Bater de Asas escrita por Yasmin


Capítulo 12
12. Olhos Cor Rubi.


Notas iniciais do capítulo

Seus olhos vermelhos, um tom lindo e assustador.



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 Por um segundo tudo parou, metade de um corpo no chão, Zack fora de si, um vilarejo quase destruído. Enquanto pensava nisso me encolhi em minhas próprias asas em lágrimas.

— Por quê...

 Enquanto me questionava do que acaba de ocorrer, olho lentamente entre a abertura das penas para Zack que havia parado de destruir o animal, o olhar dele continuava fixo e com uma cor que diria ser bonita em outra ocasião, uma cor rubi. O encaro por um tempo, o Tomoe não fala nada, apenas observa Zack pegando um último pedaço antes de voltar ao "normal".

 O olhar dele voltou a ser sereno, ele observa lentamente oque segura em sua mão e logo direciona o olhar para mim.

— Eu... Perdi o controle não?

Acenei com a cabeça que sim, ele devolve o pedaço, e tudo volta ao normal, as asas, os olhos e os chifres, mas o clima continuava o mesmo.

— Cadê o cara?

Apontei sem olhar, ele olha para o local onde se encontrava a metade, a raposa se limpava delicadamente. A lua estava subindo, a noite fria começava a chegar.

Ele parece querer se aproximar de mim, mas acho que eu e ele entendemos que eu só quero distancia nesse momento.

— Tem uma gruta aqui perto, é mais seguro que aqui.

Levantei sem questionar, a raposa parecia saber o caminho e foi na frente, fui ao lado dela segurando seu pelo, não olhei para trás, mas dava para sentir o olhar de Zack sobre mim.

No caminho não trocamos palavras nem olhares, ele também não forçou uma conversa. Tomoe me olha com um olhar de pesar, nem ele sabe oque fazer ou se deve falar algo, mas todos nós ficamos em silencio a viagem toda.

Chegando no lugar, era mais como uma gruta, havia um lago no fundo, então ficamos mais para cima já que não queríamos o frio do lago. Tomoe acende uma fogueira e sentamos em volta dela, eu me encosto na raposa, ela era bem macia, e quente, tudo que eu precisava naquele momento.

— É... Obrigado mesmo pela ajuda de hoje, amanhã vou atrás do meu povo, aí vocês podem seguir seu caminho.

Observo a fogueira, pensando no Zack e se esse problema dele alguma hora ira me atingir, mesmo que ele não queira.

— Meu caminho...

Resmunguei baixo, nem sei para aonde vou, nem com quem vou, Zack era uma boa companhia mas... ele muda de um jeito horrível, não tenho medo dele... tenho medo pelos outros.

— Você está me olhando assim o caminho todo.

Volto de meus pensamentos e olho para ele sem nenhum sorriso.

— Era para eu estar sorrindo?

Tomoe parece querer falar algo, mas apenas continua mexendo na fogueira. Meu deboche que era para ser uma piada, no clima que estava apenas deixou tudo mais pesado.

— Você entendeu oque eu...

— Não tenho medo de você se é isso que quer ouvir.

Já lhe disse que confio nele, mas após ver Zack matando e comendo, penso em quando ele fazia isso com pessoas. Zack me olha com seu olhar sem expressão, mas parece entender a resposta, não temo ele, ou é oque eu queria pensar, no fundo, conheço ele bem pouco ainda para confiar, mesmo eu querendo muito confiar nele, um lado de mim, pensa no perigo.

No meio da noite acordo com pesadelos do acontecimento na vila e saio da caverna para pegar um ar. Havia um rio que passava alguns metros a frente da caverna, me sentei e fiquei tocando com o dedo a água.

— Esse mundo não é como eu pensei.

Eu achava a floresta um lugar temível más não chega nem perto do que tem nas cidades. Antes eu me preocupava com os animais e raramente com caçadores, já agora tenho de me preocupar com mortes e o Zack que tem esse "problema".

— Cansei de reclamar sobre você sair sozinha.

Olho espantada com a aparição do nada, mas vindo dele, deveria já ir me acostumando.

— Deveria ter dormido, e eu não sou uma criança.

Ele ignora meu questionamento e se abaixa na minha frente com as mãos no rosto, me olhando como se estivesse lendo meus pensamentos.

O olho por um tempo reparando em seu rosto, se não fosse os chifres, diria até que é um anjo. Com o pensamento balanço a cabeça tentando tirar aquilo da cabeça. Assim sinto um toque em minha testa.

— Hey, eu me descontrolei, eu sei, a raiva subiu minha cabeça quando vi o urso ir para cima de você.

Continuo a olhar nos olhos dele pensando sobre oque ele dizia, então ele estica a mão.

— É apenas um presente, foi algo que achei enquanto caçava.

Ele segurava um colar com um canino, não sei distinguir que animal era, mas era enorme.

— É... Bonita, obrigada Zack, mas... Que animal é?

—Não vou dizer agora, um dia te mostro um pessoalmente.

Ele entregou na minha mão

— Use sempre, ele tem um cheiro bem forte para mim, acharei você onde estiver, ainda mais você que se perde e sempre arruma problema.

O olho surpresa, ele me olha de volta como se dissesse que me conhecia e saberia que eu me perderia ou arrumaria encrenca. logo se senta do meu lado e eu encosto a cabeça no ombro dele ainda olhando o colar do canino branco.

— Zack para aonde vamos?

Ele pensa por uns segundos.

— Temos duas escolhas, ou voltar para a sua casa, ou continuar a andar.

Digamos que não gostei muito da primeira impressão fora de casa, mas a cidade, o baile e as pessoas, tudo era tão novo e incrível.

— Independente da onde eu vá, você virá comigo?

Enquanto pensava sobre a opção de Zack não querer ir comigo já que ele não parece ser do tipo que gosta de viajar com uma garotinha irritante como ele diz, sinto uma mão em meu rosto.

— Como se fosse deixar você se divertir sozinha. 

Assim sorrio e retribuo o beijo que ele me deu, sob a lua, sinto uma nostalgia do dia do baile, espero que isso dure para sempre.

 


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Notas finais do capítulo

Ele vira comigo. Porem parece que aonde passamos arrumamos problema.



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