O diário de um cálice escrita por Roberta leal jaeger


Capítulo 1
Capítulo 1




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 Lia atentamente aquele diário, que achei ontem enquanto arrumamos as coisas do porão da casa da minha falecida vó.

 

°A Lenda do cálice° 21/03/1939

 

Há uma lenda na minha Cidade, de que a cada 100 anos uma garota é escolhida para ser o cálice de um vampiro. Acho que minha família inventou essa lenda para que nós, eu e minhas irmãs não saíssemos de noite.

  Acredite ou não segundo a lenda, o cálice deve ter o mesmo sangue de uma antiga família desta cidade, a família Clifford.

 

 Sei que é bobo, mas essa é a primeira coisa que escrevi nesse diário, tem mais relatos da lenda e eu quero escrever todos aqui. Por isso a cada dia escreverei um pouco "

 

               Li a última frase e ouvi minha mãe do andar de baixo

 

—Filha! Você quer carona para escola? -  Logo fechei o diário, peguei minha mochila, sapatos e desci as escadas. - Ótimo já está pronta, queria falar que hoje eu e seu pai vamos jantar fora- Falou pegando sua bolsa no cabideiro atrás da porta.

 

— Você vai ficar sozinha em casa por algumas horinhas então se comporte - Imitei sua voz e a mesma riu,e passou por mim. Coloquei os sapatos desajeitadamente e passei pela porta da frente que a mesma tinha acabado de abrir.

 

  Alguns minutos depois eu já estava na frente da escola e como esperado minha melhor amiga , Leandra, já estava lá à minha espera.

 

— Ei, pirralha, vamos ficar um pouco mais aqui fora, lá dentro eu não posso fumar - Assenti, e fiquei ao seu lado.

 

— Esse é o seu café da manhã? - Falei vendo a mesma tirar um maço de cigarro e isqueiro de dentro de sua jaqueta preta.

 

— Sim, e como minha amiga você já deveria saber disso - Disse acendendo seu cigarro. Leandra e eu nos conhecemos à 2 anos quando troquei de escola, ela sempre arranjava problemas, nos conhecemos justamente no dia que eu cheguei na cidade, estávamos as duas na sala de espera da diretoria, ela por fumar na sala de aula e eu por ser aluna nova que estava sem uniforme.

 

— Ei - Ela estalou os dedos - Terra chamando S/n , queria te perguntar uma coisa - Fiz sinal com a cabeça para ela continuar - Vamos dar um passeio no shopping mais tarde? - Ela disse se sentando na calçada, me juntei a mesma.

— Ainda não perdoei você por ter me expulsado da sua casa semana passada - Falei lembrando do ocorrido.

 

— Eu...é que.... Affs, eu só não queria que você ficasse lá naquele momento - Eu assenti, sei que não adianta insistir muito menos com Leandra. 

 

— Mas o que é isso, duas inconsequentes se drogando na frente da minha escola? - Olhamos para cima e vimos a diretora da escola. - Não quero esse tipo de coisa aqui, okay? Andem logo e entrem.

 

— A mesma ladainha de sempre , odeio ela - falou Leandra apagando seu cigarro.

 

— Nem vou comentar, vamos temos teste hoje - Levantei e puxei a mesma pela manga de sua jaqueta.



     [ Horas mais tarde ]

 

— Você quer comprar o que? - Leandra me olhou entediada.

 

— Sei lá, acho que quero olhar aquela loja de velharias - Vi Leandra revirar os olhos.

 

— Chataaaa! Que tal nos encontrarmos na praça de alimentação? - Leandra falou já se distanciando nem dando tempo para responder.

 

— Okay - Atravessei o hall  e cheguei à loja que tanto gostava. Abri a porta e um sininho tocou anunciando minha presença - Olá, senhor Vlad - Falei para o idoso rabugento que como sempre lia seu jornal sentado em um banco atrás da bancada.

 

—Olá, S/n - Ele não era um senhor de muitas palavras. Mas eu gostava do seu jeito de ser, qualquer outro velho me perguntaria sobre coisas fúteis assim que entrasse na loja, imagine só se fosse uma velha então - rio com meu pensamento.

 

 Começo a xeretar algumas velharias que se encontravam em prateleiras na parede. Em um arrepio que atravessou minha espinha me virei rapidamente, vendo pelo vidro transparente um homem me encarando a alguns metros dali. Quando o mesmo percebeu que eu estava olhando, ele desviou o olhar.

 

—Ah, já ia me esquecendo - Senhor Vladimir  falou, e me virei para prestar atenção - Você disse que gostava de livros velhos, não é mesmo?

 

—Sim, na verdade hoje mais cedo li o diário de minha avó, a primeira página falava sobre uma lenda local - Falei e o mesmo sorriu. Ele se curvou e pegou algo debaixo da bancada.

 

—Ah sim, a lenda da sua família - Eu assenti concordando -  Segundo meus cálculos já faz quase 100 anos desde o último acontecimento, e Você é filha única não é? - Ele me entregou o livro empoeirado, e eu o olhei desacreditada.

—O senhor acredita mesmo na lenda? - Ele sorriu de lado.

 

—Descubra você mesmo. Se me der licença agora tenho que fechar - Ele apontou para a saída.

 

—Ah… Claro - Falei sem jeito, agora dúvidas pairavam sobre minha cabeça. E se a lenda for real? Quase 100 anos já se passaram, não mas alguma coisa está errada a conta não está batendo, e se eu for o próximo cálice? Tenho que descobrir.

 

—Boo!! - Levei um susto após passar pela porta da loja, era Leandra - Você ultimamente tem viajado pro mundo da lua, sabia? - Ela deu um peteleco na minha cabeça.- Comprou o que queria?

 

— Na verdade não, mas o senhor Vlad me deu isso - mostrei a ela o livro, e ela o pegou na minha mão e começou a folhear.

 

— Um livro sobre lendas folclóricas locais? você está perdendo  tempo com isso - ela riu. - Uuuuh ligações de sangue com vampiros, criaturas que roubam almas, bruxas a procura de virgens - ela debochou lendo o sumário - Qual é você e mais inteligente que isso, vai ler algo de biologia, astrologia essas coisas super complicadas 

 

— Você e bem idiota as vezes, e eu odeio isso - falei, tirando o livro de suas mãos e sai caminhando, após alguns segundos percebo de novo um olharem  mim, pensando que e apenas Leandra me viro abruptamente mas a mesma não esta mais lá. 

Com medo de ser um psicopata perseguidor, saio do shopping indo direto para o ponto de ônibus que fica logo ali do outro lado da rua, por pura sorte havia mais alguns jovens ali.

 


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