Cognati escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Esta fanfic pertence ao projeto Headcanon Month (@hcmonth) do Twitter.



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Tudo começou quando Albus e Scorpius começaram a ficar.

Na verdade, tudo começou quando Albus Potter e Rose Weasley se sentaram na mesma cabine que Scorpius Malfoy no Expresso de Hogwarts, em seu primeiro ano. Apesar de Rose ter sido selecionada para a Grifinória, os três se tornaram grandes amigos. Posteriormente, Albus e Scorpius se tornaram um pouco mais do que isso.

Rose estava fazendo jus ao papel de “vela” do trio, mas ela era bem inteligente para saber o momento de bater em retirada, e era o que ela estava fazendo naquelas férias, onde o casalzinho ficava saindo praticamente todos os dias.

O problema é que ela estava morrendo de tédio. Os males de só ter dois amigos, sendo que um deles era seu primo. E foi decidindo ir atrás de Lily pra fazer alguma coisa, que ela acabou se aproximando de James.

— O Adalberto não tá — ele foi logo avisando, assim que ela invadiu a casa.

Simplesmente não era costume dos parentes avisar quando iam visitar, já que era algo que acontecia com bastante frequência.

— Eu sei, saiu com Scorp — respondeu Rose, indo em direção às escadas.

— Liliane também saiu.

Ela parou no primeiro degrau das escadas, xingando a sua má sorte. Considerou as suas opções. Podia voltar para casa e ficar entediada sozinha, podia tentar ir atrás de algum outro primo com quem não tinha tanta afinidade, ou podia ficar por ali mesmo — esperar por Lily ou Al, algo assim. Dirigiu-se em direção ao sofá onde James estava acostado e jogou-se ao lado dele, ficando em silêncio por algum tempo, até que ele se cansou e resolveu quebrá-lo.

— Quer ver alguma coisa? — ele indicou a televisão com o controle remoto.

— Escolhe você.

É, foi basicamente assim que começou.

Antes que pudesse raciocinar, Rose estava indo na casa dos irmãos Potter todos os dias para passar os dias entediantes ao lado de James. Testando receitas culinárias — ela era excelente na cozinha, mas ele era um desastre —, vendo filmes ou séries — que ele sempre escolhia porque ela era muito indecisa —, e fofocando sobre os outros integrantes da família — porque James sempre sabia tudo o que estava acontecendo.

E era diferente. Não sabia se estava o espelhando porque aprendeu que era assim que se fazia amizades, ou se estava apenas se soltando porque ele lhe dava muito mais liberdade do que Albus e Scorpius. Não importava, ela se sentia bem.

Então, é claro, as coisas começaram a ficar estranhas.

Ela podia ter um pouco de dificuldade para entender sobre os sentimentos de outras pessoas, mesmo que se esforçasse, mas os Potters no geral não sabiam ser discretos quando tinha alguma coisa incomodando.

Foi por isso que ela percebeu quando James começou a agir de maneira... distante.

Entrou pela janela do quarto dele, como sempre fazia quando não queria que os seus tios a vissem, principalmente quando chegava muito tarde da noite. Lembrava-se do dia em que acabou bebendo um pouco além da conta e não queria aparecer bêbada em casa e levar uma bronca dos seus pais — não sabia como conseguiu subir no telhado sem cair e quebrar uma perna. Qual era a diversão de usar uma varinha, certo? Sempre pensou que os bruxos resolviam os problemas fácil demais por causa da magia, isso tirava toda a graça da estratégia e da adrenalina.

Ele não estava no quarto, mas não se preocupou com isso. Ele nunca ficava muito tempo na sala, sempre acabava se trancando lá dentro. Só a janela nunca estava trancada. Nem a porta da frente, na realidade. Qual era a cisma dos bruxos com a segurança? Eles moravam em um bairro misto, havia trouxas por ali!

Chutou as sapatilhas para longe, sentindo a maciez do tapete por baixo de seus pés. De braços cruzados, foi até a cama dele, revirando os olhos para a bagunça que era o ambiente. Uma camisa qualquer estava jogada em cima dos edredons desarrumados e ela não conseguiu resistir à tentação de pegá-la.

Quando eles cozinhavam, sempre acabavam se sujando, então geralmente roubava alguma camisa dele com a desculpa de que não tinha ido preparada — mesmo que soubesse antes de sair de casa que eles iam para a cozinha. Amava as camisas dele, a textura, o cheiro. Com o tempo, ele se acostumou com isso.

Aproximou o tecido do seu rosto e fechou os olhos, respirando fundo.

Estava agindo igual uma adolescente apaixonada de filme de...

Ela abriu os olhos. Apaixonada?

Escutou o som da porta se abrindo e então jogou a camiseta na direção da cama com pressa, sentindo o seu rosto corar pela vergonha de quase ter sido pega em flagrante.

James parou com a porta meio aberta, assim que a notou ali, então entrou apressadamente, tomando o cuidado de fechar a porta atrás de si, observando se tinha alguém por perto.

— O que você tá fazendo aqui? — ele foi na direção da janela aberta, procurando sabe-se lá o quê.

Talvez apenas evitá-la.

— Eu só... tava entediada — ela murmurou.

Não era a primeira vez que aparecia porque estava sem nada para fazer. Tinha sido assim que se aproximaram, não é? Ele nunca se importava com isso.

— Olha, Rosie, você não pode ficar fazendo isso — James virou-se para ela.

Ele ainda estava evitando olhá-la nos olhos por muito tempo.

— Qual é o problema? — ela voltou a cruzar os braços — Eu sempre fiz isso.

— É, mas se os meus pais nos pegarem, eles... — ele gesticulou em direção à porta.

— Eles não vão ligar — deu de ombros — Eles já sabem que eu fico me escorando aqui. O seu pai é um auror, seria péssimo no trabalho se não...

— Esse não é o ponto.

Franziu o cenho.

— Então qual é? — deu dois passos adiante, desafiando-o.

Ele deu dois passos para trás, sem respondê-la.

— Nós somos primos.

Continuou encarando-o, tentando entender o que ele queria dizer com aquilo.

— Não é legal quando um garoto e uma garota ficam sozinhos assim. Quer dizer, eu não quero que você... — ele se atrapalhou na explicação.

Mas a mensagem foi captada.

— Você é um idiota — Rose foi atrás das suas sapatilhas.

Ele não se moveu, apenas observando-a.

— Você pensa que porque todas as mulheres caem aos seus pés, então eu... — ela se interrompeu, virando-se com indignação.

— Não! — James exclamou, exasperado — Não! Você entendeu tudo errado!

— Não, eu entendi perfeitamente bem! Você só devia ter pensado nesse “problema” antes — simulou as aspas com os próprios dedos.

Rose moveu-se em direção à janela, pegando impulso na mesa para conseguir alcançar o peitoril. Antes que pudesse se esgueirar de volta ao telhado, James pegou na sua perna.

— Rosie, por favor, me escuta...

— Deixa eu adivinhar. O problema não sou eu, é você? — ela levantou uma sobrancelha.

Não podia acreditar o quão idiota era ele.

E não podia acreditar em como tinha sido burra de se aproximar dele. Não era como se ela não soubesse como ele era antes de se tornarem amigos.

E tudo porque Albus resolveu esquecer que tinha uma melhor amiga e focar só no namorado, como todos os adolescentes estúpidos faziam quando começavam a namorar.

Ele hesitou, dando a entender que ele realmente diria aquilo.

Queria apenas chutar o braço dele e ir direto para casa, tentar encontrar alguma maneira de expressar a raiva que não fosse magoando as outras pessoas, mas tentou pensar racionalmente e manter a calma.

— Quem colocou essas ideias na sua cabeça? — perguntou, ele virou o rosto para o outro lado, parecendo estar em um conflito interno absurdo — Jay, se você tá namorando, eu não ligo.

Mentira.

— É isso? Ela é ciumenta?

— Não tem ninguém! — ele exclamou.

— Então fala! — voltou a perder a paciência, ajeitando-se no peitoril e gesticulando como se tivesse alguma descendência italiana — Qual é o problema? De verdade?

James olhou-a com toda a raiva que ele esteve disfarçar naqueles minutos de conversa.

— Qual é o problema? Você é o problema! — isso doeu, mas ele não parou — Você acha mesmo que eu tô preocupado se você vai se apaixonar? Eu tô preocupado comigo!

Isso a pegou completamente desprevenida.

Ele pareceu perceber o que tinha acabado de falar, a raiva desaparecendo, voltando a desviar o rosto e soltou a sua perna, afastando-se da janela.

— Por que é tão ruim assim se apaixonar pela sua prima? — Rose perguntou baixo, sentindo a voz estremecer um pouco — Eu sei o que as pessoas falam, mas no mundo bruxo isso é completamente normal. O máximo que pode acontecer é alguma criança nascer sem magia na família.

Era o tipo de coisa que algum departamento do Ministério estudava. Ela sabia porque sua mãe vinha dando dicas pouco sutis sobre a sua proximidade com James, quase como que dizendo que ela não ia se opor, desde que ela estivesse feliz. Não tinha entendido isso até aquele momento, mas não sabia de mais nenhum primo na sua família que estivesse se relacionando ou coisa do tipo.

Ela moveu o quadril para a frente, voltando a pôr os pés no chão do quarto.

— Não faz isso — sussurrou James.

Ignorando o seu pedido, pôs a mão em suas bochechas, obrigando-o a olhá-la.

Os olhos dele se fixaram em seus lábios e de repente sentiu a boca seca.

— Eu pensei que a característica principal da Grifinória fosse a coragem — o provocou com um sorriso de lado — Cadê a sua coragem agora?

A relação entre eles era bem resumida nas provocações.

Como quando eles cozinharam na semana anterior.

Se eu não te conhecesse, diria que gosta de me ver usando as suas camisas” ela tinha dito, quando ele jogou uma camiseta para que ela não se sujasse de farinha outra vez.

Não sabia o porquê fazia isso. Era divertido provocá-lo e tentar deixá-lo constrangido uma única vez que fosse, mas ele sempre tinha uma resposta na ponta da língua.

Sabe que soou como se quisesse que a resposta fosse sim, não sabe?” ele tinha exibido aquele sorriso arrogante que sempre fazia o seu coração falhar algumas batidas.

Procurou em sua linguagem corporal algum indicativo de que estava indo longe demais, de que estava apenas se iludindo, repassou as poucas frases que trocaram, tentando encontrar algum indício de que...

James não deixou que ela pensasse mais, puxando-a pela cintura e beijando-a.

Finalmente, depois de tanto provocá-lo, ele tinha cedido.


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