Adão e Eva no berço dos anjos. Segunda parte escrita por Paloma Her


Capítulo 6
Dançando para todos os anjos


Notas iniciais do capítulo

Os anjos os rodeavam com admiração, e lhes davam presentes. Alain aproveitou a pompa para casar, festejar, fazendo a felicidade de Adão. Finalmente o loiro olharia para outra mulher. Alguns músicos solteiros se apaixonaram de gênios, alguns dançarinos perderam a virgindade, e mais uma vez a vida os cativava como ímã. Adão se perguntava se Eva não gostaria de se mudar para ali, onde havia até robozinhos para ajudar aos homens, mas ela um dia lhe respondeu que preferia ficar entre o mato. E Adão ria, pois era a vida que ele mais amava. Ele tinha alma de índio, e queria ser silvícola eternamente.



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Quando Alain marcou a data da partida, Nestor e Ana junto com Diana, Sira e seus maridos, e à metade dos amigos, decidiram fazer uma visita a João e Dina, com intenção de pernoitar todos juntos, num grande acampamento, no castelo de Adão. Já Bernardinho e Guilherme esperariam que encerrassem essa gira, pois só então os visitariam. Mas, tudo estava claro para todos. A vida eterna seria isso, viagem constante para ir e vir de tempos em tempos. E desta vez seria para sempre.

No meio do espaço e a caminho de outro planeta, todos retomaram o ritmo do amor ardente e sem fim, pois a alma estava mais leve com as emoções vividas. Adão adorava Nestor, e sofrera em silêncio a longa separação de ambos. Eva adorava Aninha, sua irmã casula, pois ambas derreteram o coração de dois irmãos ao mesmo tempo. Haviam vivido tantas aventuras juntas no passado. Tantas, e agora tinham a eternidade para recordá-las uma a uma. Desta vez com Diana, a filha amada, Sira, e em pouco tempo seria Areti. E enquanto as recordações nevoavam a mente, Eva e Adão retomavam a lua de mel interrompida. Faziam amor até o limite da exaustão. Nas outras suítes, os casados faziam coisa similar, e só os protestos dos filhos os tirava do chamego. Adão aparecia pelos corredores rindo, pois seus filhos e sobrinhos, que ainda não tinham recordações do passado, ainda estavam imunes a meninas. Liam livros, ou ensaiavam com os dançarinos, ou nadavam na piscina, e quando viam Adão dando as caras gritavam: - Finalmente apareceu, pai! - Muito sonho? E gargalhavam, pois sabia que o pai era um cão atrás de sua cachorra. Engatinhava atrás da mãe. Amon-rá lhe perguntava: - Será que eu vou me apaixonar dessa maneira, pai? Vou ficar babando atrás de uma garotinha?  E Adão ria, pois em vidas passadas ele engatinhava mesmo atrás de uma guria. Mas agora, um ser humano devia ter suas próprias lembranças em meio da solidão, então Adão só brincava e mexia nos seus cabelos. Depois corria para qualquer lugar a um divertimento entre pai e filhos.

O segundo planeta desse roteiro artístico estava mais perto do Centro do Universo.

Ele possuía uma nevoa permanente, quase branco, como se estivesse embrulhado em espumas. Atravessaram a brancura, e aos poucos foi ficando ao descoberto algo que parecia mágico. Cidades gigantes as havia em todo canto. Era realmente alucinante, pois era tanta tecnologia os recebendo, que até perturbava o pensamento. Não havia onde olhar primeiro, pois tudo era belo.

Nesse planeta se encontravam os aparelhos mais esquisitos para fazer análise de tudo o que intrigasse a inteligência superior. Mas o que mais os fazia trabalhar, era a missão de iniciar a vida em planetas novos. Estudavam bactérias em laboratórios, submetendo-as a temperaturas insanas, e quando elas resistiam e se multiplicavam ganhavam um nome, e uma gaveta. Mas, a maior façanha era recolher espuma de rochas. Os anjos saiam em viagens ao centro do Universo, ao miolo, pois havia nele uma nuvem borbulhante onde nasciam uns espíritos minúsculos de luz. Espuma. Essa gosma era guardada, armazenada, pois seu destino eram as pedras. Os anjos semeadores as lançavam contra estrelas mortas, cobertas de diamantes. A espuma dava vida aos minerais, e iniciava-se então a longa caminhada dessa estrela para sua transformação em planeta.

Mas quando os artistas abordaram, esse mundo parou.

Redes de televisão mostraram a chegada das naves, entrevistaram os artistas, uma multidão os acompanhou nas acomodações, e uma festa lhes foi oferecida num lugar ao ar livre. Mesas com delicias gastronômicas enfileiraram, e Adão atacou os pratos junto aos filhos sorrindo. Era a primeira vez nessa encarnação que entravam num banquete dessa magnitude. Os meninos haviam crescido comendo bananas do mato, ensopados, frutas secas, pão, bolachas, e agora mostravam para Eva pudins com caldas brilhando, e gritavam: - Olha que delícia mãe, pede a receita! E Eva, sorridente, perguntava como se cozinhavam. E as novas amigas lhe contavam que tinham moedor de tudo, de grãos de trigos, de milhos, que convertidos em farinhas se misturavam com ovos, mel, e um fermento natural.

Adão entre os homens estava encantado. Só havia anjo falando sobre ciência, filosofia, ou contando anedotas sobre viagens cósmicas. E entre eles Adão não perdia em historias, pois ele fora o rei dos aventureiros em outras vidas, e suas façanhas eram conhecidas. Ficou sabendo que sua última viagem como espião na Oitava Dimensão havia sido um sucesso. Tinham anjos que haviam regressado de lá, e lhe contavam que esse planeta estava lindo, verde, sadio, cheio de gente culta, com cidades evolucionadas.

Eles só abandonaram essa festa, quando um anjo veio buscá-los para se hospedar num lugar mágico, num edifício de 50 andares destinado a receber visitas. Mas, descansaram por pouco tempo, pois 60 cidades os esperavam para mostrar sua arte.

Em cada cidade desse mundo existiam teatros de pedra com palcos aberto, como os antigos anfiteatros gregos da Terra, com uma arena central para escutar músicas, ou ver uma encenação.  Os que não encontravam lugar ficavam boiando num aviãozinho, com gente que enxergava os espetáculos desde longe com binóculos. E ainda havia os que estavam nas janelas dos edifícios mais pertos, sentados numa varanda.

E o tempo mais uma vez se alastrou, entremeado de muitas festas, papos  intermináveis com novos amigos, e descanso em suítes de edifícios encantadores. Visitaram oito cidades, mostrando sempre novos espetáculos.  Peças que eram filmadas para serem exibidas na TV.

E em nenhuma vida anterior eles foram tão famosos e tão paparicados.

 Os anjos os rodeavam com admiração, e lhes davam presentes. Alain aproveitou a pompa para casar, festejar, fazendo a felicidade de Adão. Finalmente o loiro olharia para outra mulher. Alguns músicos solteiros se apaixonaram de gênios, alguns dançarinos perderam a virgindade, e mais uma vez a vida os cativava como ímã. Adão se perguntava se Eva não gostaria de se mudar para ali, onde havia até robozinhos para ajudar aos homens, mas ela um dia lhe respondeu que preferia ficar entre o mato. E Adão ria, pois era a vida que ele mais amava. Tinha alma de índio, e queria ser silvícola eterno.

No dia que deixaram esse planeta estavam cansados, mas em compensação, cheios de mimos. Eva e Mirim ganharam um fornilho para fazer tortas, uma máquina para moer trigo, uma batedeira para preparar massas, forma para bolos em formatos grande, mínimo e gigante, e um livro de receitas. Tudo artesanal, feito por anjos inteligentes. Nada do lixeiro invisível. Enquanto Adão e seu irmão sorriam, pois finalmente iam comer algo decente dentro de casa, Eva e Mirim só tinham olhos para as roupas que receberam das amigas. Camisola translucida para vestir na intimidade, sutiãs cheios de bordados, calcinhas pequeninas, e vestidos de princesa. As joias que receberam davam para fechar os olhos, pois era um tesouro que cegava com o brilho do ouro. Eram colares, pulseiras, anéis, obras de arte de gênios diferentes.

Mas o maior presente de todos foi para Mirim.

Numa visita ao museu, viram maquetes de edifícios de mundos inferiores, que os havia aos milhares em meio do mato em forma de energia. Adão viu a mansão de Viktor, sem acreditar. Dourada por dentro e por fora, com esculturas, jardins magníficos, lagos artificial, cortinas de sedas, chão que refletia como cristal, com desenhos nas paredes, no chão, uma obra de arte da arquitetura do Mundo dos iguanas. E chamou Viktor telepaticamente e aos berros.

Logo em seguida, Mirim chorava. Seria rainha pela eternidade, pois dentro dele havia tudo que ela deixara para trás. Suas cortinas, seus abajures, seus móveis, até sua cama redonda ao lado de uma piscina gigante onde tomavam banho com pétalas de rosas. E antes da companhia continuar a viagem para mais um planeta, o castelo de Viktor cruzou a imensidão no interior de uma nave vazia, aos cuidados de anjos que o fariam se tornar matéria.

A mansão dourada tomou forma ao lado do lago, perto da casa de Ênio e Madalena, refletindo todo seu esplendor nas águas, bem no tempo em que Nestor abordava nesse planeta com uma galera poderosa. E o castelo de Adão foi esquecido. Nestor inaugurou tudo, invadindo essa maravilha arquitetônica com os amigos sem pedir licenças. Iria embora quando os donos de casa os colocassem para fora. E João, que ria das sem-vergonhices de seu genro, falava que isso ia demorar bastante.

João nunca estivera tão feliz. Reencontrara Aninha sua caçulinha amada, que subira para as alturas antes dele. Só faltava encontrar Joanna. Era a última filha perdida, mas Ana lhe contava que ela ainda não chegava ao centro do Universo, pois Joanna e Eva eram iguais, inventavam aventuras em outros mundos, só para curtir a vida perigosamente.

Enquanto João era anfitrião de uns 90 bagunceiros, Adão e Eva partiam cheios de glórias, cheios de brindes, e cansados. Desta vez das farras intermináveis, dos banquetes deliciosos, das visitas a museus, bibliotecas, laboratórios, enfim.

Quando abordaram ao seu próximo destino, um mar de anjos os esperava ansiosamente num planeta mais selvagem, mais primitivo, com pequenas cidades rodeadas de uma selva tropical.

O maior luxo das pessoas desse planeta era percorrer o mundo no interior de uma empola voadora. Boiava no ar, e locomovia-se cruzando o espaço como borbulha gigante de sabão. Mas era belo de se ver. Entre nuvens e passarinhos, o ar estava cheio de bolhas voando vagarosamente, e cada vez que batiam uma contra outra, só provocava as risadas dos passageiros.

E mais uma vez se deixaram amar, pois foi nesse mundo encantador que todos reencontraram, mais uma vez, o passado de outra existência já vivida.

Enquanto eram recebidos no aeroporto estelar, 200 pessoas ladearam Eva, Mirim, Adão e Alain, aos berros, eufóricos, e tinha as amigas que choravam. Os amigos de “E de ALPHA”, aqueles com os quais cresceram uma vez no passado, e com quem brincaram de socos e pontapés desde meninos estavam todos em redor. 

Levaram tempo para abraçar a todos eles. Eva lhes apresentava seus filhos, as amigas mostravam suas filhas, seus netos, pois nesse canto do mundo a vida era comer, namorar, dormir, e parir. Só. E gritavam tudo na maior afobação coletiva.

E rodeados desse cardume de gente, chegaram numa praça a uma festa de boas vindas. Ao estilo de “E de ALPHA”. Toalhas de mesa estendidas no chão em todo canto, com pessoas sentadas em redor ao estilo piquenique. E sempre aos berros, Adão contava sobre seu mundo, seu castelo, invitava a todos a visitá-los, e prometia ficar nesse planeta além do tempo. Depois das apresentações de balé, acampariam entre eles sem presa. E os mais chegados gritavam: — Conta, Eva, cadê teus irmãos brutamontes! E Eva, aos berros, pois ninguém estava usando a telepatia, respondia: - Morrendo de tédio, quando eu lhes conte que vocês estão aqui eles vão vir! E de novo vocês vão apanhar! E as gargalhadas eram gerais, pois a felicidade era assim mesmo, barulhenta, escandalosa, e fazia tremer a alma de felicidade. Se Nestor possuía uma gangue selvagem, Adão agora encontrara outra, mais ou menos uns 100 selvagens, que só faziam uma coisa na vida, festa eterna. E no futuro, ele vislumbrava férias nesse mundo, ou, essa turma invadindo seu castelo, e isso seria bom, muito bom.

Depois de matar a saudade, e terminar com as recordações entre amigos, a turnê se iniciou. Usando a telepatia desta vez, Alain marcou o dia de estreia, para que as pessoas se organizassem. Afinal, a televisão não viajara com eles desta vez. Era dançar sem mais preocupação pela maestria, e Alain podia tudo. Mudar horários, mudar coreografias, improvisar, enfim.

E o teatro lotou de gente, e a música foi espalhada para além do palco com caixas de som. Mas, desta vez, o que mais enlouqueceu as pessoas foi quando a gurizada apareceu. Meninas de cinco anos vestidas de borboletas arrancaram aplausos e berros. Guris como Amon-rá, que pulava que nem Alain dando giros no ar fez o povo se levantar para aplaudir e assobiar. Aliás, foi o publico menos educado que tiveram. Adão ria de seus músicos, pois tinha vezes que a gritaria abafava a melodia. Nossa! Entendia dos porquês a TV caíra fora.

E dançaram durante longo tempo em horários regulares, para que visitantes de outras cidades chegassem a ver algo tão divino.

Também Alain invitou Adão a tocar em meio da natureza, com pequenas apresentações. Peças de no máximo três atos. Adão organizou um quinteto de cordas para tocar as melodias, e Alain deu férias à metade dos bailarinos. Viajaram para pequenas aldeias, aonde as pessoas se juntavam, sentavam no chão, ou, por cima das árvores, hipnotizados pela maestria dos artistas. Depois chegava a descontração. Comilanças intermináveis, acampamentos na beira de algum lago, e mais uma viagem, pois o mundo era grande e carinhoso.

E certa vez a companhia foi invitada a fazer um espetáculo especial ao redor da pirâmide de diamantes. No ponto zero desse planeta. Adão selecionou os instrumentos, Alain montou um espetáculo em três atos, com participação especial dos meninos.

Mas ao redor dessa pirâmide, todos chegaram de mansinho e em silêncio desta vez. Os pessoais sentaram entre galhos de árvores, ou ficaram boiando no ar nas bolhas translúcidas, e no chão e em redor da pirâmide só ficaram os bailarinos, com a orquestra fazendo um círculo. Eva deu uma corrida em redor da pirâmide, dando saltos com leveza, enquanto pessoas lotavam a parte interna da pirâmide. Eram espíritos de anjos, apinhados, pescoço esticado, com “00” e sua mulher entre todos eles. Riam, aplaudiam, faziam sinais com as mãos, adorando a dança, a música, e o contato com os encarnados. No fim do espetáculo tiveram que repetir o último ato, pois os anjos estavam mais do que encantados. Desde fora dançarinos e músicos encostaram as mãos no frio das vidraças e “00” falou para Adão o quanto estava orgulhoso de seu trabalho. Até os pais verdadeiros de Eva e Adão estavam lá, olhando para os netinhos, lhes enviando beijos, e acenando com as mãos através das vidraças.

Adão ficou arrasado pela emoção.

Haviam dançado para os mais velhos seres espirituais do Universo, e “00”, o grande espírito, descera para a terra para vê-los, ao lado de seus velhos pais. Depois ficaram sabendo que ele jamais perdia peça de teatro, nem bailado, pois adorava festas e bagunça. E esse planeta era o lugar mais perto do centro, aonde a comunicação com os anjos desencarnados se fazia periodicamente. Todos os grandes Congressos de anjos encarnados, que aconteciam de vez em quando, eram naquele lugar, aonde “00” descia a conversar através das paredes translúcidas dessa pirâmide.

E finalmente, depois de mais um ano novamente, os artistas deram por encerrada a turnê, tempo no qual nem sempre estiveram bailando. Ficou-se no mato por muitos dias, entre grupos de amigos, fazendo um turismo encantador.

E foi durante esse tempo de descontração que Eva engravidou das trigêmeas Nohiki, Marta e Inês. Ela nem soube o dia, só viu sua barriga crescendo, enquanto ficava mais pesada para dar os saltos. Assim que um vidro vermelho mostrou três estrelas, ela foi substituída por outra bailarina. Dali em diante se dedicou a olhar seu amor dirigir essa orquestra, seu cunhado tocar o violoncelo, e seus filhos dançarem. Enquanto isso, Alain ficava a cada dia mais apreensivo com a bagunça do publico barulhento, e Mirim a cada dia mais ansiosa, pois essa viagem estava longa demais. Ela queria mesmo, era ir para seu castelo dourado.

Mas nessa viagem, quem teve a felicidade máxima foram às crianças desta vez.

Correndo com amigos em meio da floresta, uma manada de cavalinhos miúdos lhes cruzou o caminho. Eles não eram maiores do que um cachorro pastor. Amon-rá ficou petrificado, pois escutou um cavalo branco lhe falar através da telepatia:

— Esqueceste-te de mim? Já morri e nasci neste planeta media dúzia de vezes esperando por tua causa... Custava chegar antes? Ah?

Jesus lembrou como um raio uma parte de seu passado, e quase gritou:

— É teu pônei, cara! Que lindo que ele está, e têm uns 50 descendentes... Não te lembras, não?

Como Amon-rá continuava mudo, com um nó na garganta desta vez, Paulo falou:

— E eu acho que podemos levar todos eles! Há uma superpopulação de cavalos neste planeta!

A seguir Amon-rá finalmente começou a chorar. Ajoelhou-se no chão, abraçou-se ao seu cavalinho, rindo, enquanto o cavalo esfregava a cara no rosto dele, e mexia a cauda, num sinal de felicidade. Elevou as ondas telepáticas e gritou para Adão: - Achei meu pônei, pai, posso levar junto? E Adão respondeu-lhe: - Leva a manada toda! E em seguida Adão começou a gargalhar. Só faltava encontrar  Belzier. Mas aonde será que estava esse danado?


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Notas finais do capítulo

Mas nessa viagem, quem teve a felicidade máxima foram às crianças desta vez.
Correndo com amigos em meio da floresta, uma manada de cavalinhos miúdos lhes cruzou o caminho. Eles não eram maiores do que um cachorro pastor. Amon-rá ficou petrificado, pois escutou um cavalo branco lhe falar através da telepatia:
— Esqueceste-te de mim? Já morri e nasci neste planeta media dúzia de vezes esperando por tua causa... Custava chegar antes? Ah?
Jesus lembrou como um raio uma parte de seu passado, e quase gritou:
— É teu pônei, cara! Que lindo que ele está, e têm uns 50 descendentes... Não te lembras, não?
Como Amon-rá continuava mudo, com um nó na garganta desta vez, Paulo falou:
— E eu acho que podemos levar todos eles! Há uma superpopulação de cavalos neste planeta!
A seguir Amon-rá finalmente começou a chorar. Ajoelhou-se no chão, abraçou-se ao seu cavalinho, rindo, enquanto o cavalo esfregava a cara no rosto dele, e mexia a cauda, num sinal de felicidade. Elevou as ondas telepáticas e gritou para Adão: - Achei meu pônei, pai, posso levar junto? E Adão respondeu-lhe: - Leva a manada toda! E em seguida Adão começou a gargalhar. Só faltava encontrar Belzier. Mas aonde será que estava esse danado?



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