Quando Wei WuXian fechou os olhos, um choro baixo soou no ambiente escuro, o jovem suspirou, realmente não iria dormir aquela noite. Olhou para o lado encontrando seu marido dormindo tranquilamente, WangJi parecia estar tendo bons sonhos e Wei Wuxian sentiu inveja.

Queria ele ter esses bons sonhos, ou pelo menos, desfrutar de uma boa noite de sono como antes, porém Sizhui não cessaria o choro enquanto não ganhasse o colo do pai. Céus! Realmente cuidar de uma criança não era nada fácil, Wei WuXian sentia na pele isso agora.

Sentou-se na cama enquanto bocejava, levou sua mão até o Lan e o balançou suavemente, ouviu um resmungo como resposta, mas ele não acordou. Wei WuXian bufou e balançou-o mais rudemente, obtendo sucesso ao acordar o marido sonolento.

— Porque Wei Ying me acordou... – o Lan disse sonolento. Wei achou adorável o jeito que WangJi chamava-o pelo nome de nascimento.

— Até que enfim, Lan Zhan. – Wei WuXian disse se levantando.

Enquanto vestia seu robe de maneira apressada, o Lan pareceu finalmente assimilar a situação. Então também se levantou, pegou seu robe e vestiu-o.

— A-Yuan acordou de novo? – o Wei acenou positivamente – Talvez as cólicas tenham voltado.

WangJi disse, fazendo o marido concordar.

— Provavelmente sim.

Ainda sonolentos, foram até o quarto do pequeno que chorava alto, querendo a atenção dos pais. WangJi pressionou a porta abrindo-a e adentraram o cômodo escuro, talvez o vento tivesse apagado a pequena vela, resultando no choro de Sizhui que ao notar o breu, ficou com medo.

Wei WuXian usou um selo de mãos[1] fazendo as velas se acenderem novamente, não tardando em se aproximar do berço. No exato momento em que Sizhui avistou-os, instantaneamente esticou seus pequenos bracinhos na direção dos pais, querendo seu colo. Ele ainda chorava baixinho.

Wei o pegou em seu colo, Sizhui logo não tardou em se aninhar no peito do pai, fungando baixinho pelo choro recente. WangJi se aproximou de ambos abraçando a cintura do esposo, enquanto com a mão livre acariciava o cabelo do filho, sabia que o garotinho adorava receber afago nos fios já compridos.

Wei WuXian olhava para seu filho notando a grande semelhança de Sizhui e Lan WangJi. Rosto de WangJi e personalidade de Wei WuXian, uma mistura perfeita dos dois cultivadores. Ao contrário do sobrinho, Lan JingYi, que tinha uma aparência muito semelhante a Jiang Cheng, seu Shidi[2]. Não somente a aparência, mas de brinde sua personalidade explosiva e mau humor diário. Pobre XiChen, ele realmente devia ter uma paciência invejável.

WangJi vendo que o menino havia se acalmado, perguntou com a voz calma, ainda acariciando o cabelo do filho.

— A-Yuan, porque estava chorando?

O pequeno Lan olhou para o pai estendendo os bracinhos, pedindo por colo. Wei WuXian entregou o menino para WangJi que o pegou cuidadosamente em seus braços. Sizhui olhou para o pai e começou a falar baixinho.

— Não quero ficar sozinho no escuro. – disse enquanto coçava os olhos com as costas da mão.

Wei se sentou ao lado do esposo e olhou para Sizhui, sorriu ao filho.

— A-Yuan, não precisa temer o escuro. Sabe por quê?

Sizhui negou.

— Porque eu e seu pai estamos aqui. Sempre que sentir medo, eu e ele vamos o espantar para longe. – Wei Wuxian sorriu, desencadeando um tímido sorriso em Wangji e uma risada gostosa de Sizhui.

— Papai Xian... – Sizhui chamou-o baixinho e sonolento.

— Hum?

— Pode cantar pra mim? – bocejou, com os olhinhos meio abertos, quase se entregando ao sono.

Wei Wuxian acenou positivamente, então começou a cantar em baixo tom.

Toc Toc, coelhinho da pequena montanha.

Porque tem olhos tão vermelhos?

Quando eu era pequeno, minha mãe comeu nozes vermelhas.

Por isso meus olhos são vermelhos.

— O motivo dos olhos do papai Xian ficarem vermelhos às vezes, é porque quando ele estava na barriga da vovó Xian-gege, ela comeu nozes vermelhas? – Sizhui perguntou antes de finalmente adormecer. E por incrível que pareça, WangJi também havia adormecido. Ressonando suavemente. Wei Ying sorriu terno.

Deixando um beijo na testa de ambos os Lan e respondeu, mesmo que Sizhui  e o esposo não o escutasse.

— Sim, meu pequeno rabanete.