DRINK AFTER THE WAR (Euphoria Fanfiction) escrita por Black Sweet Heart


Capítulo 1
DRINK AFTER THE WAR


Notas iniciais do capítulo

Olá, Euforicos!
Chegou outro final de semana sem Euphoria e eu estou depressiva real. Então parei pra escutar a trilha sonora (que, pra mim, é a melhor trilha sonora de todas as series) e me deparei com a magnifica Sinéad O'Connor - Drink Before the War. Essa música toca na cena que Cal está no bar e Cassie está em casa dançando. Os dois estão bêbados e armagurados sobre suas vidas e isso me deu ideia pra este pequeno trecho. Espero que gostem.



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E você vive numa bolha

Você cria seu próprio inferno

 

Cassie sentou na mesa do bar quase não sentindo mais as pernas se moverem. Na verdade, nem lembrava como chegou aquele buraco, naquele bar isolado na estrada.

Pegou carona com um dos alunos da escola, porque foi com Nate e sequer tinha levado algum dinheiro. Poderia ter pedido ajuda de suas amigas se uma delas não tivesse destruído seu rosto, e as outras a seguiram depois que tudo acabou. Devia ter procurado sua mãe, mas estava envergonhada e cansada, sinceramente ainda não queria falar com Lexi e seu corpo... Meu Deus, nunca sentiu-se tão exausta.

O rosto doía tanto! E ela não tinha lugar nenhum que pudesse se deitar e deixar ser tomada pela dor. Ela tinha que ficar ali no bar, no meio de algum lugar, porque todo mundo que a conhecia a odiava.

Ela se odiava pra caralho.

—Noite ruim? -O barman se aproximou, secando um copo.

Era evidente a marca em seu rosto e o olhar apagado. Por favor que ele não comentasse que apesar de tudo ainda era uma gostosa como seu carona fez.

—A pior da minha vida –respondeu dando um sorriso fraco. Nem entendeu porque sorriu.

Acho que parecer simpática.

Pediu então sua bebida favorita. A última experiencia com ela fez vomitar em cima de Maddy e os outros na banheira.

Sorte dela que não teria que escutar Maddy dizendo aquela noite que o cara que ela amava planejava ter filhos com ela.

—Preciso da sua identidade –pediu o homem desconfiado. Era claro que aquela menina não era maior de idade.

—Por favor –choramingou Cassie, os olhos chisparam toda a dor que estava sentindo, e a necessidade de fazer aquilo amenizar um pouco.

—Está bem –O homem se deu por vencido, porque realmente era de quebrar o coração ver uma moça tão bonita naquele estado. E também não conseguiria arrumar nenhum problema em seu bar, não quando parecia prestes a desabar no chão –Parece que precisa de alguma gentileza agora.

Cassie esperou a bebida e depois que chegou tomou-a com desespero de um sedento por água em um deserto.

Escondeu tudo pra que não vissem toda sua loucura. Toda a loucura por debaixo de um rosto que lhe daria o mundo, como a mãe costumava repetir. Conseguia entender um pouco o que Lexi quis retratar na peça, que tudo aquilo foi como a própria Lexi enxergava sua vida. Mas ai que esta, a irmã só enxergou a própria vida. Cassie tinha certeza que não era aquele monstro egoísta e sempre disposta a diminuir a irmã.

Mas acabou que depois do que disse a Lexi na peça se tornou exatamente a versão que a irmã retratou. Saiu do papel da mocinha, que era como se via até aquele momento, e caiu direto no de vilã.

Cassie deixou as lagrimas caírem e ergueu a garrafa mais uma vez até a boca.

Será que foi assim que o pai sentiu-se quando teve que voltar pra casa e roubá-las? Como alguém que não tinha nada a perder e só queria um alívio. Uma porra de consolo.

É terrível quando o erro finalmente atinge você, quando já avançou demais o ponto de ter algum perdão, quando queimou todas as pontes e então percebe que devia ter deixado alguma. Qualquer uma. Porque a solidão do outro lado era demais pra se encarar sozinha.

Queimou todas as pontes com um maldito erro na noite de Ano Novo. Que em tese era uma noite de recomeço, mas foi a noite que decretou seu erro. Para viver um momento. Porque se sentiu feliz por ser desejada.

E quando se deu conta estava envolvida demais pra voltar atrás.

Deixou o álcool queimar tudo por dentro, que queimasse a porra de sua mente também.

O álcool deixou-a um pouco mais leve naquele momento. Leve como naquele tempo em que ficou solteira. Porra como devia ter cumprido aquela promessa! Porque Nate não a amava. Ele sequer tinha algum respeito por ela. Cassie riu de si mesma. Nem ela tinha respeito por si mesma.

Era fácil dizer que se manteria solteira por todo o resto do ano. Era fácil mentir pras amigas pra agradá-las e mesmo assim senti-las duvidando de sua capacidade. Isso também fez que duvidasse que conseguia. E pegava-se sozinha pensando no quanto sentia saudade do toque, das mensagens querendo saber como estava, da atenção. Era sempre incrível receber atenção.

Até que chegava um momento no relacionamento que não dava certo, e entendeu que era quando parava de ceder as vontades deles. Pensou que esse foi seu erro com o McKay. Ela não queria abrir mão do que gostava por ele, queria que ele aprendesse a amar a pessoa que se mostrava a ele. E isso o frustrou, tal como no Halloween e com os antigos vídeos vindo à tona também. Costumava a acreditar que devia ter cedido mais e talvez os dois dessem certos. Deus sabia o quanto ela queria ser A Certa pra alguém.

Realmente acreditou que sendo tudo que Nate queria finalmente teria alguém que a amasse em todo tempo. Alguém que ele queria amar. Sem os problemas com a Maddy, sem discussões para o deixar louco. Sexo livre de todas as maneiras que ele quisesse, deviam bastar para enfim aceitá-la em sua vida? Enfim guardá-la em seus braços.

E ele a chutou, sabendo de tudo que ela desistiu pra ficar com ele. Porque ele não se importa.

E agora ninguém no mundo se importa com a porra da Cassie Howard.

Nem mesmo seu carona que mal a conhecia se importou. Ele ficou lhe perguntando se tinha lugar pra ir, e quando disse não ofereceu-se pra leva-la pra sua casa.

Tudo bem, não era o ideal. Mas só queria lavar o rosto, colocar um pouco de gelo... Acreditou que o homem permitiria um pouco de gentileza. Até que o filho da puta a chamou de gostosa e colocou sua mão na coxa dela.

Mesmo com o rosto machucado, com a porra de um soco em sua cara, aquele homem queria ajudá-la só pra transar com ela.

"Qualquer cara que parecer se interessar por você sem a intenção de te comer, está de palhaçada".

Aquela frase do Daniel a marcou. Aquela foi a frase que martelou em sua cabeça por muito tempo. Todo cara que se aproximava dela só estava interessado nele mesmo, na necessidade de tê-la. Não queria ver seu interior, não queria só deixar ela chorar em paz. Só queria fazê-la parar de chorar e fodê-la naquele carro.

Foi por isso que praticamente saltou pra fora do veículo e caminhou alguns metros aquele bar. Pra só poder chorar em paz.

Encostando a garrafa fria na bochecha Cassie estremeceu de dor. Porra como doía. Nunca sentiu tanta falta de alguém pra lhe ajudar como naquele momento.

Ela pensou em Maddy, na única pessoa que realmente se interessou pela opinião dela, que se deitou em sua cama e confiou em Cassie para vê-la chorar. E Maddy nunca chorava na frente de ninguém. Foi pra Maddy que Cassie correu depois do acidente do pai dela, Maddy ligou todos os dias

O livro que fez, soou como um agradecimento em sua mente. Uma despedida. Porque se decidisse ter a coragem de ficar com Nate acima de qualquer julgamento ao menos queria ter um pouco de consolo ao ter agradecido Maddy por tudo. Que maldita hipócrita. Ela foi a pior amiga que alguém no mundo merecia ter.

Por isso ter aquelas marcas no rosto soava como um bom agradecimento da parte de Maddy. Ela até poderia lhe batido mais e por um momento se segurou. "Eu nunca teria feito isso com você", sim Maddy, Cassie sabia disso. Ela sabia tanto disso que vê-las naquela peça estupida só fez voltar a tona a grande vontade que tinha de estar morta.

Ela queria muito estar morta agora. Soluçou em cima da garrafa, sentindo todos os olhares em cima dela. Estava destruída. Estava cansada. Estava sozinha.

Não tinha restado nada. Era uma perdedora voltando da guerra.

—Meu bem –O barman arrancou-a de seu estupor. –Olhe pra mim.

—Por favor, não me expulsa, eu não sei pra onde ir –Foi sincera enquanto não conseguia parar de chorar.

—É o pior momento da sua vida, posso ver –Ele suspirou alto. A lamentação evidente em sua face. –Vive-o. Chore o que precisar. Amaldiçoe qualquer deus deste mundo. E quando terminar olhe pra si mesma e encontre a força pra seguir em frente.

—Eu não consigo –Choramingou

—Consegue sim –Ele pegou suas mãos e juntou com as dele –Você já foi pra guerra e está aqui.

Sim, ela estava. Em um bar desconhecido, com um barman Yoda dizendo que era só se reerguer e seguir em frente.

Mas ele não estava errado. Mesmo perdida e ferida ela foi o soldado que não entrou pra lista de baixa. Ela era uma sobrevivente.

E agora?

O que ela devia fazer depois da guerra? 

 


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Notas finais do capítulo

Foi muuuuuito dificil entender a Cassie nessa segunda temporada. Da primeira vez que eu assistia o episódio só sabia xingá-la e julgá-la

Até que percebi que estava sendo muito dura com alguém que sinceramente não merecia tanto. Porque suas vontades estavam explicitas, aquela era a batalha que ela enfrentou a vida toda: o desejo de ter um amor incondicional.
Ela sentiu-se assim com o pai na infância, e a ausência desse sentimento a fez buscá-lo incansavelmente nos anos seguintes.

Logo então encontrando um Nate Jacobs, que sinceramente sabe ser o homem mais "atencioso" quando está disposto a manipular seu alvo, Cassie foi uma mariposa atraída pela luz.

E agora sem apoio de ninguém eu presumo que ela vá recorrer a Nate, infelizmente. Ou então Sam Levinson esqueça completamente esse arco como fez com Kat e Ethan.

Se me der muita saudade de Euphoria acho que volto sobre uma pequena cena dessas com outros personagens. Ou com a própria Cassie que eu acho incrível entrar na pele dela. Me digam se tiverem alguém em mente se desejarem.

Enfim, espero que tenham gostado. Um grande beijo!



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