Perseguição em Londres escrita por Julie Kress


Capítulo 2
Perseguindo uma celebridade


Notas iniciais do capítulo

Ei, pessoal!!!

Mais um capítulo saindo do forno.

Ótima leitura!!!



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Londres, Inglaterra, às 20h:37min...

P.O.V Do Freddie

Segundo as informações autênticas do meu chefe, Sam Puckett estaria hospedada no Venture Hostel, claro que ela não iria para um hotel luxuoso de 5 Estrelas, perto do Venture Hostel havia mais duas pousadas, logo tratei de me estabilizar na cidade, aluguei um quartinho simples numa pousada ali perto do hotel, 50 Libras Esterlinas a diária, dava para o gasto.

Era só para uma noite.

Eu teria que fingir ser um britânico, precisava alugar um imóvel só para mim, para poder manter o meu disfarçe.

Foi o que fiz na manhã seguinte, saí à procura de um imóvel para alugar, eu já tinha morado na Inglaterra por dois anos, até voltei para os Estados Unidos com sotaque, seria fácil imitar os modos de um londrino, comecei a treinar o sotaque com quem eu parava para conversar, me indicaram um prédio residencial, e então, consegui alugar quarto modesto, tinha que valer a pena, o Sr. Papperman iria me reembolsar.

Me instalei no meu pequeno apartamento, se é que eu poderia chamar aquilo de apartamento mesmo, parecia mais um flat.

Quando morei na Inglaterra, eu fiquei em Liverpool. Foi de fato uma experiência incrível.

Ainda bem que fiz as malas com as roupas que eu tinha comprado em Liverpool, fugiam do meu atual estilo, de americano moderno e despojado, me transformei num britânico charmoso e bem vestido.

Era uma quarta-feira, me agasalhei e fui tomar café-da-manhã na Dulce Coffee London, era uma cafeteria localizada perto do Venture Hostel.

Eu realmente não sabia que ela daria as caras ali, mas Sam Puckett apareceu, usava casaco marrom, calça jeans, botas de frio, gorro e cachecol combinando.

Ela foi direto ao balcão, olhar os quitutes, doces e salgados, o local remetia o aconchego de uma padaria italiana, simples e adorável.

Parecia apenas uma turista comum. Sam Puckett fez o pedido e foi se acomodar numa mesa lá nos fundos perto do janelão.

Claro, ninguém ali fazia ideia de que se tratava de uma famosa atriz de Hollywood tirando férias.

Achei que ela ficaria mexendo no celular enquanto aguardasse o pedido, porém, ela tirou um livro da bolsa.

Eu sabia que precisava abordá-la, tinha que me aproximar dela.

Tinha que seguir cada passo dela o máximo possível, discretamente.

Teria que perseguir aquela celebridade e descobrir bastante coisas a seu respeito... Conhecer a mulher por trás da atriz, foi o que meu chefe disse... Exigiu.

Ela foi servida, enquanto lia o livro, bebericava o que parecia ser chocolate quente com bastante creme. Pediu bolachas para acompanhar. Se chamavam Scones.

Pedi mais uma xícara de chá, torradas e um doce com recheio de canela.

O meu alvo terminou de comer, ela foi pagar a conta, e foi aí que entrei em ação quando a loira teve problemas na hora do pagamento.

Eles não aceitaram o cartão que ela tinha, e vergonhosamente, Sam Puckett admitiu que havia deixado o dinheiro no hotel.

Claro que dei uma de gentil cavalheiro.

— É por minha conta, não se preocupe, senhorita. - Minha postura e minha fala cortez chamaram sua atenção.

Fiz bonito acentuando o sotaque.

Paguei sua conta com dinheiro. Ela me viu tirar a nota novinha da minha carteira chique de couro.

— Muito obrigada, senhor. - Me agradeceu.

Era menor que eu e parecia tão alta na TV, devia ser por causa dos saltos.

Estava sem maquiagem, a pele muito alva, tinha os lábios naturalmente rosados e os olhos azuis vívidos. Era um tom bem bonito.

— Deseja mais alguma coisa, quer levar algo para a viagem? - Notei que ela olhou para os doces à mostra algumas vezes.

Pensei que ela fosse se acanhar, mas acabou me surpreendendo, apontando para um bolo bonito e de dar água na boca, estava coberto por camadas de creme e glacê.

Comprei duas fatias do bolo que ela tanto cobiçava com os olhos.

Saí da cafeteria acompanhado por Sam Puckett, que caminhava ao meu lado tagarelando, encantada com tudo e a todos ao nosso redor.

Era a sua primeira vez ali em Londres.

[...]

Passei uma semana perseguindo Sam Puckett de longe, ficava ali à espreita do hotel onde ela estava hospedada, ela sempre saía às 09h e ia tomar café-da-manhã na Dulce Coffee London, também saía na hora do almoço para ir comer no Rules, um restaurante simples ali perto, e sempre lanchava na Pret A Manger, havia alugado uma bicicleta para se locomover pelo centro de Londres.

Comecei a trabalhar em minhas anotações.

Era uma quinta-feira quando decidi fazer minha segunda abordagem, segui ela até o St. James's Park, um parque lindo e bem legal, com lago e várias espécies de aves para serem observadas.

Fazia uma bela tarde.

E lá estava ela visitando o lugar, sempre saía com a pequena e super moderna câmera fotográfica, estava tirando fotos da paisagem, se aproximou do lago para fotografar uma família de patos, uma fileira de filhotinhos seguiam os pais.

Fotografar era um de seus hobbies.

Anotei sobre isso.

Sam Puckett foi sentar num dos bancos de madeira, ela tirou algo da bolsa, era um saco de papel, vi ela tirar um lanche embalado, o que parecia ser um sanduíche.

Esperei ela terminar de lanchar antes de me aproximar.

Fui observar o lago de perto, fingindo que não tinha visto ela ali, estava sentada sozinha, observando umas crianças alegres com a presença dos patos dando voltas pelo enorme lago esverdeado.

E acabei sendo acertado por algo, senti um impacto na cabeça, fiquei até zonzo, coloquei as mãos na cabeça, mesmo sobre o zumbido nos ouvidos, ouvi gritos, uma mulher se aproximou falando em voz alta, brigando.

Olhei ao redor, pude ver crianças correndo para longe, apenas um garotinho se aproximou e juntou um brinquedo vermelho que parecia um disco de Frisbee.

Ele pediu desculpas antes de correr.

— Você está bem? Está doendo muito? Aquelas pestinhas te acertaram em cheio! - Foi Sam Puckett quem me socorreu.

Estava toda preocupada comigo, me fez abaixar a cabeça. Passou a mão examinando onde eu massageava, seu toque foi delicado, olhei para o seu rosto, sua expressão se suavizou assim que seus olhos fixaram aos meus.

— Você! - Finalmente percebeu. - É o rapaz que pagou o meu café-da-manhã semana passada. - Abriu um pequeno sorriso.

— Freddward... Freddward Karl. - Karl era o meu segundo nome, me apresentei.

Naquele dia nem nos demos trabalho de fazer isto.

Seria arriscado me apresentar como Freddie Benson, meu nome sempre aparecia nas minhas matérias.

— Samantha. Samantha Joy. - Estendeu a mão.

Joy era seu nome do meio.

Apertei sua mão ainda atordoado.

— Você não gostaria de sentar? Levou uma porrada na cabeça, deve estar doendo. - Me conduziu até o banco onde estava sentada antes.

E foi naquele dia que me aproximei pra valer. Comecei a conhecer a mulher que seria o assunto da minha matéria.

Ela disse que estava ali em Londres de férias, que estava dando um tempo da vida agitada que levava em Los Angeles.

Contou que era um sonho realizado conhecer a Inglaterra, mostrou as fotografias que capturou. Além de ter morado em Liverpool, eu conhecia bem a capital londrina, tinha visitado várias vezes.

Foi então que me ofereci para ser seu guia. A loira ficou animada com a ideia de fazer um Tuor pela cidade ao meu lado.

[...]

— O que você faz, Sr. Karl? Você tem cara de professor. - Paramos para lanchar num bistrô.

— Sou jornalista, também estou tirando férias. - Contei uma meia verdade.

Eu realmente havia me formado em jornalismo.

— É mesmo um homem inteligente, meu segundo palpite seria arquiteto ou talvez advogado, quem sabe um doutor charmoso? - Estava flertando comigo?

— E você? Qual é a sua profissão? - Perguntei.

Claro que ela não iria me contar.

— Sou professora de balé e atriz de teatro. - Menos mal, ela tinha feito uns trabalhos no teatro, estrelou peças bem conhecidas e musicais.

— Professora de balé? - Me peguei duvidando mesmo ela tendo soado tão sincera.

— Sim, sim. Dou aulas para crianças que tem baixa renda, é um trabalho voluntário na cidade onde moro. - Ela abriu a bolsa, pegou o celular, mexeu no aparelho e por fim, mostrou várias fotos ao lado de uma turma de crianças com trajes de balé, meninos e meninas.

Não era mentira... Ela realmente dava aulas de balé.

Eu precisava incluir aquilo nas minhas anotações.

— Impressionante. - Comentei surpreso. - Isso é de fato um bom trabalho, você é generosa. - Fui franco.

— Obrigada. - Sorriu.

Não usava maquiagem, nem mesmo precisava, tinha a pele bem cuidada, um rosto muito bonito com traços delicados, a boca num formato de coração e os lindos olhos azuis tinham um brilho único.

Cachos dourados caíam como cascatas emoldurando a face angelical... Era uma mulher linda.

Deixamos o bistrô, ela queria pagar a conta, mas não deixei.

Sam... Eu teria que me acostumar a chamá-la assim, apenas de Sam. Assim como ela passou a me chamar pelo meu apelido.

Como eu ia narrando, Sam pegou a bicicleta alugada e começou a empurrar, fui caminhando ao seu lado.

— Você disse que é de Liverpool, mas o que faz na capital? Não deveria estar passando as férias no... México? Espanha? Ou até mesmo em Paris? - Indagou curiosa.

— Não planejei passar as férias longe do país, vim para Londres porque também gosto muito daqui. Estou pensando em me mudar para cá. - Menti.

— Certo, entendo... E onde você está acomodado? Estou hospedada no Venture Hostel, é barato e bem simples, tão aconchegante. - Contou.

— Aluguei um imóvel, é basicamente um flat. Quarto/cozinha. Tudo que um homem sozinho precisa é de sossego. - Falei.

— Oh, vocês britânicos são diferentes dos americanos. Gosto de uma boa companhia. Você não é de falar muito, né? - Parecia cada vez mais curiosa sobre mim.

E pior que não era fingimento, eu era tímido e de pouca conversa. Era o meu jeito.

— Somos mesmo diferentes. Você é bastante comunicativa. - Fiz ela rir.

— É um verdadeiro lorde falando, todo certinho, até o seu andar é... Você é mesmo um britânico legítimo. - Me analisou. - Agora vai me dizer que é da realeza? - Sorriu divertida.

— Sou apenas um primo distante de William e Harry. - Brinquei.

Ela riu e riu com gosto.

— Bom Freddie, eu não sei se aceno, se aperto sua mão cordialmente ou te dou um beijo no rosto, mas eu preciso ir, já está ficando tarde... - Estava anoitecendo.

— Pode se despedir da maneira que desejar. - Tentei ser o mais gentil.

Eu precisava conquistar sua confiança.

— Se aproxime, eu não mordo. - Me chamou.

Fiz o que ela pediu.

Sam apoiou a bicicleta no descanso, ela me puxou para um caloroso abraço e ainda ousou beijando meu rosto.

Sua boca quente e macia espalhou calor sobre minha bochecha.

A vi se afastar enquanto eu acenava, montou na bicicleta vermelha e pedalou para longe.

O vento frio bagunçava seus cachos e seu cachecol enrolado em seu pescoço.

Voltei para o prédio onde estava hospedado, tomei banho, vesti algo bem confortável e quentinho, abri meu notebook e comecei a escrever sobre ela.

Estava começando a progredir. Me senti orgulhoso pelo feito.


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Notas finais do capítulo

Freddie devia se tornar um espião, né?

E não é que ele está levando a "missão" a sério???

Fingindo ser um típico britânico... Hahaha

Sam caiu no golpe, tadinha tcs tcs tcs

Ai, ai, sabemos onde isso vai dar...

Até o próximo. Bjs



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