A filha de Negan escrita por CM Winchester


Capítulo 4
Capitulo 4




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Os dias seguintes não fiquei com Daryl. Tive que sair em alguns serviços para Negan.

Mas resolvi que queria sair e levaria Daryl comigo. Só tinha que convencer meu pai a deixar.

Vesti um body azul claro frente única com detalhe de fios no decote, saia jeans branca. Calcei uma sapatilha branca e amarrei meus cabelos em chiquinhas.

Fui ate a sala do meu pai e o encontrei sozinho.

— Bom dia, papai. - Fui sentar em seu colo e beijei sua bochecha.

— Bom dia, princesinha. Dormiu bem?

— Sim.

— Amanhã pegaremos o carregamos de Hitlop.

— Ok. Em breve do Reino?

— Talvez. Ou talvez eu vá ate Alexandria de novo. - Sorriu.

Devolvi o sorriso.

— Papai, estou livre hoje. Estava pensando em sair. Vou levar Daryl.

— Não acho uma boa ideia.

— Ele não vai fugir. - Sorri. - Quero mostrar a ele como é bom ser um Salvador. Ele não é tipo de pessoa que se abala por ser torturado.

— Diabólica. Mas se ele fugir, mate-o.

— Pode deixar papai. - Beijei sua bochecha e sorri depois levantei e bati palmas.

— Leve sua arma e seu taco.

— Pode deixar. - Bati continência e ele sorriu.

Fui ate a cela e a abri. Daryl que me encarou.

— Vamos dar uma volta.

— Uma volta? Sair daqui?

— Sim. E se você tentar fugir sob minha custodia nunca mais ajudo você, vou deixa-lo para Negan tortura-lo o quanto quiser. Agora vamos.

— Ainda não comi.

— Eu pego para a viagem. - Sorri.

Ele me seguiu em silencio. Passei na cozinha e peguei comida depois seguimos para o carro.

Fiz sinal para ele entrar enquanto balançava a chave do carro e fazia a volta, assim que abriram o portão acelerei o carro em direção a saída, discretamente vi Daryl se segurando no banco e reprimi uma risada.

Dirigi por uma hora em silencio, as janelas do carro estavam abertas então senti o vento bater em meu rosto e sorri.

— Não sorria. - Daryl resmungou.

— Qual o problema com o meu sorriso?

— Você esta com uma cara de psicopata. - Gargalhei e acelerei mais.

— Esse é o lado bom do fim do mundo. Não tem mais policia, nem multa de transito.

Quando finalmente cheguei onde queria, estacionei parando perto do lago.

— Desça e aproveite para comer, vou pescar. E não tente fugir do contrario mato você.

— Esta armada?

— Cale a boca Dixon, estou te dando uma folga dos Salvadores, aproveite. É melhor me ter como aliada do que inimiga. - Desci do carro e larguei a mochila em cima do carro.

Arrumei a isca na linha e joguei na agua.

— Não acho que vou conseguir algum peixe, mas isso distrai a minha cabeça.

— Por que precisa distrair a cabeça?

Continuei olhando para a agua parada. Queria poder conversar mais.

Mas não era o momento.

— Por que sim. - Respondi.

Ficamos em silencio. Por fim Daryl sentou no chão mais afastado e jogou uma linha no lago tambem.

— Gostava de pescar? - Perguntou.

— Não. Essas coisas... Não era a minha praia. Gostava da adrenalina da cidade. Ja você... - O encarei. - Parece estar familiarizado com isso, caipira. - Revirou os olhos me fazendo sorrir.

— Pescar não é uma das minhas coisas preferidas, prefiro caçar. Usava a besta para caçar, depois vendia a carne e ganhava um dinheiro.

— Um bom jeito de ganhar dinheiro fazendo o que a gente gosta. - Deu de ombros.

— Não era um grande dinheiro, mas dava uma bebida ou outra.

— Uma garota ou outra tambem.

— Nunca precisei pagar uma garota.

— Imagino. - Encarei seus olhos azuis. - Qualquer garota abriria as pernas para você com esse sotaque e esses seus lindos olhos azuis. - Sorri o fazendo ficar desconfortável.

— Não era bem assim que funcionava.

— Para, Daryl. Você é bonito, gostoso. Isso chama atenção das mulheres.

— Ate falar meu sobrenome.

— Hum... Dixon era problema então. - Assentiu. - Veja por esse lado, as coisas mudaram, ninguém liga para sobrenomes. Ja o meu caso... Ser filha do Negan me traz uma pilha de inimigos.

— Achei que gostasse disso.

— Ou talvez eu só finja bem. - Murmurei dando por encerrado o assunto.

Pescamos alguns peixes e por fim guardei as coisas depois tirei a saia.

— O que esta fazendo?

— Se não quiser me ver seminua fique de costas. E se você resolver fugir e me deixar aqui juro por tudo que é mais sagrado que vou atras de você e vão descobrir que posso ser pior que meu pai.

Desisti de tirar o body e fiquei com ele, corri para a agua e me joguei no lago. Era fundo e eu aproveitei para nadar um pouco. Ja tínhamos ficado uma hora ali, se tivesse algum zumbi ja era para ter aparecido.

— Você é maluca. - Daryl resmungou quando nadei ate a beirada.

— Me ajuda aqui. - Ele me ajudou a sair da agua.

Sorri o encarando.

— Não sabe quanto tempo desejei essa paz. - Murmurei. - Mas agora temos que ir. - Beijei sua bochecha e fui ate o carro.

Peguei no banco de trás uma toalha e me enrolei. Sequei meu cabelo e tentei me secar, vesti a saia e a calcei a sapatilha de novo.

— Vamos? - Perguntei.

Daryl encarou o lugar depois suspirou.

— Não tenho escolha.

— É... Por enquanto não. - Respondi antes de jogar as chaves do carro para ele. - Você dirigi.

Me enrolei na toalha e apoiei um pé no painel, minha coxa ficou exposta e vi Daryl lançar um olhar discretamente, apoiei a cabeça no banco e fechei os olhos.

Ele dirigiu em silencio e achei que fosse fazer a viagem toda assim, ate quebra-lo.

— Você me deixa confuso.

— É a especialidade de toda a mulher deixar os homens confusos, mas no fundo elas são fáceis de entender, vocês é que são burros mesmo. - Respondi sem abrir os olhos.

— Você fala como se... Como se fosse contra os Salvadores. Falou sobre sermos aliados, você sabe que não vou ser um Negan.

— Claro que não, você prefere a morte.

— Então... Queria entende-la. - Abri meus olhos e o encarei.

— Um dia. Você vai entender. - Sorri. - No momento certo. Continue sendo bonzinho que retribuirei.

— Esta me deixando maluco. Isso é pior que ser torturado. - Sorri.

— Tudo o que você precisa saber é que estamos no mesmo lado.

— Como posso confiar em você?

— Assim como não posso confiar em você. Poderia ter fugido quando entrei no lago, poderia ter me acertado quando virei de costas para você, poderia ter dirigido para Alexandria quando deixei o carro nas suas mãos e fechei os olhos. Tive fé que você faria a coisa certa e fez. E no fundo sei que você tem fé que tudo isso seja por um bom motivo. E vai ser Daryl. Só tem que esperar o momento certo.

Voltamos a ficar em silencio. Negan nos recebeu e sorriu quando desci do carro. Daryl me entregou a chave do carro e parou ao meu lado.

— Gostou do passeio?

— Gostei, papai. - Peguei a sacola de peixes e sorri me aproximando dele para deixa-lo longe de Daryl. - Quero peixe no jantar.

— Ótimo. Poderemos jantar juntos.

— Isso seria ótimo. - Falei fingindo estar animada.

No fundo estava cansada dos joguinhos e mentiras. Mas essa era a minha vida, para sobreviver teria que fazer esse papel.


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