“ME CHAME DE GRACE, SEU BRUNO” escrita por kicaBh


Capítulo 1
O casamento


Notas iniciais do capítulo

sentirei saudades de Amor com Amor se Paga....



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Sr Bruno, eu consegui encontrar aquela marca de café que o senhor gosta. Marilyn, alcunha de Marilia, empregada de Grace, falou ao homem sentado confortável no sofá da casa onde ela trabalhava. A casa que agora ela dele também, ela pensava, já que nos últimos meses ele simplesmente não foi embora. E tanto ele, quanto a patroa, nunca pareceram tão felizes.

O filho de Bruno,  João Paulo, o Johnny, estava ao seu lado e olhava feio para o pai.

Velho, isso já está ficando feio. O senhor agora não vai mais ao hotel e ainda não se casou com a Dona Grace.

Ô meu rapaz, você está duvidando da seriedade do meu compromisso com sua sogra ? Olha aqui João Paulo, você sabe que eu só não me casei ainda com a Maria da Graça porque ela me importou um vestido, sabe-se Deus com quem e de onde, e a tal roupa ainda não chegou.

Eu sei pai, mas você poderia ficar no hotel enquanto espera esse vestido e vocês se casam.

Mas nem pensar. Eu já perdi muito tempo longe da Maria da Graça e não vou mais fazer isso. Eu moro aqui, João Paulo, quer você concorde ou não. Afinal eu sou seu pai, não o contrário.

E Bruno encerrou a discussão. Seu filho não concordava e ele era capaz de compreender. Bruno sempre foi tão correto, tão seguidor das regras, que era quase impossível acreditar que ele, que julgava todas as pessoas fora das convenções como erradas, agora vivia sob o mesmo teto com uma mulher sem ser o marido dela.

Se ele conseguisse seguir suas próprias regras, Bruno pensava, mas seu corpo não conseguia negar quando ela o beijava e dizia que não gostaria que ele fosse embora.

O assustou das primeiras vezes. Ele sempre soube que era um homem viril, embora respeitador das mulheres. Mas desde que Dona Maria da Graça abriu a porta do quarto para que ele entrasse, seus conceitos de respeito andavam completamente modificados.

O corpo dela unido ao seu, o cheiro, a risada enquanto ele a beijava inteiramente eram novidades bem vindas e altamente agradáveis. Ele nunca percebeu que sexo podia ser tão libertador e divertido. Era prazeroso com sua primeira esposa, mas algo muito diferente do que acontecia entre ele e Maria da Graça.

Foi assim também com a minha mãe ? Johnny perguntou e Bruno tomou um susto, sem saber o que responder.

Porque isso agora, João Paulo ? que comparação é essa ?

Ah velho, tanto eu quanto a Rô estamos pensando sobre isso. Vocês parecem tão apaixonados. Você não amava a minha mãe ?

Mas é claro que eu amava, meu filho. Claro que amava. Bruno foi enfático.

Mas se ela fosse viva, vocês estariam casados. E como seria com a dona Grace? Você acha que também teria essa atração toda por ela ?

João Paulo, nesse mundo da sua cabeça a Maria da Graça também estaria casada e nada disso estaria acontecendo. Satisfeito?

Bruno respondeu e o garoto pareceu ficar realmente satisfeito.

Ele é quem ficou se perguntando o que seria da sua vida, casado ou não, quando o furacão Maria da Graça cruzasse seu caminho.

Será que se fosse casado com Maria Alice, calma e serena, ele ainda entraria na guerra contra a sogra do filho por não conseguir compreender a atração que sentia?

Ele conseguiria resistir a mulher bonita que ela era ?

Bruno achou melhor não pensar neste assunto. A vida tem seu próprio caminho e não cabia a ele fazer especulações. 

Joao Paulo, vamos embora, temos alguns convites de casamento para entregar. Você vai a casa do Nonô enquanto eu vou ao consultório do Vinicius.

E pai e filho saíram com alguns pares de convites nas mãos.

—-

O que é isso ? o médico olhou surpreso para um envelope bonito, bordado, com letras metalizadas.

Um convite, ora essa. O que é isso? Onde já se viu. O empresário respondeu quase sem jeito.

De casamento ? O médico insistiu, incrédulo, sem abrir.

Sim, de casamento, ora bolas. Bruno quase perdeu a paciência.

Aleluia. Eu achei que você estava aqui para pedir outro remédio para insônia. Ou então um novo checkup. E Vinicius soltou uma sonora gargalhada pelo olhar feio de Bruno.

O médico sabia que Bruno e Grace andaram travando uma luta para não se entregarem a paixão, dando a ele uma dor de cabeça desnecessária. Mas que agora não se desgrudavam.

E ele sabia, por fofocas da esposa, que eles haviam sido vistos “em chamegos” junto ao neto no parquinho de Monte Santo, ou que o quarto de hotel de Bruno estava quase vazio. Vinicius se surpreendia que a cidade fofocasse sobre este assunto e que seu amigo, turrão e defensor da moral, pouco se importasse.

Oh. Vinicius, não vim para ser alvo de chacota. Bruno sorriu de volta, pouco se importando com a troça do amigo e médico. Só Deus sabe a paciência que o amigo teve para aguentá-lo enquanto pensava estar doente.

Então nada de insônia recente? Vinicius continuava gargalhando.

Bruno quase não respondeu. Ele e Maria da Graça andavam dormindo muito bem desde que decidiram morar juntos.

Nunca mais. Bruno sorriu de volta, respondendo a Vinicius. Eu não sabia que seria assim, que poderia ser assim.  

O que não poderia ser assim, Bruno ? Fazer amor com a Grace ? E não me olhe assim, por favor. Eu não sou um puritano. E está escrito no seu rosto que ela tem feito maravilhas a você.

É até um pouco assustador, sabia ? Eu deveria ter esperado até o casamento novamente, mas... Ele se envergonhou.

Bruno, por favor, vocês são adultos, viúvos, não são um casal inexperiente.

Eu sei disso tudo, Vinicius. Mas é que o João Paulo veio me cobrar decoro, acredita? Sem contar que veio me questionar sobre o amor que eu sentia pela mãe dele, se era como o que sinto agora pela Maria da Graça. E eu não quero compará-las, mas eu me assustei com o que eu sou capaz de viver. Eu não sabia antes, a Maria Alice eu e ela nos casamos jovens, seguimos todos os preceitos, respeitamos as regras. E fomos muito felizes, Vinicius. Eu só não imaginava que eu pudesse desejar uma mulher da forma como desejo a Maria da Graça e de como ela vive esse desejo por mim tão livremente. Bruno parou de falar e notou que Vinicius o olhava seriamente.

Isso não me parece ruim. Ou é ? Vinicius realmente quis saber. Ele era médico, saber da vida intima de seus pacientes era parte da sua profissão. Mas ele conhecia Bruno a muitos anos, ele era reservado, metódico, ver esse homem grande, sério, derretido por uma mulher o deixava pensativo sobre as possibilidades da vida madura.

É maravilhoso. E eu fico pensando em quanto eu deixei de viver por ter em mim certos preconceitos. E Bruno contou ao amigo sobre quando beijou Grace na cozinha da casa dela e a pediu em casamento. Foi medo e desejo o que ele sentiu quando ela retribuiu o beijo de volta na mesma medida. E ambos só não terminaram se amando na cozinha porque a empregada chegou quase os pegando em flagrante.

Mas na noite seguinte, quando ele a levou para jantar novamente, ele não conseguiu resistir a entrar, tomar um whisky e se deixar ser levado por ela para o quarto. Ele nunca havia feito amor daquela forma tão intensa, o que o levava a questionar se era amor o que sentia pela sua primeira esposa. Com Maria Alice as atividades no quarto nunca foram tão divertidas. Ela nunca verbalizou em alto e bom som que queria que ela a beijasse inteiramente pelo corpo todo, ou que a segurasse forte enquanto se perdia dentro dela. E ele nunca brincou com sua falecida esposa em posições que não fossem as tradicionais.

Eu acho que você se casou muito jovem com a Maria Alice e seguiu a sua criação. E você ficou viúvo muito jovem, se fechando as possibilidades amorosas. Mesmo se ainda fosse casado com a Maria Alice, vocês estariam diferentes hoje em dia, na intimidade. Todos nós mudamos com o tempo.

Eu sei, Vinicius. Mas como não me perguntar se, caso a mãe do João Paulo ainda fosse viva, se eu sentiria pela Maria da Graça o que eu sinto. E Bruno não tinha resposta a essa pergunta. Ele não sabia se quando cruzasse com Grace, se seria capaz de resistir a ela, sendo casado ou não. Ele tinha medo da resposta que seu coração já sabia.

Se há algo que a medicina me ensinou, Bruno, é que só temos o presente.

Sim, exatamente. E por isso no presente eu espero você e sua senhora no meu casamento.

Não perderia por nada.

CASA DE BARRETO – 15 dias depois

Eles não puderam recusar o convite para que o casamento fosse na casa de Barreto.

Silvia, agora esposa do candidato derrotado nas eleições a prefeito de Monte Santo, era melhor amiga de Grace. E sua casa era espaçosa e aconchegante na medida certa.

Nem Bruno nem Grace desejavam uma comemoração gigante, apenas uma benção e celebrar com os amigos mais queridos este novo momento deles.

Mas Silvia não deixou por menos e hoje os jardins da casa estavam enfeitados com flores bonitas, brancas como pérolas e as mesas continham toalhas pretas brilhantes.

O contraste era bonito e a cerimônia intimista, cerca de 20 pessoas, seria breve. Até mesmo Tito aceitou comparecer por gostar muito de ambos, ignorando Barreto como desafeto. Nonô e Frosina também viriam, além dos filhos dele, Elisa e Gustavo, ainda que ela estive enjoando muito durante a gravidez. Tomás e Mariana, Anselmo e mais alguns amigos próximos.

Padre Inácio relutou a princípio, mas aceitou realizar uma benção especial. Grace era espirita convicta, mas era uma boa cristã, ele sabia.

Mamy, você tá maravilhosa. Rosemary falou vendo a mãe num vestido creme de renda nordestina. Era algo tão brasileiro que a filha de Grace quase desconheceu a mãe. Mas Grace havia feito questão, ela queria um vestido nacional, uma homenagem ao marido. Ela não estava perdendo sua essência, apenas queria fazer a ele um agrado. Como ele fazia a ela quando usava uma das gravatas importadas que ela o presenteava. Ele elogiava o tecido macio e disse que já pensava em comprar 1 ou 2 ternos importados para comparar aos nacionais.

Eu concordo. Silvia também falou, vendo a amiga nervosa, mesmo não entendendo o motivo. Ela e Bruno já estavam casados, hoje seria apenas formalidade.

Maravilhosa e uma pilha de nervos. Rosemary, você conferiu estes alfinetes, se os botões estão fechados corretamente?.

Tudo certo, mamy. Mas a fase de nervosismo ainda não passou? Eu sei que o Seu Bruno não volta ao hotel já tem meses.

Minha filha, por favor, isso era um problema para você, darling?

Não, claro que não. Mas eu não lembro de você ser assim tão nervosa com o meu pai.

Que bobagem é essa ? Você era uma criança, não entendia nada destas coisas, menina. Eu amava, amava muito seu pai. Ele me deu o bem mais precioso da minha vida, que é você. Grace disse a verdade. Ela amou o pai de Rosemary. Ele era um homem livre e ensinou muito a ela. A atração é completamente diferente da que sente por Bruno, mas não fosse o pai de Rose ter mostrado a ela o quanto ela podia ser uma mulher dona de si e de seus desejos, ela possivelmente não faria metade das coisas que andava fazendo com Bruno ultimamente. E se surpreendendo o quanto ele aprendia rápido e era criativo, para alegria de ambos. Curioso, Grace pensou num estalo, era se ela e Bruno ainda fossem casados hoje em dia, com seus primeiros parceiros, se haveria todo esse sentimento? Por medo da resposta do seu coração, ela mudou de assunto. Rosemary, quer me deixar mais nervosa ainda no dia do meu casamento?

Não, ela não quer, não é Rose ? Você está linda e pronta. Não tem nada fora do lugar. Bruno vai ter muito trabalho pra te bagunçar essa noite. Silvia encerrou o assunto.

Grace sorriu, sem graça. Silvia era sua amiga, ela sabia que Bruno e Grace estavam vivendo a paixão intensamente. Mas Rose era sua filha, ela não iria falar destes assuntos para ela, ainda que a primeira vez que Bruno dormiu em sua cama, tenha sido sua filha a primeira pessoa a encontra-lo saindo de sua casa cedo, descabelado.

Rose não fingiu espanto, nem repreendeu Bruno. Ao contrário , deu os parabéns ao sogro e a mãe e pediu desculpa por ter “atrapalhado”. Nem Grace sabia que sua filha era tão compreensiva. O tanto que ela e Bruno atrapalharam os filhos na lua de mel, no casamento, na criação do filho, era de se admirar que tudo que os filhos sentissem por eles era admiração e torcida.

Está na hora, garotas. Tonicão veio avisar.

Bruno já estava no altar, seu filho o havia conduzido. João Paulo tinha um sorriso no rosto e pela primeira vez em muito tempo Bruno reconhecia o belo trabalho que havia feito com seu rebento. Sua viuvez precoce o havia fechado para o mundo, e o medo de errar criou nele uma casca que era necessária para conseguir encarar as responsabilidades.

Era bom, sob diversos aspectos, ter se aberto novamente a uma oportunidade amorosa somente agora. Vendo Maria da Graça caminhar para ele era quase como ter a confirmação de que ele a esperava, mesmo que não soubesse.

Ele sentiu o filho o cutucando, sorrindo tanto quanto ele. O filho apontou para a futura esposa.

Ela estava linda, Bruno concluía. Ela é linda, ele se corrigiu.

Maria da Graça. Sua senhora.

Ela caminhava lado a lado com a filha para encontra-lo no altar, onde seu filho o havia levado.

Bruno sabia que tinha um sorriso bobo colado no rosto. Mas havia motivo para isto. Foi um caminho tão longo para chegar até aqui. Ele agora ria disso tudo, do quanto foi turrão, do quanto seu coração demorou a admitir que ele não poderia mais viver sem ela. A sogra de seu filho, a avó de seu neto. Era até curioso que eles tivessem o mesmo afeto em comum, um neto que só os uniria ainda mais.

Ele não era um homem fácil, ele sempre soube. Turrão, cabeça dura, conservador. Ele sabia mais do que ninguém sobre isso. Mas ele também era um homem generoso e muito disposto a aprender sobre o que não sabia.

E ela, bem, ela era teimosa, geniosa e deliciosamente sexy, ele agora sabia. Debaixo de toda aquela postura revolucionária existia uma mulher que sabia ser dona de casa, se quisesse, cuidar do marido, se quisesse.

E agora ela queria. Ela seria dele. Se ela ouvisse os pensamentos dele, de que ela seria dele, com certeza brigaria e faria um discurso feminista inflamado. Mas ele não podia deixar de ser o homem das cavernas, não nesse momento em que ela se tornaria sua esposa. Ele não era, nunca seria, dono dela. Mas era o escolhido. E o amor que ele sentia era grande o suficiente para assustá-lo algumas vezes, principalmente quando ele se via tão entregue as caricias que ela fazia e o deixavam louco. Quanto ele se via incapaz de viver sem ela.

Bruno segurou a mão de Grace quando Rosemary a entregou a ele, no pequeno altar montado na casa de Barreto.

A mão dela estava gelada, como sempre acontecia quando ela ficava nervosa. Ele agora conhecia os sinais desta mulher. Ele próprio tinha o coração acelerado, como se quisesse sair do peito.

Ele segurou firme e beijou suavemente a testa de Grace, agora ele sabia que seu abraço e um beijo carinhoso a acalmava quando o nervosismo aparecia.

Bruno sentiu a mão de Grace tremer menos e então Padre Inácio começou a cerimônia. Ambos tentando ouvir as palavras.

Bruno Queiroz, você aceita Grace Correia como sua futura esposa para amar, respeitar, até que a morte os separe ?

Bruno até pensou em corrigir e dizer que o nome era Maria da Graça, mas seria apenas uma bobagem. A guerrinha deles por pequenas coisas já havia acabado, ele até achava Grace um nome simpático. E se ainda não a chamava assim, era apenas por pirraça, ou por querer chamar ela por algo que só ele poderia, sem que ela se aborrecesse.

Sim, eu aceito. Completamente. Mas antes que o Padre Inácio continuasse, ele o interrompeu, continuando a falar. Ele se virou ainda mais para Grace e aumentou o tom de voz. Quando eu a conheci, Maria da Graça, foi antipatia imediata. E mútua, eu acredito. Hoje eu sei que você entrou na minha vida mexendo com o que penso, com o que falo, com o que vivo. Eu achava que era equilibrado, consciente e correto, mas eu não percebia que eu era também fechado em mim mesmo, nas minhas convicções sem perceber o quão bonito pode ser uma pessoa que pensa e vive diferente, se a gente escolher caminhar na mesma direção dessa pessoa, respeitando o jeito dela. E é o que eu escolhi desde o momento que me rendi a você, e acreditem, demorou. Eu escolhi caminhar com você, ao seu lado, mesmo com nossas discordâncias, mesmo com nossas diferenças porque eu sei que o que nos une, o amor e os valores, são os mesmos. Ambos somos pais amorosos, avós apaixonados, corretos, justos e tentamos seguir o que falamos. Você, Maria da Graça, é o melhor presente que Deus poderia ter me concedido nesta altura de minha vida. Eu te amo, intensamente. Grace ficou atônita, lágrimas escorriam por sua face, incrédula por ver este homem repetir uma tradição americana onde os noivos fazerem votos pessoais, não os tradicionais.

A mesma pergunta foi repetida para Grace e ela disse um sonoro sim. Incapaz de repetir o gesto e fazer um discurso dizendo o que ele significava para ela, mas tendo a certeza de que ele percebeu o vestido nacional e toda a intenção contida neste gesto.

Foi uma festa bonita, simples e divertida. Um jantar simpático, bom vinho e uma playlist dividida entre clássicos nacionais, a pedido de Bruno, e música americana, a pedido de Grace.

Bruno não revidou nenhuma provocação dos amigos, sobre sua constante paciência e alegria. A rabugice sempre faria parte da sua natureza, mas nos últimos tempos a alegria de ter a mulher amada ao seu lado fazia ele dar uma trégua.

E então ?Onde vai ser a lua de mel ? Barreto, com sua naturalidade, gritou aos quatro ventos a pergunta.

Ainda não sabemos, dr Barreto. É um presente do Johnny e da Rose e nós vamos descobrir no embarque

Barreto ainda tentou arrancar os filhos dos noivos algum destino, mas eles não contaram, dizendo que não teria graça. Que eles levariam os noivos ao aeroporto na manhã seguinte e lá contariam, já estava tudo pronto.

Nossa, eu pensava que ia ser algo bem mais rápido. Grace falou tirando as sandálias e sentando na cama confortável que tinha vista para uma praia carioca.

Bruno e Grace estavam num hotel no Rio, presente dos filhos para a primeira noite. Quando chegaram no quarto viram os cartões de embarque. Rose e Johnny deram a eles uma lua de mel no mesmo hotel em Maceió. Onde ele viu Maria da Graça num biquini pequeno, tendo consciência da mulher bonita que ela era.

O cartão dos filhos dizia que ficassem tranquilos, eles não iriam aparecer nem se Grace quebrasse a cabeça. Eles teriam tempo para se curtirem, sozinhos, sem serem incomodados.

Meu Deus, como nós fomos ridículos, não é ? Atrapalhando a lua de mel deles. Grace falou e Bruno riu, concordando com ela. Ele olhava a vista da janela e a chamou para junto dele, mas ela fez charme, massageando os próprios pés.

Está cansada ? Ele perguntou solicito.

Cansada não, mas eu estava doida que nossa festa terminasse. Você não?

Eu estou sempre querendo ficar sozinho com você, Maria da Graça. Bruno respondeu galante, a puxando para junto dele. Seu vestido foi feito por mulheres rendeiras do Piauí, birro, se não me engano. Esse trabalho manual é reconhecido internacionalmente e ajuda a alavancar a comunidade local.

Você gostou?  Grace provocou, cheirando o pescoço dele.

Você ficou ainda mais bonita. E eu confesso que meu ego muito mais inflado vendo Maria da Graça num modelo clássico da costura brasileira.

Eu também notei que seu terno, neste tom azul marinho que eu vivo dizendo que fica lindo em você, tem corte americano.

 Eu queria te impressionar. Ele falou com as faces vermelhas, corando ao notar que ele também começava a entender sobre as qualidades que ela via em algumas roupas importadas.

Ambos riram da conexão empática. Era delicioso. Mas Grace queria falar uma coisa que estava na cabeça dela desde que a filha soltou a frase mais cedo.

O que foi? Você parece preocupada? Bruno falou notando o olhar curioso.

Rosemary me falou algo hoje mais cedo, enquanto eu me arrumava. E eu fiquei lembrando do meu primeiro casamento. Eu não quero ser intrometida mas ..

Já sei, João Paulo falou comigo. Agora é assim, não é ? Eles se metem em tudo. E querem saber se amávamos os pais deles tanto quanto nos amamos.

Pois é. É assustador, Bruno, pensar que amo você muito mais do que amei qualquer outra pessoa na vida. E eu amei o pai da Rose, de verdade, amei muito. Mas você é um negócio que me tira do lugar e eu não consigo resistir. Eu não sei como seria se eu fosse casada com o pai da Rose, se eu o conhecesse, o que eu sentiria ?

— Eu acho que causaríamos a terceira guerra mundial de tanto desejo reprimido. Ele sorriu, passando as mãos pelo corpo dela, sentindo o perfume que ela usava e ele não conhecia cheiro melhor.

— Eu não sei se eu conseguiria reprimir. Ela admitiu quase envergonhada.

— Eu tenho certeza. Eu vim ao mundo para amar você, Maria da Graça.

— Eu também.

E ambos sabiam que a vida tinha suas escolhas. Eles foram felizes com seus primeiros parceiros, tiveram seus filhos e a vida seguiu.

Grace, que acreditava em reencarnação, acreditava que ambos estavam se reencontrando nesta vida, resgatando algo passado. E Bruno acreditava que seu Deus o presenteava com a oportunidade de amar e ser amado de algumas formas durante a sua vida.

Então vamos parar com as especulações e vamos viver o presente, seu Bruno. Ou melhor, meu Bruno.

Sim, minha senhora, Maria da Graça.

Nunca Grace ?

Eu amo o seu nome, Maria da Graça.

Eu sei. Fica bonito quando você fala. Grace começou a desabotoar os botões da camisa dele, afrouxando o nó da gravata do bonito terno importado. Tecido macio, ela falou ajudando Bruno retirar o paletó e joga-lo num canto. Ela sentiu o beijo dele em seu pescoço, ele adorava porque sabia que ela sentia cócegas. Sentiu as mãos dele tentando achar os botões pequenos do seu vestido bonito.

Para que tantos botões, meu Deus. Bruno riu contra ela, depois que parou o beijo para girá-la de costas para ele, obtendo melhor acesso para desabotoar seu vestido. Ele conseguiu beijar as costas dela inteira enquanto a despia e a jogava na cama para prova-la em todos os lugares.

Não era um desejo diferente, mas era importante porque seria a primeira vez deles depois de casados. Era bonito, Bruno pensava, ainda mais quando ela o despia sem que ele oferecesse qualquer objeção.

Grace os virou na cama, ficando por cima dele, ambos seminus. Ela conseguiu retirar o vestido todo e percebeu que gostaria de conhecer o gosto de Bruno completamente. Por isso, simplesmente teceu um caminho de beijos pelo pescoço, ombros e foi descendo pela barriga dele, descendo, quando chegou onde mais queria.

Bruno queria oferecer resistência, dizer que não é necessário, que muitas mulheres sequer gostavam disso, mas era impossível quando ele observava Maria da Graça sorrir sedutoramente para ele enquanto se divertia. Então ele simplesmente curtiu o momento em que ela o levava a outros tipos de prazeres. E teria continuado até o fim, mas a graça sempre era chegar ao ápice dentro dela, por isso quando sentia que não conseguiria mais continuar simplesmente a puxou para cima encaixando-a dentro de si e se deixando conduzir completamente pela mulher que agora era sua esposa.

Ele não sabe quanto tempo durou, porque já estava no limite e quando ela disse para que ele não parasse, que ela queria mais dele, mais forte, então ele se rendeu, falando GRACE em alto e bom som quando se derramou dentro dela.

Mesmo cansados, ambos riram da situação.

Grace, hein ? bom saber como fazer você me chamar pelo nome que eu gosto.

Grace, Maria da Graça, minha senhora. Minha esposa. Meu amor, meu bem, meu dengo. Eu tenho uma miríade de nomes para chamar você. E ele a beijou ternamente. Grace, Grace, Grace, eu amo você, Grace. Muito, Grace.

F I M


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Notas finais do capítulo

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