A Garota que Eu Conheci na Igreja escrita por Binishiusu Sensei


Capítulo 38
Ajustes na Rotina




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Depois de ficar de janeiro até fevereiro esperando pra saber se teria resposta de Yumi, Sara sentiu alívio ao ler a resposta da namorada à sua primeira mensagem. Porém, quase no mesmo momento, veio de novo a ansiedade crônica que a perseguia há meses. Ela sabia que o fato da Yumi ter conseguido responder já era por si só uma boa notícia, mas também sabia que iria precisar dar más notícias na sua próxima mensagem.

Bom, eu esperei até ela me responder antes de escrever isso, acho que fiz certo… - pensou, enquanto se preparava para escrever o mais rápido possível a sua resposta. - No dia seguinte, depois que eu escrevi a minha primeira mensagem, já quis escrever a segunda… Mas eu não sabia se a Yumi conseguiria usar a conta, tinha essa possibilidade. E eu também não queria deixar mais coisa registrada aqui do que o necessário, por que o que eu tenho pra dizer pra ela agora não pode ser lido por outra pessoa sobre hipótese alguma. Mas essa primeira parte do plano deu certo… Se o nosso plano vai de fato começar agora, quer dizer que os nossos problemas também vão. - Então, depois de terminar essa linha de pensamento, Sara se colocou para escrever a mensagem.

Assim que terminou o pequeno “jornal” que foi a sua segunda mensagem,  sentiu uma dose de desânimo. - Seria muito mais fácil se ela pudesse fazer o ENEM em Santa Catarina e pudesse concorrer pelo SISU… Eu fico pensando em formas de trazer ela pra cá no dia da prova, mas parece impossível, e pra piorar ela precisa vir pra cá duas vezes. Acho que não tem como… Mas eu não quero aceitar que talvez ela não entre na faculdade porque nem pôde fazer a prova. Se as nossas famílias apoiassem a gente e nos aceitassem do jeito que nós somos, não teríamos que estar passando por isso, poderíamos só ficar juntas enquanto cada uma estuda o que gosta. Fico louca quando penso na forma como complicam a nossa vida - disse para si mesma em pensamento, enquanto fechava a janela anônima e desligava o computador. 

Tá… Eu preciso continuar pensando em como trazer a Yumi pra cá nos dias da prova… Preciso estudar pro meu vestibular; fazer as coisas do meu estágio; terminar o meu curso técnico no Senai; fazer as tarefas do colégio e ir pro clube dos desbravadores. É muita coisa… Eu tô cansada, ansiosa e com muita coisa pra fazer, essa não é uma boa combinação de coisas. Não sei de nada agora… Melhor ir dormir, já perdi muito sono - pensou Sara, antes de ir se deitar. Porém, antes de dormir, não pode deixar de lembrar de mais uma coisa - no internato ela só pode usar a internet nos finais de semana, então na melhor das hipóteses ela vai me responder no sábado. Ok, vou esperar, tomara que ela não fique tão triste com a notícia. Se isso já é difícil pra mim, imagina pra ela… 

No outro dia, acordou cedo e com o cansaço habitual que tinha acumulado até aquele momento. Além disso, estava irritada, pois desde que tinha escrito a sua última mensagem, não pode deixar de pensar em quanto as pessoas do seu entorno tinham feito mal pra ela e pra Yumi. Sara sabia que não adiantava remoer sentimentos, mas não podia evitar de sentir indignação com a situação. - Seria muito, muito mais fácil se deixassem a gente em paz - pensou em vários momentos do dia. - A semana foi se passando e Sara continuou lidando normalmente com as suas demandas, mas o sentimento de indignação a acompanhou, enquanto a ansiedade pela resposta de Yumi começava a aumentar. 

A irritação, que era resultado dos vários sentimentos que tinha acumulado, era algo diferente do que vinha sentindo até então. Nos últimos meses, Sara se lembrava de ter ficado triste, deprimida e ansiosa. Chegou a sentir raiva também, mas o seu momento de raiva foi apenas quando brigou com a Jéssica, depois daquilo seus sentimentos não tinham aspectos agressivos. Porém, com a situação do vestibular da Yumi, percebeu que estava se tornando hostil. Não era um sentimento que gostava ou aprovava, mas era o que estava sentindo e por isso, não era correto dizer que Sara estava bem.

Tirando a sensação de irritação, não houve nada que fosse excepcional para Sara naquela semana. Suas atividades foram intensas, da forma como tinha previsto, pois era o que já estava acontecendo desde que seu pai tinha lhe imposto aquela rotina. Quando chegou sexta à noite, Sara chegou ao ápice de ansiedade e cansaço, como acontecia toda semana, e acrescido a isso, tinha também a expectativa da resposta de Yumi.

No outro dia, quando acordou, foi muito rápida em verificar se Yumi já tinha respondido a mensagem. Não tinha nada novo no documento, então ela foi para o culto do sábado de manhã ainda esperando a resposta, que só veio depois do almoço. Quando Sara abriu o documento e viu a segunda mensagem de Yumi, sentiu outra vez o alívio por ter recebido a resposta, porém, dessa vez se preparou psicologicamente para ler algo que não seria feliz. - É isso, tomara que ela não tenha ficado tão triste - pensou, antes de finalmente poder iniciar a leitura.

Yumi

Oi meu amor. Acabei de ler a sua resposta, que pena que a situação ficou assim. Vi que vc pensou bastante sobre como contornar o problema, mas acho q vc tem razão, aparentemente n temos uma solução pra isso agora. Mas fique tranquila, minha intuição me diz que ao longo do ano vai aparecer uma forma da gente resolver isso, então não precisa ficar sofrendo e se culpando por ainda não ter encontrado uma solução. Obrigada pelo carinho e cuidado q vc mostrou na última mensagem, sei q vc deve ter gastado bastante tempo pra pesquisar as coisas do vestibular, e eu te conheço bem o suficiente pra saber que vc está pensando nisso em vários momentos do seu dia. 

Querida, eu também sei q vc tem mais coisas pra fazer aí em Araucária do que eu aqui no internato, então, n deixe de priorizar suas coisas, eu estou bem e também estou tentando descobrir uma solução pra isso, n carregue todo esse peso sozinha, isso é algo com q nós duas precisamos lidar, n coloque o meu vestibular como mais importante que o seu. Pense em vc também, tá bom? Juro q estou pensando em vc!!! Mais uma coisa bem importante, na última vez q a gente se viu, vc me contou q o seu pai tinha tirado vc do curso de desenho e q vc estava sem tempo pra desenhar. Bom, eu tenho praticado o piano no meu tempo livre desde q voltei pro internato e isso tem feito muito bem pra mim. Eu tô menos ansiosa e tenho passado melhor o meu tempo aqui e eu queria q vc pudesse sentir o mesmo alívio q eu. Por isso, queria pedir q vc voltasse a desenhar, minha intuição também me diz q isso está te fazendo muita falta. 

Bom, agora sobre os meus estudos… Vou fazer igual vc falou e estudar com empenho nos próximos meses. Eu sinto que de alguma forma vou acabar prestando o vestibular, então prometo q vou estar preparada pra passar. Acho q é isso q eu tinha pra dizer… E olhando bem, vc n é a única q escreve mensagens longas rsrs. Estou torcendo pra dar tudo certo e estou estudando bastante, espero q as coisas dêem certo. Então pra acabar… Boa sorte com as suas coisa aí em Araucária, espero q vc também encontre um tempinho pra fazer o q vc gosta e q isso te faça bem. Bjs, até depois S2

 

Uau, ela realmente me conhece bem - pensou Sara, no momento em que terminou de ler a mensagem. - No comecinho ela escreveu que a intuição dela diz que vai dar tudo certo… Na maior parte do tempo a Yumi não é intuitiva, tem haver com a falta de confiança dela. Se ela está seguindo a intuição, quer dizer que finalmente está ficando mais segura de si.  Bom, isso também é uma boa notícia. Ela também me pediu pra voltar a desenhar… A verdade é que eu tive tempo pra desenhar nas férias e não fiz isso. Não é exatamente por falta de vontade, mas eu sinto que tem alguma coisa me bloqueando pra desenhar. Talvez seja trauma, mas não sei definir, só sei que quando eu pego um lápis, não sinto mais as coisas fluírem como antes. - Depois de pensar nisso, Sara se pôs a escrever a sua resposta. 

Sara

Oi querida, q bom q deu pra vc me responder de novo. Também fiquei contente em ver q vc está confiando na sua intuição. Vc tem razão, ao longo do ano vai aparecer uma solução, vou tentar ficar menos preocupada com isso. Boa sorte com os seus estudos pro vestibular, do jeito q vc empenhada, vai dar td certo. 

Sobre o q vc falou no final da mensagem… N tenho conseguido desenhar, mas é mais por bloqueio criativo mesmo. É complicado de explicar, eu mesma ainda n entendi, mas fiquei feliz q vc lembrou disso. Vou fazer o seu pedido, n faz sentido eu ficar sem desenhar. Ah, uma dúvida q surgiu agora, vc tem professora de piano no internato, ou vai ter q estudar sozinha mesmo??? Bom, acho q isso… Assim q eu tiver novidades te aviso, bjs ♥

 

Dessa vez, quando terminou de escrever a mensagem, Sara sentiu outra dose de alívio, porém, o sentimento de ansiedade não interrompeu o seu sossego. - Eu fui ficando muito estressada de uns tempos pra cá… Não foi sem motivo, claro, mas eu preciso melhorar, se eu continuar assim não vou conseguir me concentrar nos meus estudos e nem nas minhas outras obrigações.

O problema, é que com o volume de coisas que eu estou fazendo, não está sobrando energia pra outras coisas - pensou, enquanto fechava a janela anônima e desligava o computador. - Acho que um pouco é por isso que eu não tô desenhando. Tem uma situação traumática envolvida e uma carga de estresse por várias atividades. Claro, também tem a ansiedade… Estresse, ansiedade e carga horária cheia por coisas que eu não escolhi fazer. Não vou pro estágio e nem pro curso técnico porque escolhi, é por que eu sou forçada. E ainda tem o clube de desbravadores pra estragar o meu domingo… 

Enquanto divagava nesses pensamentos, foi deitar, era mais agradável pensar enquanto estava na cama. - Durante a semana eu realmente não tenho tempo pra nada. É estágio de manhã, curso à tarde e colégio à noite. Bom, sexta à noite eu não vou pro colégio por causa do horário do pôr do Sol, mas esse é o momento em que eu estou mais cansada na semana. Sábado de manhã eu tenho que ir pra igreja e às vezes de tarde tem alguma atividade que meu pai vai fazer eu participar. Mas o normal é ter a tarde e a noite de sábado livres. 

Por causa do descanso sabático e a relação dele com o pôr do Sol, eu só posso voltar a “trabalhar” depois que acontecer o pôr do Sol do sábado, porque daí biblicamente já será considerado domingo. Mas, no domingo de manhã tem o clube de desbravadores… Não gosto disso. No domingo de tarde eu estou livre, mas é o único momento que eu tenho pra fazer as tarefas do colégio e do curso. Tá difícil achar tempo pra desenhar e pra estudar… Bom, vou ter que fazer o possível.

O que é possível no meu caso? A aula do colégio acaba às dez e quarenta da noite e eu preciso acordar todo dia às seis pra poder ir pro estágio. Até voltar pra casa, comer, tomar banho… Na melhor das hipóteses eu consigo estar na cama meia noite. Eu acumulo noites mal dormidas de segunda à sexta. Quando é sexta-feira à noite eu obrigatoriamente preciso de uma noite de sono, então é recomendável dormir o mais cedo possível. Se eu acordar às sete e meia pra ir pra igreja, tendo ido dormir até nove e meia na noite anterior, são dez horas de sono. Acho que nesses momentos sou defensora do descanso sabático bíblico, se eu fizer isso sempre eu consigo resetar o meu sono.

O que mais dá pra fazer? Se eu dormir bem sexta à noite, vou ter disposição outra vez, então quer dizer que sábado de tarde é um bom momento pra desenhar. Como eu já vou ter reposto as noites mal dormidas na sexta, sábado eu não vou precisar mais do que oito horas de sono. A reunião do clube de desbravadores é às oito e meia. Se eu acordar às sete e meia eu chego na hora. Então eu posso ir dormir até no máximo onze e meia da noite. Já vou ter passado a tarde desenhando, então melhor esse momento só pra relaxar mesmo. Vou reservar o sábado à noite pra maratonar animes, faz muito tempo que eu não assisto nada.

Ok, se eu dormir bem sexta à noite, desenhar no sábado à tarde e maratonar animes à noite, eu provavelmente consigo resetar a minha cabeça do estresse e cansaço que eu acumulei na semana. Porém, domingo acaba o descanso, porque tem o clube de desbravadores de manhã e à tarde eu preciso estudar… Bom, acho que é isso que eu posso fazer por enquanto. Melhor só seguir este plano por hora, vamos ver se isso funciona - pensou Sara, que sem demora levantou da cama e foi procurar seus materiais de desenho. 

Finalmente, depois de meses, voltou a desenhar. Fez desenhos dos personagens de anime que gostava, mas nenhum deles ficou bom e ela percebeu que demoraria um tempo para recuperar a prática. Mesmo assim, já se sentiu um pouco melhor. Quando veio a noite, maratona animes como tinha planejado, e foi dormir cedo. No domingo, foi capaz de resolver as atividades pendentes do colégio. Precisou ficar trabalhando quase até a hora de ir dormir, mas ficou satisfeita com o próprio desempenho depois que acabou as atividades. Porém, no outro dia, mesmo estando com a mente mais “relaxada” por causa do descanso do sábado, ainda estava com seu cansaço habitual.

Se sentiu um tanto desapontada quando acordou, pois ficava entristecida por ter que “viver cansada”. Foi pro estágio normalmente, chegando lá com o seu pai com uns quinze minutos de antecedência. Nisso, foi pro saguão do colégio, onde também ficava a cantina. Naquele espaço, cabiam em torno de duzentas pessoas e havia várias mesas e cadeiras de plástico em fileira. Alguns alunos do Sesi e outros do Senai já estavam lá. Foi então, quando Sara se sentou numa das mesas para esperar o tempo passar, que viu um rapaz de óculos estudando. 

Ele estava do outro lado da mesa. Ao seu redor, estavam alguns cadernos e livros. Ele parecia concentrado nos cálculos que estava fazendo, mas tinha olheiras profundas nos olhos, demonstrando que ele era um ser humano que provavelmente iria compreender o cansaço de Sara. Sem nada pra fazer naquele momento, ela agiu de sua forma habitual e analisou tudo o que podia sobre a pessoa que estava vendo. 

Ele usa óculos de grau alto; não arrumou bem o cabelo antes de vir pra cá; está com a calça do uniforme, mesmo com o Sesi permitindo os alunos usarem jeans; as olheiras dele parecem ser o acúmulo de várias noites sem sono e não apenas uma; ele está fazendo os cálculos com pressa, por que provavelmente é uma atividade que ele vai ter que entregar hoje e não fez - pensou Sara, enquanto assistia o empenho do rapaz em terminar a atividade que estava fazendo. 

Ele tem cara de gamer, acho que ele passa as noites jogando, por isso dorme pouco. Ele não está estudando direito e tem dormido mal, mas parece que vai dar conta de terminar a atividade, mesmo cansado ele parece estar bem pilhado - pensou Sara, que enquanto tinha esse pensamento na mente, viu o garoto pegar um copinho de café que estava do seu lado e terminar com um único gole.     

Ele também não tem modos… - Pensou imediatamente. Porém, quando reparou no café, outro pensamento lhe ocorreu - na minha religião falam que café faz mal, então meus pais nunca deixaram eu tomar. Já li sobre café na internet, no blog do Drauzio Varella ele diz que só faz mal se a pessoa beber quantidades absurdas, pra mais de um litro. Fora que a dependência e a tolerância que o café gera acabam se você ficar uma semana sem tomar. Realmente, essa é outra das bobagens que me ensinaram na igreja. É mais uma coisa de gente que fica tentando legislar todas as áreas da vida pra ser santo. Uma vida saudável não é assim, isso não funciona no mundo real. 

Depois de pensar mais um pouco nisso, concluiu - não tem motivo pra não tomar café se eu não quiser. E pensando bem, café pode ser uma boa pra me ajudar a ter mais disposição. Acho que é isso que tá me faltando… O garoto não taria pilhado agora há pouco se não tivesse tomado um café pra acordar. Ok, eu tenho meu dinheiro do estágio e tem a cantina aqui do lado, hora de beber um café. - Então, aproveitando que seu pai não visitava a cantina neste horário, Sara tomou seu primeiro café. Gostou, ela sentiu sua disposição aumentar e o humor melhorar. Decidiu naquele dia que iria colocar o café na sua rotina.

Durante o restante da semana, Sara cumpriu todas as suas obrigações com mais disposição. O descanso do sábado tinha ajudado, mas os cafezinhos que tomou de manhã e de tarde foram outro grande fator que a ajudou a se manter funcionando, além de serem pequenos momentos de alegria pra ela, pois realmente tinha gostado de tomar um cafézinho. Porém, obviamente, não era apenas isso que estava dando energia pra ela. O grande diferencial, desse ano pro anterior, é que dessa vez ela tinha perspectiva de futuro e não parecia estar vivendo num pesadelo.

***

Mais uma vez, depois de voltar do culto de sábado de manhã, Yumi pegou o tablet de Rute para ler a mensagem de Sara. Porém, dessa vez, não foi para o salão de convivência para usar a internet, preferiu ficar no quarto. Apenas ela e a Rute estavam ali, pois a Fernanda e a Luana gostavam de ir pro salão para ficar conversando com as outras amigas. Rute estava deitada na cama, lendo aquela cópia de Crônicas de Nárnia, que nessa altura, já estava quase no fim do livro.

Yumi leu a mensagem de Sara e ficou contente por ter conseguido ser assertiva em consolar a namorada e em dar a sugestão sobre desenho, porém, a pergunta que Sara fez no final da mensagem chamou sua atenção. - Eu já fiz o técnico em piano, em tese eu posso continuar estudando sozinha… Mas seria bom ter uma professora me orientando, caso ela tenha mais que o técnico em piano. É, eu preciso de uma professora que saiba mais do que eu, então o ideal seria encontrar uma professora que tivesse feito o bacharelado em piano. Não creio que seja o caso, acho que a professora de piano aqui do internato fez licenciatura em música, então talvez ela não tenha muito o que me ensinar.

— Você tá estranha de novo - disse Rute, que tinha parado a sua leitura e estava assistindo as reações de Yumi.

— Não é nada… É que eu tava pensando em achar uma professora de piano - respondeu Yumi, ainda com o tablet na mão.

— Ué, vai falar com a professora Vanessa, ela que é a professora de piano do conservatório do internato - respondeu Rute, enquanto depositava o livro em cima do armário de cabeceira.

— Então… Eu já fiz o técnico em piano, sabe? Então tecnicamente, eu terminei todos os estágios que tem num conservatório normal. A próxima etapa pra mim seria o bacharelado em piano - respondeu Yumi, dessa vez, deixando o tablet de lado e olhando diretamente para Rute, que estava do outro lado do quarto.

— Hum… Mas a professora Vanessa é boa, não compensa você fazer aulas com ela pra não perder a prática?

— Talvez… Você sabe qual é a formação dela? - Perguntou Yumi.

— Sim, quando eu tava no primeiro ano foi quando contrataram a Vanessa. Falaram pra gente que ela tinha feito bacharelado em piano na Belas Artes de Curitiba - respondeu Rute, com naturalidade, sem saber a relevância daquela informação.

— Você tem certeza? - perguntou Yumi, que agora tinha ficado surpresa.

— Absoluta - respondeu Rute, agora estranhando a reação de Yumi. - Por quê? Faz diferença ela ser formada lá?

— Faz total diferença, eu quero fazer o vestibular da Belas nesse ano - respondeu Yumi, eufórica.

— Ah, agora entendi. Você tem que tocar piano pra passar, né?

— Sim, e vou precisar tocar bem. Ok, obrigada por me falar da Vanessa, vou pedir pra ser aluna dela - respondeu Yumi, que logo se levantou da cama e foi em direção à porta.

— Você vai fazer isso agora? - Perguntou Rute, incrédula com a predisposição da outra garota.

///

Olá para todes!!! Mais uma vez, agradeço pela leitura de vcs. Sobre o cap. de hj... Sim, senti q precisava ter muitos pensamentos da Sara, tem importância narrativa para a continuação da história. No próximo capítulo, vou mostrar um pouco mais da rotina da Yumi. Até a próxima sexta-feira, bjs ♥


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