The Beggining escrita por Dark Angel


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Essa vida de fanfiqueira não é fácil. Eu estou de férias - Não aguento mais ficar sem trabalhar, diga-se de passagem - acabei de terminar com meu namorado e decidi fazer o quê no meio da noite? Escrever uma fanfic.
Bom, espero que vocês se divirtam lendo isso
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Hermione andava as cegas, sem realmente enxergar o que estava a sua frente. Ela sequer sabia para onde estava indo. As lágrimas manchavam sua visão, tornando tudo um borrão indistinto. 

Soluços começaram a escapar de sua garganta conforme seus pés se tornaram mais apressados contra o chão. Ela estava correndo. Correndo sem rumo e rezando para parar em algum lugar bem longe de Rony e Lilá. 

Quando percebeu, estava diante de uma escadaria.  

Ela não sabia porque havia ido até a torre de astronomia, não era um lugar que gostasse muito, já que tinha medo de altura. Intrigada e ainda querendo fugir da realidade por uns instantes, ela começou a subir os degraus. 

A cabeça baixa enquanto tentava limpar o rosto do resquício das lágrimas a impediu de ver que não era a única naquele espaço. 

Uma brisa noturna a atingiu, agitando seus cabelos ao redor de seu rosto e a fazendo sentir levemente melhor e a instigando a abrir os braços para a sensação de liberdade. 

No canto, o príncipe da Sonserina observava a cena e se perguntava o que teria levado a Leoa a agir assim. A curiosidade estava explícita em seus olhos enquanto era atingido pelo cheiro de jasmins e maças. 

Hermione girou em torno de si mesma aproveitando o momento de calmaria após o choro, os olhos fechados e a respiração ainda irregular pela corrida até ali. 

Draco pigarreou, tentando não a assustar demais ao deixá-la saber que ele estava ali. 

Hermione virou-se para onde ele estava. Seus olhos pareciam ainda mais brilhantes após derramar lágrimas. Por um instante, Draco se perguntou como alguém poderia fazê-la chorar. Em seu âmago, ele sabia já ter sido o causador de lágrimas dela, e levaria esse arrependimento para o túmulo consigo. 

—Podemos não brigar hoje? - Pediu ela, com uma voz delicada, mas não sofrida, o que deu alguma paz ao Sonserino. 

Draco não respondeu de imediato. Ele andou até o parapeito da torre, admirando céu estrelado por um longo instante antes de dizer: 

—A noite está bonita, não acha? 

Hermione observou a postura relaxada dele. O corpo estava largado displicentemente contra o parapeito, os antebraços apoiando o tronco. Ela não queria admitir, mas o rosto dele parecia muito bonito quando estava tranquilo. 

—Sim, está. 

Alguns segundo se passaram e nenhum deles se moveu. Hermione estava começando a ficar nervosa, era estranho estar na presença dele e não dizer ou fazer nada. 

—Porque não se aproxima? - Pergunta ele em uma voz mais grave e mais baixa.  

Aquilo a pegou desprevenida. Ela não tinha medo de se aproximar dele, mas ficar tão perto da beirada não parecia nada tentador. 

Draco a flagrou olhando para o parapeito como se ele fosse um animal pronto para mordê-la. 

Com certo receio, ele estendeu a mão direita em direção a ela e disse: 

—Prometo não deixá-la cair. 

Hermione olhou-o nos olhos. Havia algo diferente agora. Era como se a tempestade tivesse se dissolvido e sobrasse apenas o brilho das estrelas nos olhos dele. Um brilho tão límpido e bonito que ela nem precisou pensar uma segunda vez ao pegar a mão dele. 

O toque era agradável. Para ambos. 

Hermione sentia que a mão gélida contra a sua a trazia de volta para a realidade, para longe do turbilhão de sentimentos dos quais queria fugir minutos atrás. Ela deu passos na direção dele, sem conseguir desviar os olhos dos dele. 

Draco segurou sua mão com firmeza e gentileza ao mesmo tempo, passando a ela a segurança de que precisava. E quando ela se encontrava junto ao parapeito, de frente para ele, ele pousou sua outra mão na cintura dela e a trouxe para mais perto, a virando de frente para o horizonte e a encaixando entre seus braços. 

Hermione observou a vista que se estendia a sua frente. Era magnífica. Os campos de Hogwarts de estendiam a sua frente de forma que pareciam infinitos. O Lago negro refletia o brilho das estrelas fazendo a noite parecer ainda mais iluminada. 

—Isso é... Lindo. 

Draco pousou as mãos ao redor da cintura dela de forma delicada. Havia prometido não deixá-la cair, e cumpriria sua palavra. 

Observando o rosto dela iluminado pela luz pálida da lua e das estrelas ele teve de concordar. 

—Sim... É lindo. 

Hermione não sabia naquele momento, mas em instante algum os olhos dele se desviaram do rosto dela. Enquanto Hermione se maravilhava observando a noite, Draco se maravilhava observando ela. 

O tempo passou de forma apressada, os fazendo perder a noção do quão tarde era. Apenas perceberam que deveriam voltar a entrar no castelo quando Draco notou que ela estava com frio, apesar de ter seu corpo recostado contra o dele e estar praticamente sob sua capa. 

—Devemos entrar agora – disse ele, com o queixo apoiado no topo da cabeça dela. Seus braços ao redor dela, a mantendo perto, tentando manter o calor. 

—Eu não quero entrar ainda – admitiu ela. 

No fundo, ela sentia naquele momento uma paz que jamais pensou poder sentir. Era como se o mundo todo estivesse em silêncio. As vozes em sua cabeça que sempre a lembravam que haviam coisas a serem feitas e livros a serem lidos ficaram mudas no instante em que Malfoy a olhou com aqueles olhos de calmaria. 

—Vamos – disse ele. -  Está ficando frio aqui e não quero que pegue um resfriado. 

Draco virou-se para a porta e começou a andar, ainda com Hermione entre seus braços e sob sua capa. 

A diferença de tamanho fez com que ela não conseguisse acompanhar os passos dele, a fazendo para e começar a rir. 

Draco não teve uma reação inicial. O Riso dela fez o coração dele errar as batidas. Desde quando o riso de alguém pode ser tão gostoso de ouvir? Pensou ele. 

Ao parar de rir Hermione voltou a olhá-lo nos olhos, não estava mais colada a ele e queria estar preparada caso aquele momento fosse acabar de repente. 

Draco retirou a capa e tratou de colocá-la sobre os ombros da Leoa. 

Era ridiculamente maior que ela. Sua mão seque apareciam e o tecido seria arrastado pelo chão. Mas ele não se importou. Tudo o que conseguia pensar era que ela parecia bonita com sua capa. 

—Eu sabia que você era maior que eu, mas não imaginava que fosse tanto – disse ela, erguendo as mãos e tentando dobrar as mangas da capa. 

Draco se aproximou e pegou as mãos dela nas suas. Ele queria fazê-la colocar as mãos nos bolsos, assim não ficariam geladas. Mas parte de si queria continuar segurando a mão dela. Caso nunca mais pudesse fazer isso, pelo menos teria a memória. 

—Vamos entrar e aquecer você - disse ele, simplesmente. 

Uma onda de sentimentos o tomou. Foi tão intensa que sequer percebeu que Nick quase sem Cabeça falava com Hermione quando chegaram ao fim dos degraus que levavam a torre. 

—Não ouviu uma só palavra do que ele disse, não é? - Perguntou ela, assim que o fantasma se afastou. 

—Sou assim tão transparente, Granger? 

Hermione riu. Ele com toda certeza não era transparente. 

—Ele disse que Filch está por perto – disse ela. - Que não é sensato irmos para nossos salões comunais agora. 

Hermione se aproximou mais dele e apoiou seu queixo no ombro másculo. 

—O que faremos agora? - perguntou ela. 

Pela primeira vez na vida, sentia que não precisava se apressar para pensar, a pessoa com ela poderia ter a ideia brilhante, só dessa vez. 

—Você confia em mim? - Perguntou ele. 

Hermione não precisou se aprofundar em questionamentos. Ela olhou nos olhos dele e soube. Confiava nele. Não sabia o porquê nem desde quando, mas confiava. Assim, assentiu com a cabeça o observando espelhar sua reação. 

Pode ter sido loucura de sua cabeça, mas ela podia jurar que o tinha visto olhando para seus lábios. 

Draco começou a andar pelos corredores. Hermione não entendia para onde ele estava indo. Até onde sabia não havia dormitórios no sétimo andar. 

Ao chegar no último corredor, Draco ficou parado. Hermione queria perguntar se ele havia se perdido, mas em seu âmago ela sabia que não era isso. Então ela apenas esperou. Alguns segundos foram o bastante para que portas duplas surgissem em sua frente e Draco a olhasse com aquele sorriso de canto. 

—Que lugar é esse? - perguntou ela. As memórias de seu primeiro ano a tomando. Não queria dar de cara com outro Fofuxo. 

—Esta é a Sala Precisa. Um ambiente que pode se adaptar as necessidades de quem a procura. 

Hermione o olhou em choque. Ela havia lido sobre a Sala Precisa uma vez, mas não achou que fosse real. 

—Como sabe sobre esse lugar? 

Antes que Draco pudesse contar, ouviu-se um miado em algum lugar perto e os dois trataram de entrar na sala mágica. 

Hermione observou a decoração. Havia uma lareira acesa fornecendo calor e luz ao ambiente. Havia um divã em frente a ela, na cor azul marinho. Nas paredes havia estantes com livros e mais livros. Uma mesa redonda com um vaso e rosas vermelhas se encontrava mais adiante, e, ao fundo, uma cama de dossel com mais cobertores do que ela julgava necessário. 

Draco parou ao lado dela e parecia sem jeito. 

—Eu não sei como é o dormitório da Grifinoria, mas queria algo confortável... 

Ele parecia nervoso, suas mãos estavam unidas e sua feição demonstrava desconforto. 

—Isso é perfeito. Se não fosse por você eu provavelmente dormiria na biblioteca. 

—Você pode modelar a sala com o que quiser... Basta desejar e vai acontecer. 

Hermione pensou por um instante. Seus pés estavam gelados e ela queria um banho quente e poder vestir pijamas. 

—O que você desejou? - Perguntou ele, curioso. 

—Um banho quente. Vejo você em alguns instantes. 

E sem mais, ela foi até o banheiro. Ela não conseguia distinguir se aquilo era mesmo verdade. Parecia bom demais para ser real. Era calmo e aconchegante. Estar com Draco Malfoy era reconfortante. 

Despida de qualquer roupa e qualquer receio, ela tratou de aquecer-se na água quente do chuveiro. 

Quando voltou à sala, percebeu que ele estava sentado em frente a lareira. Seu cabelo parecia molhado e ele vestia um pijama negro que parecia sério demais para um adolescente. Ela andou até ele e percebeu que ele tinha um livro em mãos. 

—O que está lendo? - Perguntou, sentando-se ao lado dele e aceitando a xícara fumegante que ele lhe estendia. 

—Poesia. 

—Draco Malfoy gosta de poesia? - Ela não pode evitar demonstrar seu choque, mas a reação dele a pegou desprevenida. Seus olhos se tornaram mais nublados a menção de seu sobrenome e seus ombros endureceram. Era como se o momento estivesse prestes a acabar. 

Então, tentando se apegar ao momento mais um pouco, ela pediu: 

 -Leia para mim. 

E sem esperar uma resposta, ela pegou o cobertor que estava sobre o divã o estendeu sobre os dois, apoiando sua cabeça no ombro dele de novo e bebendo um gole do que ela descobriu ser chocolate quente. 

Ela não sabia precisar quantos poemas ele leu. Talvez tenha sido apenas um, talvez tenha sido uma dezena. A verdade é que em algum momento da noite ele pôs seu braço ao redor dela, a puxando para seu peito. O cobertor os abraçava com suavidade, mantendo o calor e a voz dele a fazia relaxar, então ela dormiu. 

Quando acordou no dia seguinte, eles estavam na cama, completamente enrolados nas cobertas e abraçados como se suas vidas dependessem disso. 

Sem ter coragem de levantar e voltar ao velho mundo, Hermione se manteve quieta observando o garoto ao seu lado e admirando que poderia ser o começo de algo maravilhoso. 


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Notas finais do capítulo

Eu não revisei, então peguem leve comigo.
Obrigado por ler até aqui :)



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