Intercâmbio em Paris escrita por Julie Kress


Capítulo 3
Paris, a cidade dos romances... Só que não!


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo.

Espero que gostem!

Boa noite!!!



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No dia seguinte...

College Bittencourt Dupont...

P.O.V Da Sam

Freddie não parava de zuar comigo, por causa do uniforme escolar. Nele tinha ficado perfeito, combinando com o seu topete todo impecável. Blazer azul-escuro, camisa branca de abotoar, calça combinando com o blazer, gravata cinza-chumbo e sapatênis pretos. Um perfeito mauricinho, parecia mesmo um garoto rico da Elite.

Os uniformes femininos eram compostos por blusa branca de abotoar, blazer, gravatinha borboleta vermelha, saia azul rodada, meias brancas fininhas que iam até os joelhos e sapatilhas pretas.

Os acessórios eram lenços e boinas.

Benson estava dizendo que eu parecia uma garotinha francesa de 13 anos e não uma colegial do 3° ano.

— Não faz essa carinha, bebê. - Apertou minhas bochechas.

— Sai fora, não toque em mim! - O empurrei.

Ele riu se afastando.

Benson estava muito engraçadinho para o meu gosto.

— É o seguinte, você não me conhece e eu não te conheço, se topar comigo nos corredores finja que não existo, não quero ter nenhum contato com você aqui! - Avisei logo.

Freddie revirou os olhos.

Parecia até uma maldição, acabamos caindo na mesma turma. Eu estava muito azarada mesmo. Já não bastava dividirmos a mesma casa?

As primeiras aulas foram terríveis para mim, eu não sabia nada em Francês, e o cabeçudo do Benson se saiu super bem e até respondeu algumas coisas que deixaram o professor impressionado.

Isso também atraiu a atenção das garotas da nossa turma.

Durante o intervalo, eu ainda me sentia completamente deslocada.

Claro que ele acabou se enturmando com a galera, e estava rodeado de meninas jogando charminho e dando risadinhas. Pareciam um bando de hienas cercando a carcaça.

Foi então que quatro rapazes sentaram comigo, colocando suas bandejas sobre a mesa. O refeitório era enorme e fui de garota isolada para garota que atrai gatinhos franceses num passe de mágica.

— É estrangeira? - Um deles perguntou.

Era um loiro muito bonito, tinha olhos verdes e lábios avermelhados.

— Sim, aluna de Intercâmbio. - Confirmei.

Eles se entreolharam, o segundo era moreno de olhos cor de mel, o terceiro garoto era ruivo de olhos azuis num tom bem clarinho e o quarto garoto tinha cabelo cor de mel e olhos cor de avelã.

Todos lindos com aquele sotaque sexy.

— Australiana? - O moreno chutou.

— Americana. - Respondi.

Eles não eram da minha turma. Mas eram fluentes em inglês.

Se apresentaram como Aaron, Joseph, Louis e Gideon.

Quando olhei para o Benson, vi que ele me observava de longe.

— Tem namorado, linda? - Ui, direto.

Era o Joseph perguntando.

— Não. - Coloquei uma mecha para trás da orelha e enrolei um cachinho no dedo, mordendo o lábio.

Tiro e queda... Eles ficaram interessados em mim. Mais do que já estavam.

— Oi, priminha. Tudo bem por aqui? - Senti um braço ao redor dos ombros.

Estremeci e quase sobressaltei.

Nem vi ele chegando... Vou matar esse moleque.

Olhei para o Benson segurando a colher com força.

— Tudo... - Falei entredentes.

Forcei um sorriso.

— Quem são vocês? - Olhou para os meninos.

— Sou Aaron, esse aqui é o Louis, meu namorado e esses são Joseph e Gideon. - Apresentou os amigos.

Namorados?

— Namorados também! - Gideon deu um selinho no Joseph.

Claro que eram... Eu e minha maré de azar.

Estava bom demais para ser verdade. Desanimei na hora.

Eles deixaram bem claro que não tinham interesse em mim.

— Que merda pensa que tá fazendo? Por quê não me deixa em paz e não vai para o seu grupo de hienas? - Olhei para as meninas que acenavam para ele.

— Você está em boas mãos. - Sussurrou em meu ouvido. - Prazer em conhecê-los. - Sorriu para os meninos.

Benson voltou para o grupinho dele.

— Seu primo é sempre ciumento assim? - Gideon indagou.

— Oh, mas ele não é...

— Ele com certeza gosta de você. - Joseph opinou.

— Você gosta dele? - Aaron ficou curioso.

— Acho que vocês combinam. - Disse Louis.

Era só o que me faltava.

Ganhei quatro amigos e eles já estavam me shippando com o idiota do Benson.

[...]

P.O.V Do Freddie

— O que foi aquela palhaçada lá no refeitório? - Perguntou quando as aulas terminaram.

O motorista dos Gerard nos aguardava ali fora.

— Não deve confiar nesses estrangeiros, eles ficam loucos quando se deparam com uma menina nova, ainda mais sendo intercambista. - Respondi.

— Eu não fui meter o meu nariz aonde não devia quando aquelas garças estavam bicando em cima de você! - Falou irritada.

— Garças? - Ri com gosto.

Eram as francesinhas.

Todas lindas, pernas longas e com cabelos brilhantes. Bem cheirosas.

— Ciúmes, Puckett? - A encarei.

Ela bufou.

— Vai se foder, Benson! - Me empurrou.

Cumprimentamos Figgs, o motorista. Entramos no carro de luxo.

— E se aqueles garotos estivessem mesmo dando em cima de mim? O que você tem a ver com isso? - Questionou.

— Sr. e Sra. Gerard pediram para eu cuidar de você. - Respondi.

— Nossa, que gracinha da parte deles. - Revirou os olhos.

Eles nem cuidavam das filhas. A babá que tomava de conta das meninas. Mas eles ao menos se preocupavam.

— Eu não estava num tanque com tubarões, seu idiota. Estava me socializando. Fazendo amizades. - Se defendeu.

— Jogando charminho para cima deles? - Ri sarcástico.

— Pelo menos eu não estava me exibindo que nem você! - Retrucou.

Além de arrasar nas aulas, eu estava dando uma de garoto sexy inteligente para cima das meninas. Joguei todo o meu charme. Ficaram doidinhas por mim.

— Você usa as armas que tem. - Dei de ombros.

— Então, você me acha sexy? Por isso foi tirar os garotos de cima de mim? - Perguntou pasma.

— Sam, eu só pensei que eles estavam com segundas intenções, que iriam se aproveitar de...

— Não preciso de ninguém me defendendo. Sei fazer isso muito bem sozinha, não sou nenhuma donzela em perigo! - Retrucou irritada.

Revirei os olhos.

Chegamos na casa dos Gerard.

Figgs abriu a porta do Bentley.

Sam desceu do carro com a saia amassada, não pude evitar olhar para a sua bunda empinada e para suas belas pernas.

Saí do automóvel arrumando a mochila no ombro.

Iríamos sair com a nossa Host Family para conhecer a cidade.

[...]

Ficamos na sala esperando a Sam terminar de se arrumar, ela desceu vestindo um suéter vermelho, calça jeans escura, botas marrons e claro, usava sua inseparável jaqueta preta de couro sintético.

Ela não usava muita maquiagem, estava com um gorro cor de vinho, os cachos desciam volumosos até os ombros.

Sr. e Sra. Gerard eram pessoas finas e elegantes, sobretudo e casaco de grifes, as meninas também estavam bem agasalhadas.

Fazia frio, também me arrumei todo.

Fomos primeiro ao Museu de Orsay, vimos a Catedral de Notre-Dame quando passamos em frente. Deixaríamos os outros pontos para visitar outro dia, sem pressa, porque já era de noite e aos finais de semana seria melhor para visitar.

Os Gerard cancelaram o passeio à caminho da Torre Eiffel.

A filha mais nova não estava bem, ela começou a se queixar de dores no estômago e estava muito nauseada. Eles já tinham reservas, até mesmo no 58 Tour Eiffel.

Eles pegaram um táxi com as filhas e pediram para o Figgs nos levar adiante com o passeio.

Sam ia sentada ao meu lado no banco traseiro, parecia desconfortável.

— Uau! - Nos deparamos com a imensa Torre, era a atração mais visitada.

Sam olhava impressionada para tudo.

Tivemos que enfrentar fila, até que não estava tão longa.

— A Torre possui três andares e tem 300 metros de altura. - Falei para ela. - A pista de gelo fica no primeiro andar. - Contei animado.

— E quem te perguntou, cabeçudo? - Me olhou com cara de poucos amigos.

Que garota mau-humorada.

Eu estava na fila bem atrás dela. Tinha um rapaz na frente da Sam, de repente ele começou a puxar assunto com ela e logo já estavam rindo como se fossem velhos amigos.

— Guilherme é um nome bonito. - Ela elogiou.

Ele tinha um inglês arrastado e começou a secar ela descaradamente olhando para o busto da Puckett.

Ficamos mais ou menos 20 minutos na fila. Pensei até que o maluco iria pedí-la em namoro, já estavam na maior intimidade, pareciam um casalzinho.

— Temos reservas no 58 Tour Eiffel. - A lembrei.

— Eu também tenho. - O intrometido falou.

— E quem é você? - Fingi estar indiferente.

— Guilherme Lambert. - Se apresentou.

— Freddie Benson. - Falei meu nome.

Ele não deu a mínima para mim e voltou a dar atenção à Puckett.

Quando chegamos no primeiro andar, Guilherme se despediu e tomamos outro rumo. Ainda bem que ele não grudou em nós...

— Vocês trocaram contato. - Olhei para a loira que sorria mexendo no celular.

A Puckett me ignorou.

Nosso Tour não foi tão divertido, pelo menos jantamos com uma incrível vista de tirar o fôlego.

Foi por conta dos Gerard, eles tinham privilégios no restaurante dali.

[...]

— Vou dar um rolê com o Guilherme e os amigos dele. - Mostrou os três rapazes.

— Como assim? Precisamos estar na Homestay às 22h em ponto. - Avisei.

Ainda eram 20h:16min...

A maluca decidiu sair sozinha com aqueles desconhecidos.

— Nos encontramos aqui às 21h:45min, beleza? - Deu um tapinha em meu ombro.

Apenas concordei mesmo contrariado. Vi ela correndo e entrando num carro vermelho com eles.

Figgs ainda nos aguardava dentro do Bentley.

Dei uma volta sozinho pelos arredores da Torre. O tempo foi passando. Tinha tantas meninas lindas me olhando, nem consegui paquerar elas porque estava só pensando na Sam... Sozinha com aqueles caras.

Chequei as horas, 21h:19min...

Sam retornou antes da hora marcada.

Ela estava sozinha.

— Vamos dar o fora daqui! - Disse apressada.

Estava agitada, nervosa.

— O que houve? - Estranhei.

— Nada. - Mentiu.

— Sam, fala logo! - Pedi.

Ela estava ofegante e com o rosto todo vermelho, descabelada.

— Não aconteceu nada, mas que droga! - Esbravejou.

— Você voltou cedo e sozinha...

— E daí? - Me interrompeu.

— Puta merda! - Imaginei o pior. - O que aqueles filhos da puta fizeram com você? - Perguntei alarmado.

— Me roubaram. - Porra, eu sabia que aquilo não ia prestar. - Levaram minha carteira com 35 pratas. - Menos mal. - Peguei carona com uma senhora que me deixou ali no canto. - Indicou o local.

— Eles machucaram você? - Me preocupei.

Ela ainda estava assustada. Sam negou.

— Eu que machuquei um deles... Machuquei o Guilherme, se é que é mesmo o nome dele... - Fechou os punhos.

— Ele tentou fazer algo com você? - A encarei.

Sam estava com olhos marejados.

— Ele queria... Ele queria a minha roupa íntima... - Qual o problema com a palavra calcinha?

— Como é? Ele queria levar a sua calcinha? - Fiquei pasmo.

Ela assentiu super envergonhada.

Sam começou a chorar. Me desesperei.

Nunca tinha visto ela naquele estado.

— Meu Deus, vem cá, não fica assim, vamos denunciar. - A puxei para os meus braços.

Abracei ela.

Sam tremeu e de repente me afastou explodindo em gargalhadas.

— PEGUEI VOCÊ! - Fez uma dancinha. - É trollagem, idiota! Isso é por ter me enganado no jantar. Descobri que Magret de Canard e aquele outro prato com nome esquisito não são sapo defumado e nem carne de bode velho! - Puta merda.

Filha da... Ela ia me pagar.

— Os meninos são legais, mas tiveram que encerrar o passeio mais cedo. - Relatou.

— Isso não teve graça nenhuma, Puckett! - Avisei.

— Uou, tá todo nervosinho. - Riu.

— Você chegou toda abalada dizendo que foi assaltada e que um deles queria levar a sua calcinha! - Exclamei.

Ela riu ainda mais.

— Levar não, mas com certeza o Guilherme queria tirar... - Comentou mordendo o lábio.

— Vai se foder, Puckett! - Me afastei irritado.

Fui em direção ao Bentley.

Entramos no veículo e Figgs nos levou para a casa dos Gerard.

Como eu pude cair naquela trollagem dela?


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Notas finais do capítulo

Ambos paquerando em Paris haha

Sam pegou pesado na trollagem, né???

Tadinho do Benson kkkkkkkkk

O que acharam do capítulo??? Bjs



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