Tudo estava bem... escrita por Wizard Apprentice


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Voltei pessoal! As aulas essa semana foram beeem difíceis, e logo mais tem os OWL's... Mas aqui está mais um capítulo.



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E como da outra vez, Hagrid levou Harry ao Beco Diagonal.

Pelo caminho, o garoto perguntou ao amigo sobre Hogwarts, não por não conhecê-la, mas por querer saber se estava exatamente como quando a viu pela primeira vez.

Ele não podia perguntar nada muito específico, porque a princípio, não sabia de nada e o gigante iria estranhar se entrasse em detalhes que claro, só um aluno ou uma criança que tivesse crescido ouvindo sobre a escola poderia saber. Optou por algo genérico:

"Hagrid, como é essa Hogwarts? Quem são os professores?"

Mesmo após tantos anos, e mesmo se esforçando ao máximo para parecer ter a idade que aparentava, ainda assim a companhia de Hagrid era extremamente familiar e agradável. Ele era mais do que um amigo para Harry, era quase como um pai. Ou talvez um tio, muito atrapalhado.

Harry já não se lembrava com precisão todos os detalhes de seu primeiro ano em Hogwarts. Lembrava de ter sido um garoto ingênuo, que se encantava com a magia por todos os cantos. Bem, ele já estava com quase 40 anos. Um quarentão, voltando para Hogwarts... 

E um auror de quase 40 anos e pelo menos 20 anos de experiência se encontrando cara a cara com nada mais nada menos do que Lord Voldemort, na pele de seu ex professor, Quirrell. 

Harry já desconfiava que Voldmort estivesse vivo desde a ida ao zoológico, mas a ficha só caiu mesmo ali. Mas não só isso, se Quirrell estava vivo, todos estavam. Dumbledore, Dobby, Sirius, Cedrico... Fred... Todos. Os bons e os maus. Os muito maus também. 

Primeiro, Harry sentiu medo. Um medo assombroso, desesperado, mas ninguém naquele bar, anterior à entrada do Beco Diagonal percebeu, claro, ele parecia apenas um garoto tímido ao conhecer um professor. 

Mas suas pernas tremeram e ele sentiu uma gota fria descer pela espinha. 

Por pouco tempo. Logo depois ele sentiu ódio. Muito ódio. Uma vontade intensa de pular em Quirrell e matá-lo ali mesmo... Afinal, não tinha varinha, mas a proteção de amor que sua mãe lhe dera ainda existia...

Hagrid pousou a mão no ombro do garoto antes que ele pudesse se mexer, para indicar que deveriam prosseguir. Todos ali cercavam Harry e o olhavam com curiosidade. Então, instado a se vingar de Quirrell ao longo do semestre letivo, apenas disse:

"Curioso o seu turbante, professor. Parece até que o senhor tem duas cabeça e uma delas está escondida ai em baixo". E em seguida riu.

Quirrell forçou um sorriso amarelo para Harry, que se virou e desapareceu em meio aos demais fregueses. Harry queria que Quirrell soubesse que ele sabia. Queria que se sentisse ameaçado, pois seja lá o que ele tentasse fazer para prejudicá-lo, que tentasse.

Até entrarem no Gringotes, o banco dos bruxos, Hagrid tentou ao máximo repreender Harry pela atitude para com o professor, dizendo que em Hogwarts era necessário respeitar os professores, e jamais provocá-los. Ao mesmo tempo, não conseguia deixar de transparecer que tinha achado genuinamente engraçada a brincadeira.

Grampo, o duende, era outro que estava vivo. Era muito estranho reencontrar pessoas naquelas condições. Harry queria perguntar tanta coisa à Dumbledore... Tanto do presente como do passado.

A passagem pelo cofre 713 pareceu muito mais rápida do que fora da vez anterior, e quando Harry se deu por si, estava tocando o sino da loja de varinhas.

 

 

"Eu lembro de cada varinha que vendi, senhor Potter". Começou Olivaras.

Harry, por um momento, nada estranhou, afinal, Olivaras sempre fora um homem cheio de mistério e frases incompreensíveis. Mas então o garoto franziu as sobrancelhas, e percebeu que havia mais na frase do que parecia.

"O senhor se lembra da minha varinha, não é mesmo?"

Ele assentiu, se virou e apanhou uma caixa dentre as milhares que haviam pela loja, pelas bancadas, pelo chão, pelas prateleiras.

"Aqui está ela, como se nunca daqui tivesse saído. É uma varinha poderosa, senhor Potter".

"Eu sei, eu sei bem como ela é... O senhor sabe o que está acontecendo?"

"Eu receio que saiba tanto quanto você... Teste a varinha, nunca se sabe o quanto o passado pode ser alterado, não é mesmo?"

O garoto testou a varinha, e como antes, bonitas faíscas saíram da ponta e ele sentiu, sentiu de verdade, a lealdade da sua boa e velha varinha se tornar novamente sua.

Percebendo que Olivaras não poderia ajudá-lo além da venda, agradeceu e saiu. Antes, porém, contou a ele sobre a varinha das varinhas. Em poucas palavras, sem contar como conseguira, nem que se tornara o senhor da morte. Apenas disse que fora sua, mas que sempre preferiu aquela que acabara de comprar. Se despediu então de um homem extremamente orgulhoso.

Do lado de fora da loja estava Hagrid, segurando uma linda gaiola, com a coruja nevada mais linda do mundo. Harry não conseguia se conter de felicidade.

"Hedwiges!". Gritou o garoto.

"Estou vendo que já temos um nome. Você parece gostar de animais mágicos tanto quanto eu!". Disse Hagrid empolgado.

Harry riu. Era humanamente impossível gostar mais de criaturas mágicas do que Hagrid. Aquele era o melhor presente de aniversário de sua vida.

 

Seguiram para a última parada do passeio. A loja de uniformes. Harry entrou enquanto Hagrid iria comprar algumas coisas para a escola. Madame Malkins pediu ao garoto que esperasse enquanto ela terminava de medir as roupas de outro garoto, antes de atendê-lo.

Então Harry se lembrou. Fora ali que vira Draco Malfoy pela primeira vez.

"Olá". Ele disse em tom ameno.

Se lembrava bem de Malfoy. Um garoto insuportável, que cresceu e foi tão perturbado e prejudicado por Voldemort como ele fora. Hoje o via como uma criança atormentada. Que crescera em um lar corrompido por ideais absurdos de pureza de sangue. Claro, isso não mudava o fato de que ele era um babaca, mas com certeza mudava a forma que ele, Harry, pai de três filhos via aquela situação.

A verdade é que ele estava numa situação extremamente incomoda. A todo momento ele pensava o quão velho demais estava para voltar para Hogwarts e na saudade que sentia da mulher, dos filhos, da paz... Mas ao mesmo tempo... Era uma chance de rever tantas memórias, tantas pessoas...

Malfoy perguntou se ele também ia para Hogwarts, e contou que queria ir para a Sonserina.

"É uma excelente casa, não é mesmo? Ouvi dizer que muitos bruxos corajosos foram da Sonserina". Disse Harry fingindo empolgação. Malfoy pareceu gostar.

"Toda a minha família foi da Sonserina. Imagina ir para a Lufa-Lufa, que horror. Eu saia da escola de vergonha".

Harry quase riu alto, de desdém, e fingiu tossir. Se ele soubesse que em alguns anos seu filho mais novo, um pequeno Malfoy, iria justamente para a Lufa-Lufa...

"Ah, mas eu acho que saem grandes bruxos de todas as casas, Draco. De todo modo, eu ouvi dizer que você pode pedir para o chapéu seletor para ir para determinada casa, sabe. Que ele leva nossas escolhas em consideração... Você também gosta de Quadribol?". Perguntou para mudar de assunto, e funcionou.

Os dois passaram um bom tempo discutindo sobre o jogo, e apesar de arrogante, Malfoy pareceu muito menos antipático. Um Hagrid sorridente apareceu na vitrine, com dois sorvetes, apontando para eles para explicar que não poderia entrar.

"Ouvi dizer que ele é tipo um empregado em Hogwarts". Disse Malfoy.

"Ele é o guardião das chaves. Ouvi dizer que ele entra o tempo inteiro na floresta proibida, e que ele é muito corajoso. Ele está me acompanhando, sabe. Me ajudando a encontrar as lojas e a comprar os materiais".

"Onde estão seus pais?"

"Não estão por aqui... Nos vemos na escola, Draco".

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!