Kihyun estava tão estressado que seu mau humor estava deixando a equipe ainda mais nervosa, e isso fazia com que cometessem erros mais facilmente, que contribuíam para aumentar ainda mais a irritação do baixinho. Minhyuk não aguentava mais ver ele esbravejando com os meninos mais novos e tomando coragem para fazer algo, sacou o celular do bolso.

Observando o menor terminar de reclamar com Woobin, que estava prestes a chorar por Kihyun ter mandado ele desfazer todos os arranjos que havia feito, alegando que estavam desproporcionais, ele ligou para um número específico. Não iria arriscar mandar uma mensagem e o outro não ler a tempo de Kihyun explodir.

Quando o outro lado atendeu, Minhyuk não perdeu tempo com apresentações.

— Venha pra cá agora, Kihyun está prestes a ter um colapso e matar todo mundo a base do ódio. Não dá pra esperar até a noite, ele tá muito estressado. Duas semanas fora foram capazes de transformar o pequeno hamster em um tubarão e só você pode acalmar a fera — disparou tudo de uma vez — Então corre agora e traga comida. Frango frito — especificou devagar para não restar dúvidas — Vou tentar distrair ele antes que mate o novato — e desligou depois de dizer tudo isso sem se importar com a resposta do outro.

Estava estressado por causa de Kihyun também, mas se ele fosse começar a surtar igual ele, iria piorar ainda mais toda a situação no trabalho. Então foi caminhando até o Yoo que reclamava do vaso mal pintado de Serim.

— Olha pra isso, acha que alguém vai querer usar um negócio feio desse jeito em algum casamento? Eu mesmo quebraria isso se não fosse tão caro — Minhyuk viu uma veia saltando da testa branca do rapaz — Espere secar e passe uma segunda mão, de modo uniforme pra ver se pelo menos consegue esconder essa primeira horrorosa — ordenou saindo de perto do rapaz que tremia tanto que nem voz tinha, apenas assentiu, mas Kihyun acabou não vendo.

— Kihyun, querido, acho que é bom você dar uma descansada — Minhyuk disse quando se postou ao lado dele, que já caminhava rumo ao trio que cuidava das lembrancinhas do próximo casamento.

O mais velho queria proteger Seongmin, Hyeongjun e Taeyoung das garras do pitico maluco, eles eram os mais novos. Ainda estudavam o ensino médio, eram apenas meio período e tinham cara de bebê. Minhyuk não aguentaria ver Seongmin chorar.

— Não tá vendo que tá tudo um desastre, Minhyuk? Olha como eles estão estragando tudo — ele parou, colocando a mão na testa, sentindo ela quente, a dor de cabeça estava o matando.

— Já está com dor de cabeça a essa hora, e não é nem meio dia? Vem que você precisa descansar um pouco e não matar os garotos de medo — ele pegou na mão de Kihyun começando a puxá-lo para o pequeno escritório do lugar.

— Tá maluco? — esbraveja tentando não ser arrastado — Não tenho tempo para descansar! Tenho que olhar tudo isso a todo momento porque eles só comentem erros.

Minhyuk revirou o olhos, ele tava tentando salvar os três novatos porque haviam começado há uma semana, não queria traumatizar as crianças logo no início.

— Vai descansar sim — ditou — Eu acabei de pedir frango pro almoço, e você vai tomar um remédio agora. Tem analgésico no escritório porque eu trouxe da outra vez quando você estava estressado, igual hoje — acusou que da outra vez foi osso aguentar o mais novo, e continuou a falar — Sabe que gritar com os meninos só vai piorar, deixa que eu cuido de tudo por enquanto. Deita no sofá enquanto o almoço chega — agora arrastava Kihyun pela mão porque ele acabou cedendo.

Sabia que o outro tava certo, não ia ajudar nada se continuasse gritando com todos. Não é que gostasse disso, mas ele tinha pouca paciência e as coisas estavam atrasadas. E não era culpa de ninguém, aconteceram coisas que estavam fora do seu controle e por isso contratou os colegiais, sem ter certeza se poderia pagar eles direitinho. Mas era isso ou cancelar o trabalho. 

E só Deus sabe como aquele em especial poderia ser o que abriria portas para seu pequeno negócio alavancar. Por isso a cobrança era tanta, não só para os funcionários, mas para si mesmo e descontar nos coitados era horrível de sua parte, então acatou. Entraram no escritório e Minhyuk foi em busca do remédio enquanto ele se sentava no sofá. 

Depois de também pegar água, ele os entregou para Kihyun, que bebeu tudo de uma vez. 

— Prontinho, agora deita um pouco só até a comida chegar, depois a gente volta a organizar tudo, ok? — Minhyuk disse já se afastando, enquanto o menor apenas assentiu.

Kihyun não disse mais nada, deitou e fechou os olhos, os cobrindo com o braço esquerdo. 

Não soube quanto tempo se passou, talvez tenha até cochilado, quando sentiu um peso no sofá, mas antes de fazer qualquer coisa, sentiu dedos tocando em seu queixo. Retirou o braço dos olhos e os abriu rápido, finalmente visualizando quem era. 

Com um sorriso estampado no rosto, próximo a si, estava Hyungwon, seu namorado.

Não esperou nem um segundo para se sentar no sofá e abraçar o mais alto, que estava de joelhos na sua frente. E então sentiu sua cintura ser envolvida em uma abraço apertado. A saudade que sentiu naqueles dias estavam o matando, e talvez por isso estivesse tão estressado.

— Ainda bem que chegou, não aguentava mais — disse com o rosto encostado no pescoço do rapaz.

— Eu também estava morrendo de saudade, Ki — ele responde terno.

Os dois se afastaram um pouquinho, enquanto os braços de Kihyun permaneciam nos ombros de Hyungwon e este permaneceu com as mãos na cintura do menor.

— Chegou hoje? — Kihyun perguntou.

— Sim, um pouco mais cedo — respondeu, mesmo sabendo que iria levar sermão.

— Então porque não me avisou? — o baixinho reclamou.

— Queria fazer uma surpresa — explicou — Mas você estragou meus planos — disse com um bico.

— Eu? Nem sabia de nada — reclamou também fazendo um biquinho.

Hyungwon acabou achando o gesto adorável no seu pequeno namorado, como amava aquele moço tão genioso.

— Mas estava tão estressado que Minhyuk me obrigou a vir te trazer frango — sorriu levemente e apontou a cabeça para o lado, mostrando a sacola com as embalagens de comida.

— Não me importo muito com surpresa, só interessa que você está aqui comigo agora — Kihyun disse, agora com um sorrisinho se aproximando dele.

Subiu suas mãos para o rosto de Hyungwon, o qual achava o homem mais lindo do mundo e segurando firme, deu um selinho em seus lábios. Estava com tanta saudade que agora ele só queria matar aquela desgraçada. Se afastou ainda sorrindo, com Hyungwon fazendo o mesmo. 

Mas não demorou muito, porque o recém chegado diminui a distância entre os dois e o beijou novamente, e como Kihyun permanecia sentado, com o platinado entre suas pernas, ele só o puxou mais para si. Com os corpos colados, eles desfrutaram de um beijo cheio de saudade, lentamente as línguas conectadas se massageavam e o abraço entre eles se apertou ainda mais. 

Porque não importava o que houvesse, eles sempre estariam felizes enquanto estivessem juntos. E pelo resto do dia, Kihyun ficou de bom humor, bom quase. Até perceber os três novatos encarando seu namorado com o rosto corado, já que eles eram recém contratados e ainda não tinham visto o namorado modelo do chefe.