Alone escrita por SakuraHime


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Como doeu escrever essa pequena história, mas depois de assistir a algumas teorias no YT sobre o tema, ela surgiu na minha mente e resolvi escreve-la. Por favor relevem caso tenha algum erro de gramática.



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— Não! Não! Não! Não! Não! Não!

— SAKURA!

Gritei o seu nome, desesperado, angustiado como nunca antes, nem mesmo quando descobri a verdade sobre o passado do meu irmão.

— Não!!! – Gritei novamente, procurando dentro de mim forças para levantar-me e ir até ela, porém estava muito debilitado da batalha, meu corpo estava exausto, cortes de várias extensões... um na coxa jorrava muito sangue, ainda assim eu não podia desistir, eu não podia nem ao menos pensar em perder a melhor parte de mim.

— Papai!! Papai!! – Escutei Sarada me chamar enquanto segurava sua mãe em seus braços. – Papai, eu preciso de ajuda! Eu preciso de você! A mamãe... ela me protegeu, ela... Ela foi atingida! Papai, por favor... – meu peito se apertava dentro de mim, enquanto ouvia o desespero na voz da minha filha.

Apoiei meu braço no chão para poder ter um apoio para me levantar, doeu, meu braço estava latejando de dor, mas eu não me importava, nada disso importava, eu só precisava chegar até ela, até a Sakura.

De pé, com a respiração errática e o meu coração explodindo dentro do peito, rasguei um pedaço da minha blusa e amarrei na minha perna para estancar o sangramento. Mancando, me dirigi até onde elas estavam, com medo do que eu veria, com medo de encontrar os olhos de Sakura sem vida, com medo de perder a luz que havia me guiado na escuridão... Porque se ela não estivesse mais ali, comigo, qual é o sentido de eu continuar vivo?

Conforme fui chegando perto delas, tive a real dimensão do que estava acontecendo ali. Sarada segurava a mãe em seus braços e chorava, chorava muito...

Meu coração nesse momento, errou as batidas.

Sakura tinha sido empalada por várias estacas feitas de areia de ferro... Da sua boca jorrava sangue, lágrimas caiam de seus olhos, sua mão estava estendida e tocava com tanto carinho o rosto da nossa filha.

— Sa ... Sara... Sarada, filha. Não chore minha pequena... – ela falava baixinho – Eu a amo tanto, tanto. Você... Você é... é a realização de um sonho, de um d... desejo... de um grande e infinito amor...

— Mamãe, pare de falar!! Você precisa fica quietinha pra se recuperar. A equipe de Konoha logo vai chegar para nos ajudar! – Sarada falava, enquanto eu apenas estava estático observando a cena, sentindo-me novamente como aquela criança de cinco anos que encontrou os pais mortos - Papai, eles estão chegando, não é? O Nanadaime está chegando, ele vai nos ajudar mamãe! Diga a ela papai, diga!! Faça alguma coisa!!!!

Os gritos de Sarada me tiraram do torpor ao qual eu estava.

— Sakura! – abaixei-me para ficar junto a minha esposa e filha.

IMPOTENTE.

DESESPERADO.

O que eu poderia fazer? Eu não tenho treinamento médico!

E agora? O que eu faço? O que eu faço? O que eu faço? O que eu faço? O que eu faço?! Eu não quero ver minha mulher morrer diante dos meus olhos! Eu não quero ver alguém importante pra mim morrer! Não!! De novo não... Eu não suportaria...

— Sakura, se cure! – eu falava na esperança que ela pudesse se curar, mas eu sabia... ela já estava sem forças. Não havia mais chakra.

— Sasuke-kun... Eu já não tenho mais forças... – sangue e mais sangue jorrava de sua boca.

— Por favor, cuide de nossa filha Sasuke-kun, treine-a para que ela seja forte... forte como você...

— Não Sakura! Não desista, não ainda! Você não pode morrer, ainda há tanto para você viver, tanto para vivermos juntos, para vivermos com Sarada... Você não pode nos deixar... SAKURA!

— Eu... eu ainda não queria ir... eu não queria me despedir de você, de nossa filha..., Mas – ela chorava – Eu precisei... Eu precisei salvar a nossa filhinha... Vocês são o que eu tenho de mais importante... – engasgando com seu sangue, o corpo de Sakura se sacudia em acessos de tosses – Sarada, minha princesa... Eu quero que você seja feliz, que você seja... Forte, você precisa ser, se quiser ... Viver o seu sonho. – Mais tosses a acometeram - Sasuke-kun... Eu te amo... Eu te amo tanto, tanto ... que dói... obrigada, por me permitir te amar – me abaixando sobre ela, selei os nossos lábios, não me importando com mais nada, tentando transmitir através do beijo, tudo o que havia dentro de mim. Senti em minha boca o gostoso ferroso de sangue, o sangue de Sakura... eu não conseguia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo... parecia um pesadelo, em que a qualquer momento eu iria acordar.

Como eu deixei aquilo acontecer?! Como eu não fui capaz de protege-la, de proteger a minha família novamente? Perguntas como essas rondavam a minha mente e eu não era capaz de responde-las.

— Sakura... – chamei-a, pois, seus olhos estavam ficando opacos, eu podia ver a sua vida se esvaindo do seu corpo pouco a pouco.... e eu nada podia fazer. Era como areia escapando através dos meus dedos.

ANGÚSTIA.

— Mamãe... Por favor, você não pode ir ainda mamãe, você não pode morrer... Eu preciso de você... Tenho tanta coisa para aprender... com você.

— Querida, chegue mais perto... – chegando Sarada perto de si, Sakura tocou com os dedos em sua testa, o gesto de amor tão conhecido entre nós - cuide do seu pai... por mim... – e olhando para mim e tocando também em minha testa disse:

— Eu... fui feliz, com vocês...

— Sakura.... obrigado .... – Olhando em meus olhos, ela viu, ela entendeu, ela me amou.

— Eu amo vocês...

O corpo de Sakura ficou mole, seus olhos perderam o foco, ficaram vazios, apagados, abatidos. O som de sua respiração já não era mais audível, já não havia mais vida dentro de seu corpo.

Silêncio.

Silêncio.

Silêncio.

DOR.

DESESPERO.

HORROR.

Um grito, alto, muito alto pôde ser ouvido... um grito que carregava tanto dor... Depois outro, outro e mais outro. Peguei Sakura do colo de Sarada que chorava desesperadamente, entendendo que sua mãe havia partido e nos deixado, suas lágrimas corriam pelo seus rosto como um rio, sem cessar.

— Sakura! Sakura! Sakura! Levante!! Abra os seus olhos!! Agora Sakura!! Por favor!! Sakura! – gritei enquanto abraçava seu corpo como podia...

— Não! Não! Não! – isso é um pesadelo. Um engano. A Sakura não pode morrer, não pode! Não! Eu não posso aceitar isso... eu não posso... ficar sem ela.

Tudo passava rápido demais na minha mente, como em um filme, enquanto observava seu rosto tão lindo, tão perfeito pra mim... tão minha, tão minha Sakura... Eu via desde quando nos conhecemos na academia até o momento em que a chamei de irritante pela primeira vez... E também via quando a deixei naquele banco frio, enquanto eu estava cego na minha busca pelo poder.

Acaricio o seu rosto.

ARREPENDIMENTO.

Não há sentimento pior do que o arrependimento. Eu podia ter tido mais ao seu lado, mais tempo, mais conversas, mesmo eu mais ouvindo do que falando, você entendia... Poderíamos ter tido, talvez, mais filhos, mais tempo e mais tempo... Eu só queria mais tempo com você, mais tempo ao seu lado, dividindo TUDO, TUDO com você Sakura, só com você, com a nossa filha, com a nossa família.

Lágrimas abundantes saltavam dos meus olhos, eu já não mais ouvia, não mais enxergava, apenas sentia o seu corpo pequeno e ainda quente junto ao meu. Eu não posso deixa-la ir!

— Abra os olhos Sakura! Nós estamos aqui. Seu marido e sua filha! SAKURAAAAAAA – chamei, chamei e chamei pelo seu nome, mas ela não respondia, não se mexia, nada acontecia.

— Sakura, por favor...- meu coração batia como louco, desesperado, perdido - Por favor, não me deixe sozinho... Eu não posso viver mais sem você... Sem você, eu não sou ninguém... você aqueceu meu coração como o sol na primavera... Você é aquela que me faz querer ser melhor todos os dias, por você, pra você... amor... por favor!

Enquanto eu estava agarrado a Sakura, Sarada se jogou sobre nós, nos apertando. Envolvi minha filha em nosso abraço, o último que teríamos juntos... nós três em nossa pequena família. Sasuke, Sakura e Sarada.

GRITEI.

GRITEI.

GRITAMOS.

GRITAMOS.

Com toda a dor que havia em nosso coração, como loucos, estávamos perdidos. Sarada e eu. O que seria de nós agora?

Eu ouvi passos de pessoas se aproximando atrás de mim, mas não me virei para olhar, eu não me importava, não importava quem poderia ser.

A única pessoa que importava, estava ali, nos meus braços.

Mesmo de costas, eu pude ouvir sons de surpresa e choque... mas nada fazia sentido.

VAZIO.

Eu estava vazio.

— Sasuke... – não respondi.

— Sasuke... o que ... houve?

Era Naruto... meu irmão, meu melhor amigo. Aquele que lutou por mim. Nem mesmo ele nesse momento poderia me ajudar.

Ele pôs a mão em meu ombro. Quando me virei para olha-lo, ela a viu. Ele viu Sakura.

Ele abriu a boca em descrença, em choque, em desespero, em horror.

— Sakura-chan!!  – Ele se inclinou sobre ela, tocando em seu rosto – Sakura-chan, acorde... Kakashi-sensei!! Chame Shizune, agora!! A Sakura precisa se atendimento médico! Agora!!

Atrás de Naruto, estava Kakashi estático olhando para o corpo de Sakura.

— Sasuke? – vi em seus olhos o questionamento, apenas pude balançar a cabeça para os lados. Eu não tinha mais forças.

Eu não tinha mais nada.

O resto da equipe de Konoha havia acabado de chegar, todos estavam tentando entender o que estava acontecendo, o porquê de estarmos atordoados. Vi quando Shizune chegou e se aproximou a passos rápidos.

— Sakura!! Rápido Uchiha, coloque-a no chão!

— Vamos Sasuke! Escute o que Shizune diz!! Coloque-a logo no chão! – disse Kakashi.

Um fio de esperança se acendeu em mim, Shizune também era discipula da Godaime... Ela poderia fazer algo para salvar Sakura, talvez, ainda houvesse tempo!

Enquanto a examinava, sua expressão foi mudando, seus lábios agora estavam apertados em uma linha fina, os olhos marejados... e eu vi ali, o fio de esperança que havia surgido, desaparecer totalmente...  

Virando-se para nós com o semblante abatido, choroso. Ela disse as palavras que fizeram com que tudo o aquilo que parecia irreal, um pesadelo, se torna-se real.

— Sakura... ela...está morta. Eu sinto muito.

MORTA.

MORTA.

Essa palavra retumbou em minha mente.

Era REAL.

Ela estava morta.

Minha garganta fechou, embargada. Tentei conter os meus sentimentos, tentei ser forte, não queria que minha dor tivesse plateia, eu não queria a pena de ninguém.

Porém soluços começaram a escapar da minha boca, eu não conseguia me conter, era mais forte que eu. Só conseguia ver o corpo de Sakura sem vida no chão.

— Não!! Traga-a de volta!

— Traga-a de volta!

Escutei os gritos de Naruto, sofrendo por perder a irmã que tanto amava; o desespero de Kakashi que não havia conseguido proteger sua tão amada “filha”; o choro agudo de Ino sobre o corpo de Sakura, sua melhor amiga; o choro da minha filha que perdia sua amada mãe, aquela que tinha lhe dado a vida; e o meu choro, o choro de quem perdeu a companheira, o amor de toda uma existência; foi reduzido a pó, a nada.

QUEBREI.

ME PERDI.

Cai sobre meus joelhos e orei a Deus para que tudo não passasse de um pesadelo. Se alguém ali tinha que morrer, esse alguém era eu! Eu entregaria minha vida em troca da dela, desejei ter morrido no lugar de Sakura.

— Me leve, me leve! Deixe Sakura viver, devolva a vida dela! Por favor! Eu faço TUDO, qualquer coisa.... Sakura...

Ela não merecia morrer, ela não deveria morrer, ela era TUDO o que eu não era, ela era um anjo e eu? Eu era um pecador. Alguém que não merecia estar VIVO, era eu. Não ela!

Relembro quantas vezes a rejeitei... Quantas vezes a magoei... Eu nunca disse que a amava. Eu nunca disse que a amava! Por que? Por que?!

POR QUE?!

Comecei a socar o chão descontrolado, desesperado, buscando um alivio que não viria, uma dor que nunca cessaria, uma ferida que jamais seria curada, sabendo que não mais a veria e nem ouviria sua doce voz.

— Perdão Sakura... Me perdoe...amor...

SOZINHO.

Agora eu estava SOZINHO.

Sem ela.


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Notas finais do capítulo

Bom... é isso !
Beijinhos :)



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