Uma fagulha de esperança escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 6
Capítulo 6




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A chegada e a saída de Bruce na Wayne Enterprise causou um certo alvoroço com o qual ele nem imaginava lidar. Depois de toda a confusão, de uma coisa tinha certeza, Selina tinha razão em dizer que os detalhes faziam toda a diferença.

Ele passou o dia ocupado, se inteirando dos assuntos da empresa, entendendo como as coisas estavam funcionando ultimamente. Em meio a reuniões, notou que a equipe de diretoria percebeu a aliança em seu dedo, mas ninguém perguntou nada. Quem também não deixou de notar foram fotógrafos amadores e fontes anônimas de outros jornais, que tinham o costume de observar a saída e entrada do bilionário, tentando falar com ele ou ao menos conseguir alguma novidade sobre ele. Não demorou muito para que os rumores de que Bruce Wayne tinha se casado se espalhassem por aí.

Enquanto que, por um tempo, Selina nem fazia ideia do que estava acontecendo. Outras coisas rondavam a mente dela. Depois de se despedir de Bruce pela manhã, tentou procurar algum modo de ser útil. Talvez organizar alguma parte da casa a ajudasse a passar o tempo e lidar com as preocupações. Acabou se concentrando nos armários, voltando-se mais para as próprias roupas dessa vez.

Não tinha quase nada ali comparado ao amontoado de coisas que Bruce tinha, mesmo que suas roupas fossem simples e praticamente iguais. O pensamento fez ela rir um pouco. Voltou-se para suas coisas outra vez, algumas calças, tops e os sapatos de salto alto. Nada digno da sra. Wayne, mas afinal, o que a mente dela queria dizer com aquilo? Que ela precisava de roupas novas e mais chiques? Bom, isso não seria nada mal, mas usar esse tipo de roupa significava que ela teria que frequentar os lugares que exigiam isso. Ela não queria ter que encarar aquilo tão cedo. Sabia usar vários disfarces conforme necessitava, mas ser a esposa de Bruce era uma parte da sua vida que ela queria que fosse genuína e verdadeira. Acabou se lembrando da conversa que tiveram mais cedo, se ajudariam nisso.

Deixando as roupas para lá, foi visitar os outros cômodos da torre. Para ser sincera, parecia tudo muito vazio e fora de propósito, como se aqueles espaços estivessem sobrando. Apenas duas pessoas moravam ali, sem contar os empregados, então para que todos esses lugares? Duas pessoas não, ela acabou repensando, três. O filho deles precisaria de um quarto. Foi daí que Selina descobriu como usar bem seu tempo exageradamente livre.Saiu dali apressada, à procura de Alfred, esperando não atrapalhar o trabalho do ocupado mordomo. Ele estava no seu escritório, lendo um amontoado de papéis. Ele notou a presença dela sutilmente, iniciando a conversa.

—Olá, senhora, o que posso fazer por você? - ele ofereceu sua ajuda.

—Senhora? Meu Deus, me sinto tão velha agora - Selina acabou rindo - mas eu entendo as formalidades, é o que eu sou agora, não é? Sra. Wayne...

—Ser casado por si só é um grande fardo, então não deixe mais pesado do que está - ele aconselhou.

—Já foi casado para dar esse tipo de conselho, Alfred? - ela tentou descobrir, levemente desconfiada.

—Não, mas pude ver as preocupações dos Wayne bem de perto - ele saciou a curiosidade dela - mas se posso dizer uma coisa, você é muito importante para o patrão Bruce, e eu acho que ele fez uma excelente escolha ao se casar com você.

—Obrigada, de verdade, é só que eu não sou exatamente quem Gotham esperaria como esposa de Bruce Wayne, o príncipe da cidade - ela confessou.

—E que tipo de pessoa você acha que suportaria conviver com alguém como o Bruce? - Alfred disse num tom brincalhão, mesmo assim, a suposição assustou Selina, nunca imaginou que o fiel mordomo e praticamente família de seu marido se referiria assim a ele.

—Ele não é tão ruim assim - ela fez questão de defendê-lo prontamente, num tom até mesmo feroz.

—Eu sei que não, ele é um bom rapaz, mas como sempre dizemos, ser sociável não é o maior dom dele, e francamente, quem pode culpá-lo? - Alfred abrandou o tom - acha que uma socialite acostumada a privilégios lidaria bem com a personalidade dele?

—Ele é o homem mais gentil que já conheci, mas entendo o que quer dizer - ela respondeu - mesmo assim, eu não o trocaria por nada.

—E é justamente por isso que está aqui, vi vocês dois se completarem a medida que foram se conhecendo - o mordomo completou - são exatamente o que um e o outro precisam.

—Isso foi extremamente fofo, tão fofo que me deu um leve enjoo - Selina brincou, mas com um fundo de verdade, sentiu um gosto amargo na boca, pensando que logo teria que fazer uma visita ao toalete - falando em precisar, eu vim ver uma coisa com você, eu não sei se Bruce comentou alguma coisa sobre o quarto do bebê, eu estava pensando que não tenho muito o que fazer porque aqui até que comecemos outro caso, e o meu filho certamente vai precisar de um quarto, então... sabe qual deles eu poderia usar para isso?

—Ah é, o patrão ainda não pensou nisso, mas seria uma grata surpresa a ele, tenho um local em mente, venha comigo por favor, sra. Wayne - ele a convidou.

Em seguida, estavam os dois observando um quartinho. Modesto não era a palavra correta para descrevê-lo, afinal, estavam em uma cobertura. mas ainda assim, havia algo familiar a Selina ali. Uma infância um tanto solitária, um garotinho com os cabelos caindo pela testa brincando com os brinquedos caros num cantinho. Não queria que o filho tivesse uma infância difícil como a dos pais. O local estava vazio, com uma pintura definitivamente escura, aquilo precisava mudar. Nenhuma criança deveria morar nas trevas permanentemente.

—Me parece muito bom - ela comentou brevemente - obrigada por me mostrar e... a primeira coisa pela qual podemos começar é uma tinta nova, definitivamente.

—Fique à vontade, adoro seu entusiasmo - Alfred elogiou.

—Eu sei que sim - ela acabou beijando a bochecha dele, animada. o que fez o mordomo gargalhar contente.

Realmente, ela era a sra. Wayne perfeita. Selina acabou se distraindo com vários aplicativos de compras, se vendo numa posição completamente nova. Escolhendo não só uma tinta nova, mas móveis, roupas, sapatos, brinquedos. tudo que julgava que seria essencial e divertido para o bebê. Esperava que Bruce não ficasse zangado em vê-la esbanjar, afinal, ele era um bilionário. Foi nessas andanças pela internet que ela descobriu o burburinho virtual que estava rondando seu marido naquela manhã. As pessoas, sites, artigos, especulavam quem seria a esposa secreta de Bruce Wayne, que havia aparecido aquela manhã usando uma aliança de ouro na mão esquerda. Selina apenas suspirou e fez uma careta. Decidiu que era um problema para se deixar para mais tarde. Esperaria ouvir a opinião de Bruce a respeito disso tudo. Ao fim do dia, ele voltou para casa, e talvez ali surgiria o momento de conversarem um pouco um com o outro sobre o que tinha acontecido.

Ela desceu as escadarias para encontrá-lo, e acabou dando um sorriso espontâneo ao vê-lo. Podia parecer uma tola, mas estava feliz de verdade.

—Selina - ele acabou esboçando um sorriso ao dizer o nome dela em tom ligeiramente baixo - como foi seu dia?

—Ah tranquilo, eu acho, espero que o seu também tenha sido, mas pode ser que eu possa ter tirado um pouco da sua paz - ela disse em tom de alerta, um pouco receosa.

—Em que sentido? - ele estreitou os olhos.

—Bom, acho que não quer dizer que tirei sua paz por fazer compras pro bebê o dia todo - ela confessou - afinal, nosso filho vai precisar de muitas coisas e eu achei melhor procurá-las desde já.

—Sim, está certa, se está preocupada por ter gastado demais, não se preocupe, eu pago a conta que for, afinal, eu sou o pai da criança - ele respondeu, levemente sério.

—Imaginei que sim, amor - ela acabou sorrindo de novo - mas é que eu também descobri que... bem, descobriram que você se casou e bem, pode ser uma questão de tempo até que cheguem até mim, e bom, eu não consegui deixar de pensar no fato de que... talvez eu tenha que me apresentar ao seu lado de alguma forma, a partir de agora.

—Não, não se preocupe - ele fez questão de dizer logo de cara - também achei que descobririam mais cedo ou mais tarde, mas não quer dizer que tem que se preocupar com exposição, se não é isso que você quer, eu não vou fazer, confie em mim.

—Eu confio - Selina suspirou - na verdade, fico aliviada de ouvir isso.

—Que bom - ele olhou firmemente nos olhos dela, a assegurando que falava sério.

Dentro de alguns momentos, só teriam poucas horas até que ele partisse para mais uma patrulha. Acabou o ajudando com a armadura, checando os sistemas, o observando colocar o capuz, por fim.

—Me promete que vai ter cuidado - ela pediu antes que ele partisse.

—Farei o possível, e você consegue me prometer que vai tentar descansar o suficiente? Que não vai esperar até eu voltar? - ele contrapôs.

—Parece que somos dois teimosos - ela acabou balançando a cabeça - mas eu vou fazer o meu melhor.

—Eu amo vocês - a mão dele pesadamente coberta tocou o ventre dela delicadamente.

—Também te amo, Bru - ela se inclinou para beijá-lo.

Foi assim que o observou sair, desejando que voltasse bem, enquanto o carro potente arrancava estrada a dentro.

 


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