Império de Paz escrita por Lord Rosen


Capítulo 3
II. Seja a imperatriz




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Havia muitas, muitas pessoas na frente do palácio de verão, eram mais pessoas do que Sophia já tinha visto em todos os seus dias na Livônia. Mas para a surpresa de Sophia, Lady Atsuko não parecia muito surpresa, na verdade ela tinha outras dúvidas.

  – A Senhora disse algo príncesa?- Era essa então a sua dúvida.

  – Nada de importante. Apenas me lembrando de meu lugar.- E o seu lugar era o de uma imperatriz, uma imperatriz reinante.– Está na hora então.

Novamente a porta da carruagem foi aberta por uma guarda, mas agora não era um europeu com o brasão de casa principesca da Livônia, mas agora era um guarda oriental com uma armadura oriental.

E quando Sophia saiu da carruagem ela pode realmente ver como estava tudo preparado. As pessoas comuns na frente do palácio, e muito mais a frente a imperatriz viúva estava em um lugar elevado, era realmente uma grande multidão.

  – Minha senhora espere. A senhora não está com o leque, lembre-se que ele é uma proteção, em todos os lugares.- Ulrike deu então a Sophia o leque que foi preparado para essa ocasião, ele não era muito igual aos que ela estava acostumada na Europa, mas assim como os de lá, esse também continha belas imagens dos símbolos do Império.

Sophia foi então direcionada para a liteira que foi preparada para ela, afinal a imperatriz não andava em ruas, e não andava em ruas com pessoas comuns. E assim que Sophia se sentou na liteira, começaram a tocar os tambores que sinalizavam a sua chegada, assim como as trombetas que sinalizaram quando os homens que carregavam a liteira começaram a se mover.

O multidão estava organizada no sistema hierárquico social do Império, os camponeses, os mercadores, e os samurais, as partes mais baixas e com menos influência, eram os que mais mostravam alegria ao ver Sophia. Se poderia ver em seus rostos e no modo como se curvavam conforme a liteira ia passando que eles tinham muito respeito pelo figura imperial e por ela mesma.

Sophia se sentia como uma deusa, e era quase assim que eles a viam, como a filha dos deuses. Mas Sophia ainda assim se lembrava de que deveria fazer. Sorrir, e assentir em favor de seu povo. E isso não era difícil, não era difícil amar eles no momento.

Mas logo chegou nas partes mais altas da sociedade: os burocratas, a nobreza, a nobreza imperial e no topo deles todos estava a imperatriz viúva. Essa parte não foi desrespeitosa, eles se curvavam e mostravam respeito.

Mas Sophia podia senti que eles também estavam preocupados com o poder, e a estavam julgando. Mesmo de onde estava Sophia podia ouvir alguns comentando sobre seu cabelo dourado, seus olhos azuis e seus rosto muito ocidental. Essa era uma parcela da população que Sophia deveria ter cuidado, e muito.

Mas depois de um longo percurso finalmente Sophia chegou no portal onde estava a Imperatriz viúva. A Imperatriz Teimei, uma mulher pequena, com o rosto muito comum, e um pouco cansada, vestida com as mais belas vestes de imperatriz, era a primeira vez que Sophia a via.

  – Minha querida Sophia. Eu e seu povo estamos imensamente felizes com a sua volta. Não sabe você como esperamos a sua chegada.- Depois de chegar na entrada do palácio, Sophia foi recebida pela imperatriz, com um abraço e um beijo.

  – É uma alegria muito maior para mim voltar. E ver meu povo, povo esse que eu posso dizer já amar.- A imperatriz apenas deu um pequeno sorriso em resposta, ela realmente parecia estar cansada de ser regente.

Depois de cumprimentar a imperatriz viúva. Ela direcionou Sophia para o centro, onde ela pode ver todo o seu povo, e talvez, seu povo pudesse a ver.

  – A Príncesa imperial, Sophia da Livônia, nossa mais alta alteza.- Depois dessa apresentação, novamente os tambores e as trombetas foram tocadas e todo o povo começou a se curvar novamente, desde a imperatriz viúva, até o mais baixo camponês.

Sophia realmente se sentia como uma imperatriz no momento, uma imperatriz que deve ser sempre régia, diplomática, gentil e amorosa.

  – Minha senhora, nós estamos prontos para a ter como imperatriz.

Seja a imperatriz, eram essas as palavras que novamente vieram a mente de Sophia quando a imperatriz viúva novamente falou.

Depois da apresentação ao povo. Sophia, a imperatriz viúva e a corte imperial, assim como todos os que foram convidados, entraram no palácio para as apresentações da corte.

Enquanto no palácio se iniciava as apresentações. No lado de fora as pessoas também comemoravam, dançavam e festejavam a volta de sua imperatriz. Se poderia dizer que em todos os lugares, todas as pessoas estavam comemorando. Apesar de ter alguns que não olhavam bem para essa alegria.

No salão do palácio, Sophia estava sentada enquanto os nobres lhe eram apresentados, havia uma fila enorme. Ao seu lado estavam a imperatriz viúva, e a condessa Ulrike de Battenburg.

  – Sophia isso é não é uma festa, é uma recepção, mas sem apresentação de qualidade.- Sophia quase riu com o que ela falou, mas era uma verdade, não era algo que elas estavam acostumadas.

Em seus bailes na Livônia tudo era muito belo, havia musica, pessoas conversando e se divertindo. Aqui Sophia poderia dizer que eles também estavam se divertindo e conversando, mas de um modo que lhes era desconhecido.

  – Creio que você não está acostumada conosco Sophia. Não temos o brilho e beleza de Livônia afinal.- Agora foi a vez da imperatriz falar, algo que Sophia concordava, mas ela não queria dar essa impressão.

  – Eu creio que em todos os lugares podemos ver beleza e brilho. Olhe por exemplo os trajes das damas que aqui estão, no acidente usamos os mesmos tecidos, mas não somos tão belas.

  – Muito bondosos e belo de sua parte perceber isso. Mas era do objetivo delas, encantar a imperatriz, afinal não é todo dia que nossa senhora vem depois de muito tempo para tomar seu lugar.

  – E eu espero senhora que isso nunca mais aconteça. Mas é uma pena para mim que eu ainda a tenha que sobrecarregar com responsabilidades.- Mesmo Sophia voltando, não era ainda o seu momento para ser declarada imperatriz, no momento Sophia ainda seria a príncesa imperial, já que ela ainda deveria aprender sobre o seu império e seu povo.

  – Quando eu me casei com seu pai, ele deixou bem claro que eu estava me casando com o dever de servir a nosso império, primeiro dando a ele um herdeiro, e segundo sendo regente.- Sophia não poderia deixar de se sentir mal pela viúva. Ela foi sobrecarregada em seu dever de dar ao Império um herdeiro, e também foi ao ser regente sem uma imperatriz.

  – Eu agradeço. Você está sendo muito preciosa, tenho certeza que todos pensam assim.

Por um momento os olhos da imperatriz ficaram sem brilho, mas logo ela voltou a sorrir. E mais nobres foram apresentados, até que chegou a ver de quatro jovens que estavam no final e esses pareciam importantes, sendo que a própria imperatriz os apresentou.

  – Minha senhora. Aqui estão Takeda Yasu, Akihiro Daiki, Tomohito Yasuhito e Hidetada Toyotomi, representando os reinos Kita, Minami, Azuma, Nishi.- Eram eles então.

  – Na verdade alteza, estou aqui representando meu pai Tomohito Higashiyama, rei do Reino Azuma.- Tomohito Yasuhito foi o primeiro deles a falar, e certamente ele parecia o mais formal e orgulhoso deles.

  – Vim em nome de meu pai, Hidetada Azai do Reino Nishi, sua incapacidade não o deixa vir.- Hidetada Toyotomi parecia ser sério, mas também tinha um rosto que poderia assustar. Mas era isso que Sophia ouviu do clã Hidetada, onde as pessoas estavam sempre tão preparadas para a guerra que assustavam.

  – Uma honra os ter aqui representando seus bons pais.- Os dois apenas assentiram.– Mas e quanto aos outros dois? 

Os dois em questão, estavam com roupas muito mais formais, belas e ricas. O mais alto era muito belo, e parecia saber disso pela sua posse altiva e sua expressão lasciva. O outro era mais baixo, vagamente igual ao mais alto, e também muito belo, mas no lugar de altivez ele parecia relaxado mas também incrivelmente tímido.

  – Alteza eu sou Takeda Yasu governante do Reino Kita, e esse é Daiki governante do Reino Minami.- Certamente eles eram muito jovens para ser reis, eles também nem foram apresentados como reis, significando então que havia uma regência.

  – Não passe vergonha na frente de outros Yasu, lembre-se com que você falar.

  – Não se preocupe, todos aqui serão reis, e eu imperatriz, as grandes formalidades devem ser deixadas de lado. Devemos ser amigos.

Sophia agora esperava que eles dessem meia volta e a deixassem, mas eles continuavam no mesmo local, com agora a nobreza observando. Sophia esqueceu algo?

  – Imperatriz viúva eu esqueci algo?

  – Do casamento senhora.- Hidetada Toyotomi foi o que respondeu no lugar na imperatriz viúva. O casamento. Agora Sophia havia se lembrado.

  – Agora que Hidetada falou. Senhora estamos aqui não só para lhe cumprimentar, mas também para cumprir a tradição e acertar a questão do casamento. Como vê estamos todos aqui, e é uma ótima oportunidade para comparar e escolher.

Sophia não sabia o que dizer ou o que falar. Ela sabia da tradição e não tinha nada contra ela, mas não era esperado ter que escolher um marido quatro horas depois de chegar, assustava, principalmente quando um deles tinha a expressão de um assassino.

  – Príncesa, a senhora está se sentindo bem?- Sophia não sabia se Ulrike a estava ajudando ou envergonhando, mas em qualquer caso tudo daria no primeiro.– Ilustres acho que a príncesa está cansada da viagem, três meses é horrível.

  – Mas e o casamento senhora?- Tomohito Yasuhito não parecia pronto a desistir.

  – Podemos conversar sobre esse assunto depois.- Foram as últimas palavras de Sophia antes de sair do salão e ser levada para seus aposentos.

  – Mas...

  – A palavra da príncesa deve ser ouvida.- Agora foi a imperatriz Teimei que falou, e não havia sorriso em seu rosto.– Amanhã os ilustres irão conversar com ela e espero que sejam mais agradáveis e gentis.

Os quatro assentiram, um deles demostrando maior vergonha que outros, e deixaram a imperador viúva.

Não seria fácil, para ninguém.


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