Herdeira da Magia: Em Busca do Punhal Encantado escrita por broken isnt bad


Capítulo 1
Capítulo l - Talvez, um novo desígnio?




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Ameth desadormeceu lentamente quando raios de sol ocuparam a gruta onde se situava..

 

Apesar de que, antes mesmo de abrir os olhos, foi recebida com lambidas molhadas do seu grande lobo branco, que balançava animadamente o rabo.

 

Vamos preguiçosa! Está na hora!

 

Quando conseguiu se livrar dos beijos de Liesel, ela olhou cautelosamente ao redor. Tudo estava no mais perfeito lugar. Perfeito até demais, ela pensou.

 

Ameth, infelizmente, tinha que estar a todo o tempo bem atenta, para o caso de algo — ou alguém — indesejado estivesse ao seu encalço. Isso vinha acontecendo há muito tempo, é claro, mas foi piorando.

 

Não se preocupe, já fiz a ronda e está tudo limpo! — Amy sorriu ao ouvir os pensamentos do predador.

 

Levantou-se e esticou o corpo, fazendo alguns movimentos para alongar a coluna. Contava com um dia demorado pela frente. Esse seria o último que ela e Lies tinham para deixar aquele lugar. Pelo menos até achar outro refúgio seguro.

 

Observou mais uma vez em volta. Era incomum que permanecesse em um lugar por tanto tempo. Mesmo sendo aconchegante, não era permanente. Era o máximo de tempo que ela permanecia onde nenhum monstro desaforado viera atormentá-la. Mas se achou mais frustrada por isso.

 

Estudou minuciosamente seu lobo, que a olhava de forma ansiosa. Liesel emitiu um ruído, um ronco, como fazia quando estava feliz. Ameth não sabia contar quanto tempo eles estavam juntos, mas sabia que um defendia o outro. 

 

Lembrou-se vagamente do animal que a acolheu quando foi abandonada por seu pai, no meio de árvores que pareciam engolir seu corpo infantil.

 

Seu pai

 

Recordava de lindos olhos castanhos e calorosos se distanciar lentamente. Cabelos também castanhos claros, quase louros, molhados do suor de um grande conflito naquela maldita floresta.

 

Ela não gostava dessa anamnese impiedosa. Mas estava grata por ter Lies ali. Sem ele, com toda a certeza, não teria resistido por tanto tempo.

 

Ei! Não se torture tão cedo. Vamos tomar uma ducha e se alimentar para caçar por aí! 

 

O lobo tinha razão. Ameth balançou a cabeça para afastar os pensamentos dolorosos. De uma forma enigmática, ela e o lobo conseguiam se comunicar telepaticamente, através de pensamentos e sentimentos. Ela abaixou as mãos e tocou o pêlo macio do lobo, que emanava o eflúvio da floresta. 

 

Os olhos grandes e afetuosos eram de uma cor cinza como as nuvens do céu. Agora, Lies devia ter três metros de altura se ficasse de pé sobre as duas patas, mas se ficasse de quatro, estava batendo um pouco acima da cintura da garota..

 

Afagou mais uma vez a cabeça de Lies e foram em direção a entrada da gruta. Uma imensa floresta se estendia até uns quinze quilômetros adiante, e depois um desfiladeiro mortal tomava conta do resto. 

 

Ao redor era só uma floresta. Um amontoado de árvores, plantas e arbustos de várias espécies. E ao seu lado direito, alguns metros a frente, ela ouviu a água jorrar de uma cachoeira que formava um lago raso e de água cristalina.

 

Seu lugar favorito dali. Ela e Liesel correm um pouco até a beira do lago. Tratou-se de arrancar suas roupas e pulou, se refrescando da água tranquila e salutar. O lobo não costumava se banhar com ela, apenas ficava deitado observando a sua volta.

 

Não se permitiu demorar muito por ali visto que estava desarmada — e nua — então se lavou o mais rápido possível e correu para vestir-se. Voltando a passos largos para dentro da gruta.

 

Retirou da sua mochila uma grande escova azul de plástico. Passou-a pelos cabelos negros, longos e aveludados. 

 

Imaginou o fogo crescendo onde tinha apenas madeira queimada da noite anterior. E logo whoosh! as chamas tomaram seu lugar de antes. Amy sorriu satisfeita. Devo tomar cuidado com o que desejo, ela pensou.

 

Desde quando foi deixada na floresta por conta própria, percebeu que não era uma menina comum. 

 

As coisas apareciam e sumiam ao seu comando com uma agilidade fora do normal. Ficava invisível quando desejava aquilo, e já fez outras pessoas pensarem coisas normais dela e Lies, quando tinham que andar no meio da multidão. Também já explodiu algumas coisas e monstros para ter tempo de fugir e se esconder. 

 

Não imaginava até onde ia seu poder, mas se sentia mais forte durante a noite.

 

Na verdade, tudo o que desejava exercer, acontecia quase automaticamente. Alguns desejos necessitavam de mais força do que outros. 

 

Entretanto, nunca encontrou alguém como ela durante todos esses anos. Refletiu sobre isso enquanto tomava seu café da manhã.

 

Mal sabia Amy que aquele seria o último que ficaria se escondendo do destino.

 

***

Depois do treinamento rotineiro, contra árvores e alguns arbustos, Amy e Liesel encontraram alguns monstros pela floresta. Cuidaram de aniquilar os monstros, que se tratavam de três dracaenae e um manticore. 

 

Não estavam esperando visitas. Se distraíram com o treinamento, até o lobo começar a rosnar para o meio das árvores. Logo eles já sabiam o que estava por ali. 

 

Lutaram afrontosamente. Liesel cuidou do manticore e em instantes desintegrou o monstro. Ameth cuidou das duas dracaenae.

 

Mas, antes de derrotar a última, ela sibilou algumas coisas para a garota. Não se importou muito com o que o monstro dizia, mas algo a fez paralisar:

 

— Então… a filha da magia essssta viva! Não entendo como osss meio-sangues idiotas não te salvaram ainda. Mas sinto uma magia poderosssa! Já dá para perceber de que lado você estará!

 

— Me poupe de suas mentiras. Não me conhece e não sei do que está falando!

 

Ela cuspiu entredentes para o monstro, que soltou algum tipo de risada fanhosa. A garota golpeou e cortou, mas a dracaenae desviou.

 

Liesel mantinha a posição de ataque ao lado de Amy, os pêlos de sua costa se eriçaram e ele grunhiu agressivamente. Mas esperou o sinal da garota para investir, como sempre fazia.

 

— Tão rara e tão tola! Se soubesse para o quê seria usssada, essstaria ao meu lado e não lutando comigo, meu bem! Junte-se a nósss. Os que te jogaram fora, beijarão seusss pés e irão se entregar à morte…

 

Antes dela terminar, Amy a esfarelou em pó fedorento com um golpe. Não entendeu sobre o que o monstro falava. Será que Ameth tinha algo que alguém queria? Ou algum familiar à sua procura? Não. Se possuísse mesmo ela já teria sido encontrada, mas até então ela nunca desejou ser achada. Teria sentido algo ao seu respeito, e nem mesmo em seus sonhos nada mostrava sobre isso a ela. E o que significava, meio-sangue

 

Será alguma banda de rock de monstros metíficos?

 

Foi o suficiente para voltar à gruta e juntar suas coisas, imaginando qual seria o próximo passo...

 

Com um pensamento mudou suas roupas. Usava uma calça skinny preta cintura alta, botas free jump também pretas, uma camiseta camuflada a vestiu perfeitamente. O cabelo se transformou em uma trança rabo-de-peixe que ia até abaixo da cintura. Se sentia tão atônita que praguejou alguns palavrões.

 

Porque se sentia tão afligida? Seria a hora correta de procurar por respostas?

 

— Pronto, Lies?

 

O lobo gemeu, com apetência. Ela desejou um pedaço gigantesco de carne fresca para o lobo, que degustou com voracidade. Depois do uso de tanta força, ele precisava recuperar as energias. 

 

Logo dirigiram-se para o oeste, rumo a, assim Amy inevitavelmente esperou, um novo propósito.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! Aceito críticas construtivas.



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