Em uma noite de tempestade. Mason está em uma sala com baixa iluminação com uma grande janela e uma parede com várias telas, mostrando câmeras. Ele está ofegante e há sangue espalhado pelo seu corpo. Um raio cai. O brilho dele ilumina o local, revelando um corpo completamente queimado. Algumas pessoas usando mantos brancos com detalhes vermelhos arrebentam uma porta e entram no local.

[Homem] - Mason Tyrant, você está preso por assassinar Morbius Johns, dono das empresas Kazoku !

Algum tempo atrás. Está tarde, e o sol está se pondo.

[???] - WWWOOOHHH !

Mason está correndo em uma floresta. Várias explosões acontecem, por onde ele passa. Arcene está correndo atrás dele, com suas pistolas em mãos.

[Mason] - M-Me deixa em paz !

[Arcene] - Você me paga, seu desgraçado !

[Mason] - SOCORRO !

Akaiba, Chronos e Asmodeus estão em um galho de árvore, observando a situação.

[Chronos] - Uh...

[Asmodeus] - Ele não pode dizer que não cavou sua própria cova.

[Akaiba] - Aquela garota é alguém com quem eu definitivamente não quero brigar. Me lembra de nunca chamar ela de gorda, que nem o maninho.

[Asmodeus] - Uma coisa sábia de se lembrar. Um conselho para a vida, eu diria.

[Akaiba] - É, pode crer.

Algum tempo depois. Mason está debruçado na mesa da cozinha de sua casa. Ele parece exausto. Akaiba e Merlin estão sentados, enquanto Yukino está cutucando a bochecha de Mason.

[Merlin] - O que exatamente aconteceu ? Parece até que ele foi atropelado por uma manada de mamutes.

[Akaiba] - Foi pior do que um mamute. Mason chamou ela de gorda.

[Merlin] - Ok, agora nós temos um caso pior do que uma manada de animais descontrolados.

Arcene aparece.

[Arcene] - Tá chamando quem de animal descontrolado ?!

[Merlin] - Eeekkk !

[Akaiba] - C-Calma !

[Arcene] - Fala que eu tô gorda mais uma vez, Mason ! Fala ! Isso é, se você tiver a coragem !

[Mason] - Mas você tá-
[Chronos] - Ahem. Hoje o dia está agradável, não ? Por que arruína-lo com essas brigas tolas ?

[Merlin] - É-É !

[Akaiba] - N-Não precisamos dessa treta toda, gente. Só vamos comer alguma coisa e conversar.

[Yukino] - …Fome…

[Akaiba] - Um rango agora cairia bem.

[Arcene] - Não vai rolar.

[Akaiba] - Por quê ?

Arcene olha para Mason, brava.

[Arcene] - Porque ALGUÉM esqueceu de fazer as compras.

[Mason] - Como é que eu vou fazer compras se você não para de me treinar ?!

[Arcene] - Fazer compras faz parte do seu treinamento, idiota ! Tava escrito na sua lista, em letras maiúsculas, FAZER. AS. COMPRAS.

[Merlin] - C-Chega de brigas !

[Arcene] - Tch. Pra sua sorte, eu tô de bom humor.

[Mason] - …Não quero nem ver quando não estiver...

[Arcene] - O quê ?!

[Mason] - Nada !

[Arcene] - Humpf ! É melhor eu ir fazer as compras, antes que te encha de azeitona e cozinhe VOCÊ.

Ela vai embora, batendo os pés. Arcene fecha a porta com força.

[Akaiba] - …Que delicadeza…

[Mason] - Sigh.

[Yukino] - …Tudo bem, boss… ?

[Mason] - Nem um pouco… Desde que voltamos do inferno, a Arcene não para de me treinar. Tá mais difícil ainda, agora. Eu sinto que, se esse treinamento maluco dela continuar, meu corpo vai rasgar no meio.

[Akaiba] - Também não dá pra culpar ela. A garota só quer seu bem.

[Merlin] - Nada disso aconteceria, se você batesse nas pessoas.

[Mason] - Nunca ! Eu me recuso !

[Merlin] - Sigh. Boa sorte com o treinamento dela, então.

[Akaiba] - Qual é, maninho. Alguma hora, você vai ter que bater em alguém.

[Mason] - O dia em que isso acontecer, eu vou me entregar para as autoridades e ficar na cadeia pra sempre.

[Chronos] - Para sempre é uma frase muito forte. Não será tanto tempo assim.

[Asmodeus] - Sem contar que você nunca bateria em alguém, sem essa pessoa te espancar primeiro.

Algum tempo depois.

[Yukino] - …Fome…

[Merlin] - Ok, onde é que aquela garota tá ?

[Mason] - Deve ter muita fila, ou sei lá.

[Akaiba] - Nenhuma fila é grande assim...

[Yukino] - …Precisamos procurar a moça malvada…

[Mason] - A gente tem mesmo de fazer isso ?

[Merlin] - Sim. Sem ela, não tem comida.

[Chronos] - Você precisa comer para repor suas energias, Mason. E eu sei que você está com fome !

[Mason] - Tá, tá. Sigh. Que saco…

Todos se levantam e vão embora.

[Mason] - Pra onde vamos ?

[Merlin] - A melhor decisão é nos separarmos. Assim, cobrimos mais áreas.

[Akaiba] - Vamos ter de procurar em cada loja. O que vai ser um saco, já que, daqui a pouco, vai chover.

Chronos sai de Mason. Asmodeus sai de Akaiba.

[Asmodeus] - Nós vamos ajudar também. Somos mais rápidos que vocês, podemos vasculhar mais lugares.

[Mason] - M-Mas e se começar a chover ? V-Vai ficar tudo bem com vocês !?

[Chronos] - Uh… Mason, só porque somos fênix feitas de chamas, não significa que apagamos com uma mera chuva.

[Mason] - Ufa ! Ainda bem…

[Akaiba] - Simbora ! Eu quero comer.

Todos vão para direções diferentes. Mason está andando por um local movimentado, olhando para todos os lados.

[Mason] - Não tem nada por aqui...

Começa a chover.

[Mason] - D-Droga !

Ele vai para um beco.

[Mason] - Tinha de começar a chover justo agora ? Sigh.

[???] - Eu reclamaria menos, se fosse você.

Um homem de cabelo curto preto, olhos também pretos, com uma cicatriz de X na bochecha, vestindo uma camisa vermelha, um sobretudo preto, uma calça também preta e um par de sapatos marrons está no beco, encostado em uma parede.

[Mason] - Eeekkk ! Q-Que susto, cara !

[Homem] - Essa chuva vai ser a menor das suas preocupações, se você não andar logo.

[Mason] - O quê ?

[Homem] - Sua amiga não vai durar muito tempo com aquele cara. A não ser que ela goste de ser uma bateria.

[Mason] - Como você-
[Homem] - Heh, não que você consiga fazer alguma coisa.

Ele sai do beco. Mason vai atrás dele. O homem não está em nenhum lugar.

[Mason] - Como ele sabia da Arcene… ? Espera… Ele disse bateria ? Essa não ! Morbius ! Aquele cara, de novo !

Ele vai embora, correndo. Mason está na frente de um prédio. No último andar, há uma pequena luz acesa. Ele arrebenta a porta e entra. Mason começa a subir algumas escadas.

[Mason] - Droga ! Eu pensei que o Conselho de Magia tinha trancado essa fábrica, depois que aquele cara saiu daqui ! Por que as coisas ainda tão funcionando ?!

Ele chega no último andar. Mason vê um pouco de luz saindo debaixo de uma porta. Ele vai até ela e a arrebenta.

[Mason] - Hah… Hah... Solta ela, otário… !

No local, há várias telas ligadas, com câmeras na fábrica inteira. Arcene está em um canto, com seus braços e pernas amarrados e com sua boca amordaçada. Mason se aproxima dela e começa a desamarrar Arcene.

[Mason] - Você tá legal ?

Ele termina de desamarrar Arcene e tira o pano da boca dela. Ela rapidamente empurra Mason, mas uma lâmina, jogada das sombras, acerta o ombro dele.

[Mason] - Ugh- Gah !

[Arcene] - É uma armadilha ! Querem matar você !

Mason joga algumas chamas no teto. Não há nada lá.

[Mason] - Ugh !

Ele tira a espada de seu ombro, fazendo sangue cair nele e em Arcene. Mason fraqueja e se apóia em um joelho.

[Arcene] - M-Mason !

[Mason] - …Os outros... estão por perto… Vai pedir ajuda… por… favor…

Arcene concorda com sua cabeça e vai embora, correndo. Mason se levanta.

[Mason] - Hah... Hah…

[???] - Se divertindo ?

O homem de antes aparece.

[Mason] - Grr... ! Você... !

[Homem] - Você me odeia e nem sabe o que eu fiz ?

[Mason] - …Isso é… coisa sua… não é... ?!

[Homem] - E você caiu direitinho. Pensa pelo lado bom, você nunca mais vai ter que se preocupar com aquele milionário idiota.

Ele joga um cadáver completamente queimado no chão.

[Homem] - Agora, se me der licença, eu preciso sair daqui. Lidar com a guarda do Conselho de Magia é a última coisa que eu quero.

[Mason] - …Espera… !

O homem desaparece nas sombras.

[Mason] - Hah… Hah…

As pessoas com mantos brancos arrebentam a porta e chegam no local.

[Guarda chefe] - Mason Tyrant, você está preso por assassinar Morbius Johns, dono das empresas Kazoku !

[Mason] - …Não fui eu…

[Garda chefe] - É o que todos dizem.

Algemas de luz se prendem nos punhos de Mason.

[Mason] - Ugh !

[Guarda chefe] - Andando ! E não tente fazer nenhuma gracinha, ou vamos ter de usar força bruta !

[Mason] - …Eu já disse que… não fui eu…

[Guarda chefe] - Heh, ninguém nunca é o culpado. É graças a lixos, como você, que essa sociedade está estragada. Agora, andando.

Todos vão para fora do prédio.

[Guarda chefe] - Você vai ficar um bom tempo preso, delinquente.

[Mason] - …Eu juro que… não fiz nada… !

[Guarda chefe] - . . .

Ele desmaia seus colegas. Depois, o guarda chefe pega Mason pelo cabelo e o arrasta para trás da fábrica. Ele joga Mason contra uma parede.

[Mason] - …P… Por que você-

O guarda chefe soca o rosto dele, fazendo Mason bater sua cabeça na parede.

[Mason] - Gah !

Ele cospe sangue. O guarda chefe continua socando o rosto de Mason, até que ele junta suas mãos e soca a cabeça do garoto.

[Guarda chefe] - Ehahaha ! Muito obrigado por existir, pirralho !

[Mason] - …O… O quê... ?

[Guarda chefe] - Alguém ofereceu um bom dinheiro pra acabarmos com você e seus amiguinhos ! Heh, eu finalmente vou poder largar essa vida de merda e viver meu sonho ! Toda noite vai ter um banquete e uma orgia, pirralho ! E, tudo isso começa…

Ele pega uma adaga e a mira no coração de Mason.

[Guarda chefe] - …COM O SEU FIM-

De repente, uma corrente de gelo se prende no braço dele.

[Guarda chefe] - Ugh ! O-O que é isso ?! Que… Que sensação é essa- Não ! NÃO-

Uma estaca de gelo sai do chão e perfura ele, passando pela boca e saindo por um olho. Yukino chega no local.

[Yukino] - Boss ! Tudo bem com você ?

Ela pega Mason, antes dele cair no chão.

[Mason] - …Y… Yukino… ! Os… outros…

Ele cospe sangue.

[Yukino] - Não se preocupa, boss ! Todos estão bem !

Com o resto das suas forças, Mason sorri.

[Mason] - …Ainda… bem… Ehe… he… h… e…

Ele desmaia. Mason está em pé, em um castelo sem teto. O céu está completamente escuro, não há nenhuma nuvem, estrela ou sequer uma lua. Mas há uma coisa, um olho vermelho, sangrando, olhando intensamente para Mason. Mason abre sua boca e mexe seus lábios, mas nenhum barulho pode ser ouvido. Ele olha em volta e vê sete grandes estátuas, todas olhando para um local: Um trono. Sentado nesse trono, está uma sombra humanoide esquelética com um olho só, com um olhar vazio, e um sorriso macabro vermelhos. Essa sombra se levanta e, vagarosamente, começa a caminhar na direção de Mason, encarando os olhos do garoto firmemente. Mason tenta se afastar, mas ele não consegue se mexer. Conforme a sombra se aproxima, a visão de Mason vai ficando mais turva. Ele vê as paredes do castelo começarem a sangrar, cobrindo o chão com uma camada de sangue. A criatura chega perto de Mason, lentamente levanta sua mão e pega o pescoço dele. Mason tenta tirar a mão de seu pescoço, mas não consegue. A criatura aproxima seu rosto ao de Mason.

De repente, Mason acorda, em uma maca.

[Mason] - PARA !

Arcene, que está ao lado dele, acorda, assustada.

[Arcene] - Pode deixar que eu arrebento a cara dele !

Ela vê Mason. Arcene abraça ele.

[Arcene] - Ufa ! Ainda bem…

Mason olha em volta e vê que está em uma sala de hospital velha e quebrada, com a única iluminação vindo de uma luz de uma única janela no local.

[Mason] - Onde… eu tô ?

[Arcene] - . . .

[Mason] - Uh… Deu, psicopata.

Arcene solta ele.

[Arcene] - A-Ahem !

Mason nota que está com sua manopla.

[Mason] - Eu ainda não sei controlar isso direito.

A manopla desaparece. Arcene soca a cabeça dele.

[Arcene] - O que deu em você ?!

[Mason] - Ai ! Por que fez isso ?!

[Arcene] - Você sabe o problema que me deu ?! Eu tive que carregar você aqui nas minhas costas !

Mason se levanta. Há um espelho no local. Ele vê que o ombro em que a espada foi fincada está enfaixado.

[Mason] - Uh… Onde EXATAMENTE a gente tá, psicopata ?

Ele vai até a janela. Está de noite. Da janela, pode se ver vários prédios com placas com propagandas iluminadas, vários hologramas de propagandas no céu, pessoas caminhando nas ruas com hologramas na frente de seus rostos e vários carros e motos nas ruas.

[Arcene] - Neo Tokyo.

[Mason] - EEEHHH !?