Tudo estava bem... escrita por Wizard Apprentice


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Essa semaninha está corrida, mas aqui está mais um capítulo!
Estão gostando? Eu realmente me divirto escrevendo.



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Naquela bela manhã de Natal, como Harry já esperava, Dumbledore lhe devolveu sua capa da invisibilidade. Aquela relíquia da morte que havia sido de seu pai.

Parando para pensar, durante muitos anos o professor havia sido o Senhor da Morte, e isso era irado. De fato, pela segunda vez na vida Harry era aprendiz de quem, na sua opinião, era o maior bruxo de todos os tempos. Só desejava que a agenda dele fosse um pouquinho menos cheia.

Ron estava encantando com aquela capa, muito mais do que com os vários presentes que ganhara. Inclusive, desta vez os Dursleys foram um pouco mais generosos, e ao invés de enviarem uma moeda de 50 centavos para o sobrinho, enviaram uma única moeda de chocolate. Ron achou aquilo o máximo. Uma moeda, só que feita de chocolate, envolta num papel dourado! 

Com a capa, ele poderia andar pelo castelo a vontade, e a melhor parte era que, como estava numa versão em miniatura de si mesmo, poderia dividir o espaço com seu amigo.

"Ron?" Perguntou Harry abruptamente.

"O que foi garry?". Sua boca estava cheia de chocolate bruxo. 

"Eu posso enviar cartas para Azkaban?"

"Você é doido ou o que hein? Porque você iria querer fazer um negócio desses?"

"Tem uma pessoa que eu gosto muito que está presa injustamente lá. Eu queria conversar com ele, contar que eu sei a verdade. Eu posso ou não?"

"Harry, isso pode ser muito perigoso. Quase todo mundo que está ali era seguidor de você sabe quem..."

"Eu sei, mas ele não é. Ele era o melhor amigo do meu pai."

"Eu... Eu acho que deve dar pra enviar cartas, sim. Mas elas passam por uma rigorosa inspeção, controle ante feitiços e etc... Dizem que os guardas de Azkaban são assustadores".

"Ah sim. Pode apostar que são".

 

Naquela noite, Harry pegou a capa da invisibilidade e se dirigiu ao corujal. Hedwiges dormia, a cabecinha debaixo da asa, descansando da viagem que fizera até a casa dos Dursleys. Gentilmente, o menino afagou sua cabeça e pediu para que ela levasse uma carta muito importante. 

Escreveu: "Meu caro Sirius, você talvez não se lembre de mim. Nós nos conhecemos na casa de Lilian e James, um pouco antes da tragédia. Eu sei da verdade. Rabicho está vivo".

Hedwiges desapareceu na noite.

Enquanto Harry descia do corujal e voltava para o castelo, com a varinha empunhada, afinal, Hogwarts era extremamente assustadora de noite,  ouviu passos! 

Sem o Mapa do Maroto, aquelas aventuras noturnas se tornavam consideravelmente mais difíceis, mas ele não se acuava mais. Obviamente Dumbledore o protegia, e por mais que Filch pedisse muito, não aconteceria nada com ele além de uma advertência e uma detenção insuportável. Ele não seria expulso por nada.

Era Snape. O garoto se perguntou o por que de Snape estar sempre andando pelos corredores de madrugada. Obviamente ele estava caçando Quirrell, e se dirigia ao terceiro andar. Harry não queria que Snape, nem ninguém, duelasse e eventualmente matasse Quirrell, porque ele próprio gostaria de ter essa chance, e para isso, precisaria seguir o roteiro até a noite em que ele fosse, de fato, entrar no alçapão para roubar a pedra.

A todo instante, quando estava próximo ao professor, pensava no que faria se algum desgraçado, na escola, tentasse derrubar seu filho da vassoura - e matá-lo.

Snape apontou a varinha para Quirrell, que parecia acuado. Pensando com cautela, Harry concluiu que apesar de ser um comensal da morte, Snape talvez não soubesse exatamente o porque das reiteradas tentativas de obter a pedra. Talvez desconfiasse que estavam relacionadas à Voldemort, mas não que o próprio estava, naquele exato momento, dividindo o corpo com o outro.

No final da conversa, Snape se propôs a escoltar Quirrell até seu quarto, e este por sua vez não pode negar a oferta. Harry suspirou, e seguiu seu caminho.

Então andou por alguns corredores escuros, cuja única iluminação vinha de sua varinha - e da lua, que entrava pelas bonitas janelas que haviam ali. Aqueles passeios clandestinos eram uma das coisas que mais sentira falta da escola ao longo dos anos.

Abriu uma grande porta de madeira e entrou em uma sala parcialmente vazia, com a exceção de um grande espelho, decorado, bonito, que não mostrava o rosto das pessoas, mas sim o desejo de seus corações.

Aproximou-se, esperando ver o reflexo de seus pais sorrindo para ele, carinhosamente, como se recordava de ter visto quando tinha onze anos, mas para a sua surpresa, outros Potters estavam ali. Três crianças sorridentes, felizes, e uma mulher ruiva, a mais linda que Harry já vira na vida. Um Harry de onze anos caiu de joelhos em frente ao espelho, e começou a chorar.

"Noite difícil, Harry?". Perguntou uma voz calma.

"P...Professor!". Ele soluçou. "O senhor sabe o que eu vejo quando olho meu reflexo no espelho?"

Dumbledore era um homem esperto. Percebeu que algo não ia bem ali, e não se arriscou a responder. Harry prosseguiu:

"Eu vejo a Ginny, professor. Irmã do Ron. A minha esposa amada, e meu três filhos, sorrindo pra mim. Eu preciso voltar pra casa, e eu não sei como, e estou ficando desesperado. Eu penso neles o tempo inteiro, estou com saudades e não sei o que vai acontecer se eu não voltar. Eu não sei o que está acontecendo, nem o que aconteceu, e eu queria tanto falar com você, mas venho tentando todos os dias, e nunca consigo, porque o senhor está sempre ocupado, e eu não posso atrapalhar".

Dumbledore parecia extremamente confuso, quase assustado. Por um momento, pensou que Harry estava louco. Mas ele era um homem instruído demais para se convencer disso. Pediu para que o garoto o acompanhasse até sua sala, e ali, ofereceu um chá.

Harry sentiu os olhos do professor pousarem e continuarem nele por alguns longos instantes. Então pediu gentilmente a Harry que contasse sua história.

"Eu não sei como, nem porque, mas voltei no tempo. Me lembro de ter saído de casa para trabalhar uma manhã... E quando acordei estava com dez anos, no dia do aniversário do meu primo, sem varinha, sem minha família, mas consciente de tudo. Nesse dia nós fomos aos zoológico, e eu consegui conversar com uma cobra. Sim, eu sou ofidioglota, porque Voldemort também é. Nesse dia eu percebi que tudo voltou no tempo, e que ele está vivo. Todos os que morreram ainda estão. E eu estou preso nesse corpo, mas já tenho quase 40 anos na verdade".

Dumbledore ouvia com atenção, encantado com tal história. Harry continuou.

"Eu sei de tudo o que vai acontecer, e isso me assusta, porque as vezes, mesmo eu fazendo algo diferente, o resultado sai igual. Se continuar assim, eu não vou conseguir impedir que as pessoas que eu amo morram. E se eu continuar aqui, eu não vou ver mais minha família... Professor, eu preciso de ajuda".

"Pode me dar um exemplo, Harry?"

"Quirrell está tentando roubar a pedra filosofal. Eu sei cada um dos feitiços e desafios que protegem a pedra, e sei que ele não vai conseguir passar do seu. É realmente genial, professor."

Dumbledore sorriu.


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Notas finais do capítulo

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