Dyanna balançava suavemente Aerion no colo enquanto cantava uma música.

O bebê olhava fascinado para o fogo que estalava na lareira.

O pequeno Daeron andava de um lado para o outro, parecendo perturbado com alguma coisa.

—Filho, aconteceu algo?

—Eu tive um pesadelo mamãe. 

O pesadelo parecia afligir muito o menino.

—Me diga, amor.

—Um dragão se casou com um sol e teve dois dragõezinhos. O dragão depois levou uma loba que pertencia a um veado para um deserto e deixou o sol e os dragõezinhos em perigo. O dragão morreu e um leão vomitou uma montanha e uma mantícora negra, a mantícora matou o dragãozinho maior e o sol esmagou o sol e o dragãozinho menor. A loba deu a luz a um lobinho com asas de dragão e um grande lobo ultrapassou uma estrela, um escorpião e uma torre para levar o lobo alado embora.

Dyanna não entendeu absolutamente nada do sonho de seu filho.

O que será que ele comeu de estragado para ter um sonho tão maluco?

—Daeron... Às vezes a gente sonha coisas estranhas mesmo. Não se preocupe filho.

—Eu sinto que esse sonho é muito importante para nós mamãe. -o menino insistiu.

—Meu bem, é só um sonho. Não se preocupe não, está tudo bem.

Daeron segurou a mãozinha do irmão com a testa franzida.

—Não é esse. Deve ter outro para vir. Não é para esse. -fala Daeron, concentrado.

—Filho?

—Mas tem chamas verdes estranhas reservadas ao futuro deste aqui.

—Daeron o que você está dizendo? -ralhou Dyanna assustada.

O garoto dá de ombros e sai do quarto, deixando Dyanna confusa com o comportamento do filho mais velho.

Uma criada de olhos arregalados entra no quarto com rapidez.

—Princesa, o rei a chama para a sala do trono. É... É grave. Por favor, se apresse para ir lá.

Dyanna saltou da cama e pôs o filho no berçário.

Apertou o passo até a sala do trono, onde estavam todos os filhos do rei e suas esposas.

Myriah estava particularmente furiosa e preocupada, enquanto Daeron fazia uma expressão extremamente séria.

Dyanna sentiu o coração disparar e um arrepio de medo.

—O que está acontecendo?

Ela viu a veia saltando na testa de Maekar, sinal que ele estava prestes a explodir de raiva.

—Daemon. -Rosna Myriah. 

(Era nesse tipo de momento que Dyanna via que Maekar puxou muito da personalidade forte da rainha).

—Mas o quê ele fez?

—Ele se declarou rei. Se rebelou contra mim.

—Sob qual alegação? Ele é bastardo e o senhor é legítimo.

—Ele está jogando lama no nome da minha avó! -cospe Maekar, com a voz saindo gutural pela raiva mal contida.

—Ele alega que eu sou bastardo do tio Aemon.

Dyanna ficou espantada. Aquele menino teve a coragem de trair assim o irmão que lhe deu títulos, dinheiro, terras e Rohanne de Tyrosh? 

Ele está cuspindo na reputação de Naerys Targaryen, a mãe que Daeron amava muito e era conhecida como piedosa, amorosa e sofrida?

—Tem que ser Aegor fazendo a cabeça dele. A mãe dele era a detestável Barbra Bracken que odiava minha mãe. Tem que ser. -a dor de Daeron era de cortar o coração.

—Ele não é uma criança, pai. -diz Baelor solenemente -Ele é um cavaleiro, um homem e tem uma família. Ele está fazendo isso por que quer. Por que sente vontade. Não há desculpas. E se Aegor o está influenciando e ele tem a cabeça tão fraca isso realmente importa no fim das contas? Não tem justificativa! Ele escolheu isso! 

Dyanna era obrigada a concordar com o pensamento de Baelor.

Foi escolha de Daemon se rebelar e é escolha dele o destino que cairá sobre ele e sua família.

—Pobre Rohanne. -diz Jena, balançando a cabeça em desgosto.

—Eu não posso acreditar. Vocês sabem o que isso significa?

Daeron os olha, tomado pela dor da traição.

—Ele vai tentar matar todos nós. Até os bebês. Ele não pode arriscar ter uma família inteira legítima andando por aí desafiando sua posição. Por mais que ele diga que eu sou bastardo, ele sabe e Aegor também sabe que é apenas uma mentira para tentar minar a minha reivindicação. Minha mãe era uma mulher de fé que nunca se desviou de seu dever. Céus, o bebê de Daenerys é um perigo para ele também! Ele vai tentar matar o pequeno Mors! Daenerys é legítima e seu filho é legítimo, legítimos sempre estarão acima de bastardos legitimados!

Eles todos se olharam com desconforto.

As implicações e perigos eram claras.

Maekar e Baelor assentiram um para o outro.

—Nós vamos derrotá-lo pai!

E os dois saíram para comandar o exército Targaryen e dar as primeiras ordens.

—Temos que esmagar Daemon Blackfyre. Não temos escolha.