Doce Criada escrita por BlackCat69


Capítulo 20
Capítulo: melhoras




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~NH~

Dia 10 de novembro

Quarta feira

~NH~

 

Sem a presença do irmão, nos últimos dias, o Sr. Uzumaki se sentiu mais à vontade para sair do quarto.

Nos dias não chuvosos, a família passeava por volta das plantações de batata.

Evitavam entrar na floresta por conta do solo lamacento.

Em torno das plantações, a terra se encontrava úmida e coletava poças de água, mais fácil encarar as poças que a lama.

Na tarde de quarta, eles planejavam realizar mais um passeio, contudo uma chuva se armou de modo rápido e destruiu os planos da família Uzumaki.

Hinata tivera uma ideia e conduziu a família para a sala de costura situada na ala das criadas.

Propôs mudar o visual do marido, pegando Naruto de surpresa.

Vendo a empolgação dos pequenos, o pai não recusou.

Hinata pediu que se descalçassem e pusessem os calçados encostados à parede.

A Naruto foi permitido que ele sentasse em um banco, em um canto do cômodo.

A pequena mulher deu uma bela varrida no chão, em seguida, buscou espalhar uma coleção de tecidos sobre o piso.

Sentando sobre as pernas, diante dos materiais coloridos, Hinata pediu que os pequenos escolhessem uma nova capa para Naruto.

Imediatamente, os irmãos se puseram a avaliar os tecidos.

No Sr. Uzumaki brotou um sorriso, observando sua linda família.

Às vezes, melhor que participar da diversão, era assistir sua família feliz.

Sentia ser capaz de passar o dia inteiro os contemplando.

A azulada usava vestido azul claro, estampado em lírios e seus cabelos jaziam soltos.

Miina se cobria com vestido rosado escuro e estampado em corações na cor rosa clara.

Em seus cabelos, um lacinho branco.

Menma III usava uma casaca azul clara sobre uma roupa branca e calça marrom clara.

Naquela tarde, seu cabelo se encontrava amarrado na altura da nuca, criando um rabo de cavalo ondulado.

O loirinho permitiu que a madrasta amarrasse seu cabelo.

Os tecidos se encontravam dobrados em perfeitos quadrados, compunham uma coleção de vinte e quatro cores e tonalidades.

Miina e Menma III não paravam de mudar de ideia.

E nunca escolhiam a mesma cor.

Quando se passaram vinte e quatro minutos sem nenhum consenso entre os pequenos, Hinata sugeriu:

— Já sei, que tal um escolher a capa, e outro escolher a máscara? Eu posso fazer até um novo modelo de máscara.

— Uh, uh, eu quero escolher a máscara.  

— Capa, capa!

Menma III e Miina, respectivamente, responderam entusiasmados.

A pequena Uzumaki andava entre os tecidos, doidinha entre tantas cores.

E se jogou sobre o quadrado de tecido alaranjado.

Lalanja!

— Laranja, uma ótima cor.

Hinata pegou o tecido, antes que a criança mudasse de ideia outra vez.  

Com a ajuda de Menma III, a pequena mulher guardava os outros tecidos.

Enquanto isso, Miina correu até o canto da sala, ficando na frente de seu pai.

Ela empurrou os joelhos dele para ficar entre as pernas do mesmo.

Meio receoso, Naruto deixou a bengala de lado.

Miina esticou o braço, pretendendo alcançar com seus dedinhos o rosto de seu pai.

O loiro abaixou a cabeça para facilitar.

A menina puxou a máscara e Naruto prendeu sua vista ao piso, desencorajado a fitá-la.

Sob orientação da esposa, sempre que a filha quisesse ver o rosto dele, não era para ele recusar.

Faria parte do processo para a pequenina se acostumar com sua aparência.

Uns três dias atrás, a menina retirou a máscara e fez uma carinha feia, desgostando de rever a marca no rosto do pai.

Aquilo doeu no peito de Naruto, mas ele tinha em mente que por ela ser uma criança pequena, era esperado aquele tipo de reação.

Sustentando três camadas de tecido, Hinata se deteve, observando aquela delicada cena.

Miina passava o indicador direito sobre a marca de queimadura, ela parou o dedinho na pele do olho meio fechado.

— Able mais o olho pai. — Pediu curiosa.

Envergonhado, Naruto respondeu:

— Não posso. Esse só abre até aí. 

Ela colocou os beiços pra dentro da boca e levou seu dedo para a região onde deveria existir uma sobrancelha.

Em breve, recolheu a mão.

E falou sorrindo:

— Papai é a fela.

— Fera? — ele estranhou, colocando a máscara de volta.

A pequena mulher guardou as três camadas de tecido. E respondeu pela menina:

— Da história “A Bela e a Fera”. 

— Papai é feloz. — Miina abriu a boca e franziu o cenho, imitava um leão rugir. Suas mãozinhas meio fechadas simulavam garras de felino. — Saia da minha cassa roooaaarrr.  

Naruto empalideceu, alçou-se com sua bengala, cuidadoso em não esbarrar na filha, pediu licença, retirando-se com certa pressa do cômodo.

O olhar preocupado da esposa o acompanhou.

Rapidamente, Hinata arranjou uma bola de lã para distrair a menina e se aproximou do menino que brincava com um dos tecidos.

Menma III mais afastado dos outros, cobria-se com um tecido branco, fingindo ser um fantasma.

Para a menina não ouvi-la, Hinata se curvou e pediu baixinho ao enteado:

— Meu amor, olhe sua irmã um momentinho, eu preciso conversar com seu pai lá fora.

— Tá bom.

O loirinho respondeu girando sem parar. Escutou o barulho dos passos de sua mãe se distanciar.

 

 

 

Hinata seguiu o barulho da bengala que era mais potente que o som dos passos de seu marido.

Naruto tentou fugir rápido, por isso o som alto da bengala.

Cansando, ele sentou em uma das escadarias.

A azulada se aproximou e se acomodou ao lado do cônjuge.

Abraçou-o pelo ombro, massageando-lhe o braço.

— Sr. Uzumaki, por que foges?

Ele passou a mão nos cabelos, aguardou seu ofegar diminuir e respondeu:

— Miina repetiu uma fala minha, de quando eu estava bravo. Lembra que lhe contei que ela me viu sem máscara ano passado?

— Lembro-me, Sr. Uzumaki. Só não me contastes o motivo.

— Eu gritava com uma moça, ela seria contratada para ser babá de Miina. Era uma parenta do assistente do Sr. Seitz.

Teuchi Seitz, o chefe de cozinha.

Karashi Banks, o jovem de dezesseis anos, assistente do chefe.

— Ela era muito jovem, a Sra. Hollingshead queria analisá-la por um dia, para saber se dava bem com minha filha. As duas brincavam de esconde-esconde, e então, a jovem entrou na sala onde há o quadro de Sara. Eu estava lá sem máscara e me estressei com a entrada dela.

Colocou uma mão sobre a máscara.

— Eu odiava que me vissem sem máscara. Mas... mas... — Virou o rosto à esposa, admirando-a. — Você faz parecer isso tão fácil de suportar.

Hinata sorriu, e se inclinou para o lado dele, dando-o um beijinho na bochecha.

Naruto sorriu, em seguida, seus lábios decaíram. Cabisbaixo comentou:

— Minha filha ainda se lembra daquele dia.

Seu coração se espremeu, recordando-se de perceber a menina apavorada na porta.

Hinata passou a mão em movimento circular pelas costas do esposo, e dissera:

— Sabe, acredito que Miina não repetiu a sua fala, e sim a fala da Fera, por isso ela imitou um leão. E se isso o deixa melhor, ela ama o príncipe da história que é a Fera. 

As mãos de Naruto repousavam uma sobre a outra, apertavam a extremidade da bengala. Surpreso, questionou-a:

— O príncipe é um leão falante?

A pequena mulher soltou uma suave risada antes de explicar:

— Quase, é um leão antropomórfico, mas ele era humano, contudo por conta de uma maldição se tornou essa criatura.

— E a Bela seria...

— A mocinha da história que em um momento passa a viver no castelo com a Fera, mas ela era proibida de ir para a ala oeste, até que um dia ela não resistiu à curiosidade e foi para o lugar proibido.

 — E o que aconteceu?

Naruto perguntou, de sobrancelhas bem erguidas.

Identificando o grande interesse do cônjuge, a perolada convidou:

— Por que hoje à noite não faz companhia para mim e Miina na hora da história? Lerei A Bela e a Fera.

Ele assentiu meio tímido.  

Achando-o uma gracinha, Hinata segurou o queixo dele, e o beijou novamente na bochecha.

Ele virou o rosto, e ela beijou o nariz.

Soltando um sorrisinho, ela desceu para a boca.

Eles se deram dois selinhos até transformarem em um beijo no qual suas línguas se tocavam, o movimento delas era lento.

— Ele vai vilar plincipe.

— Shiiii.  

Os adultos se afastaram ao escutar os murmúrios.

Hinata saiu da escada espremendo os lábios ainda com o sabor de seu marido na boca.

Naruto abaixou a cabeça, realizando o mesmo movimento com os lábios.

Em breve, os dois adultos miraram na direção de onde vieram os murmúrios.

O Sr. Uzumaki se alçou, apoiando-se em sua bengala, avisando:

— Escutei sua voz, Menma III. É feio espiar.

— Também escutei você, Miina. — Hinata dissera.

De trás de um móvel decorativo, sobre o qual jazia um vaso de planta, os dois pequenos saíram.

O menino receoso e Miina com um sorriso por ter assistido o beijo do casal. 

— Acabei me distraindo, Miina saiu correndo da sala. — O irmão se justificou. Passava seus braços sob os sovacos da irmã, e suas mãos se prendiam no peito dela. — Não queríamos espiá-los, é que fiquei com vergonha de interromper.

— A culpa foi minha, não devo beijar fora do quarto. — Hinata assumiu, intuindo tranquilizar o menor.

— Nossa culpa. — Naruto corrigiu.

Miina se soltou do irmão e se aproximou do casal.

Ela ainda carregava a bola de lã.

A pequena mulher carregou a menina.

Menma III se aproximou também e abraçou a perna do pai.

No colo de Hinata, Miina se inclinou na direção do pai, querendo-o ser carregada por ele.

Naruto com o braço esquerdo ofereceu seu colo.

— Tem certeza, Sr. Uzumaki? — hesitante Hinata perguntou.

— Sim, eu não pretendo andar, apenas ficar parado não me fará mal.

Naruto almejava o deleite de carregar sua menina no colo, pelo menos por um momento.

Assim sendo, Hinata passou a criança ao braço do marido.

Miina pareceu ainda menor no colo do pai.

A perolada manteve uma mão nas costas da criança, apta para ajudar o marido caso ele tivesse alguma dificuldade.

Mas no fim correu tudo bem, Miina abraçou o pescoço do pai.

E Menma III ficou ali quietinho, esperando pela sua vez.

 

 

~NH~

Sábado

13 de novembro

~NH~

 

 

De manhã, embora o sol não aparecesse, o céu se ostentava calmo, sem sinal de chuva próxima.

Nos dois últimos dias, maravilhosamente, não choveu, e a Sra. Uzumaki considerou que poderiam passear pela floresta.

Ela queria muito mostrar a casa abandonada ao marido e sugerir que cuidassem dela para ser um ponto de descanso.

Naruto pediu que fossem sem ele, justificando-se que receberia um cliente importante.

As crianças se desanimaram.

Hinata acreditou que o marido fosse receber visitas de negócios somente depois do inverno.

As pessoas evitavam realizar viagens estando à estação gelada tão próxima.

Hinata perdeu a vontade de sair de casa, todavia as crianças estavam com saudades de passear pela floresta.

A pequena mulher então se reanimou em passear com os pequenos.

E precisaria se acostumar com Naruto recebendo visitas de negócios, afinal Kawaki não mais assumia a liderança da propriedade Uzumaki.

Depois do banho, Hinata se arrumou e se dirigiu ao quarto de Miina, onde deixara a menina pronta a sua espera.

Menma III como sempre fazia companhia para irmã enquanto a mãe se ausentava.

Hinata decidiu parar na porta do quarto do enteado mais velho.

Após leves batidas contra a porta, ela avisou:

— Sr. Kawaki. Passearei com as crianças pela floresta. Como está saindo para caçar... se nos ver... junte-se a nós se quiser. Tenha um bom dia, Sr. Kawaki.

Afastou-se da porta.

 

 

— Manhe poquê a gente palou aqui? — Miina perguntou, segurando a mão de Menma III.

— É que orarei para a Sra. Sara. Pedi permissão para seu pai e ele deixou. Farei uma visita para ela todos os dias. 

Hinata respondeu, abrindo a porta da sala, onde residia o quadro da falecida esposa de Naruto.

Adentrando, continuou respondendo em timbre suave: 

— Vou agradecê-la por ter tido vocês. E pedirei para ela nos guardar com segurança.

— Eu converso com ela quando ela aparece em forma de estrela. — Menma III soltou a mão da irmã, colocou as mãos atrás da cabeça, sorrindo. — Por que não espera a noite chegar?

— Gosto de olhar para o quadro, Sara é bonita e tem um sorriso gentil.

Hinata respondeu, chegando na frente do quadro. 

Fechou os olhos e apertou as mãos diante o busto.

Menma III entrou e fixou sua vista no quadro.

Miina ficou na entrada da sala, apertando a porta. Curiosa observou a imagem da figura feminina na pintura. 

Hinata em seu amável timbre orava para Sara: 

— Eu gostaria muito de ser sua amiga. Farei sua família muito feliz, por favor, cuide de mim. Agradeço-a por conhecer seus filhos, mesmo Kawaki, embora nossa relação não esteja boa, sei que ele se esforçou muito pela família, por favor, faça-o ver que será bom se juntar a nós, ajude-me a tocar o coração dele. Deus, cuide bem da Sra. Sara.

Curvou-se e durante meio minuto contemplou a imagem daquela bela mulher ruiva naquele elegante vestido prata. 

— Vamos crianças.

Hinata se encaminhou à saída, e passou por Miina quem lhe pediu colo.

Ao ser carregada, Miina manteve seu olhar sobre o quadro. 

Após as duas se ausentarem do cômodo, Menma III ficou um momentinho fitando o quadro.

Esfregou seus olhos, e sorriu, sussurrou um agradecimento a sua mãe e se retirou apressado para alcançar Hinata e Miina.

 

 

Na ausência da família, o proprietário da casa recebia o Dr. Dittman.

Encimado na mesinha redonda de centro, um conjunto cerâmico.

O bule prata se assemelhava a uma lâmpada mágica da qual saía um gênio nas histórias infantis.

Aos senhores foi servido café.

Kabuto se acomodava em uma das poltronas de um único lugar e após sorver um pouco do liquido quente, colocou a xícara no pires.

— Surpreso estou que tenhas me chamado novamente, Sr. Uzumaki. Esse deve ser o ano que mais faço visitas a sua propriedade.

— Por que nesse ano aconteceram muitas coisas. — Naruto justificou, e preparando a garganta, adicionou: — Mas hoje, o assunto que tenho a tratar com o senhor é um pouco diferente dos anteriores.

Kabuto arqueou as sobrancelhas, incentivando-o:

— Estou ouvindo, Sr. Uzumaki.

— É para eu recuperar minha disposição em fazer... você sabe.

A boca do convidado ficou semi-aberta.

O barulho de passos fez com que Naruto pigarreasse e o médico se recompusesse da surpresa.

Uma voz procedeu às batidas na porta:

— Sr. Uzumaki.

— Sra. Hollingshead! — Naruto ralhou. Buscando se controlar, acrescentou: — Avisei-a que não queria interrupções.

Shizune alegou:

— Sinto muito, Sr. Uzumaki. É que a Sra. Uzumaki deixou biscoitos no forno e antes de partir ordenou que quando estivessem prontos fossem levados ao senhor e seu convidado. Um dos criados da cozinha me avisou somente pouco tempo atrás.

Kabuto demonstrou interesse ao ouvir sobre os biscoitos.

E não querendo que o convidado ficasse só no cafezinho, Naruto permitiu:

— Então os traga.

— Certo, Sr. Uzumaki. Irei buscá-los.

O som dos passos da governanta reduziu.

Kabuto bebeu mais um pouco de café, e o devolveu à mesa, junto com o pires. Esperaria terminar de tomá-lo, na presença dos biscoitos. Enquanto isso retomou o assunto:

— Eu entendi a que se referia, Sr. Uzumaki. Este casamento fizera bem a você, a ponto de se interessar por isto novamente.

— O que tem pra me dizer, Dr. Dittman? — Naruto lutava contra ansiedade.

— Depende, preciso saber o grau de seu caso. Sente que é capaz de fazer, Sr. Uzumaki?

— Se refere a minha virilidade, sim. — De rosto rosado, completou: — Meu desconforto é pensar que não poderei ter liberdade de movimento durante o ato.

Teria que ser sempre devagar, com toda a cautela do mundo.

Kabuto assentiu, dizendo-o:

— Bem, o senhor optou pelo remédio que retira as impurezas de seu inchaço, mas como já sabe, o efeito é demorado, ele retira bem lentamente. Ainda se levará alguns anos para reduzir tudo, a não ser que...

— Aquele procedimento?

Naruto receou, recordando-se do motivo de optar pelo remédio.

— Sim, aquele procedimento de extração de pus. — Kabuto confirmou, compreendendo o desconforto do loiro. — São poucos que recorrem a este método, poucos mesmo.

Os pacientes preferiam conviver mais tempo com alguma lesão a se submeterem a algum procedimento cirúrgico o qual apresentava risco de infecção.

— Eu desenvolvi um método mais seguro para evitar possíveis infecções, mas como atendi poucos casos, não posso lhe apresentar um grande numero de eficácia, apenas confirmar que nos três únicos casos que atendi, o procedimento foi um sucesso.

Os rotundos azulados chamejaram esperançosos.:  

— Se o procedimento lhe for bem sucedido, retomará maior mobilidade do quadril após alguns dias de descanso, Sr. Uzumaki.

— Quantos dias no máximo, Sr. Dittman?

— Usando meu último caso atendido, como comparação, respondo que duas semanas, Sr. Uzumaki.

Novamente o barulho de passos.

O Sr. Uzumaki permitiu a entrada da governanta que depositou os biscoitos sobre a mesa de centro, e sem demora, retirou-se.

Os orbes escuros do médico brilharam, o cheiro dos biscoitos se espargiu rapidamente pelo ambiente.

Sem rodeios, debruçou-se, alcançando um e ao saboreá-lo fechou os olhos.

Depois de engolir, perguntou sorrindo:

— Por acaso comentastes para sua esposa sobre minha sobremesa favorita, Sr. Uzumaki?

— Sendo sincero, não me recordo de sua sobremesa favorita, Dr. Dittman. Minha esposa nem sabe que estou lhe recebendo, ela pensa que eu receberia um convidado de negócios.

Tivera sorte de sua família se retirar antes da chegada do médico.

Pretendia se encontrar com Kabuto fora da propriedade, mas quando soube que sua família faria um longo passeio, tratou de receber o doutor em sua casa. 

Kabuto saboreou mais dois biscoitos, e retornou à conversa:

— Bem, Sr. Uzumaki. Depois que se recuperar do procedimento de extração de pus, recomendo-lhe exercícios físicos. Educação física inspirada nas práticas dos antigos romanos entrou na moda e ganhou um caráter mais sério. Há vários níveis de exercícios físicos e posso lhe entregar orientações que lhe farão retomar a boa forma. Esse será o segundo passo para ter relações íntimas saudáveis.

Naruto mastigava, em concordância.

— Falando em saudável, vejo que ganhou um pouco de massa muscular, Sr. Uzumaki.

O loiro corou um pouco.

— É que minha esposa reforça a minha quantidade de refeições.

Estava praticamente comendo o dobro em cada refeição.

E ela ainda o habituava a comer de duas ou três frutas nos intervalos entre as refeições.  

Hinata adotou um comportamento mais severo para cuidar da saúde do marido depois que decidiram que não teriam uma relação apenas formal.

— Nos primeiros dias foi difícil, mas depois de uma semana parece que meu apetite cresceu bastante. — Naruto falou.

— É entendível, quando o estado psicoemocional do individuo está afetado, atinge o apetite negativamente, Sr. Uzumaki.

Kabuto terminou seu café e comeu seu último biscoito.

O loiro refletiu, não podia negar que sua mente se encontrava mais leve nos dias atuais.

— Então Sr. Uzumaki, aceitará passar pelo procedimento? — o doutor teve grande interesse, seria mais um belo registro para seu histórico profissional.

— Eu retornarei cem por cento normal, correto?

— Claro, bem, pode até sentir uma dorzinha ali e aqui, mas se livrará da bengala, Sr. Uzumaki.

Todo o corpo de Naruto travou.

Seu rotundo azul pausou sobre a bengala apoiada contra a lateral de seu assento.

Um turbilhão de emoção sacudiu seu imo, apenas de imaginar em não depender mais de um objeto para se locomover.

Construía até sua imagem carregando seus filhos, rodopiando com eles.

— Dr. Dittman, é possível eu passar pelo procedimento semana que vem?


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