Ato de Amor escrita por Princess of Roses, ImperatrizPersefone


Capítulo 1
O amor mais puro


Notas iniciais do capítulo

Olá, feliz Natal a todos!

Para comemorar essa data tão especial que nos remete a tantas coisas foas, como família reunida e união. Minha amiga e eu escrevemos essa pequena oneshot com muito carinho.

Espero que gostem e tenham uma boa leitura.



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Para muitas pessoas aquele era apenas mais um dia comum, mas na sala da vice-presidência da empresa Solo um belo ruivo não via nada de comum naquele dia.
Já fazia mais de uma semana que o mar estava incontrolável causando uma enorme destruição em vários lugares do mundo e naquele momento Sorento fazia um enorme esforço para não chorar ao ver aquelas imagens na televisão.

Sorento

Sinto uma enorme dor no meu coração ao ver tanta destruição e ouvir o enorme número de mortos e desabrigados só me deixa ainda mais triste.
Infelizmente a humanidade está pagando um preço muito alto por causa da ganância de várias pessoas que não se importam em destruir a natureza para conseguirem ainda mais dinheiro.

O aquecimento global está tão intenso que destruiu uma boa parte das geleiras e consequentemente o nível do mar se elevou tanto que muitas cidades do litoral estão alagadas e até desapareceram do mapa.

E para piorar tudo alguns países foram atingidos por tsunamis e tempestades muito violentas.
A natureza está cobrando o preço e infelizmente muitas pessoas inocentes perderam a vida e outras o seu único lar.

Infelizmente todos os nossos esforços nas campanhas de conscientização ambiental e combate a poluição foram em vão e não conseguimos impedir essa enorme tragédia.
O que mais me deixa com raiva é que só agora aqueles políticos nojentos parecem se preocupar com as questões ambientais, mas agora é tarde demais e nem mesmo Poseidon é capaz de controlar a fúria dos oceanos.

Era obrigação da Atena impedir que isso acontecesse, mas aquela deusa fútil e egoísta nunca se preocupou com a terra e não senti nenhuma pena dela quando descobri que nessa vida ela morreu quando ainda era bebê.

Aquela deusa nojenta não fará nenhuma falta e ainda nos deixou com um enorme problema.
Agora a minha maior preocupação é com o Julian, sei que ele está muito triste ao vertantas pessoas inocentes sofrendo dessa forma, mas infelizmente nenhum de nós poderia impedir essa enorme tragédia.

Em seguida desligo a TV e depois pego os relatórios desse mês e vou para a sala do meu melhor amigo e irmão de coração. Os outros generais marinhas também ocupam cargos importantes nessa empresa e fazemos de tudo para facilitar o trabalho do Julian, mas algumas coisas só ele pode fazer.

Julian

Apesar de todos os meus esforços fui incapaz de controlar as águas tão violentas e em várias partes do oceano ao mesmo tempo.
Estou em pé em cima de um monte elevado vendo como as ondas destruíram um país que tinha praias muito cobiçadas por turistas por serem belas.

Infelizmente a humanidade nunca soube cuidar da natureza e agora todos sofrem a consequência de décadas de poluição dos rios, mares e oceanos e de cortar árvores por causa da ambição de conseguir muita riqueza.

Infelizmente vejo que muitas crianças também morreram por causa das águas, sinto as lágrimas molharem o meu rosto, embora seja reencarnação de um deus fui totalmente incapaz de ajudar as pessoas.

Meu coração está despedaçado, depois de chorar bastante vendo aquela tragédia volto para a confortável mansão onde moro sentindo que é muito errado eu ter tanto conforto enquanto outros passam fome e sofrem por terem perdido suas famílias e suas moradias.

Sorento

Quando a forte chuva dá uma trégua, me reúno com os outros generais marinas e vamos para algumas áreas atingidas tentar ajudar um pouco as vítimas dessa enorme tragédia.
Distribuímos muitos alimentos e depois toco um pouco a minha flauta para tentar trazer um pouco de alegria e conforto a essas pessoas.

Também uso o meu cosmo para dar um pouco de paz a essas pessoas que estão sofrendo e sinto o meu coração sangrar quando vejo que muitas crianças perderam os seus pais e agora estão sozinhas no mundo.

Passamos vários dias tentando ajudar as vítimas dessa tragédia, mas infelizmente não podemos fazer muita coisa. Nesse momento fico com muita raiva dos meus poderes, sempre os achei inúteis e nem agora estão tendo muita utilidade pois o efeito da minha música acaba passando com o tempo.

Todos me consideram um dos generais marinas mais poderosos, mas eu não me vejo dessa forma.
Quando volto para a mansão já é muito tarde, mas como não tenho sono apenas tomo um banho e depois vou para o terraço onde tenho uma vista privilegiada da praia.

Passo um bom tempo observando o céu estrelado enquanto lembro daquelas pessoas desamparadas, me sinto péssimo por não poder fazer mais por elas. Infelizmente sou apenas um homem e não posso fazer um milagre tão grande.

Momentos depois materializo a minha flauta dourada e começo a tocar uma música para tentar acalmar o meu coração. Novamente sinto como se me unisse a minha flauta e me entrego a esse momento de meditação.

Julian

Sei que os meus marinas estavam em uma cidade grega ajudando as pessoas necessitadas, porém não há quase nada que se possa fazer, por isso preferi continuar na minha casa, estou muito triste por não ter sido capaz de salvar tantas vidas.

Sinto que o meu amigo está muito triste e vou até ele, até o som da sua música está triste hoje, mas observando bastante percebo que ele está magoado consigo mesmo e isso é algo perigoso, nunca desprezei os poderes de ninguém e por isso não consigo entender porque ele se sente tão mal.

— Os seus poderes são ótimos, não deve se sentir mal por algo que nem eu pode impedir.
— Nenhum de nós poderia impedir aquela tragédia, mas os meus poderes são inúteis e não servem pra nada pois os efeitos da minha música acaba com o passar do tempo.
— Eu sou um deus e meus poderes também são ineficazes para ajudar tantas pessoas, por isso não sai daqui. Infelizmente as pessoas que são culpadas por esse acontecimento, a natureza está cobrando o mal que lhes fizeram durante décadas.
— Entendo perfeitamente como está se sentindo, foi muito duro ver tantas pessoas sofrendo e não poder fazer muito por elas. E você está certo, agora a natureza está cobrando o preço e temo que seja tarde demais para qualquer tipo de mudança. Queria muito poder ajudar mais aquelas pessoas inocentes, mas infelizmente não posso fazer milagres.
— Nem eu posso fazer milagres, meu amigo. Foi muito doloroso ver tantas sofrendo e não poder fazer simplesmente nada para ajudar. Agora é tarde demais, a única que podemos fazer é aconselhar todos a parar de poluir as águas e não morarem perto das praias.
— Infelizmente foi preciso acontecer uma enorme tragédia global para aqueles gananciosos tomarem vergonha na cara. Ver tanto sofrimento e destruição mexeu demais comigo, refleti muito nesses últimos dias e estou pensando seriamente em vender boa parte dos bens que eram dos meus pais e fazer uma longa viagem para dar um pouco de conforto a essas pessoas e também fazer esse trabalho de conscientização.
— Infelizmente essa tragédia não fará a ganância dos mais ricos diminuir. Estamos em uma época que o egoísmo vigora e as pessoas não importam se outros sofrem. Essa viagem te fará muito bem, porém nem gastando toda a minha riqueza é capaz de diminuir o sofrimento de todas as pessoas que tiveram suas vidas destruídas.
— É só você mandar uma enorme tempestade destruir aquelas fábricas e madereiras imundas que os nojentos vão sentir no bolso a consequências de seus atos. E estava pensando em te convidar para vir comigo, sei que detesta ficar trancado naquele escritório e viajar um pouco vai te fazer bem.
— Fazer isso seria muito legal, porém teria que controlar bem para não atingir nenhum inocente. Faremos essa viagem juntos, mas não dá para ajudar tantas pessoas como você pensa.
— Nos finais de semana aqueles lugares ficam quase completamente vazios, seria um bom momento para atacar. E eu sei disso, mas podemos fazer o que estiver dentro do nosso alcance.

Sorento

Depois que digo aquelas palavras vejo o Julian sorrir de leve e também faço o mesmo, conversar com ele me ajudou a me livrar daquele enorme peso que sentia no meu coração e também consigo parar de me culpar por não poder fazer muita coisa.

Ficamos um bom tempo conversando e só nos despedimos quando sentimos o sono chegar.
Já no dia seguinte começo a ver todos os detalhes para a nossa viagem, sei que o loiro odeia burocracias e como ele ainda está triste é melhor o poupar dessa chatice que felizmente domino muito bem.

Julian

Conversar um pouco com o meu melhor amigo tira um pouco da tristeza do meu  coração, ele é uma pessoa muito sensível e sempre está disposto a ajudar os mais necessitados.
No dia seguinte ligo para uns empregados para que deixem o meu barco arrumado, é mais fácil viajar pelo mar, assim também olharei como está as águas, não preciso ter medo já que posso as controlar de forma que nada acontecerá conosco mesmo as ondas estando muito violentas.

Sorento

Felizmente consigo vender rapidamente aqueles bens e sei que não me farão falta e que estou fazendo a coisa certa. Decidi ficar só com a casa onde morava com os meus pais e que ainda a uso de vez em quando.

Fiquei um pouco receoso quando o meu amigo me falou que vamos viajar no seu iate, mas no fundo entendo a escolha dele e essa é a melhor opção para a nossa viagem.
Também viajaremos sozinhos, nós dois sabemos pilotar aquele barco e não me importo de cozinhar para nós dois.

Quando chega o dia da nossa partida, nos despedimos dos nossos amigos e embarcamos no iate que já está abastecido e pronto para a nossa longa viagem.
Em pouco tempo já estamos em alto mar e deixamos o barco no piloto automático, as águas estão muito agitadas e fico triste quando vejo que estão muito sujas e cheias de óleo e lixo.

Nesse momento sinto uma mistura de raiva e tristeza no cosmo do Julian, ele ama o mar e sei que deve estar sendo horrível pra ele ver o oceano tão poluído, mas tenho esperança de que as coisas mudem e essas águas voltem a serem limpas.

Julian

É tão bom entrar novamente no meu iate, faz anos que não viajo nele, porém ele sempre é bem cuidado para que esteja pronto para ser usado quando eu desejar. Esse barco é muito confortável e dez pessoas podem viajarem nele sem nenhum processo, já viajarem com os meus sete marinas e a minha sereia e todos foram acomodados confortavelmente, porém dessa vez só viajarei com o Sorento, os outros ficarão na Grécia e continuarei mantendo contato com eles através do meu cosmo, afinal as cidades gregas também necessitam de ajuda humanitária.

Ligo o iate e quando está longe da praia o deixo no piloto automático, vou para a área externa do barco e fico em choque ao ver as águas totalmente poluídas, nem parece haver vida no oceano, o pior é que enquanto muitas pessoas sujam os mares, outras pessoas dependem das águas para conseguirem sustentarem as suas famílias.

Meu cosmo fica um pouco agitado ao ver uma enorme mancha de óleo no mar, isso prova como a natureza está quase destruída e mesmo assim as pessoas não tomam consciência que necessitam das águas para sobreviverem, chego a conclusão que em breve as pessoas morreram por não ter mais como sobreviver na superfície e a culpa disso é da própria humanidade.

Sorento

Fico muito preocupado ao ver  enorme tristeza do meu amigo e imediatamente as águas começam a ficar agitadas e o céu escurece rapidamente.
Não posso deixar que ele perca o controle dessa forma, entendo perfeitamente a dor dele, mas ainda há esperança de salvar os mares e reverter essa situação tão ruim.

Em seguida vou até o meu irmão de coração e coloco uma mão no seu ombro, não posso deixar que ele seja dominado por essa enorme tristeza misturada a raiva

— Entendo perfeitamente a sua dor meu querido amigo, mas ainda há esperança. Se pararem de poluir e fizerem algo para recuperar os mares essas águas voltarão a ser limpas e cheias de vida.
— Meu amigo, infelizmente as pessoas não pararam de poluírem os mares. Acho que você já leu sobre o mar de lixo que existe no mar Mediterrâneo há anos e ninguém faz nada para o limpar. Os governos só pensam em seus próprios interesses e quem realmente sofre são os seres marinhos que não podem se defenderem.
— Eu já li sim, é muito triste ver como desprezam a natureza em nome do dinheiro e como sou um general marina consigo sentir o sofrimento desses pobres seres marinhos. Mas depois de tanta tragédia algo tem que mudar e não ficarei de braços cruzados, aqueles nojentos só precisam sentir que também vão afundar se não fizerem algo. Eu trouxe alguns esqupamentos e farei vários registros. Se aquele imprestável da Atena tivesse feito algo, a situação não teria chegado a esse ponto.
— Eu sou o deus dos mares, sinto a dor de cada ser marinho que morre por causa da poluição e infelizmente não consigo fazer nada para os ajudar. Como tenho corpo humano não consigo usar meu cosmo para limpar os mares, seria algo muito trabalhoso e o meu corpo não aguentaria isso, mas tenho vontade de fazer isso mesmo que o povo suje o mar novamente não estarei na terra para ver tanto sofrimento.
— Nós vamos combater essa poluição sem que seja preciso você sacrificar a sua vida, agora é a hora certa de atacar aqueles nojentos que só pensam em dinheiro. Você sabe que pode contar comigo e com os outros marinhas, nós estamos juntos nessa luta e vamos vencer.

Depois que digo essas palavras dou um abraço carinhoso no meu amigo se sinto o seu cosmo se acalmar um pouco e os seus músculos relaxarem. Como sou o mais próximo do Julian entendo perfeitamente os seus sentimentos e não posso deixar que faço uma loucura.

Ficamos conversando por um bom tempo e depois vamos para a área da cozinha onde faço o nosso almoço enquanto o loiro fica mexendo no notebook.
Já na parte da tarde pego o drone e faço um vídeo bem forte mostrando a terrível situação do mar e falo umas duras verdades usando o microfone.

Assim que termino o vídeo o posto na minha rede social e o Julian também o compartilha na sua rede social para que mais pessoas o vejam e tomem vergonha na cara.
Quando chegamos ao nosso primeiro destino, distribuímos muitas cestas básicas e conversamos com várias pessoas em uma tentativa de dar conforto e apoio a elas.

Sempre que posso toco a minha flauta e uso o meu cosmo para dar conforto e esperança a essas pessoas que estão sofrendo. Também não esqueço da parte da conscientização e vejo que agora as pessoas percebem o enorme erro que cometeram ao abusarem tanto da natureza e nunca a proteger.

Passamos vários dias naquela região e depois seguimos a nossa viagem, faço questão de fazer vários registros e os postar.
Me sinto muito bem por poder ajudar um pouco essas pessoas e ao contrário do que eu pensava, os meus poderes estão sendo de grande ajuda nesse momento.

Percebo que essa viagem também está fazendo muito bem ao meu querido amigo, agora o seu cosmo está mais calmo, mas o melhor de tudo foi ver na TV que vários donos de fábricas e madereiras estão indo para a falência e estão sendo fortemente boicotados por não desejarem parar de poluir e destruir a natureza.

Julian

Conversar abertamente com o meu amigo conforta um pouco o meu coração que está tão triste por causa da morte das vidas marinhas.
Mesmo com os vídeos que mostramos nas redes sociais mostrando a real causa do desastre que afetou muitas pessoas, percebo que os mais ricos continuam poluindo a atmosfera e os mares.

Estar perto das vítima das águas só faz o meu coração ficar mais triste, muitas dessas pessoas já tinham vidas difíceis e não mereciam sofrerem mais, mas infelizmente foram os mais afetados por morarem em locais perto das praias em casas muito simples e viviam de pescar e venda de peixes.

Sorento

É muito triste ver tantas pessoas sofrendo e infelizmente ainda tem muitos nojentos gananciosos que continuam poluindo mesmo com a terra estando no seu limite.

Os nossos vídeos até conseguem causar uma grande revolta, mas infelizmente parece que a humanidade está condenada a extinção por causa da sede de dinheiro e poder.
É muito triste ver tanto sofrimento e esse planeta tão lindo ser destruído dessa forma.

Em uma das nossas paradas visitamos uma pequena cidade e fico em choque ao ver tantas crianças órfãs tendo que lutar para sobreviver e muitas até precisam roubar para não morrer de fome.

Mas no meio da madrugada acordo bruscamente ao sentir o cosmo do meu amigo elevado de uma forma absurda, sinto tanta tristeza e ódio nele que fico desesperado e só consigo pensar que ele vai acabar se matando.

Não penso duas vezes e saio correndo do meu quarto e vou para a parte externa do iate e quase entro em desespero quando vejo o corpo do Julian tomado pelo seu cosmo azul e momentos depois o brilho desaparece e o vejo cambalear.

Felizmente consigo o segurar a tempo e percebo que ele fez um enorme esforço levando o seu corpo quase ao limite. Imediatamente o lavo para o seu quarto e o acomodo na cama.
Ver tanta destruição e sofrimento foi demais pra ele e nesse momento começo a pensar que foi uma péssima ideia o convidar para vir comigo nessa viagem.

Fico o tempo todo ao lado do meu amigo e quando pego o meu tablet para ver as notícias vejo que muitos lugares poluidores foram completamente destruídos por tornados uma forte chuva de granizos. O susto foi tão grande que agora até esses nojentos estão apavorados e com medo que aconteça mais alguma tragédia.

Fico o tempo todo ao lado do meu amigo e uso o meu cosmo para o ajudar a se recuperar mais rápido. Já faz seis meses que estamos viajando e conseguimos ajudar muitas pessoas, talvez seja a hora de voltarmos pra casa.

Julian

Ver tanta tragédia, tanta poluição deixa-me muito revoltado contra toda a humanidade já que é raro encontrar uma pessoa que não polua o ambiente, mas o meu ódio é maior contra os governantes e os ricos empresários que só pensam em lucrar e não usam os meios corretos para evitar emissão de gases poluentes.

Infelizmente nos últimos seis meses as águas dos oceanos continuaram a causar inundações em alguns países, apesar dos meus esforços não consegui impedir mais destruição.
Estou cansado, estressado e muito revoltado, então elevo o meu cosmo o máximo possível e faço que fortes chuvas com pedras grandes de granizo caiam sobre as nações mais poluidoras, porém o esforço é demais para o corpo e perco os sentidos.

Sorento

Julian passa vários dias desacordado e sempre uso o meu cosmo, mas parte da recuparação só depende do corpo dele e aos poucos o seu cosmo vai ficando mais forte.

Depois daquele poderoso ataque, finalmente as pessoas parecem ter tomado vergonha na cara e aqueles gananciosos estão perdendo tudo. Mas mesmo que começam a mudar as coisas agora vai demorar muitas décadas para o mar e a natureza se recuperar de tanta destruição.

Logo estaremos de volta a Grécia e já fizemos tudo que estava ao nosso alcance, já os outros marinas estão furiosos comigo e até me culparam pelo fato do nosso deus ter quase se matado, isso me feriu muito mas tento ignorar isso.

Estou lendo sentado em uma poltrona que fica perto da cama quando vejo que o Julian finalmente está recobrando a consciência e imediatamente me levanto e fico ao lado dela.

— Que bom que você acordou. Como está se sentindo?
— Oi ruivo, estou bem, apenas um pouco cansado. Não precisa ficar preocupado comigo.
— Você quase se matou dando uma lição naqueles nojentos e ficasse cinco dias desacordado. Não tinha como eu não ficar preocupado com você meu querido amigo. Mas o seu enorme esforço não foi em vão, as coisas estão começando a mudar.
— O meu corpo infelizmente não suporto todo o meu real poder, senão teria matado todos os gananciosos. Não acho que eles estão realmente arrependidos do mal que praticaram.
— O seu ataque fez eles sofrerem um enorme prejuízo e agora estão morrendo de medo e perdendo tudo. O seu corpo é humano e vai demorar mais alguns dias para estar totalmente recuperado, mas mesmo com essa limitação você conseguiu fazer as coisas começarem a mudar. Amanhã de manhã chegaremos na Grécia, já fizemos tudo o que podíamos e os outros marinas estão querendo a minha pele por você ter quase se matado.
— Você não tem culpa se cansei de viver perto de hipócritas. Também vivo do dinheiro de empresas, mas todos os meus negócios são sustentáveis e não agridem o meio ambiente. Voltar para a Grécia será bom, lá também tem muitas pessoas precisando de ajuda.
— Todos nós cansamos de tanta hipocrisia e egoísmo, mas sinto que agora as coisas vão começar a mudar. Você é um grande exemplo a ser seguido, nunca duvide disso. Agora trarei algo para você comer.

Depois que digo aquelas palavras saio do quarto e vou para a cozinha fazer um lanche para o meu amigo. Mesmo que seja um deus poderoso ele não pode se descuidar e felizmente estou sempre por perto, é o meu dever zelar pela segurança e bem-estar do nosso deus.

Assim que voltamos para Atenas a nossa rotina volta ao normal e com o passar das semanas as águas do mar vão se acalmando e aos poucos as pessoas estão reconstruindo as suas vidas.
Continuamos fazendo as nossas obras humanitárias, mas ainda vai demorar muitos anos para a humanidade se reerguer e reparar os danos feitos a natureza, mas pelo menos agora os ignorantes e gananciosos aprenderam uma lição.

Julian

Sorento é muito atencioso comigo, até me arrependo um pouco de ter o deixado tão preocupado comigo, dos marinas ele é que sempre esteve mais próximo de mim, as vezes sinto como se fosse o meu irmão de sangue.
Demoro mais alguns dias para o meu corpo ficar totalmente recuperado, nunca tinha usado tanto cosmo estando em corpo mortal e isso quase me matou.

Nesses últimos dias consegui pensar bastante e decidi criar um local onde as crianças possam viverem tranquilamente, pois infelizmente muitas crianças que perderam seus pais estão vivendo nas ruas correndo muitos perigos e até presenciei adolescentes se prostituindo para conseguir se alimentar.

Sorento

Quando o Julian pede a minha ajuda para criar um lugar para as crianças que estão desamparadas, aceito esse nova trabalho com muito prazer.
Depois de muito trabalho, fazemos a compra de um grande imóvel e mandamos o reformar para se tornar um lar adequado para as crianças.

Uma das decisões do Julian foi de não colocar nenhum adolescente pra rua ao completar dezoito anos.. A ideia do meu amigo é os preparar bem para quando precisarem deixar o abrigo, assim sairão dele com um trabalho para que não sigam pelo mal caminho.

Como tem bastante espaço no terreno, mandamos construir um parquinho para as crianças brincarem ao ar livre. Mal posso esperar para ver o abrigo cheio de crianças e sempre que eu tiver um tempo livre as visitarei para tocar pra elas, coisa que já fiz muito nos orfanatos.

Julian

Quero que essa casa seja diferente dos orfanatos, nenhuma das crianças será tratada diferente por ter chance de ser adotada.
Quero que todas as crianças que vivem aqui frequentem escola e assim tenham motivos para sonharem com um futuro melhor.

Os adolescentes a partir dos 16 receberam treinamento para se capacitar profissionalmente e terem chances de empregar em uma das minhas empresas ou em outro lugar, mas nenhum será expulso daqui sem ter para onde ir e sairão dessa casa quando puderem se sustentar, porém terão que seguirem regras enquanto viverem nesse lugar.

Felizmente as obras não demoraram muito para ficarem prontas e no dia da inauguração várias crianças e adolescentes são acolhidos.

Sorento

Julian fez um lindo discurso na inauguração da casa e deixou todas as pessoas presentes emocionadas, o meu amigo sabe muito bem usar as palavras.

Nas primeiras semanas de funcionamento a casa acolhe um grande número de crianças e adolescentes que agora terão uma vida melhor longe das ruas e de pessoas ruins.
Thetis ficou responsável pela administração da casa junto com Kasa, sempre que posso faço uma visita as crianças e adolescentes, percebo que ficam muito felizes quando toco pra eles e isso faz o meu coração se alegrar.

Muitas pessoas da alta sociedade criticaram a iniciativa do Julian e falaram que é desperdício de dinheiro, mas ignoramos esses comentários tão nojentos e maldosos pois sabemos que estamos fazendo a coisa certa e n~~ao nos importamos com essas pessoas fúteis.

A maior parte do dinheiro que seria usada para pagar impostos, agora é investida na casa e em outras obras humanitárias. Ao contrário do que essas pessoas mesquinhas falam, a casa não dá nenhum prejuízo e sentimos prazer em ajudar e dar alegria a aquelas crianças e adolescentes.

Até mesmo o Julian está mais animado e feliz, pois está ajudando essas crianças e aqueles nojentos egoístas pararam de poluir os seus mares. Parece que vão começar a enviar navios para remover todo aquele lixo e recuperar os oceanos.

Os meses seguintes se passam normalmente e quando chega o final de novembro, Thetis me fala de uma ideia que teve para alegrar o natal das crianças e adolescentes da casa.
Até acho interessante a ideia de as presentear nesse natal, mas não sei se o Julian vai concordar com isso, ele já tem feito muito e pode não gostar dessa ideia.

Julian

Saber que essas crianças agora estarão seguras em um lugar onde nunca mais passara, fome, frio, fome ou sede deixa o meu coração um pouco aliviado, fui incapaz de salvar a vida de muitas pessoas, mas proteger esses seres indefesos me faz perceber que temos que acreditar em um futuro melhor pois elas merecem isso e também gostaria de saber que conseguiram realizarem os seus sonhos.

O fim do ano está chegando, lembro quando era pequeno, os meus pais compravam uma árvore enorme e a enfeitávamos juntos, também colocavam enfeites nas portas, a ceia de natal era muito farta e eles convidavam os seus amigos mais próximos para ceiarem com a gente, os filhos deles brincavam comigo, porém quando comecei a despertar os meus poderes ninguém mais se aproximava de mim com medo, fiquei anos sem companhia até conhecer o Sorento.

Resolvo fazer algo especial para as crianças do abrigo nesse ano, depois de tanta tristeza, elas merecem um pouco de felicidade, mesmo que isso dure apenas alguns minutos. Vou até o escritório do ruivo que como sempre está muito concentrado resolvendo alguma burocracia chata.

— Sorento, decidi que esse ano levaremos um pouco de alegria para as crianças do abrigo, podemos usarmos fantasias.
— Eu acho a sua ideia muito boa e tenho certeza que as crianças vão gostar. A Thetis teve a ideia de presentearmos aquelas crianças e adolescentes, mas como já tivesse muitos gastos acabamos desistindo da ideia.
— Podemos as presentear, para quem é simples não precisa de coisas muito caras. Você ficará engraçado com papai noel.
— Isso é verdade e ficarão felizes com qualquer presente que dermos a elas. Mas de onde você tirou essa ideia? Eu acho que vou ficar ridículo nessa fantasia.
— Uma criança precisa de atenção e não de presente caro. Você tem que entrar no clima de natal.
— Sinceramente, eu acho que você ficaria melhor com essa fantasia, pois é mais alto e eu sou muito magro.
— Você é sem graça, com uns efeitos de ilusão ficaria perfeito na fantasia.
— Está bem, eu aceito o seu plano. Depois que sairmos da empresa podemos passar em uma loja de fantasia.
— Passaremos em uma boa loja, mas relaxa que os outros seis também terão que entrar na brincadeira.
— Fique tranquilo, vai ser bom poder alegrar aquelas crianças e já estou gostando da ideia.

Sorento

Vejo o meu amigo abrir um grande sorriso e também acabo sorrindo, vai ser bom levarum pouco de alegria a aquelas crianças do abrigo, elas já sofreram muito e merecem que esse natal seja feliz.

No final da tarde vamos até uma das melhores lojas de fantasia e alugamos as nossas fantasias.
Como a Thetis conhece melhor aquelas crianças, ela nos ajuda a comprar os presentes, já para os adolescentes daremos livros e tenho certeza que vão adorar.

Enquanto fazemos os preparativos para o nosso natal, acabo me lembrando dos meus amados pais. Eu era muito feliz com eles, mas infelizmente os perdi em um acidente de carro que só eu sobrevivi. Cheguei a pensar que nunca mais seria feliz, mas quando encontrei o Julian e os outros marinas percebi que o destino me deu outra família e sou muito grato por isso.

Julian

Depois de conversar com o meu amigo, volto para o meu escritório e começo a ler uns documentos chatos nos quais gasto o resto do dia de trabalho.
Quando entramos na loja vimos várias fantasias e resolvemos nós dois nos fantasiarmos de papai noel, tenho certeza que iremos nos divertir.
Também providencio presentes para todas as crianças e adolescentes que estão no abrigo e não poderia faltar uma ceia especial para todos.

Acho que todos tem direito a um momento de alegria, isso ajuda a sonhar com um futuro melhor.
Em poucos dias todos os meus marinas arrumaram uma fantasia de ajudante de papai noel e a sereia se vestirá de mamãe noel.

Sorento

Foi muito bom fazer os preparativos para o natal do abrigo, como queremos que seja uma surpresa tivemos que tomar muito cuidado para que as crianças e os adolescentes não desconfiassem de nada.

Decidimos que não vamos enganar as crianças com aquelas fantasias e explicaremos a elas o verdadeiro espírito do natal. Será melhor que elas saibam da verdade e assim entenderão melhor o natal.

Quando chega a véspera do natal já está tudo pronto para a nossa visita surpresa e assim que termino de me arrumar gosto bastante do resultado, as crianças vão adorar a nossa surpresa e tenho certeza que vamos nos divertir muito nessa noite.

Nem me importo quando Kasa começa a rir ao me ver fantasiado, os meus amigos estão perfeitos usando as suas fantasias e até mesmo o Julian está ótimo como papai noel.
Quando já estamos todos prontos, entramos em uma van luxuosa e Adrian dirige até o abrigo que fica em uma zona mais tranquila da cidade.

Assim que entramos no prédio somos recebidos por uma das funcionárias que nos leva até uma grande sala onde estão as crianças e elas correm na nossa direção e percebo o quanto a nossa presença está as alegrando.

Somos um grupo pequeno, mas daremos bastante atenção e carinho a todas essas crianças e adolescentes que estão aqui. Ver tantos sorrisos de alegria faz o meu coração se aquecer e sinto uma sensação muito boa enquanto brinco com essas crianças.

Julian

Assim que término de vestir a fantasia de natal, olho no espelho e gosto da minha aparência, nem estou aparecendo um empresário sério e conceituado, mas aparento ser alguém que só quer levar um pouco de alegria para quem perdeu tudo que tinha menos a própria vida.

Não economizei comprando a nossa ceia de natal, escolhi o melhor restaurante da cidade para fazer as comidas, assim como era a ceia de natal quando os meus pais eram vivos, quando entro na van fico feliz por ver que os meus amigos também estão se divertindo usando fantasias.

Entramos na sala e alguns minutos depois as crianças chegam, um menino que tem apenas uns dois anos pula no meu colo, como não esperava essa reação quase o deixo cair no chão, mas como tenho ótimos reflexos, o seguro no colo e vejo um brilho em seus olhos que não compreendo haver em alguém tão novo que não tem nenhuma família.

Sorento

Passar esse tempo brincando com as crianças está sendo muito bom, ver a expressão de alegria delas alegra muito o meu coração e faço o meu melhor para dar bastante carinho a todas elas.
Também damos atenção aos adolescentes que ficam felizes com a nossa visita, eles também merecem essa alegria e jamais os deixaríamos de lado por não serem mais crianças.

Perto da hora do jantar tiramos alguns acessórios das nossas fantasias e ajudamos as cuidadoras a acomodar as crianças nas mesas para jantarmos.
Combinamos com elas que não enganaríamos as crianças e elas saberiam que aquilo era apenas uma fantasia. Somos contra ficar contando mentiras para crianças e tem outras formas de preservar o espírito natalino.

Durante o jantar fico algum tempo observando as crianças maiores e começo a sentir vontade de adotar uma delas. Sempre tive vontade de ser pai e como só conheci mulheres interesseiras acabei desistindo desse sonho. Mas agora vejo que posso o realizar sozinho e tenho todas as condições para dar uma boa vida e também muito carinho e amor ao meu filho de coração.

Como queremos que essas crianças aprendam a dar valor as coisas mais importantes, decidimos que só daremos os presentes depois da sobremesa. Elas já estão tão felizes por terem a nossa companhia e um a boa ceia que não sentiriam falta dos presentes, mas elas merecem esse mimo e tenho certeza que nunca se esquecerão desse natal.

Julian

Diferente de muitas pessoas que vivem reclamando de todas as crianças fazerem muito barulho e se comportarem mal durante as refeições, não foi isso que observei durante o jantar, elas são muito obedientes com as suas cuidadoras e se comportam de forma normal, acho que se as pessoas tivessem corações mais aberto para o amor não existiriam tantos orfanatos no mundo.

Depois da sobremesa onde foram servidos alguns doces diferentes, voltamos para a sala com as crianças e distribuímos os presentes, novamente o menino pula no meu colo e dessa vez o abraço com carinho, é apenas uma criança que precisa de muito carinho e jamais o trataria mal por achar que posso lhe dar esse afeto.

Enquanto o observo brincando com o carrinho que lhe dei, vejo como os seus olhos brilham mesmo não sendo um brinquedo caro, de alguma forma esse pequeno mexeu comigo e decido que o adotarei, posso oferecer tudo que uma criança precisa e assim a minha casa não estará sempre tão vazia.

— Sorento, eu criarei esse menino como meu.
— Eu percebi que ele se encantou por você e adoção é um lindo ato de amor. Eu irei adotar um dos meninos maiores. Até hoje só conheci mulheres interesseiras e vou realizar sozinho o meu sonho de ser pai.
— Você é ainda jovem e poderá conhecer uma boa mulher e ter seus próprios filhos. Deve entender que isso para mim é mais complicado e essa criança praticamente me escolheu como seu pai.
— Eu sei disso, mas já cansei de esperar essa pessoa aparecer na minha vida. Sei que pra você as coisas são mais complicadas, mas esse lindo menino apareceu para alegrar a sua vida. Depois do ano novo podemos entrar com o pedido de adoção e espero que não seja muito demorado.
— Só tenha certeza se é realmente isso que deseja, deve doer muito ser adotado e rejeitado. Ele parece ser muito bonzinho, nem parece que já sofreu tanto mesmo sendo tão pequeno. Como esse lugar é meu, as coisas serão mais fáceis e a minha influência também ajuda no processo.
— Jamais faria essa crueldade com uma criança inocente e terei esse cuidado, virei mais vezes aqui para ter essa certeza e o meu coração escolher o meu filho. E esse menino realmente parece ser um anjinho, tenho certeza que encherá a sua vida de alegria e te dará muito amor e carinho.

Sorento

Entendo a preocupação do meu amigo e terei muito cuidado, mas o meu coração me diz que estou fazendo a escolha certa.
Ficamos mais algum tempo com as crianças e para nos despedirmos delas, todo algumas músicas natainas no violino e percebo que muitas chagam a adormecer. Nos despedimos delas com muito carinho e assim que entro na van sinto uma sensação muito boa no meu coração e percebo que os nossos amigos também estão muito felizes.

O nosso final de ano foi muito bom e passamos alguns dias na ilha particular do Julian, tivemos um ano muito intenso e estávamos merecendo um bom descanso.
Percebo que o meu melhor amigo está ainda mais determinado a adotar aquele menino e quando voltamos das nossas férias o ajudo a fazer algumas compras, Julian quer dar o melhor para aquele anjinho e não economizou nos preparativos.

Nas semanas seguintes visitei o abrigo várias vezes e acabo me encantando por um lindo menino de nove anos. Os seus cabelos e olhos são castanhos e possui um lindo sorriso.
Percebo que ele é bastante tímido, mas isso não me incomoda, tenho refletido muito e decidi que ele será o meu filho.

Como ele já é uma criança grande não haverá tantas burocracias e a influência do meu melhor amigo irá ajudar bastante.
Não me importo com as criticas negativas e preconceituosas, já sinto um grande carinho pelo Oliver e darei a ele tudo que acabou perdendo e sei que o amarei como se tivesse o meu sangue.

Julian

Passar o natal no orfanato foi muito bom, quando o Sorento tocava o menino sentou no meu colo e acabou dormindo com a cabeça no meu ombro. É a primeira vez que me senti tão à vontade com uma criança e isso me deu mais certeza de o adotar, só o coloquei na cama na hora de voltar para casa.

Antes de viajar com meus amigos para passar a virada de ano na minha ilha, visitei novamente o orfanato e o Theo me abraçou com tanta força, como se estivesse com medo que não me visse mais, fiquei alguns minutos brincando com ele e já percebi que gosta muito de mexer nos meus longos cabelos, porém isso não me incomoda.

A virada de ano foi muito relaxante, é muito bom ficar longe da sociedade por alguns dias, estando na minha ilha até consigo esquecer um pouco que sou obrigado a conviver com pessoas muito egoístas.

Depois de uma semana na minha ilha, volto para Atenas e resolvo fazer muitas compras para o meu menino, ele possui os cabelos e olhos castanhos claros, é muito carente, não é tímido e mesmo sendo muito pequeno já parece saber o que deseja.

Decorei a suíte próxima a minha com muitos brinquedos, enchi o guarda-roupa com as melhores roupas infantis e no dia seguinte que fiz as compras fui no juizado infantil, onde infelizmente fico sabendo que tem um casal interessado em adotar o meu menino, porém eles ainda nem conhecem a criança e por isso acredito que não perderei a guarda do meu menino.

Sorento

Fiquei muito preocupado quando o Julian me falou que tem um casal querendo adotar o Theo. Sei que o meu amigo tem uma enorme vantagem por já conhecer o menino e também por ser rico, mas infelizmente a sociedade dá mais preferência para casais por acreditar que a criança só será feliz tendo pai e mãe.

Felizmente consegui me aproximar mais do Oliver e percebo que ele fica encantado quando toco o violino e decido que quando conseguir ter a guarda dele ensinarei ele a tocá-lo.
Mas como sou solteiro aqueles conselheiros do juizado infantil implicam demais com o meu pedido de adoção e quase perco a paciência quando falam que seria melhor para o Oliver ser adotado por um casal.

Julian também está quase perdendo a paciência com essas pessoas hipócritas e preconceituosas, mas fico muito feliz quando uma das cuidadoras me conta que o Theo não aceitou aquele casal e fez um escândalo quando tentaram o pegar no colo.

As semanas seguintes se passam arrastando, quando acho que terei a guarda do meu menino aqueles nojentos inventam alguma desculpa, sei que querem que eu desista da adoção, mas isso não vai acontecer.

A casa que era dos mais pais é muito segura, mas como sei que os chatos implicam com tudo faço uma boa revisão geral nela. Ela é perfeita para uma família e tenho certeza que os chatos vão calar a boca quando verem o enorme conforto que o Oliver terá.

Julian

Foram vários dias de angústia sem saber se conseguiria a guarda do meu moreninho, felizmente ele não aceitou aqueles dois estranhos para quem o juizado queria entregar o menino que já amo de todo o meu coração. Precisei entrar na justiça para lutar pelo meu menino, paguei o melhor advogado da Grécia que trabalha na área de direito familiar e após dois meses finalmente consegui o papel de adoção.

Chego no orfanato no fim da tarde de quinta-feira, felizmente algumas crianças que foram acolhidas nesse local foram adotadas, porém as pessoas tem preferência por meninas e menores de cinco anos, tinham apenas seis crianças que se enquadravam nessas características, meu coração entristece por saber que a maioria das crianças que acolhi nunca serão adotadas, porém sempre cuidarei bem desse lugar e nada faltará para elas, também darei cursos profissionalizantes para os adolescentes a partir dos dezesseis anos e assim que completaram dezoito anos os empregarei em alguma das minhas empresas.

Quando chego no quintal onde as crianças menores brincam, imediatamente vejo o meu menino brincando com o carrinho que lhe dei no natal, chamo ele pelo nome, ele vira de frente para mim, abre um sorriso e corre para os meus braços, facilmente o seguro e levanto com ele no meu colo, seus braços apertam o meu pescoço como se pedisse para não me afastar dele.

— Pode ficar calmo meu anjinho, agora você viverá na minha casa como o meu filho de coração.

Sei que ele não entende as minhas palavras, mas isso não importa, sei que de alguma forma ele senti que a partir de hoje cuidarei dele e não deixarei que volte a sofrer, meu menino merece ter motivo para sempre sorrir e nenhuma criança é realmente feliz não tendo uma família onde se sinta querida e muito protegida.

Alguns minutos depois, saio do orfanato com o meu filho no colo, apenas levei de lá o carrinho que lhe dei de presente e a roupa que ele vestia, o quarto dele já está arrumado há meses, apenas esperando o seu dono para brincar com os vários brinquedos que comprei, inclusive um carrinho próprio para o meu menino e uma bicicleta.

Coloco o meu moreninho na cadeirinha que coloquei no carro hoje e não tirarei para ficar mais fácil de sairmos juntos, depois de prender o cinto corretamente, fecho a porta de trás, entro no banco do motorista, ligo o carro e dirijo por alguns minutos até chegar na minha mansão, onde estaciono o carro e tiro o meu menino da cadeirinha.

Entro com ele em casa, vejo com os seus olhos estão curiosos por estar em um lugar diferente, mas ele não parece sentir medo, acredito que se sinta tão confortável comigo que a única coisa que importa é estar nos meus braços, vou para o quarto do meu filho, sem nenhuma dificuldade lhe dou banho e coloco um lindo pijama que ficou perfeito nele, até parecendo que foi feito por encomenda.

Deixo ele brincando no seu quarto, vou para o meu quarto e tomo um banho rápido, quando volto para o seu quarto o encontro brincando com um boneco, o pego no colo e vamos para a cozinha onde o jantar já estava servido, felizmente ele se alimenta bem, precisei lhe dar comida na boca mas isso é algo muito normal para uma criança de dois anos.

Após o jantar, escovo os seus dentes, escovo os meus dentes e o coloco para deitar, estou tão feliz por finalmente estar com o meu menino que resolvo que hoje dormiremos juntos, ligo a tv no meu quarto e deitamos na minha enorme cama, sinto que ele me abraça, faço carinho em seus cabelos e ele não demora muito para dormir. A paz que sinto é enorme, agora meu coração está cheio de amor e depois de vários meses consigo dormir por longas horas seguidas.

Sorento

Esses dois meses foram muito estressantes pra mim, mesmo com tudo indicando que eu tenho perfeitas condições de oferecer ao Oliver tudo que ele precisa, aquele juízado hipócrita e preconceituoso implicou demais comigo por eu ser solteiro.

Aproveitei esse tempo para me aproximar ainda mais do meu menino e felizmente ele se sente muito a vontade comigo.
Depois de muita luta finalmente consigo a guarda dele e isso me deixa muito feliz. Nesse mesmo dia vou até o shopping  e compro algumas coisas para o meu filho. Como ele já tem nove anos prefiro fazer essas compras com ele para que escolha o que gosta, mas nada me impede de fazer uma surpresa ao meu menino.

No dia seguinte vou até o abrigo e o meu menino fica muito emocionado quando me vê e depois me abraça forte. Nesse momento percebo que as cuidadoras já deram a notícia a ele e fico ainda mais feliz em receber todo esse carinho do meu menino.

— Esqueça o passado meu querido, agora você é meu filho e te levarei pra casa. Com o tempo as coisas vão se ajeitar e seremos muito felizes.

Depois que digo aquelas palavras o meu menino apenas acena com a cabeça e depois o levo embora daquele lugar. A única coisa que ele está levando é o presente que dei a ele no natal e as roupas que está vestindo.

Assim que chegamos na nossa casa vejo que ele fica encantado com o jardim e o levo para conhecer o seu novo lar. O meu menino fica muito feliz ao conhecer a casa e depois fica até sem jeito quando vê o seu quarto e os presentes que comprei pra ele.

No dia seguinte o levo para o shopping onde o meu menino escolhe as roupas e calçados que mais gosta e depois o levo em uma loja de brinquedos e o deixo escolher o que quiser.
Mesmo sabendo que ocupo um cargo alto na empresa do meu amigo, o meu filho escolhe bem os seus presentes.

Fizemos tantas compras que achei que não fosse caber tudo no meu carro, mas felizmente damos um jeito e quando chegamos em casa ajudo o Oliver a guardar tudo no seu quarto e percebo que ele é muito organizado.

Como tenho direito a um mês de licença paternidade, passa a maior parte desse tempo com o meu menino e aos poucos vamos nos acostumando um com o outro.
Começo a ensiná-lo a tocar violino e isso nos aproxima ainda mais, aos poucos o nosso vínculo vai se fortalecendo e não sinto nenhuma falta de ter companhia feminina.

Quando tenho que voltar a trabalhar, fico com o meu menino na parte da manhã e a tarde o levo para a escola e vou para a empresa. Nos dias que ele acaba não tendo aula, o levo comigo para a empresa. Felizmente essa dinâmica tem dado muito certo e percebo que o meu filho está muito feliz.

Em uma tarde de sábado estamos nos divertindo juntos quando o meu menino me chama de pai pela primeira vez e de uma forma muito natural. Fico tão feliz ao ouvir isso que o abraço com muito carinho e ele me retribui no mesmo instante e novamente me chama de pai e fala que é muito feliz aqui comigo.

Já fui duramente criticado por adotar uma criança tão grande, mas não me importo com a opinião dos outros e estou muito feliz com o meu amado filho. Temos uma grande cumplicidade e já sinto um enorme amor por ele.

Mas eu não sou o único que está feliz, o que querido amigo Julian também está vivendo uma grande felicidade com o pequeno Theo que já o chama de papai e é muito agarrado nele.
O loiro até aprendeu a administrar a empresa do escritório da mansão para poder passar a maior parte do seu tempo com o menino.

Nunca tinha visto o meu irmão de coração tão feliz e sei que o menino encherá a sua vida de alegria e o amará muito.
A cada dia que passa sinto que fiz a escolha certa e não preciso de mais nada para a minha felicidade estar completa. O meu amado filho de coração foi o melhor presente que a vida já me deu, ele encheu os meus dias de alegria e foi com  o meu menino que conheci esse lindo amor tão puro e verdadeiro.

Julian

Como quero que o Theo se acostuma comigo, preferi não contratar nenhuma babá para cuidar dele, faço toda a administração da minha empresa que consigo dentro da minha casa e quando necessito ir para sede da minha empresa levo o meu menino comigo e ele fica com a minha secretária enquanto tenho reuniões.

Estamos muito unidos, as vezes sinto falta de companhia feminina e arrumo companhias apenas para sexo, não sinto nenhuma ligação especial com nenhuma mulher e isso não me atrapalha de ser feliz.

O meu menino já me chama de pai e está muito apegado a mim, embora possa lhe dar presentes muito caros, ele brinca mais com os brinquedos mais simples.
As vezes o levo no orfanato para brincar com outras crianças e sempre que posso o deixo com o filho do Sorento enquanto nós dois resolvemos problemas da empresa.

Hoje passamos horas negociando com outros empresários, fizemos isso do escritório da minha mansão enquanto os nossos filhos brincam, depois que terminamos a reunião, vamos até o jardim e vemos os nossos meninos brincarem com muita tranquilidade, nem parece que possuem tanta diferença de idade.

Sou muito grato pelo destino ter colocado o Theo na minha vida, era muito solitário e depois que o adotei nunca mais me senti sozinho novamente.
Uma criança enche nossas vidas de felicidade e para isso acontecer não tem necessidade dela ser do nosso próprio sangue, o amor está acima de laços sanguíneos, só temos que estarmos dispostos para abrir o nosso coração para o amor e assim conseguiremos sermos realmente felizes.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a todos que leram e chegaram até aqui.
Desejamos um feliz Natal e boas festas a todos.



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