Hair escrita por CaptainLJones


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

HELLO MEUS CHUCHUS! HÁ QUANTO TEMPO HEIN???

Faz anos desde a útlima vez que postei uma fanfic nova de Kuroshitsuji, mas aqui estamos! ♥ Eu escrevi essa fanfic na verdade faz alguns anos, mas nunca a postei, no entanto, achei que vocês gostariam de ler essa viagem que escrevei hehe.

Espero que gostem.



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Hair

A shinigami vermelha andava pelas ruas gélidas de Londres, estava em serviço. Seu superior lhe enviara ao mundo humano não para coletar almas, mas sim para encontrar o lendário Deus da Morte. William não lhe dera muitos detalhes sobre a situação, pois temia que a ruiva fizesse alguma bobagem que pudesse comprometer toda a operação... de novo. O dia estava ensolarado, porém nem mesmo os raios de sol pareciam aquecer a cidade. Era quase meio-dia, e o delicioso cheiro da comida preparada pelos restaurantes lhe dava água na boca, e ouvira seu estômago roncar. Dormira demais naquela manhã e saíra para trabalhar sem tomar café da manhã, ao menos logo terminaria seu turno e poderia fazer uma refeição decente. Logo, Grell estava em frente a funerária e adentrou a loja sem nem ao menos anunciar sua presença. Depois todas as vezes que havia vindo até a funerária, o lendário shinigami havia se acostumado com a presença da menor, e um laço de amizade se concretizou entre os dois Deuses da Morte. Fazia quase seis meses desde que Grell vira o outro pela última vez, e ficara bastante contente quando seu supervisor lhe mandara ir vê-lo.

—Undertaker? – Chamou, vendo que este não se encontrava na recepção.

Em poucos segundos o funerário surgiu dos fundos da loja, sorrindo ao ver a ruiva, que no mesmo instante em que pôs os olhos no mais velho abraçou-o com toda a sua força, sendo retribuído da mesma forma.

—Undy! Que saudades! – Disse a ruiva sem desgrudar do outro – Há quanto tempo nós não nos vemos?!

—Cinco meses, duas semanas, quatro dias, uma hora, trinta minutos e... – Checou brevemente seu relógio de bolso para uma resposta mais exata – quarenta e sete segundos.

Grell iria olhar para o funerário e lhe dizer que este estava parecendo um maníaco perseguidor daquela forma, quando reparou mais atentamente neste. A franja de Undertaker estava consideravelmente crescida, de tal jeito que agora a ruiva mal podia ver seu nariz, reparou então no comprimento deste que estava quase na altura de seus joelhos.

—Caramba! Deixou o cabelo crescer ainda mais?! – Questionou a mais nova – Nem mesmo eu deixo o meu crescer a esse ponto.

—Hi, hi! Só um pouquinho, nada demais. – Mentiu ele – Mas e então, o que te trouxe aqui, my lady?

—Wiru me pediu para vir aqui. – Respondeu Grell – Ele quer algumas informações.

—Então me dê uma risada de primeira categoria... hi, hi, hi!

—Sabe que eu não sei contar piadas! – Disse a ruiva ficando emburrada, cruzando os braços e fazendo biquinho.

—Então, fique aqui e almoce comigo. – Propôs o grisalho – Você deve estar com fome.

Grell ia responder, mas seu estomago foi mais rápido e roncou alto, fazendo o maior rir.

—Eu vou por mais um prato na mesa.

X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X

Em pouco tempo, os dois Deuses da morte estavam sentados a uma pequena mesa que havia na recepção da loja, cada um com uma tigela de sopa. Enquanto almoçavam, eles conversavam sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis. Fazia tanto tempo que não se viam que os assuntos acabaram acumulando, e parecia que jamais acabariam. Grell contava sobre a correria em que a sessão despachante estava, devido a uma doença que estava acabando com os idosos e pessoas mais pobres em Londres. E Undertaker contava sobre seus “clientes” que chegaram a loja, e em como havia tirado o jovem Phantomhive do sério exigindo desta vez fosse ele que o fizesse rir.

Estavam se divertindo bastante. No entanto algo incomodava Grell. Ela estava vendo Undertaker soprar sua franja para longe o tempo todo, porque se ele não o fizesse, iria acabar com cabelo na boca e não sopa. A ruiva não se aguenta e lhe pergunta.

—Undy... posso lhe fazer uma pergunta?

—Acabou de fazer. – Disse o mais velho rindo consigo mesmo – Vá em frente.

—Você não acha que está precisando cortar o cabelo? – Questionou Grell.

No instante em que Grell fez a pergunta, Undertaker engasgou-se com a sopa, começando a tossir de forma violenta. Quando a ruiva ia levantar-se para socorrer o mais velho, este ergueu uma mão, gesticulando para o outro que não precisava levantar-se. Após controlar seu ataque de tosse, o grisalho se levanta para ir para a cozinha, no entanto da de cara com a parede, sem enxergar absolutamente nada com o cabelo nos olhos.

—Caramba, Undertaker, você tá bem? – Ela questiona, tendo como resposta um rápido “tudo bem”, antes que Undertaker fosse para o outro cômodo. Depois de alguns instantes, e ouvir alguns barulhos, o grisalho retorna com uma garrafa de vinho.

—O que acha de bebermos um pouco para comemorar nosso reencontro, minha querida? – O funerário pergunta, obviamente tentando mudar de assunto.

—Undertaker, por que não me deixa cortar o seu cabelo? – Grell insiste – Eu sei cortar, fui eu que cortei o do Ronald!

Aquilo não transmite muita confiança para o mais velho. Que nega gentilmente a proposta, mas no entanto, Grell segue insistindo por um bom tempo.

—Se encostar no meu cabelo, você morre. – Ameaçou.

—Eu só vou arrumar a franja e as pontas. Que mal tem nisso? – Perguntou Grell – Ande, deixe de fazer birra e vamos cortar esse cabelo...

—NÃO! – Exclamou o mais velho, levantando-se e correndo para os fundos da loja, como se fosse uma criança tentando se esconder de seus pais para não ser castigada.

Grell revirou os olhos. Adorava estar na companhia do grisalho, principalmente seu jeito de ser (obviamente depois de ter se acostumado às suas bizarrices), mas Undertaker às vezes tomava certas atitudes que faziam a ruiva questionar-se se o funerário realmente tinha séculos de vida, ou se era apenas uma criança bem grande. Limpou a boca com um guardanapo, e levantou-se, tratando de seguir o outro.

—Undy, pare com isso! Eu não tenho tempo para...

Parou de falar no instante em que abriu a porta que levava aos fundos da funerária. Havia um corredor sem qualquer tipo de iluminação, (sendo que Grell já julgava a entrada da loja um local bastante escuro) no qual tinha várias outras portas, cada uma levando a um lugar diferente. E no final deste, a esquerda, havia uma escada que levava ao andar superior. Apesar de já ter ido até o estabelecimento diversas vezes, nunca fora além da recepção da loja. Agora tinha dois problemas: Não tinha a menor ideia do que poderia encontrar ali, pois afinal, se tratava do lugar do grisalho, e vindo deste tudo era possível. E o segundo problema: não sabia onde procurar por ele. Podia muito bem virar as costas para ir embora, e deixar a franja do shinigami cega-lo. Mas sabia que se passasse por aquela porta sem ao menos tentar não se perdoaria. Suspirou. Conforme adentrava no corredor, a temperatura parecia cair mais e mais. Abriu a primeira porta, mal conseguia ver o que tinha ali dentro de tamanha a escuridão. Voltou a recepção da loja e pegou um castiçal com três velas e acendeu todas, voltando então para o quarto estranho, agora conseguindo ver que aquilo era um tipo de deposito onde haviam vários outros caixões que não estavam sendo utilizados para nada no momento. Próxima porta, uma pequena despensa com vassouras e esfregões. Com certeza Undertaker não estava ali. A seguinte continha várias prateleiras com vidros que continham conteúdos suspeitos, dos quais a ruiva tinha medo de descobrir o que eram. De porta em porta procurava pelo mais velho sem demonstrar qualquer tipo de sucesso, sem falar que aquele lugar era incrivelmente assustador.

Até que finalmente abriu uma porta que levava ao “necrotério” de Undertaker. Se Grell sentia frio antes, agora estava congelando. O frio era tanto que chegou a vestir o sobretudo da falecida Madame Red corretamente para tentar se manter aquecida, pelo menos enquanto estivesse ali. Havia diversos cadáveres, cada um sobre uma bancada diferente, todos cobertos por lençóis brancos. E em uma pequena mesa, sobre ela repousavam alguns instrumentos que o funerário usava para “consertar” seus “clientes”, algumas até mesmo ainda estavam manchadas de sangue, e um armário no qual provavelmente continha mais daquelas ferramentas. Sem cerimônia alguma, começou a descobrir os corpos um por um, para ver se o mais velho se encontrava sob um deles. Havia retirado o lençol de dois cadáveres quando um deles que estava mais afastado lhe chamara atenção devido ao comprimento de suas madeixas platinadas que pendiam para fora da bancada. Sorriu, lenta e silenciosamente, indo até aquela bancada. Grell estava tão compenetrado em chegar a seu objetivo, que não reparara no armário que se abrira, e muito menos no lendário shinigami saindo de dentro do mesmo, pé por pé e com o olhar fixo na ruiva, realizando uma fuga que teria sido perfeita, se ele não tivesse esbarrado com o quadril no canto de uma das bancadas quando virou-se para sair. Como se não bastasse o estrondo do impacto, Undertaker ainda deixou um pequeno grito de dor lhe escapar, imediatamente direcionando seu olhar para a shinigami vermelha que a essa altura dos acontecimentos, já havia o visto.

Por um breve segundo, apenas se encararam, mais rápido do que os olhos de um shinigami poderiam acompanhar, o grisalho agarrou um dos lados da bancada com a qual colidira, e a derrubara no chão tentando criar um “bloqueio” entre ele e Grell, ignorando totalmente o fato de que havia um corpo sobre a mesma.

—Nunca vai me pegar com vida! – Gritou o grisalho.

O mais velho deixara a sala, e correra escadas a cima, com a menor em seu encalço. Quando faltavam poucos degraus para chegar ao segundo andar, sentiu um de seus tornozelos ser agarrado, derrubando-o na escada. Grell puxava Undertaker que tentava segurar-se nos degraus a sua frente, puxando-se para cima, para afastar-se da mais jovem, porém esta era persistente e não deixaria o funerário lhe escapar assim tão facilmente. Poderia chuta-la no rosto, mas não queria machucar a shinigami cabeça dura.

—Grell, olhe! – Exclamou Undertaker, apontando para trás da ruiva - Sebastian está fazendo um strip-tease!

—MEU DEUS! ONDE?!?! – Perguntou a menor eufórica, soltando o mais velho e olhando para os pés da escada.

Sem perder um milésimo de segundo, o mais alto erguera-se outra vez e conseguira subir as escadas. Grell começara a irritar-se, se Undertaker ia jogar sujo daquela maneira, ela também iria. Invocou sua foice da morte e tratou de seguir o outro novamente. Quando subiu o último degrau, percebera que o segundo andar era igual ao primeiro, um corredor sem iluminação com várias portas. Amaldiçoou-se por ter deixado aquele castiçal de velas no necrotério, mas agora era tarde para ir busca-lo. Quando estava prestes a abrir a primeira porta, ouvira o som de uma outra porta batendo no terceiro andar. Aquele era o último andar, agora tinha o outro encurralado. Correu para o andar superior, quase batendo a cabeça em um tipo de alçapão de madeira. Empurrou a porta que não mostrava sinais de querer abrir, então empurrou-a novamente, desta vez com mais força, porém o resultado fora o mesmo de antes. Ligou a motosserra e notara que atingira algo do outro lado, preocupando-se, pois achara que tinha cortado o grisalho, afastou sua arma, vendo que não havia sangue nela, sentindo-se aliviado. Agora, empurrou a porta de madeira com toda a sua força de Deus da Morte, abrindo-a finalmente, vendo que atingira vários objetos grandes e pesados que o shinigami tinha colocado sobre a porta para fazer uma “barreira”. Não conseguia ver um palmo a frente de seu nariz, era uma escuridão em fim, como se estivesse vendado. Percebera alguns poucos raios de luz que entravam no lugar, e com cuidado para não esbarrar em nada, direcionou-se até eles. Pôs a mão sobre a superfície e percebeu que se tratava de uma cortina incrivelmente grossa. Puxou-a com força, no intuito de retira-la, e após algum esforço, obteve sucesso. No instante em que as cortinas caíram, uma quantidade quase que absurda de poeira espalhou-se pelo ar, e um mar de luz tomou conta do ambiente. Grell tossiu devido a poeira, e virou o rosto por causa da claridade que quase o cegou depois de ter passado tanto tempo no escuro. Agora que podia enxergar direito, viu o porque das cortinas não quererem se abrir, o grisalho havia pregado estas de forma que permanecessem fechadas e a luz não entrasse. Olhou em volta, aquele era o quarto de Undertaker. Havia uma grande cama de casal, com um escravo-mudo de cada lado da mesma, um armário, uma mesa em um dos cantos, e uma estante repleta de livros de todos os tipos. Grell aproximou-se com interesse da estante com os livros, esquecendo-se do porque de estar ali, observando-os com interesse. Retirou um grande livro que não tinha nome da estante, ele era totalmente revestido em couro preto, e havia uma camada grossa de pó sobre ele. Abriu o livro, querendo saber seu conteúdo, percebendo então que não se tratava de um livro, e sim que um álbum de fotos.

Sabia que aquilo era invasão de privacidade, mas sua curiosidade a proibia de fechar aquele álbum e coloca-lo de volta em seu lugar. Passou as primeiras páginas que continham diversas fotos do prédio da central de shinigamis quando este ainda estava sob construção. Grell sabia que Undertaker era um Deus da Morte velho, mas nunca imaginara que fosse tanto assim. Haviam fotos de todos os tipos de coisas e lugares, e de vários acontecimentos que marcaram a história do mundo humano. Pensou como seria estar presente em todos eles, como o grisalho esteve. Achou uma foto datada de muitos séculos atrás, assinada como sendo de uma das cruzadas. Sabia que vários shinigamis haviam sido enviados para ceifar almas naquela missão, William comentara algo sobre isso uma vez, o mais velho deveria estar entre os que foram enviados. Pelo menos uns trinta shinigamis estavam na foto, nenhum deles que a ruiva reconhecesse, até que avistou um ser de cabelos grisalhos e curtos, tão curtos quanto os de Grell no tempo em que estudava para ser uma ceifadora. Apesar de estar indo se meter em meio de uma guerra, sorria radiantemente.

Oh... Undertaker... sempre tão belo, tão sedutor....  – Pensou a mais jovem.

Imaginou quais foram as razões dele para deixar o cabelo crescer daquela forma. Teria continuado olhando as velhas fotos do outro, mas havia lembrado o porque de estar ali e pôs o álbum de volta na estante.

—Undy, eu prometo que não vou cortar o seu cabelo! – Anunciou ela – Undy?

Realmente, Undertaker não daria o braço a torcer. Algo muito ruim deveria ter acontecido na última vez que cortou seu cabelo para ele agir daquela forma. Foi até o armário do shinigami mais velho e o abriu, era grande o bastante para o mais velho se esconder ali. Roupas, roupas e mais roupas, mas nada do funerário.

ATCHIM!

Um espirro. Foi isso que Grell ouviu, virando-se.

Embaixo da cama...— Pensou Grell – Como não percebi antes?!

Aproximou-se como quem não queria nada, e sem nem mesmo checar, abaixou-se rapidamente, agarrando a primeira coisa que suas mãos tocaram e puxando o que quer que fosse para fora de seu esconderijo, no caso, Undertaker, que fora arrastado novamente pelos tornozelos. Desta vez Grell tinha a vantagem, pois o maior estava no chão. O grisalho tentou se levantar e escapar de Grell, mas a ruiva fora mais rápida e segurou os braços do mais velho contra o chão, sentando-se sobre seu corpo em seguida, mantendo-o preso, de bruços no chão.

—Sai de cima de mim! – Berrou o funerário, esforçando-se para se livrar do mais jovem.

A shinigami vermelha quase não conseguia manter Undertaker sob controle, pois este era bem mais forte do que ela, fora puramente por muita sorte que Grell conseguira domina-lo até o momento. Deitou seu corpo sobre o do grisalho para que pudesse segura-lo melhor, e prensa-lo contra o chão. O lendário shinigami, por estar de costas para Grell e com as mãos presas, não tinha muito o que fazer contra a ruiva, e logo desistiu de lutar contra esta.

—Vai parar de fugir? – Questionou a menor, sem diminuir seu agarro sobre o outro.

—Eu não vou deixar você cortar o meu cabelo, Grell. – Devolveu ele.

—Por que não? – Perguntou Grell – Já lhe disse que sei cortar direito. Por que ter tanto medo?

—Não é medo. – Respondeu o grisalho – Eu só não gosto que ninguém mexa no meu cabelo... muito menos que o corte...

—Você não vê que faço isso porque te amo?

Undertaker virou a cabeça o máximo que pode para encarar a ruiva, que estava com o rosto corado ao o que acabara de ouvir.

—C-Como amigo... – Disse com a voz tremula de tanta vergonha – Eu te amo como amigo...

O mais velho desviou o olhar, encarando o chão agora. Acreditou por um segundo que aquilo fosse verdade, ficando deveras decepcionado e magoado. A mais jovem viu a mudança do grisalho, e achou que aquilo havia sido resultado de suas investidas para cortar o seu cabelo. Soltou os braços do funerário e o abraçou, tentando reconforta-lo.

—Desculpe. – Pediu Grell – Não vou mais incomoda-lo.

Eles permaneceram em silêncio por alguns minutos, um esperando o outro dizer alguma coisa para quebrar aquela quietude insuportável.

—Corte.

—Nani? – Disse a ruiva.

—Meu cabelo. – Falou Undertaker – Pode cortar...

X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X

Undertaker estava sentado em uma cadeira, próximo a janela, enquanto Grell cobria-o com um lençol para não deixar as roupas do grisalho cheias de cabelos. O funerário não demonstrava, mas estava extremamente nervoso para se dizer o mínimo. Não gostava de mudanças em sua pessoa, por menor que ela fosse. E o fato de se tratar de seu cabelo, o deixava ainda mais tenso, pois amava suas longas madeixas grisalhas intensamente. Não que não confiasse em Grell, ele confiava, mas não com uma tesoura em mãos perto de seu cabelo. A ruiva por seu lado, não estava nem um pouco preocupada, sabia exatamente o que estava fazendo, mas temia que o grisalho não se agradasse no final. Começou pelas pontas do cabelo do mais velho, tirando alguns poucos centímetros de comprimento, apenas o bastante para se livrar de algumas pontas que estavam danificadas. Queria manter o comprimento, pois tinha certeza de que Undertaker não queria encurta-lo mais do que o necessário. O maior sentia o outro cortando o cabelo e tinha de controlar-se para não estremecer, não dizia uma palavra, porque tinha medo de acabar atrapalhando Grell e faze-la errar o corte. Fechou os olhos com força sobre a franja, implorando para que tudo acabasse logo. Em pouco tempo, a ruiva terminou as pontas do cabelo de Undertaker, e afastou-se um pouco para admirar seu trabalho, sorrindo um pouco consigo mesmo.

—Grell? Por que parou? – Perguntou o lendário shinigami, pensando o pior – Não me diga que...

—Está tudo bem. – Tranquilizou a ruiva. – Agora eu vou cortar sua franja.

Undertaker concordou com a cabeça, ainda tenso. Grell levou uma mão ao queixo do funerário fazendo-o erguer o rosto um pouco, para então começar a cortar sua franja. Fora um mero toque, mas bastou aquilo para fazer um arrepio lhe percorrer as costas. A ruiva notou um leve rubor no rosto pálido do grisalho.

Será que... não... Não tem como!— Discutia a mais jovem mentalmente - Tenho que parar de ler romances por um tempo. Estou imaginando coisas...

Enquanto cortava o cabelo do maior, era impossível não acabar afastando os fios de seu rosto, vendo os olhos maravilhosos deste, olhando para ele e somente ele. Aquele olhar lindo, tão perfeito, e a cicatriz que passava sobre o olho esquerdo... Ah! Não havia como por defeitos naquele homem.

—Você está bem? – Questionou Undertaker, tirando a ruiva de seus devaneios.

—Nani? Ah, sim. – Respondeu atrapalhada, percebendo que parara o que estava fazendo e que ficara observando o rosto dele – S-Sim, eu estou bem.

Grell sentira que seu rosto ficara quente, e sabia que ela deveria estar da cor de seus cabelos, obvio que Undertaker não deixara de ver a face da mais jovem ficar daquela forma, e tivera o mesmo pensamento da ruiva.

Não... não tem como ser...— Undertaker pensava consigo mesmo – Ela não... Não tem como! Estou enlouquecendo...

Continuou arrumando a franja do funerário, desta vez, tentando ignorar os pensamentos que lhe vinham a mente. Em poucos minutos, afastou-se novamente de Undertaker para ver como estava.

—Prontinho, querido! ♥ – Anunciou a ruiva, retirando o lençol de cima do outro – Um trabalho de mestre!

Undertaker levantou-se rapidamente, indo até um espelho um tanto quanto empoeirado, limpando-o com uma de suas mangas, e olhando-se em seguida. Perfeito. Como Grell dissera, um trabalho de mestre! Sua franja continuava a cobrir-lhe os olhos, mas agora não o cegava mais, e o comprimento estava perfeito também.

—Ficou ótimo! – Exclamou feliz, ainda admirando-se no espelho.

—DEATH! – Respondeu a ruiva, fazendo sua pose característica.

Antes que tivesse chance de dizer algo mais, sentiu os braços do mais velho o envolverem fortemente, abraçando-a. Grell não tivera reação a princípio, gostaria de permanecer nos braços do grisalho por muito mais tempo, mas este o abraçava com tanta força que estava deixando-a sem ar.

—Undy... está me esmagando... – Falou com a voz falhada devido a falta de ar.

O maior separou-se da ruiva, e desculpou-se.

—Arigato. – Agradeceu Undertaker.

—Não foi nada. – Disse Grell.

Talvez aquela não fosse a hora certa, mas se não questionasse Grell agora, nunca mais teria a chance, e se tivesse, iria ser dali a muito tempo.

—“Não foi nada”? – Falou o grisalho - Pensei que tivesse dito que era porque me amava...

Grell estremeceu, não esperava por aquilo. O funerário a colocara contra a parede e não tinha como escapar daquele assunto agora.

—Eu... ahn... é, mas...

—Cortar o cabelo de alguém é um jeito estranho de demonstrar seu amor. – Respondeu o mais alto – Geralmente as pessoas cortam o cabelo dos outros porque são pagas. Hi, hi!

—É que eu... – Dizia Grell, antes que Undertaker o enlaçasse pela cintura, colando seus corpos e em seguida seus lábios.

Grell ficara em choque e por instinto tentou se separar do mais velho, porém, logo desistindo da ideia, também porque o lendário shinigami quebrou o contato de suas bocas.

—Por favor, diga que também me ama. E que eu não acabei de estragar nossa amizade... – Falou o grisalho, levando uma das mãos ao rosto perfeito de Grell, lhe acariciando a bochecha.

Prestara atenção a cada palavra pronunciada pelo funerário, percebendo o que ele de fato havia dito.

—Undy... – Falou Grell com a voz tremula – Você me ama?

—Amo. – Respondeu sinceramente, olhando a ruiva nos olhos, vendo o brilho que neles surgira – Amo desde o momento em que me você me jogou no pote de sal. Hi! Hi!

A shinigami vermelha pôs ambas as mãos no peito do maior deslizando uma delas em seguida até sua nuca, trazendo-o para perto de si novamente para que pudesse beija-lo outra vez. O grisalho não resistiu a mais nova, deixando-a unir suas bocas novamente para que pudesse beija-la outra vez. Depois de tanto tempo almejando aquilo secretamente, finalmente trocavam um beijo de amor. Tudo bem que Undertaker beijou Grell antes, mas o anterior não se comparava ao que davam agora. Havia sensações demais naquele ato entre eles. Amor, felicidade, paixão, desejo... A menor sentiu a língua do grisalho pedir-lhe permissão para lhe adentrar a boca, concedendo-lhe a passagem, sentindo-a tocar a sua com gosto. Quebraram o ósculo depois de alguns minutos, e a ruiva passou a beijar o pescoço de Undertaker até onde as roupas deste lhe permitiam. O lendário shinigami envolveu a mais jovem nos braços enquanto este estava lhe mimando o pescoço. Gemeu baixinho quando Grell lhe mordeu com seus dentes pontiagudos, lambendo o local da mordida em seguida. Voltou a beijar a ruiva, agora explorando seu corpo também, puxando a camisa da menor para fora de suas calças, escorregando com uma das mãos sob o tecido da mesma, sentindo a pele macia e sedosa desta. A menor segurou o grisalho pela roupa dando alguns passos para trás, até que esbarrasse na beirada da cama, caindo sobre a mesma, fazendo o funerário ficar sobre ela.

—Eu também te amo, Undy. – Confessou Grell – Já faz tempo, mas nunca te disse nada porque tinha medo de que você não quisesse nada comigo.

—Está louca? – Questionou ele, beijando o pescoço de Grell – Linda, maravilhosa e além de tudo de tirar o folego! Como eu poderia não gostar de você? Todos deveriam se jogar aos seus pés.

—Undertaker, assim eu fico sem graça...

Antes que ele pudesse abrir a boca para elogiar ainda mais a shinigami, ambos escutam a campainha da loja ser apertada diversas vezes.

—... Acho que você precisa atender. – Ela diz um pouco decepcionada por terem sido interrompidos.

—Eu não quero atender. – Ele responde.

—Undertaker.

—Tá bom... tá bom... – Muito a contra gosto, ele sai de cima da ruiva, mas não sem antes lhe dar mais um beijo – Diga pro William que mais tarde eu passo na central e dou a informação que ele quer.

Ela assente.

—Undy... será que mais tarde, nós...

—Podemos continuar de onde paramos? – O maior completa com um sorriso – É claro minha lady.

Grell se levanta também, e beija o funerário nos lábios mais uma vez.

—Eu volto a noite, tudo bem? – Grell questiona, recebendo mais um beijo do outro juntamente de um “estarei esperando ansiosamente”.

Muito a contra gosto dos dois, eles se despedem e Grell vai embora para que Undertaker pudesse trabalhar. No entanto, ele fica o restante do dia até o anoitecer com a shinigami vermelha em sua mente. E quanto a Grell, esta passa o restante do dia até retornar a funerária com um sorriso bobo no rosto, e fazendo muitos planos para a noite de ardente paixão que muito provavelmente teria com o grisalho.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da fanfic!

Por favor, deixe um comentário caso você tenha gostado ♥ Isso me motiva a escrever mais para todes. ♥

Abraço, galera!

CaptainLJones



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