Uma semana depois...

Freddie jogou farinha de trigo em mim, revidei jogando Chantilly nele. Fizemos uma guerrinha na cozinha e dona Stefania nos expulsou à vassouradas, rimos e corremos para fora, fomos lá para trás do restaurante onde ficamos implicando um com o outro.

Ele me beijou e foi muito bom.

Conheci Antonella, a namorada de Vincenzo.

Saímos os quatro juntos, nos divertimos tanto.

À medida que os dias passavam, minha relação com o Freddie só melhorava.

Ele já não pegava tanto no meu pé dentro da cozinha.

Fiz amizade com Antonella e seu irmão que era um cara incrível.

Eu estudava no tempo livre pelo Laptop, estagiava no restaurante e ainda frequentava as aulas que seu pai dava para os jovens Chefs iniciantes.

Sábado e domingo eu saía com Freddie, seu irmão e sua cunhada.

Siena era uma cidade maravilhosa apesar de ser um pouco pequena.

Um mês depois...

Freddie me pediu em namoro, lógico que aceitei. Seu pai nos deu permissão, contanto que eu continuasse me dedicando nos estudos e no estágio.

Sr. Benson era um homem muito generoso, me tratava como se eu já fosse da família.

Freddie e eu passamos a sair sozinhos para curtirmos à dois.

Era uma quinta-feira, fui levar o lixo para fora.

— O que tanto estava de conversinha com o Paolo? - Segurou meu braço, me impedindo de entrar.

Meu namorado era muito ciumento. Descobri naquela noite.

— Ele é meu amigo, eu estava ajudando ele com um dever... - Puxei meu braço.

— Não gosto da maneira que ele te olha. Não quero você sozinha com ele. - Avisou sério.

— Para com isso, Freddie. Você não manda em mim! - Rebati.

— Tô te falando, Sam, esse cara está de olho em você! - Disse bravo.

Começamos a discutir.

Seu irmão apareceu quando meu namorado estava gritando.

— Se eu pegar você aumentando a voz com ela de novo, eu não respondo por mim! - Meu cunhado me defendeu.

— Está tudo bem, Vince, eu resolvo. - Falei.

— Vai cuidar da sua namorada, da minha, cuido eu! - Freddie retrucou.

Vincenzo foi para dentro contrariado.

— Nunca mais grite comigo. - Estava chateada.

— Me desculpe, principessa... - Me abraçou forte.

Eu o desculpei.

[...]

3 mês depois...

Eu conversava com minha mãe por chamadas de vídeo e depositava dinheiro na conta dela. Não era muito, mas dava para ajudar nas despesas.

Estava feliz porque eu já tinha meu próprio dinheirinho.

As aulas de culinária eram legais e cada vez mais interessantes.

Aprendi bastante coisas.

Meu relacionamento com o Freddie não era um mar de rosas, tínhamos altos e baixos como todo casal.

Às vezes brigávamos bastante.

Mas eu estava completamente apaixonada por meu italiano nervosinho.

Ouvi gritos e barulhos vindo da cozinha.

Dona Stefania pedia socorro.

Encontrei Freddie e o Paolo aos socos.

Meu namorado tinha cisma com o meu colega.

— PARA COM ISSO, FREDDIE! PARA! PARA! PARA! - Gritei tentando puxá-lo de cima do pobre Paolo.

Seu pai e meu cunhado apareceram para apartar a briga.

O Sr. Benson acabou tendo que mandar o rapaz embora.

Quando terminou meu expediente, fui para a pensão sem trocar uma palavra com o meu namorado.

2 semanas depois...

Freddie e eu viajamos para Sorrento, uma pequena e linda cidade no interior da Itália. Fomos visitar seus avós paternos.

Moravam numa chácara, tinham um vinhedo.

Foi o melhor final de semana da minha vida.

Amei conhecer seus avós.

Voltamos para Siena mais apaixonados e unidos.

Sim, meu amor por ele só aumentava.

Freddie era carinhoso... Sabia ser safado quando queria.

O sexo com ele era incrível.

O tempo foi passando.

Eu já não estava ali por apenas amar Gastronomia. Eu estava ali por amor a ele também.

5 meses depois...

— Tô grávida. - Dei a notícia.

Não estava em nossos planos.

— Por favor, fale alguma coisa. - Ele só tinha 18 anos.

Fiquei temerosa

— Eu te amo! - Ele me pegou pela cintura e me rodopiou.

Ficamos felizes.

Saí da pensão e fomos morar juntos.

Claro que recebemos ajuda do seu pai.

Alugamos uma casa pequena e simples. Compramos nossas coisas.

Minha mãe ficou pasma com a notícia.

[...]

Havia acabado de completar quatro meses de gestação.

Freddie tinha saído com os amigos. Estava demorando.

Ele não atendia as minhas ligações.

Às 22h e pouco da noite meu cunhado apareceu com a noiva, Antonella.

— Pegaram o Freddie com drogas. Ele está preso. - Senti meu mundo começar a desabar.

Eu passei mal... Fui socorrida por eles.

Chorei muito. Estava inconsolável.

Esperava gêmeos... O pai dos meus bebês estava atrás das grades.

Quando fui visitá-lo, Freddie não quis me ver. Recusou minha visita.

Ele disse para o pai e o irmão que as drogas eram de um amigo.

Devia estar envergonhado.

Quando completei 5 meses, descobri o sexo... Eram duas garotinhas.

O tempo foi passando.

Tive minhas filhas... As duas nasceram saudáveis.

Fui visitar Freddie depois de 2 semanas após o nascimento delas.

— Ainda estou te esperando em casa... Você precisa ser forte, daremos um jeito de te tirar daí, amor... - Prometi.

— Pegue elas e vá embora, volte para Seattle... Vai embora, Sam! - Vi medo e preocupação em seu olhar.

— Por quê? - Comecei a chorar.

— Vocês correm perigo se ficarem aqui... Me meti num rolo... Não posso explicar... Se me ama, pegue as nossas filhas e vá embora! Por favor, amor... - Suplicou.

Eu já havia terminado meu Tecnólogo.

Eu deixei a Itália com o coração em pedaços.

Foi tão doloroso me despedir de todos.

Mas fiz aquilo por ele.

Fiz por amor... Fiz por nossas filhas.

[...]

Era o aniversário de 1 aninho delas.

Seu avó e seus tios mandaram presentes.

Vincenzo casou com Antonella. Nem pude ir ao casamento.

Mamãe e eu preparamos uma festinha para as meninas.

Recebemos poucos convidados, era algo simples para não passar em branco.

Terminei de arrumar minhas princesinhas.

— Meus docinhos da mamãe. Amo tanto vocês. - Beijei elas nas bochechas.

— Papà è arrivato! - Aquela voz.

Me virei rapidamente dando de cara com o Freddie ali na entrada da porta do quarto das meninas.

Segurava sacolas de presentes e lindos balões personalizados.

Eu corri para os seus braços.

Chorei de emoção.

— Sua mãe sabia... Queria fazer surpresa. Meu pai, meu irmão e a Antonella estão lá na sala. - Explicou.

— Oh, meu Deus, quando você saiu? - Perguntei.

— Semana passada. - Respondeu.

Parecia bem... Estava mais forte e com a barba aparada.

Ouvi as meninas resmungando. Estavam me chamando.

Falavam poucas palavras.

Tirei as sacolas dele. Coloquei dentro do berço. Amarrei os balões ali.

— Vem conhecer elas... Nossas filhas... Essas são Manuella e Graziella. - Apresentei as pequenas.

Ele começou a chorar.

— Le mie ragazze... - Se aproximou delas. - Quem é quem? - Me fez rir entre as lágrimas.

— Manu é a que tem a pinta vermelha na mãozinha direita... Grazie é a bravinha. - Expliquei.

Ele pegou ambas no colo.

— Levarei vocês de volta. Iremos recomeçar, meu amor. - Deu a boa notícia.

Fui abraçar minha família.

Eu não poderia estar mais feliz.