Bons Momentos - ShinoKiba (Vol. 02) escrita por Kaline Bogard


Capítulo 15
Bons Momentos - Despedidas Esperadas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!



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Houve uma ocasião que conseguiu reunir dois excelentes momentos na vida de Shino e Kiba, assim como trazer certo tom de tristeza.

A formatura de Masako.

A jovem se formou no curso sonhado, se tornando uma advogada (Advogada! Kiba enchia a boca e estufava o peito ao repetir a palavra), com tão bom desempenho que repetiu a proeza de ser a oradora da turma e realizar o juramento coletivo.

Kiba não poderia sentir mais orgulho ao assistir a filha tão linda, aprumada e elegante com a beca, falando com segurança e certeza, numa desenvoltura sem igual. A Alpha se destacou tanto que já tinha um emprego garantido, começaria sua carreira numa firma de advogados com chance de chegar longe!!

Mas esse momento de triunfo foi um impacto para o coração dos pais. Pois ela decidiu que era hora de sair de casa, aceitando o pedido de noivado de Shinta e decidindo ir morar com a Alma Gêmea antes que oficializassem o casamento.

Kiba ficou especialmente abalado. Sua menininha mal completou vinte e três aninhos e se formou na faculdade, e já iria para longe de casa! Moraria no distrito em que Shinta nasceu, junto ao noivo e a irmã mais nova.

Às vezes se pegava saudosista só de pensar nas mudanças. E então resgatava o passado trazendo à mente a época (que começava a soar distante) em que saiu de casa para construir uma vida ao lado de Shino. Um processo natural e esperado, nada a lamentar. Apenas a se comemorar.

E falando em comemoração... Shinta e Masako fizeram uma pequena recepção para os amigos mais íntimos, alguns da época do Colégio, alguns que Masako conheceu na faculdade. E para a família, claro. Tsume e Shibi, os vovôs que raspavam os oitenta anos, conquanto seguissem vigorosos e cheios de energia! Hana, Naruto e Sasuke.  Tudo feito com muita simplicidade na casa dos pais, porque Shinta e Hana se mudariam para um apartamento pequeno.

— Está tudo perfeito, não está? Kiba-tou?! — Shinta perguntou para Kiba pela terceira ou quarta vez, animado tanto pelos golinhos de sake quanto pela felicidade sentida.

Kiba torceu o nariz (pela terceira ou quarta vez), analisando aquele punk loiro. Um punk loiro que surgiu anos atrás (com um moicano azul na época) e requisitou sua “menininhazinha” como companheira, Alma Gêmea, jurando fazê-la feliz. Cumpria a promessa, claro. Se o sorriso de Masako não fosse prova bastante, havia todos os excelentes bons momentos do casal até então.

— Sim, está. — Kiba desfez o bico e sorriu. — Parabéns, moleque! Pelo menos chegou sem nenhum hematoma! Você nunca se emenda, fica comprando briga com Alphas!

Shinta deu um sorriso sem graça e coçou a nuca. Sempre ouvia aqueles sermões, mas tinha pavio curto, se metia em briga fácil, fácil.

— Kiba-tou!! — O grito desesperado cortou a conversa. Ambos olharam na direção de Kaoru, que vinha segurando Yukio pelas axilas, o garotinho ria com os dentinhos pontiagudos a mostra. — Esse tubarão quer seu colo!!

— Colo?! Ele vai fazer seis anos... Kaoru!! — Kiba resmungou quando o filho lhe empurrou o neto e se afastou depressa ao lado da namorada. As mãos se agitavam no ar, ambas mordidas! Yukio ainda não perdeu o hábito de morder o pai. E vivia com as mãozinhas grudando no cabelo do pobre rapaz.

— Vou cumprimentar os convidados. — Shinta acertou um tapinha no ombro do sogro e foi realizar a decisão.

Kiba reclinou-se para colocar o neto no chão e ajeitou as roupinhas do menino. Ele era um Beta muito comportado, tendo em vista o passado dos garotos Inuzuka. Trazia no físico a prova suprema de sangue: cabelos castanhos bagunçados, marcas vermelhas no rosto, pele trigueira e olhos exóticos. Porém, exceto pelo jeito irrequieto com o pai, Yukio era uma criança extremamente doce. A dinâmica com Kaoru era singular, todos os “carinhos” que dirigia ao progenitor vinham através de mordidinhas dolorosas e puxões de cabelo aleatórios.

— Seu pai te deu algo pra comer?

— Carne! — O menino respondeu. — Quero bolo, Kiba-ji.

— Então vamos pegar um pedação! — segurou na mão do neto e foi atrás da sobremesa.

No caminho notou Hikaru e Reiko em um canto, conversando. As duas tinham idades aproximadas e uma boa convivência. Reiko era uma Beta que em nada lembrava seu irmão mais velho! Exceto pelo jeito calmo rotineiramente. Se não fosse provocado, Shinta era de fácil trato. E Reiko não perdia o prumo nem sob provocação. Era uma jovenzinha muito tranquila.

Duas pré-adolescentes de cochicho por aí? Que não estivessem falando de namoradinhos! Kiba fez um bico que era puro desgosto.

— Mas que careta feia é essa?! — Naruto provocou entrando na frente de Kiba e Yukio.

— Careta? Só estou fazendo análises!

— Sei. Não nasci ontem, cara. Cinquenta anos nas costas e ainda parece criança! Relaxa...

— Falou o outro cinquentão! — Kiba deu de ombros.

Naruto gargalhou. Estava meio alto pelos goles de sake. Porém Yukio ficou ainda mais alto, quando o Alpha o pegou e ajeitou sobre os ombros, arrancando um gritinho que era pura diversão! Naruto amava crianças. Nunca pôde ter as suas, pois o companheiro não queria filhos, então supria um certo vazio tratando os filhos e netos de Kiba como seus também.

— Ele quer bolo! NARUTO! — Kiba tentou avisar, em vão. A duplinha já ia longe aos galopes, com Naruto fingindo ser um alazão e Yukio gritando “Corre, Naruto-ji!”

O Ômega caminhou com calma atrás deles e saiu no quintal. Ali ainda estava tudo muito animado, todos aqueles jovens amigos do casal (ele não conhecia a maioria). Avistou a mãe sentada em uma mesinha com Shibi. Passou por eles para conferir se estava tudo bem e ao agrado. Também conferiu com Hana, se a moça estava gostando da festinha, ela e o atual namorado. Hana era um doce de pessoa, mas dona de um espirito livre que não cultivava relacionamentos muito longos.

Caminhando pelo gramado, logo observou o marido conversando com Sasuke. O Ômega de cabelos negros torceu o nariz e foi se afastando antes que Kiba os alcançasse.

— Vai engasgar com isso! — Kiba provocou.

— Eu não te daria esse presente! — A resposta atrevida não demorou a vir. Aqueles dois conviviam e se suportavam em nome de um bem maior: a felicidade da família. Mas nunca seria nada além de tolerância mínima.

— Filho da puta. — Kiba resmungou parando ao lado de Shino. — Tudo bem aí, marido?

O Alpha estendeu a garrafinha de sake para o outro, que aceitou e tomou um gole.

— Tudo perfeito. Os convidados estão à vontade. As crianças estão se divertindo e os noivos são bons anfitriões.

— Criamos essas crianças bem pra um caralho! — Kiba se aconchegou ao outro, encostando seus ombros. O calor do corpo daquele homem era algo que sempre lhe trazia conforto. Ano após ano, construindo juntos aquilo que testemunhavam: muito amor, união e felicidade. Com obstáculos? Sim, vários. Mas todos superados graças aos vínculos fortes que tinham.

— Eu não posso concordar mais.

Kiba sorriu largo. As presinhas expostas nunca deixando de ser um charme que acalentavam os olhos por trás dos óculos de sol. Shino amava aqueles dentinhos afiados que foram dados de herança aos filhos e aos netos. Na verdade, se precisasse escolher, o homem não conseguiria dizer o que mais amava em seu companheiro destinado. Cada detalhe de Kiba era perfeito simplesmente por existir.

— Kaoru pulou algumas etapas. Esse ameba nos arrumou um neto antes do tempo! Então não tem direito a noivado. Mas na vez de Hikaru temos que fazer algo assim também. Quero ver essa menina brilhar!

— Podemos começar a juntar dinheiro... — A frase foi interrompida por um tapinha de Kiba, que acertou as costas da mão no peito alheio.

— Sem pressa, campeão. Daqui a alguns anos voltamos nesse assunto.

Shino divertiu-se. Pegou a garrafinha de volta e passou o braço pela cintura do Ômega, trazendo-o para mais perto de si.

— Combinado. — Concordou.

E foi nesse momento que Masako atravessou gramado, mas interrompeu a marcha e desviou o caminho para ir até Shino e Kiba, abraçando-os de um jeito apertado.

— Shino-tou! Kiba-tou! Obrigada!! — A moça riu alto, aquele um por cento Inuzuka dominando a situação.

Logo em seguida Masako retornou os próprios passos, sem dar tempo dos pais reagirem ao gesto de gratidão indo em direção ao noivo. Não era a primeira vez que Kiba a via na comemoração de noivado, porem soou como se fosse. Aquela Alpha alta e linda, de corpo bem contornado em um vestido vermelho sangue. Vermelho, a cor oficial dos Inuzuka. Tom que marcava os triângulos gêmeos no rosto pálido, destacado pelos cabelos negros e curtos, muito lisos. Linda. E feliz. Que só parou ao lado do companheiro, a quem segurou a mão. De longe Kiba notou o pobre Ômega ficar um tanto encabulado e balançou a cabeça. Shinta devia ser mais solto ao demonstrar os sentimentos. Afinal, a partir daquele momento estaria morando junto com uma mulher incrível.

A jovem mulher que deixaria o ninho e voaria para longe, saindo do amparo paterno e...

Shino aproveitou o meio abraço para trazer o companheiro de encontro ao peito e permitir que chorasse sua emoção ali, protegido dos olhos alheios. Compreendia bem os sentimentos do homem em seus braços. Sentiu o mesmo ao ver a filha mais velha.

Era difícil não segurar as lágrimas ao ver aquela Alpha, que um dia foi um tiquinho de gente e agora dava um passo para conquistar o próprio mundo. Lágrimas de alegria e orgulho, claro! E também de um pouco de tristeza pela despedida.

Pelo fim de todo um ciclo.


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Notas finais do capítulo

Essa menina cresceu tão rápido! i.i



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