Tudo estava bem... escrita por Wizard Apprentice


Capítulo 13
Capítulo 13 - 2o ano


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, prefiro postar quando estiver com inspiração, acho que o texto flui melhor. Por isso a demora entre postagens!



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As férias na casa dos Dursleys eram piores do que Harry conseguia se lembrar. Talvez porque agora, adulto, tinha vivenciado a liberdade, a amizade, o amor, e aquilo ali era o oposto de tudo isso.

Adulto, viajara o mundo, conhecera bruxos de todos os lugares, fizera amigos, criara uma família linda. 

Mas tio Valter, tia Petúnia e o primo Duda não tinham nada a ver com isso. Duda era um bobão mimado, e tio Valter e tia Petúnia quase não se falavam. Nunca riam juntos, não pareciam se amar, apenas se aturar.

Harry, como pai, era tão diferente... Seus filhos eram tão diferentes... Ele e Ginny gostavam de estar presentes em cada momento, cada pequena conquista dos seus três pequenos...

E sobre o amor... Ah, a Ginny...  A vida com ela era tão doce, tão gostosa. O amor e desejo estavam presentes em todos os momentos com ela, nos pequenos gestos do dia a dia, nos toques por acaso enquanto lavavam a louça ou no jardim de Molly quando tiravam os Gnomos, e trombavam no meio do caminho...

E também, quando estavam sozinhos, e mesmo depois de tantos anos casados, ele continuava sentindo aquela chama intensa, aquela coisa insaciável que só aquela ruiva maravilhosa o fazia sentir... Aquele corpo macio e sorriso vibrante.....

"Harry, HARRY! VOCÊ ESTÁ ME ESCUTANDO OU NÃO?". Tia Petúnia batia na porta do quarto furiosa. "Seu tio quer falar com você, vamos ande!".

Harry saiu da cama mal humorado e desceu as escadas.

"Já sei, já sei. Seu patrão estará aqui, e eu devo ficar no meu quarto, fingindo que não existo."

"Um pio e você nunca mais volta para aquela escola!".

"Poupe suas ameaças, eu sequer estarei em casa. Essa noite é uma noite muito especial para... Nossas pessoas. Vamos amaldiçoar trouxas pelas ruas, para que eles se esqueçam de colocar as calças quando sairem de casa no dia seguinte!"

Todos pareciam horrorizados, afinal, não sabiam que Harry não podia utilizar magia fora da escola. Tio Valter abominava tudo o que fugia do padrão de normalidade, e a perspectiva de sair de casa sem calças realmente era apavorante. 

Satisfeito, Harry subiu para o seu quarto, e só desceu quando o sol começou a se pôr no horizonte. Saiu sem falar tchau, e muito contente por não precisar encontrar Dobby.

As cartas de seus amigos, como da última vez, não estavam chegando, e ele tinha a estranha sensação de que precisaria matar um basilisco novamente.

"Olá, Sirius". Harry sentou-se no gramado do parquinho próximo à Rua dos Alfeneiros n. 4., ao lado de um enorme cão preto. "É emocionante vê-lo novamente".

"Como você... Você se parece tanto com James!" O cão desapareceu, dando espaço para um homem cansado, maltratado e magérrimo.

"Coloque isto, não vai te proteger dos dementadores, mas vai te proteger de curiosos". Harry estendeu a capa da invisibilidade que herdara de James. "Era do papai, você deve se lembrar dela... Você precisa de uma varinha".

Sirius estava extremamente confuso.

Àquela altura do campeonato, seu rosto já estava estampado em todos os jornais bruxos do país, e também dos trouxas. O noticiário o reportara como um serial killer, e a população estava em alerta.

"Então você não acha que eu matei aquelas pessoas...?" 

"Não. Eu sei que não. Espero que você não ache que eu matei um professor indefeso também".

"O que eu ouvi dizer, um pouco antes de escapar, é que você é um bruxo muito poderoso para a idade. Os boatos são de que você é destemido, cínico e cruel. Existem até mesmo rumores entre os comensais de que a razão para Voldmort ter tentado te matar foi o medo dos seus poderes... Afinal, como você sabia do cão?"

"Sirius... É uma longa e complicada história, que não tem um final feliz."

"Ora, eu sou um fugitivo e você está de férias... Temos todo o tempo do mundo!"

Ele tinha razão.

O garoto lançou alguns feitiços para garantir que a conversa deles não pudesse ser ouvida, e em seguida, contou sua história.

Sirius ouvia tudo, incrédulo, enquanto as horas se passavam.

"Rabicho, aquele traiçoeiro imundo". Sirius cuspiu na grama, enojado. "Eu vou caça-lo e matá-lo, e assim, Voldmort não vai conseguir..."

"Eu receio que vá, e Dumbledore também acha, apesar de não ter querido admitir.

"Mas como?"

"É como se tivéssemos voltado no tempo, de fato, mas tudo o que vivemos pudesse ser considerado destino. Não temos certeza do quando podemos mudar".

"Isso é verdadeiramente muito triste, Harry... Você me avisou sobre o Rabicho porque sabia que eu iria fugir para pegá-lo?".

"Sim... E Não. Você deveria aproveitar seus próximos anos, ficar longe dos problemas... De mim... Quem sabe assim..."

"Harry, eu prefiro a morte do que a covardia. Tudo o que eu puder fazer... Estarei sempre lutando ao seu lado".

"Eu agradeço. Este ano será muito perigoso em Hogwarts, se a história se repetir. Sirius, eu confesso pra você... O meu passado me assusta tanto, e ter que enfrentar tudo de novo me machuca tanto... Principalmente porque estou sempre tão sozinho, não posso compartilhar essas coisas com meus amigos, eles atualmente tem 12 anos!".

"Harry..."

"Eu fui um garoto atormentado. Aconteceram coisas horríveis, o tempo inteiro, e quando eu finalmente tive paz, voltei pra cá, para a solidão, para o medo de perder quem eu amo, mais uma vez".

Apesar do abraço do padrinho, Harry continuava com o coração apertado. Os tios haviam trancado a porta, para que ele não entrasse, mas tinham se esquecido de que o sobrinho era um bruxo. 

Abriu e fechou a porta com duas palavrinhas mágicas, e subiu para seu quarto, as 3h da manhã. 

Que noite enfeitiçada...

Ao abrir a porta do quarto, havia um elfo vestindo trapos deitado em sua cama, adormecido.

"Dobby! Psiu, Dobby! Você precisa voltar para a mansão dos Malfoy, antes que descubram que você saiu!"

O elfo levantou num sobressalto. 

"Harry Potter! P... Perdoe-me por ter dormido na sua cama...! ELFO MAU, devia ter voltado para casa!". Dobby começou a grunhir, e a se bater nas coisas. O novo Dobby se odiaria muito, caso conhecesse a versão antiga de si mesmo.

"Dobby, pare e sente-se! Me conta o que você precisa contar e depois vai embora, eles já devem estar dormindo... Você até pode dormir aqui se quiser, mas isso pode te complicar amanhã!".

O elfo começou a chorar desesperadamente. Nunca havia sido convidado a se sentar por um bruxo, como um igual.

Estava tão atordoado que sequer percebia que estava sendo chamado pelo nome, sem sequer ter se apresentado.

Harry revirou os olhos. Aquele Dobby era muito chato.

"Dobby, sente-se, e me escute. Eu sei que você é o elfo doméstico dos Malfoy, e sei que veio aqui para me convencer a não voltar para Hogwarts. Eu queria deixar claro que essa é uma brincadeira de muito mal gosto do Draco, e que não vou cair nessa".

"Dobby veio avisar a Harry Potter que existe uma trama... Um plano para fazer com que coisas horríveis aconteçam na escola esse ano. Harry Potter não pode voltar para Hogwarts!"

"Olha, eu agradeço verdadeiramente a preocupação. Mas eu vou voltar. Se você quer mesmo me ajudar, me ajude a impedir que as coisas ruins aconteçam. Podemos proteger as pessoas, o que acha? Eu não tenho medo de uma boa briga. Agora, você pegar as minhas cartas, ou sabotar meu caminho de volta para a escola não vai adiantar".

"Harry Potter! Dobby ouviu falar de seus poderes... Você é um bruxo muito poderoso... Mas ainda assim... Existem poderem que nenhum bruxo decente se atreveria a usar... O senhor não entende..." O elfo soluçou.

"Beba isto, vai te ajudar a se acalmar. É suco de abóbora". Harry deu um copo de suco ao amigo, choroso.

"Dobby, você ouviu falar de mim. Ano passado eu persegui e matei friamente um professor, porque eu sabia que ele carregava Lord Voldemort em si. E não, eu não tenho medo de dizer o nome, por favor não insista. Eu não sou como Lucius Malfoy, aquele sujo, e nem como Voldemort, mas sei o tipo de magia com a qual eles estão acostumados a mexer. Eu te peço, não me atrapalhe. Eu não sei o que vai acontecer, mas eu vou proteger os meus amigos e até mesmo você, e daria a vida por isso. Dumbledore está em Hogwarts também. Não se preocupe, mas se quiser mesmo nos ajudar, eu aceito informações".

"D... Daria a vida por Dobby!". O Elfo se jogou no chão, aos prantos. "Dobby jamais imaginaria... O senhor..."

Harry sorriu carinhosamente. Estava tranquilo, porque havia lançado um feitiço no quarto, para abafar o barulho antes de acordar o amigo, e assim ele poderia ser escandaloso a vontade. Harry gostava muito dele, e daria mesmo a vida para salvá-lo, e Dobby fez o mesmo por ele, num futuro passado.

"Dobby, você é quem sabe como vai decidir agir. Eu só espero que você entenda que eu não sou inofensivo, e nem uma criança tola. E também quero que você saiba que eu sou seu amigo, sempre". 

Dobby soluçou mais algumas vezes, em negação, como se aquilo tudo fosse demais para ele, depois balançou a cabeça em desacordo, estalou os dedos e desapareceu.

Harry realmente preferia o amigo em sua versão rebelde, mas cada coisa em seu tempo.

 Seus tios ficariam putos quando descobrissem que ele não havia dormido na calçada.

E ele estava muito puto, porque tudo o que queria era dormir nos braços de sua amada Ginny.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam!?



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