mazeru

Era só uma caminhada, não podia ser mais que isso, era apenas uma manhã pouco aconchegante e nada convidativa e, uma caminhada de amigos  incomum.

Talvez porque ele que sempre fora extrovertido e impulsivo estivesse estranhamente coagido, medindo palavras, ou apenas porque depois de confessa ela se sentisse liberta.

- Hinata...- ela ergueu os olhos,buscando um contato visual que antes temia.- Eu...bem...ah!

Não pôde deixar de achar engraçado parte daquele nervosismo, afinal, ele sabia muito bem que não era necessário.

Era tão simples, de verdade ela já esperava aquilo, era apenas a amiga e ele apenas não sabia como dizer isso, parte de si queria que ele não conseguisse falar ,infelizmente, aquele seu lado altruísta-em especial para com ele- lhe dizia para acabar com a agonia dele,era egoísmo afinal, se no prestar de contas ela se preocupava com ele, aquele  fato irritante que repercutia em si mesma, para o qual desistira de encontrar explicações lógicas.

- Gomem ne, Naruto.- e inconscientemente ela já estava pressionando os indicadores.- Nunca pensei que iria sobreviver, e sabe, não era minha intenção te deixar nessa situação.

Ele parou embabascado, Hinata não havia gaguejado.

Ela abriu um sorriso singelo e olhou para cima, estava começando a chover.

-...- ele pensou no que dizer por dias, enquanto voltava para Konoha,e no fim das contas estava descobrindo que sequer havia realmente pensado na  situação, ela o havia antecipado porque era óbvio.- Tipo...Eu fiquei pensando no que dizer assim que começamos a voltar pra Konoha,sabe? Agora... eu sei lá!- ele coçou a cabeça e juntou-se a ela admirando o céu.

Foram minutos de silêncio, de compreensão e enfim ele riu.

- Você foi a primeira pessoa que disse isso, sabe?- ele declarou distraído.

- I-isso o que?- fora inevitavel gaguejar, quando de verdade ela atalhara a agonia dele e estava divagando longe, passando de mil maneiras de fugir dali  a lembranças muito vagas sobre sua mãe.

- Tipo... Aquela parada de me amar, ttebayo!- ele sorriu sem graça e encarou a morena, ainda distraída com o céu.

Ela continuou calada, sabia que ele esperava uma resposta mas não conseguia formular uma, ao menos nenhuma que lhe passava em mente  e não envolvesse sair correndo.Ele suspirou, o silêncio pesado dela permitira que seus olhos divagassem pelo corpo da morena, as partes não cobertas pelas roupas exageradas, e de repente pegou-se agradecendo a Kami porque o que quer que ela escondesse nas roupas, não era visivel para ninguém.

Porque em nome de Kami, ela era bonita, delicada, angelical.E tudo dentro dele apitava possessivamente: “Minha!”

Naruto não gostava do silêncio dela, porque o fazia pensar, pensar sobre ela era algo novo e por demais viciante, inebriava os sentidos.

- Seu cabelo é bonito.- ele só tinha de quebrar o silêncio, fazer com que ela falasse e distraisse sua mente.

Ela lhe encarou um tanto assustada, e abriu um leve sorriso.

-A-arigato-ou Naruto-kun!- E por Kami! Naruto acabara de perceber que seus elogios tinha um estranho efeito em Hinata, e ele gostava daquilo, gostava demais.

Ele sorriu, pela primeira vez verdadeiramente. E então, talvez por acaso, ou porque o destino realmente queria lhe empurrar de forma imoral para a morena, ela,a ruiva, tomou conta de sua cabeça.

  Ele sorriu, sua mãe, ali diante dele! Era algo tão novo, tão incrivel, ela era tão ele! Ele tinha a quem puxar, Uzumaki Kushina.

-Tem uma coisinha especial que eu gosto de dizer a homens que elogiam meu cabelo...Incluindo você, Naruto.-  ele a encarou, ela abriu um singelo sorriso.

-?...Hein?

- Eu Te Amo!

Era  diferente ouvir aquilo de Kushina, sua mãe.Não soava como a aflição desesperada que sentira pela Hyuuga, completava uma parte incrivel de Naruto, uma que ele conhecia e sempre estivera vazia,até agora.

- Então me diga, qual é o produto do “Raio dourado de Konoha” e a “Habanero sanguinária”?- ele a encarou estupefato, ela queria saber dele? Desejaria ele tê-lo conhecido, como ele quisera ter conhecido os pais durante toda a vida? E Naruto soube que não só ela, sua mãe, assim como ele, seu pai, se importavam. Se eles se importavam, então Naruto diria.

-“O HOKAGE LARANJA DE KONOHA”- esse era o produto da junção inimaginada e louca do moleque loiro um tanto afeminado e da garotinha com cara de tomate que queriam-ambos-serem hokages.

“ O que daria a junção do Hokage Laranja de Konoha  com  a Gentil Olhos de Perola?”  

Ele se pegou pensando involuntariamente, Naruto já sabia, fosse como fosse a mistura, com certeza seria incrivel a ponto de orgulhar seus pais, uma ruiva desbocada e um tanto sanguinária e um loiro relâmpago que NUNCA iria admitir fora afeminado!

Até porque, Uzumaki, Namikaze... Era mais que necessário contrabalançar, não havia morenos na família, e nem pessoas calmas. E ele chegou a nobre convicção de que os Uzumaki só seriam ideais se Hinata fosse Uzumaki, porque ela era dele, ele gostava do efeito que tinha sobre ela, e tinha descoberto um bom motivo para liberar até a oitava cauda da raposa, ela era dele afinal de contas. Pein não tinha o minimo direito de tocá-la, porque se não existia Hinata não tinha sentido o resto existir também.

- N-Naruto, temos de sair a ch-c-chuva está engrossando.- ele a fitou, estranhamente sério.

-Hey,Hinata!- ela arregalou os olhos, assustada.- Eu te prometo que vou derrotar o Madara, e voltar pra ver o que dá a mistura do Hokage Laranja de Konoha  com  a Gentil Olhos de Perola!- ela não entendeu nada ele sabia, mas promessa de Uzumaki era coisa séria ela sabia, então não se incomodou, fosse qual fosse a tal mistura ela descobriria no final das contas.