All of me² escrita por beanunees


Capítulo 5
Cinque


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho percebido alguns leitores fantasmas, vocês bem que poderiam aparecer.

Espero que gostem, boa leitura.



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04 meses depois 

 

Mais um dia em que o despertador faz sua parte me despertando com aquele som irritante, mas quem não havia feito a sua parte era a minha mãe que não tinha dado as caras e talvez eu estava agradecendo mentalmente por isso. Logo que levantei, chequei meu telefone e vi que tinha 3 mensagens — quem gosta de acordar cedo e mandar mensagem para os outros?? Eu precisava de um banho, então elas podiam esperar um pouco. — Depois de tomar meu banho maravilhosamente quente e me arrumar, desci para tomar meu café da manhã e descendo as escadas, desbloqueei meu celular e abri as mensagens. “ 

 

Ian:” Bom dia, senhorita Matter. Preparada para encarar minha beleza por mais um dia?”  

Rana: “Amiga, poderia ser gentil e me dar uma carona? Thiago tá muito gripado e não vai para escola hoje” 

Nicolas: “Bom dia, minha princesa. Dormiu bem? Te vejo na escola” 

 

Certamente respondi por uma ordem de importância, ou seja, primeiro a Rana. Eu sou muito grata por ter me dado tão bem com as meninas, elas fazem de tudo para que eu me sinta bem e isso é maravilhoso, sabe? A minha amizade com o Ian estava cada dia mais sólida, mesmo ele tendo se afastado um pouco quando eu comecei a ficar com o Nicolas — mas em minha defesa, eu tentei investir nele e ele não avançou o sinal, então o Nicolas fez a parte dele. — Não que isso fosse uma corrida, eu gosto muito do Nicolas, mas sempre tive muito mais química com o Ian e as meninas não param de falar sobre isso por um minuto sequer, o que me faz me sentir mais culpada ainda por ter sentimentos pelos dois. E nesses quase 3 meses que estamos ficando, muita coisa foi ficando cada vez mais esquisita. 

 

A minha casa estava num silêncio mortal, sem as músicas matinais da minha mãe, sem meu pai reclamando logo cedo da queda da bolsa, nada estava normal no dia de hoje. Cheguei na cozinha e vi meu pai sozinho tomando seu café e lendo o jornal. 

 

        — Bom dia, daddy. Cadê a mamãe? 

— Sua mãe teve que ir para o Texas ajudar sua tia Elena no pós operatório dela, provavelmente volte na semana que vem, ela está ajudando a contratar um cuidador para sua tia. As chaves do carro dela estão no porta chaves ou na mesa do escritório, nunca sei aonde ela guarda as coisas dela, seja feliz dirigindo e não bata o carro. 

— Mas pai, o senhor não pode me levar e dar uma carona pra uma amiga? 

— Eu não esqueci que paguei uma fortuna para você tirar sua carteira de habilitação, portanto, você tem que tirar proveito disso. 

— Desculpa, eu sempre tenho um pequeno surto a cada vez que lembro que sou habilitada. E o senhor, não vai trabalhar? 

— Por um acaso, hoje estou de folga na parte da manhã. Agora vá, está atrasada, tenha um bom dia. 

— Realmente, estou mega atrasada e preciso buscar a Rana ainda. Beijos, se cuida e até mais tarde. 

 

Nem escutei a sua resposta e passei voando pelo o escritório pegando as chaves e seguindo para a garagem, pela graça de Deus, a Rana morava no caminho que eu fazia para escola, então não iria me atrasar tanto. Pelo menos eu pensei que não fosse, mas tive que esperar a princesa ficar pronta, já que a mesma não se adapta aos horários matinais. Tive que buzinar umas 20 vezes, antes da princesa sair de casa desfilando toda estilosa, como se estivesse numa passarela em Paris.  

Assim que me viu atrás do volante, me olhou com uma cara de quem diz “Hmm, agora eu tenho dois motoristas particulares” e entrou toda sorridente no banco de carona, achando que iria viver uma aventura estilo velozes e furiosos ao meu lado, ela simplesmente era o ponto auge para o meu dia ficar melhor. Antes de irmos para a escola de vez, passamos na cafeteria e pegamos café para todos do grupo e seguimos finalmente rumo a escola. O estacionamento estava lotado e não tinha vaga perto do portão — nota mental: vir mais cedo quando estiver dirigindo — aparentemente todos os alunos e professores decidiram ir de carro no dia de hoje. 

Assim que saltamos do carro, demos de cara com o Nicolas saindo do dele junto com o Maiquel — e convenhamos que os dois ficavam um pedaço de mal caminho com aquela jaqueta do time de futebol, ai papai — Deus que me perdoe e me livre dos meus próprios pensamentos. Eles vieram na nossa direção, para poder seguirmos o nosso trajeto. 

 

— Bom dia, Matter e Seyboth. — disseram os dois em um coro 

— Bom dia Turquetti e Eich — Respondemos juntas e ao mesmo tempo. 

— Hoje tenho uma surpresa para você, Becks. — Disse o Nicolas todo animado e o Maiquel fingia que estava chorando. 

— Ai Nicolas, você sabe que eu tenho ansiedade e odeio surpresas, me conta o que é. — fiz carinha de choro e ele riu de mim. 

— Você sabia que paciência é uma virtude? No caso você não foi contemplada com ela, mas terá que esperar, prometo que irá gostar. —Disse por fim me abraçando e me dando um selinho. 

— Vocês dois me dão enjoo, passa esse café pra cá pelo santo amor de cristo. — disse Maiquel distribuindo os copos de café para os presentes. 

 

Quando eu e o Nicolas começamos a ficar e ter algo fixo, de início eu não queria tanto como ele por estar confusa por todo meu sentimento pelo Ian. Na realidade eu estava com medo de aceitar e ferir os dois futuramente por estar enfiada nessa confusão mental, mas o próprio Ian conversou comigo pedindo pra ficar mais séria com o Nicolas, pois o mesmo estava perdidamente apaixonado por mim. De início eu fiquei bastante desconfiada, justamente por ter uma química avassaladora com o Ian e que eu realmente achava que futuramente poderia acontecer algo entre nós. Eu nunca escondi isso das meninas e elas meio que não quiseram tomar partido, pois os dois também eram amigos delas. Mas a partir do momento que eu soube que ele havia falado que nunca haveria nada entre nós por sermos amigos e o Nicolas poderia investir em mim sem culpa, eu entendi que o sentimento só existia em mim. 

 

Quando chegamos na sala de aula, demos de cara com uma cena lamentável, a Jordana sentada em cima da mesa do Ian e ele dando risada com ela sobre algo que estavam conversando — detalhe, a mesma Jordana que fazia questão de dizer que o Nicolas era dela, a verdade é que ela ficou muito irritada por não conseguir emplacar nenhum relacionamento com o Nicolas e começou a se oferecer pro Ian — E a verdade é que o dia mal estava começando meus caros. 

 

Ian Ewerling 

 

Estava conversando meio que forçado com a Jordana, pois ela era basicamente de quase todos os grupos que eu participava e por ser chefe das líderes, ela era nosso carro chefe para o comitê de boas-vindas e no jornal também. Por mais que ela transmitisse a imagem de um ser humano fútil, ela era incrivelmente inteligente, além de linda e cheirosa. Por mais que meu coração pertencesse a outra pessoa, eu claramente namoraria ela algum dia. 

A verdade mesmo é que eu sempre fui louco pela Rebeca, mas quando o Nicolas veio me contar que havia ficado com ela e que foi a melhor coisa que aconteceu com ele, eu não poderia ser filha da puta com o meu melhor amigo, mesmo tendo vontade de agarrar ela e encher a mesma de beijo toda vez que a encontro na aula ou pelos corredores da escola. 

Quando ela entrou na sala de aula, com um visual de dar inveja a qualquer uma, eu perdi as estruturas, parei até de prestar atenção no que a Jordana estava falando no segundo que a vi passar pela porta. Eu repetia mentalmente “Nicolas é seu melhor amigo, você não pode vacilar com ele”, mas a química que nós tínhamos era incrível, sempre nos demos muito bem, mas ela o escolheu e me via apenas como o seu melhor amigo e aquilo era extremamente doloroso para mim. 

— Bom dia, Ianzinho. Dormiu bem? — Ela me perguntou com um sorriso lindo no rosto e aquilo me aqueceu por dentro. 

— Bom dia, Matter. Como vai? Eu dormi bem e você: 

— Estou ótima, meu amor. Tirando a presença de certas pessoas por aqui, o resto tá perfeito. 

 

Jordana saltou da minha mesa numa velocidade que eu pensei que ela iria agarrar a Rebeca pelos cabelos e iria armar um circo antes do fim do primeiro período de aula, nunca entendi ao certo o ódio que habitava entre elas. 

— Tá fazendo uma autocrítica, amada? Porque o único ser que incomoda é você. — Jordana destilava o seu veneno sem dó ou piedade de ninguém e naquele momento eu queria muito rir, mas não podia — “Ianzinho” depois continuamos a nossa conversa, ainda falta falar sobre o jornal. Vou pro meu lugar pois não quero contrair chatice. 

—Sim, ainda falta falar do jornal. Enfim, depois a gente conversa mais. 

 

Infelizmente o professor Jones entrou na sala com uma cara de psicopata e ninguém queria levar um tiro antes do fim da aula, portanto, ninguém abriu a boca durante a aula inteira por medo do homem e infelizmente tínhamos que olhar para cara dele até o intervalo e quando finalmente o sinal do intervalo soou e todos foram para o refeitório, algo me dizia que meu dia iria ficar uma merda por algum motivo. 

Nicolas Turquetti 

   

Eu estava me envolvendo amorosamente com a Becks fazia uns 3 meses, durante esse tempo a minha vida mudou completamente, para melhor obviamente. Não que não fosse legal o fato de que todas as meninas desse colégio me queriam, mas desde quando ela chegou, a minha realidade se tornou outra, a verdade é que eu só queria uma, eu só a queria. Provavelmente estou sendo muito emocionado? Sim, mas ela me fez enxergar o melhor de mim e quão boa pessoa eu poderia ser. Ela me desafia, estar com ela me causa borboletas no estômago e eu só queria oficializar para Deus e o mundo o quão incrível era estar com ela. 

No dia anterior, eu havia ligado para floricultura encomendando o buquê mais lindo que eles tivessem e que buscaria de manhã cedinho e foi o que fiz. Cheguei mais cedo na escola e o coloquei na diretoria e quando voltei para pegar minhas coisas dei de cara com a Rebeca e a Hana saindo de um carro e eu quase morri do coração por medo de ser descoberto, mas elas nem se tocaram de nada e seguimos normalmente. Assim que o sinal soou, eu sai correndo da sala e fui direto na direção para buscar o que me pertencia e pedi para que os caras do futebol me ajudassem e monitorassem para mim o refeitório e pedi ao Maiquel que a deixasse de costas para a porta e para a minha sorte, tudo saiu como o previsto e eu só precisava dar início a tudo. 

Entrei no refeitório e fui na direção a mesa que a galera estava e todos estavam rindo e o Maiquel fazendo gestos como uma criança de 5 anos, mas quanto mais eu me aproximava, mais ele brincava. Hana foi a primeira a me ver e seus olhos brilharam como se fossem luzes de natal, foi quando eu pedi silêncio a ela e os outros. A Rebeca ficou meio alheia da situação, mas continuou a comer tranquilamente e foi quando eu comecei a falar. 

 

— Com licença, meus caros amigos. Bom dia, senhorita Matter. 

 

Ela virou-se quase que instantaneamente ao ouvir minha voz e arregalou os olhos quando viu o buquê em minhas mãos. Eu a entreguei o buquê e dei um sorriso bobo e vi que seus olhos estavam cheio de lágrimas. 

 

      — Nicolas, como assim? Meu Deus, elas são lindas demais. — Disse tentando não deixar as lágrimas caírem. 

       — Nada nesse mundo inteiro pode ser comparado com a sua beleza, Becks. Todos os dias desde que te conheci se tornaram cada vez mais incríveis só de te ter neles. — Respirei fundo e pensei no que poderia falar — E por mais que eu te tenha ao meu lado, eu quero dizer ao mundo inteiro o quanto eu te amo. Rebeca Matter, você quer namorar comigo? 

— Meu santo Deus, Nicolas — disse praticamente gritando — Eu não sei nem o que falar, estou até tonta com tudo que você disse. 

 

O refeitório inteiro que antes estava completamente mudo, começaram a gritar em coro “ACEITA, ACEITA, ACEITA” 

 

— Bom, existe duas alternativas, você pode aceitar ou recusar. Tudo depende apenas de você. 

 

Disse me afastando dela esperando a sua resposta para poder sair correndo para beija-la ou sair correndo do refeitório morrendo de vergonha. O silencio no refeitório voltou a reinar e todos estavam esperando a resposta final e eu não sabia se estava preparado para ouvir um não. 

 

— Céus, eu nunca pensei que passaria isso na minha vida inteira, eu estou muito impactada com a surpresa. Mas a resposta é... — Eu juro por toda a minha vida que eu não conseguia respirar naquele momento, não depois de ouvir um “mas”, todas as minhas células congelaram por uma fração de segundo. — A reposta sempre será sim, eu te amo Nicolas. 

 

Sem nem pensar duas vezes, eu a abracei e a beijei com todo o amor que existia dentro de mim e simplesmente o refeitório inteiro nos aplaudiu e aquele momento entrou para um dos melhores da minha vida inteira e eu tinha certeza daquilo. 

Rebeca Matter 

 

Com toda certeza do mundo eu fui pega desprevenida na frente da escola inteira e quase tive uma parada cardíaca no momento que ele fez o pedido. Naquele momento tudo passou pela minha cabeça, as possibilidades de um relacionamento futuro com o Ian ou até mesmo sobre as possibilidades de futuro que eu tinha com o Nicolas. Eu simplesmente não sabia o que responder, não sabia se eu realmente gostava dele ao ponto de querer encarar um relacionamento sério, a verdade é que eu pensei tanto que quase não dei a resposta ao Nicolas. Mas a verdade é que eu precisava dar uma chance a ele, talvez ele me fizesse feliz, talvez era o certo a ser feito. Se eu ia simplesmente esquecer tudo que senti pelo Ian? Eu pedi muito a Deus por isso, mas será que ele sabia o que eu estava fazendo? Porque eu sinceramente não sabia. 

As aulas depois do intervalo passaram num piscar de olhos, talvez na velocidade da luz e eu sequer havia me dado conta, pois eram as duas únicas aulas que eu não tinha em comum com o pessoal e quando o sinal final soou, todo mundo saiu e como sempre eu fiquei por último arrumando as minhas coisas. Quando finalmente eu fui em direção ao meu armário, dei de cara com um moreno lindo dos olhos verdes e encarando e sorrindo que nem uma criança de cinco anos todo bobo. 

Ele estava com uma caixa de bombom nas mãos e começou a sacudir ela mostrando que estava cheia, liberando uma mão, ele alcançou uma das minhas e seguimos corredor a dentro, pegamos o buquê na direção e seguimos para o estacionamento e durante todo esse trajeto ele me girou inúmeras vezes, bagunçou meu cabelo e quando eu achei que ele iria parar, ele me pegou no colo e nos girou. Quando chegamos no meu carro, ele me colocou no chão e me abraçou forte e quando me soltou, beijou minha testa como sempre fazia todos os dias e logo depois deu um sorriso tão fofo que me aquecia todinha. 

 

— Eu poderia te sequestrar e levar pra bem longe junto de mim, mas num lugar paradisíaco e acordar ao seu lado todos os dias. 

— Olha, acho que ninguém notaria o nosso sumiço, por pelo menos uns 15 dias. — disse e ele me abraçou novamente. 

— Que tal o Caribe? Dizem que lá é extremamente lindo e romântico. 

— O que temos aqui, senhoras e senhores? Seria um romântico incurável? Confesso que as aulas de teatro têm lhe ajudado bastante, começando a achar que devo entrar para o mundo da dramaturgia. 

— Você sempre vem com essa historinha de aulas de teatro, não cansa nunca? — disse passando a mão no meu rosto ajeitando uma mecha do meu cabelo que insistia em cair e fez carinho na minha bochecha. 

— Não, porque sei que isso te irrita. E o que eu faria no meu tempo livre a não ser incomodar meu namorado? 

— Seu o que? Repete pra mim. 

— Meu namorado. 

— Repete mais uma vez, por favor. 

— Meu lindo, cheiroso e gostoso namorado. 

 

Nicolas me beijou logo depois que parei de falar e eu passava mal a cada vez que ele me beijava, estava se tornando cada vez mais necessário beijar ele quando estava por perto, era viciante. Enfim a droga do amor; 


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