Arthur Dayne recebeu uma missão extremamente difícil de seu príncipe.

E a missão ficava cada vez mais complicada.

O "príncipe de prata" estava muito feliz, acariciando a barriga de sua amada lady lobo.

Arthur não conseguia acreditar que esse era o plano de Rhaegar e Lyanna.

Afinal, eles realmente acreditam que vão voltar com um bebê bastardo e tudo vai ficar bem?

Lyanna estava prometida a um homem conhecido pelo pavio curto e seu pai com certeza não estaria satisfeito.

Sem contar que Rhaegar era casado com a filha de Tywin Lannister... O homem que inspirou "As Chuvas De Castamere". Que teve sua filha grávida humilhada publicamente.

Tipo... Sério? Até que ponto uma pessoa pode ser burra?

Mas sinceramente, não sua pantomínia, não os seus bonecos.

Arthur não iria emitir opinião, por que quem quer se fuder vai se fuder e ainda te fuder junto se você tentar avisar. E essas pessoas queriam desesperadamente uma chance para se ferrarem na vida, por que só isso explica a estupidez suprema de se provocar a ira de tantas casas e cometer suicídio político.

—Oswell?

—Sim Arthur?

—Você fica de guarda? Eu vou comprar um pouco de comida. Eu sei onde comprar sem ser visto.

—Oh, por favor, os nossos suprimentos estão acabando.

—Volto em breve. Temos que comer essa comida rápido, pois o calor de Dorne faz com que estrague mais rápido.

—Certo.

Arthur saiu, passando por trás de Rhaegar e Lyanna sem ser visto.

Os dois faziam juras de amor tão bregas que fariam Allyria, sua irmã pequena, franzir a testa e os olhar com julgamento. E Allyria amava histórias de amores proibidos.

Arthur ficou feliz em poder sair de lá.

Ele se sentia menos inteligente a cada segundo que passava perto daquelas pessoas.

O guarda real pegou um cavalo e sua capa e disparou até a cidade.

Ashara o esperava, coberta dos pés a cabeça e com apenas os olhos de fora, com os sacos de suprimentos já prontos.

Ela os colocou no seu cavalo.

Ambos foram até um lugar escondido e afastado.

Ashara puxou sua cobertura e pôs um copo de vinho para Arthur.

—Quais são as novas informações?

—Lyanna Stark está grávida.

Ashara arregalou os olhos como primeira reação, depois bateu a mão na testa em incredulidade.

—Alguém parece querer levar o prêmio de "Como destruir a própria vida e manchar para sempre o nome da sua família." -ela fala, com deboche.

—Pois é. Devo dar chá de lua a ela?

—Não. Esse bebê é uma prova da loucura e estupidez. Ele não pode ameaçar as crianças da família real. O que é um bastardo? 

—Daemon Blackfyre. -diz Arthur casualmente.

—Oh, vamos garantir que essa criança não será problema. Além disso, é bom que nasça. Assim teremos não só a eles como reféns, mas o filho deles será o nosso refém contra os dois para resgatar nossa princesa e seu filho.

Arthur arregalou os olhos com a menção de sua prima e amiga de infância.

—Elia está bem?

Ashara se mostrou triste e com raiva.

—Ela é uma refém. Aerys está cada vez pior. Arthur, ela está grávida e o rei bateu nela!

O Espada Da Manhã ficou indignado e segurou Alvorada com força.

—O maldito bateu nela? Covarde! Desgraçado!

—A guerra está equilibrada por enquanto. Houve derrotas e vitórias para legalistas e rebeldes. O Ocidente está sendo saqueado violentamente. Os rebeldes avançam de pouco em pouco a cada dia.

A situação era realmente preocupante.

Ashara passou um frasco para ele.

—Isso é um sonífero. Age rápido. Quando o príncipe Doran der o sinal, coloque isso na comida deles para que levemos todos em segurança para Tombastela.

Arthur balançou afirmativamente a cabeça.

—E a nossa prima?

—Nós estamos tentando um meio de resgatá-la. Qualquer coisa eu te aviso.

Os dois se abraçaram e Arthur voltou para fazer seu papel de "lacaio fiel do príncipe herdeiro".

Ashara trocou de roupas e discretamente entrou em uma carruagem, que a levou pelos fundos até o palácio da família governante de Dorne.

Ashara entrou na sala secreta, onde Doran e Oberyn a esperavam.

Ela logo contou da gravidez de Lyanna e do sonífero dado a Arthur.

—Isso é bom. Se os legalistas vencerem nós os usamos para resgatar Elia e se oa rebeldes vencerem nós avisamos a eles que temos Lyanna como refém e a trocamos. E podemos provar a traição com o filho que ela espera.

—Exatamente.

—Ashara, você e seu irmão estão sendo imprescindíveis para Dorne agora. Bom trabalho. Eles nem desconfiam que são nossos reféns, não é?

—Não. Eles realmente acham que estão bem escondidos e ninguém sabe onde estão.

Oberyn sorriu, se divertindo.

—Você colocou o toque apimentado na comida?

—Sim. -diz Ashara, rindo.

—Arthur deve estar se controlando muito para não rir deles, comendo as coisas de Dorne sem saber que estamos os enganando e queimando suas línguas de deboche com suas caras.

Ashara controlou uma risadinha.

—Por enquanto vamos seguir o plano. Enquanto essa guerra continuar e Elia estiver sob vigilância total daquele louco não podemos agir.

—Exato.

—Se ao menos houvesse uma brecha, só uma... -lamenta Oberyn.

—De qualquer jeito. Ele morre. -diz Doran, decidido.

Oberyn e Ashara percebem que Doran esta formulando outro plano.

—Se os rebeldes vencerem ele morre. Mas se os legalistas vencerem, você vai voltar para Porto Real, Ashara. O disfarce de dama de companhia de Elia é útil. Vamos plantar um fungo no travesseiro dele. Aquele valonqar é ótimo para criar uma doença respiratória.

Ashara concordou.

Aerys era um caso de profecia autorrealizada. Ele tanto desconfia que estão conspirando contra ele e desejam matá-lo que sua paranoia o faz agir com crueldade, o que dá motivos para conspirar para acabar com sua vida.