A Very Cat Christmas escrita por Karry


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Querida amiga secreta. Essa one-shot nasceu muito antes de Scorose dar as caras. Ela se passa no mesmo ano do primeiro capítulo da fanfic principal, mas o foco aqui é em Hugo e Lily, que ficaram em casa, chateados por serem esquecidos hahahahah.
O plano inicial era fazer uma one-shot para cada casal que você pediu (eu finalizei uma Drastoria, uma Marotos e uma Tedromeda, mas só essa última chegou a ver a luz do dia), só que a one de Hugo e Lily acabou dando ideias para uma long Scorose e aqui estamos.
Eu e Paty consideramos esse capítulo como um spin-off de 'Meu Amor é Teu'. Hugo e Lily são bem crianças (por volta de seus 8/9 anos) então a relação deles dois é apenas de amizade e cumplicidade, confesso que não sou a maior fã desses dois como namorados hahahahaha.
De qualquer forma, espero que você se divirta com essa one também. Ah, e ela tem o selo de qualidade Carla Patrícia ™, você vai entender quando terminar de ler.
Boa leitura, Winnie! ♥️



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2016

Lily tinha a péssima mania de fazer uma carranca quando estava de mau-humor. Harry dizia que ela havia puxado isso de Ginny, as sobrancelhas franziam e colocavam um biquinho nos lábios que era capaz de irritar qualquer um. 

Ginny achava a carinha fofa, Harry achava engraçada e Hugo… Bem… Hugo entrava em desespero. 

Não gostava de ver Lily com outra feição que não fosse a de felicidade, por isso, fazia tudo o que estivesse ao seu alcance para que ela ficasse sempre alegre. 

Mas a chateação que invadiu Lily foi um pouco diferente daquela vez e os culpados eram Albus e Rose. 

Lily já não estava muito feliz em saber que os dois iriam para Hogwarts e ela e Hugo teriam de esperar mais dois anos. Quando apenas James ia para Hogwarts as coisas eram mais fáceis, já que Albus e Rose estavam ali para assegurar os mais novos de que a vez deles também chegaria logo. 

Mas a vez deles ainda ia demorar muito e agora apenas eles dois restavam enquanto Albus e Rose tinham aulas divertidas, usavam uniformes bonitos e tinham varinhas (varinhas!). 

E tudo bem, Lily até que estava lidando bem com o fato de que Rose e Albus estavam longe agora, não era o fim do mundo, eles voltariam para o Natal e teriam as férias e logo ela iria estudar lá. 

O problema é que Albus e Rose não vieram para casa como prometeram. 

Albus e Rose decidiram ficar em Hogwarts ao invés de passar o Natal com ela e o restante da família e isso foi demais para Lily. 

Primeiro Lily rasgou a carta que Albus enviou para ela, depois ameaçou rasgar a carta que Rose enviou para Hugo e em seguida decidiu que eles deveriam enviar um berrador para Hogwarts. 

— As férias vão chegar e eles vão estar aqui de novo — comentou Hugo, dando-lhe tapinhas nas costas. Não era lá muito bom em amenizar os ânimos de Lily, mas a mera intenção já a fazia sorrir um pouco. 

— E eles vão voltar para Hogwarts mais uma vez — bufou ela — Não aguento mais, porque é que nossos pais não os obrigaram a voltar para o Natal? 

Hugo não fazia ideia, mas não queria ser obrigado a voltar para casa durante o Natal quando podia muito bem ficar em Hogwarts. 

O temperamento de Lily continuou tenebroso, não havia nada que lhe deixasse minimamente animada. Era horrível estar em sua presença e Hugo estava a ponto de ter uma síncope. 

Sempre conseguiu fazer com que ela se esquecesse dos problemas e agora não conseguia enxergar uma solução. Enquanto isso, o Natal estava cada vez mais próximo, e Hugo sabia que durante o jantar, ninguém aguentaria estar ao seu lado. 

Mas situações desesperadas pedem medidas desesperadas.

×

— Você acha que um presente vai deixá-la feliz? — perguntou Hugo tentando alcançar Ted. 

Teddy era ridiculamente alto para sua idade, com suas pernas gigantescas e seus muitos piercings no rosto adornados por um cabelo azul royal. Era fácil encontrá-lo numa multidão, mas muito difícil de acompanhar seu ritmo numa Hogsmead abarrotada tendo as perninhas minúsculas de Hugo. 

— Claro que vai — garantiu Ted — Quando é que Lily recusou um presente?

Nunca. Mas isso não queria dizer que ela não havia reclamado do presente depois quando eles estavam sozinhos. Hugo queria muito dar algo que a fizesse cochichar coisas boas depois de receber o famigerado presente. 

— O que se dá para alguém que tem tudo? — perguntou Hugo, com muita sinceridade. Teddy e ele continuaram caminhando pelas calçadas cobertas de neve lamacenta e meio derretida. 

Ted olhou para as vitrines a sua volta, realmente eram poucas as coisas que fariam Lily gostar do presente. Ela já tinha roupas e acessórios demais, não era muito fã de livros, não tinha idade o suficiente para ter uma varinha e… 

— Ah, que gracinha! — murmurou uma garota do outro lado da rua. Poucas pessoas se deram ao trabalho de parar e admirar a tal gracinha, mas Hugo e Ted se aproximaram da vitrine. 

Eram três gatinhos. Um laranja, um branco e um todo preto. Tinham olhinhos suplicantes e carinhas fofas de quem caçariam roedores (com o histórico de roedores que já passaram pela família Weasley, não seria lá uma ideia ter um gato por perto).

— O gatinho laranja até parece a Lily — riu Ted apoiando o dedo indicador contra o vidro para chamar a atenção dos filhotes. 

— Ah… É isso, um gato! 

— Você vai dar um gato de presente para ela?

— E porquê não? Animais são ótimas companhias — retrucou Hugo, ele havia roubado essa frase de sua avó Molly, mas Ted não precisava saber disso — E Lily pode levar o gato para Hogwarts também. 

Ted assentiu, não conseguindo esconder a surpresa diante da escolha de Hugo. 

— Tudo bem, você é quem manda. 

E foi assim que Hugo voltou para casa com um gato preto nos braços naquela tarde. 

× 

Os convidados já estavam chegando n'A Toca. Toda a família — exceto Albus e Rose, é claro! — se reuniriam para comemorar o Natal. Logo Lily também chegaria, mas Hugo estava no andar de cima tentando enfiar o gato que faria de presente a Lily numa caixa de papelão. 

— Cachorro! — chamou Hugo, conseguia ouvir os miados do bicho embaixo da cama, mas não conseguia alcançá-lo — Você precisa vir para a caixa, Lily vai chegar daqui a pouco. 

Hugo conseguia enxergar os olhinhos brilhando no fundo da cama. Maldita hora em que decidiu adotar um gato preto. 

Com muito esforço, Hugo conseguiu puxar Cachorro debaixo da cama. O bichano protestou, mas ainda não sabia usar suas unhas a seu favor, as roupas de Hugo estavam sujas de poeira. Hermione o mataria se o visse desse jeito. 

Ainda protestando, Hugo conseguiu colocar o gato na caixa. Os miados ficaram mais altos, entretanto, o barulho da conversa no andar de baixo não fazia possível que ouvissem o filhote. 

Preciso agradecer tio George por beber bastante vinho, pensou Hugo. 

— Hugo, Lily acabou de chegar! — berrou Molly no andar de baixo. 

Um arrepio atravessou sua barriga como se tivessem sentenciado sua morte. Subitamente estava nervoso demais para ir ao encontro de Lily. 

E se ela não gostasse de gatos? Ele não tinha pensado nisso nem por um minuto sequer. 

Juntando todas as forças que podiam existir num garotinho de nove anos, Hugo desceu as escadas para se encontrar com ela. 

Lily estava entre Harry e Ginny, cutucando as unhas, desinteressada nos elogios que Molly fazia aos cabelos de Ginny e a sobremesa que haviam trazido. Hugo teve a impressão de que Lily usava um par de sapatos muito menor do que devia, mas era apenas o modo como ela remexia os pés sem parar que dava a impressão. Lily deveria estar brava ainda pelo fato de Albus e Rose terem escolhido ficar em Hogwarts. 

Hugo inspirou fundo no mesmo momento em que os olhos de Lily encontraram os seus. Para sua surpresa, ela sorriu. 

— Oi, Huguinho — começou, se aproximando dele.

Lily não era do tipo que simplesmente abraçava pessoas, Hugo gostava de receber abraços até de desconhecidos, mas não se importava com cumprimentos sem toque vindos dela. 

— Você parece menos brava — arriscou ele. 

— Ted dormiu lá em casa ontem e me disse que você tem um presente para mim — o sorriso de Lily alargou ainda mais. 

Safado! 

Como Ted pôde traí-lo dessa forma? 

O sorriso de Lily morreu.

— Era mentira? Você não vai me dar um presente?

— O quê? Não! É só que… Era para ser surpresa.

— Ah… — Lily o fitou, em silêncio. 

— O que foi?

Hugo suspeitava que Lily já gostaria de estar com seu presente em mãos, entretanto, seu estômago estava se revirando de fome. Não podia esperar. 

— Nada — Lily voltou a sorrir, provavelmente deve ter visto que não conseguiria nada de Hugo até aquele momento, então aceitou que seria mais sábio de sua parte simplesmente aceitar. 

O humor de Lily estava muito melhor, o que fez Hugo pensar que não tinha sido tão ruim da parte de Teddy ter contado a Lily sobre o presente. Se ele esperasse até o fim do jantar, Lily provavelmente ainda estaria com a cara emburrada. 

Hugo comeu como se sua vida dependesse disso, o banquete em família era sua parte favorita do Natal (e também a única época em que Hermione estava ocupada demais socializando para brigar com Hugo sobre ele estar comendo demais). 

Lily arriscou jogar conversa fora com Hugo, mesmo que ele estivesse com a boca cheia em boa parte das discussões, era a única maneira que conseguia conciliar sua ansiedade com o tempo que não passava. Queria seu presente logo e a comilança de Hugo já estava lhe deixando nervosa. 

— Hora da sobremesa — anunciou Molly. 

— Mamãe, vou entregar o presente de Lily enquanto os doces ainda não estão na mesa — sussurrou Hugo para Hermione, que apenas concordou com um aceno de cabeça. 

Hugo estava se sentindo imensamente mais confiante agora que sua barriga estava cheia. Estendeu a mão para Lily, com um sorriso que julgava ser galante, e os dois subiram para o quarto. 

De todas as coisas que Hugo e Lily esperavam encontrar naquele quarto, nada se comparava com aquilo. Lily pensou que um furacão havia invadido o quarto e Hugo perguntou-se qual monstro possuiu o corpo de Cachorro pois não era possível que um filhote havia feito tudo isso. 

A caixa em que Cachorro deveria estar dentro estava com mordidas na lateral, os pedaços de papelão esparramados pelo chão denunciavam que o gato precisou de muitas mordidas para abrir o buraco pelo qual fugiu. 

O laço que deveria estar em volta do pescoço do gato estava em frangalhos no chão. 

Os travesseiros que deveriam estar sobre a cama de Molly e Arthur estavam no chão, os lençóis estavam amassados e o bichano estava lambendo a própria pata, sentado sobre o batente da janela atrás da cama. 

— Meu Deus… — sussurrou Hugo, abismado. 

— Oh… — arfou Lily, tirando Hugo de seu estado de choque — O que aconteceu aqui? 

— O Cachorro — apontou Hugo — Seu presente. 

Lily o observou como se ele fosse louco. 

— Mas isso é um gato. 

— O nome dele é Cachorro. 

Para a surpresa de Hugo, Lily soltou uma gargalhada tão alta que até Cachorro se assustou. 

Antes que Hugo percebesse toda a situação, Lily o abraçou com força. Hugo não conseguiu retribuir o abraço, estava tão chocado com o contato físico súbito que não teve reação alguma. 

Se Lily estava disposta a abraçá-lo, então ela estava mesmo feliz. 

— Ah Hugo, muito obrigada, esse é o melhor presente de todos os tempos. 

Lily o soltou e correu para o alcance de Cachorro. Segurando-o no colo como se fosse a coisa mais preciosa em todo o mundo, Cachorro gostou dos carinhos na orelha e ronronou muito feliz. 

O sorriso no rosto de Lily era gigantesco, Hugo sorriu também. Já não se importava de ter que limpar a bagunça que Cachorro havia deixado para trás, estava tão feliz por ter deixado Lily alegre que nada mais importava no mundo. 

— Vem, vamos mostrar o Cachorro para o meu pai. 

Agarrou a mão de Hugo com força e o levou escada a baixo. 

Hugo teria de agradecer Albus e Rose por não terem voltado para casa.


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Notas finais do capítulo

Não sei o que dizer, apenas sentir!



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