Our Dynamics escrita por ellegillis


Capítulo 1
Running Away


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!
Faz muito tempo que eu estou com essa fanfic na mente e decidi concretizá-la.
A história se inicia durante o iOMG e o final será diferente do original.
Eu inventei muitas cenas e também mudei algumas coisas que eu achei que os roteiristas pecaram um pouco.
Essa é a minha primeira fanfic, então se tiverem alguma crítica construtiva ou alguma recomendação, por favor, me avisem.
Espero muito que gostem. Presente para vocês minhas Purple Hearts.



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O coração é um oceano profundo onde as pessoas guardam seus maiores segredos a sete chaves, mas, como um ácido digestivo, eles podem corroer a alma, sem previsão de reversibilidade.

Mas, poderia ficar mil vezes pior se uma adolescente estivesse nessa situação, visto que a menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu próprio entendimento sem a direção de outro indivíduo.

 

 

"Eu te darei um conselho." 

"Tudo vai passar!"

"Fique calma!"

"Eu te ajudo."

 

Porém, Sam Puckett não tinha a quem recorrer, o que resultou em uma grande perturbação mental.

 

—__________________

 

Em uma madrugada chuvosa, uma garota de cabelos loiros com cachos pouco definidos e olhos azuis brilhantes estava refletindo o que lhe ocorreu na noite anterior.

Observou como os pingos de chuva caíam no solo. Uns mais grossos, outros mais finos; uns mais rápidos, outros mais lentos. Cada um a seu ritmo e à sua maneira. Sempre preparados para cair, pois tinham convicção de que isso iria acontecer. Ela perguntou a si mesma como seria ter tanta certeza assim na vida. Com certeza, sua ansiedade se esvairia.

Tudo corria bem enquanto ela era uma menina rude sem coração, mas, para a sua agonia e desespero, seus sentimentos por um certo idiota começaram a mudar e o pior, contra a sua vontade.

Viviam sempre em meio a brigas e confrontos, mas, depois de um tempo, passaram a levar tudo na diversão e era até estranho quando não divergiam em algo. De inimigos para aminimigos, e então, finalmente, para melhores amigos.

Era divertido e confortável poder compartilhar todo o tempo que tinham juntos. As saídas durante a madrugada, lanches no Groovy Smoothie, passeios no parque durante à noite e casuais filmes no quarto do rapaz eram comuns para ambos.

No entanto, havia um problema crescente e contínuo, o qual a loira não iria conseguir guardar para si por muito tempo.

E foi em uma noite assistindo "Galaxy Wars" no quarto de Freddie Benson que ela percebeu isso. 

— Eu nunca vou me cansar de assistir a esse filme! — declarou ele. 

— É, eu percebi. Você já deve tê-lo assistido mais de mil vezes. 

— Ei! — eles riram. — Ah, já ia me esquecendo de pedir sua opinião. 

— Opinião de que? — ele se levantou, foi até a cômoda e retirou um embrulho da gaveta. 

— Disso — Freddie lhe entregou e, por um mísero momento, ela pensou que ele estava lhe dando um presente. Momento que a machucou, principalmente quando ela percebeu que tudo o que ela imaginou que estava acontecendo entre eles eram apenas ilusões subconscientes. — É um ótimo presente para Carly, não acha? 

— A-ah, claro. É muito lindo — disse ela, ainda invejando o gracioso ursinho de pelúcia que sua melhor amiga estava prestes a ganhar. Infelizmente, ela nem ao menos teve forças para fazer algum comentário zombeteiro que disfarçasse seu incômodo.

Ela não sentia raiva de Carly, afinal ela não tinha culpa. A culpa era totalmente e unicamente atribuída à Sam. Se ela pudesse controlar a si mesma, não estaria sofrendo tanto por ter percebido tão tarde que estava vivenciando um amor não-correspondido. O problema é que essa confusão em sua mente estava consumindo-a e ela não sabia se poderia esconder isso tão bem. Então, para não deixar rastros de sua tristeza repentina, ela fugiu, como ela sempre faz, porque, assim, estaria na sua zona de conforto, sempre sabendo o que iria acontecer e o melhor, sem precisar arriscar sua vida ou lidar com a incerteza de um espaço-tempo desconhecido. 

— Escuta, eu preciso ir. Eu combinei de assistir uma luta com a minha mãe. 

— Mas hoje não vai passar nenhuma luta na televisão — ele rebateu.

— É...Eu gravei! Isso! Eu gravei a luta. Então, estou indo...Tchau — disse, já virando as costas. 

— Ei, Sam! Espera — ele pediu. — Está tudo bem? 

— Claro. Por que não estaria? 

— Tudo bem, então. Tenha cuidado na volta para casa. 

Ao chegar em casa, ela só conseguia lembrar das vezes em que foi uma péssima amiga para ele. O humilhou mentalmente e fisicamente. Ele, definitivamente, não merecia ter sido tratado de tal maneira por tantos anos e ela não conseguia formular respostas concretas do porquê fazia isso. A única conclusão que tirou da sua linha de raciocínio atordoada e confusa é de que ela não merecia Freddie Benson e nunca iria merecer.

Sam estava se sentindo estúpida e vulnerável. Ela conseguiu esconder tudo de todos por exatos sete meses, mas as coisas saíram do controle e o seu ciúme estava abrindo uma fenda no interior da sua alma e entrando em erupção por meio das suas expressões faciais e ações.

Ela nunca conseguiria assumir em palavras, porém ela, definitivamente, gostava de Freddie Benson. 

—__________________

 

 Alguns dias atrás, os professores anunciaram que haveria um Lock-In na escola, no qual os estudantes viravam a noite para concluir seus projetos acadêmicos. A questão é que Sam estava com cada vez mais dificuldade para esconder seus sentimentos e controlar suas próprias ações.

Aos poucos, ela desenvolveu um grande arrependimento por ter tratado ele de forma rude por tantos anos. Arrependida de ter desperdiçado tanto tempo o insultando, quando o que ela queria mesmo era ter sua amizade. Então, decidiu que seria legal agora, não doce e feminina como Carly, mas legal do jeito Puckett.

Assim, fez de tudo para remediar suas atitudes em relação a ele. Pediu para ajudá-lo no trabalho escolar, para ir ao cinema e ao Groovy Smoothie e até para estudar na biblioteca, inventando que iria usá-lo para aumentar suas notas.

Obviamente, ele achou completamente estranho, mas relevou ao concluir que era apenas um "momentâneo surto Puckett". O problema era que Brad também estava incluído em todos os passeios e saídas que eles fizeram, o que despertou o cupido em sua melhor amiga.

Carly estava convicta de que Sam estava apaixonada por Brad, e, como dever de melhor amiga, tentou ajudá-la nessa nova experiência.

Claramente, nunca iriam pensar que a loira estava apaixonada pelo nerd. No entanto, isso cansou Sam.

Estava cansada de ter que esconder seus mais profundos sentimentos por medo de ser rejeitada. Isso era compreensível, considerando seu histórico.

Seu pai a abandonou ainda quando pequena; sua irmã Melanie, ao conseguir uma bolsa em um internato de elite, logo arrumou suas malas e fugiu; e sua mãe, mesmo que estivesse por perto, mal a notava. Quem iria garantir que Freddie não faria o mesmo?

Entretanto, sua própria alma gritava que ela não iria conseguir se controlar mais. Então, ela resolveu sentar no chão de uma área afastada da escola, onde ninguém pudesse fazer perguntas que ela não queria responder ou incomodá-la. Mas, havia um pequeno grande idiota que se importava o suficiente com ela para lhe dar alguns conselhos.

A verdade é que ele se sentia da mesma forma. Só temia não ser o suficiente para ela. Ele sabia que não era. E mesmo que gostasse dela, que quisesse a ter para si, abriria mão de seu bem-estar apenas para vê-la feliz. Porque no final, só isso importava. 

— Ei — ele disse ao abrir a porta. 

— Carly mandou você vir aqui? — ela perguntou.

— Não.

— Então não sabe que tivemos uma discussão?

— Ela me contou sobre isso. Só disse que ela não me mandou vir aqui. 

— Bom…

— Carly está certa… — ela grunhiu. — Pode grunhir o quanto quiser.

— Eu não me importo com o que o seu aplicativo estúpido disse sobre eu estar apaixonada. Eu não gosto do Brad desse jeito. 

— Ultimamente, toda vez que eu digo que eu e o Brad vamos fazer alguma coisa juntos, você quer se juntar a nós. 

— E isso significa que eu estou apaixonada por ele? — questionou ela, incrédula. 

— Bem, você me odeia! — aquilo doeu. A vontade que ela teve foi de pedir desculpas imediatamente por alguma vez ele ter achado que ela o odiava, mas as palavras estavam presas em sua garganta. 

— Eu nunca disse que te odeio… — rebateu Sam, em um tom que ela mal conseguiu escutar.

— Sim, você disse. Tipo novecentas vezes. Eu ainda tenho o cartão de aniversário que você me deu que diz "Feliz aniversário. Eu te odeio. Com ódio, Sam."

— Só saia! — ela pediu, já que precisava disso para não fazer algo tolo. 

— Tudo bem, eu vou sair! 

— Tchau! 

— Mas antes de eu ir… — ela o interrompe. 

— É isso! Saia daqui antes que eu faça o "Double Fist Dance" na sua cara — ela se levanta irritada e se aproxima dele. 

— Você pode fazer o quanto quiser, mas a Carly ainda está certa. Escuta, eu sei que é assustador revelar seus sentimentos porque você nunca sabe se a pessoa vai gostar de você de volta. Todo mundo se sente desse jeito — ao escutar ele falando de uma forma tão doce e meiga, ela percebeu o que realmente queria. E, sem pensar nas consequências disso, ela reuniu toda a sua coragem e fez algo que chocaria a todos — Mas você nunca vai saber o que pode acontecer se você não...

E então, ele foi interrompido pelos lábios da garota à sua frente. Obviamente, ele ficou confuso e assustado, mas no fundo aliviado porque sabia que ele não era o único a se sentir daquela maneira.

No entanto, será que era real mesmo? Ou ela apenas queria que ele calasse a boca e o beijou para o fazer parar de falar?

Ele mal teve tempo de pensar nas circunstâncias que rodeavam a situação ou até mesmo dizer alguma coisa porque Sam já havia saído às pressas do local.

—__________________

Haviam professores em todas as saídas do colégio, mas todos eles juntos não se comparavam à esperteza e às artimanhas de Samantha Puckett.

Com o objetivo de fugir o mais rápido daquele lugar, ela desceu as escadas até o porão com muito cuidado para que ninguém a visse. Arrombou a fechadura da porta dos fundos e, finalmente, estava livre. Assim, pegou o primeiro ônibus que passou e foi direto para sua casa a fim de refletir, chorar e procrastinar sobre a sua vida. 

E então, ela estava ali no seu quarto, decidindo o que iria fazer a partir de agora. Ela não podia simplesmente encará-lo e fingir que nada tinha acontecido, visto que o sentimento mais forte que a guiava naquele momento era a vergonha.

"Como eu pude ser tão estúpida de beijar ele de repente? Ele sempre gostou da Carly. Ele nunca gostaria de uma garota bagunceira, delinquente, preguiçosa e esfomeada como eu. Eu não mereço ele. Ele merece alguém que se importe, alguém que o apoie e alguém que não o ofenda a cada cinco minutos. Ele merece alguém como Carly. Eu não posso me meter onde eu, claramente, não me encaixo. Freddie Benson nunca vai gostar de mim e eu tenho que aceitar isso. Ele deve pensar que eu sou louca, mas quem disse que eu não sou? Não faz sentido eu estar apaixonada por um nerd como ele. Há algo muito errado comigo e eu preciso consertar.", ela pensou.

Portanto, decidida de suas condições, pesquisou a instituição mental mais próxima para se estabelecer. Nunca a achariam e ela não precisaria levar um fora, o qual ela tinha plena convicção de que a magoaria fortemente.

Ela sempre agiu como uma garota forte e determinada, mas, na verdade, na maioria das vezes, ela só estava com medo. E para não ter que encará-lo de frente e correr o risco de ter seu coração partido ao meio, ela fugiu, como ela sempre faz. 

—_________________

Em contrapartida, o rapaz estava à beira de um colapso nervoso. Ele precisava de um tempo para absorver o que havia acontecido, mas não lhe restava tempo. Tinha que encontrar Sam o mais depressa possível para sanar suas dúvidas e pedir um esclarecimento das coisas.

Mas, quem disse que ela estava em algum lugar?

Foi à sua casa, ao Groovy Smoothie, à casa do Spencer, à saída de incêndio, ao mercado e à qualquer lugar que ela pudesse estar.

Infelizmente, ele não obteve êxito em sua missão. Então, a ligou inúmeras vezes e enviou um milhão de mensagens, porém, ainda assim, não recebeu uma resposta.

Freddie estava preocupado. E se alguma coisa tivesse acontecido com ela? Ao pensar nisso, ele, imediatamente, estremeceu. Esperava que ela estivesse bem, seja onde for.

Por mais que ela não fosse responder, ele resolveu mandar um e-mail, apenas para ter a sensação de que estava conversando com ela, já que, apesar de tudo, ele estava com saudades.

 

 

Sam, 

 

Eu sei que você não vai responder esse e-mail, mas eu só queria dizer que preciso de um esclarecimento.

Você. Sam Puckett. Me. Beijou. 

Ainda não faz muito sentido para mim. Por favor, dê notícias.

Eu estou preocupado e...com saudade.

Eu vou fazer de tudo para te achar, por favor, não fuja dessa vez. 

 

 

Freddie. 

        





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Notas finais do capítulo

E, aí? O que acharam?
Por favor, me deixem saber a opinião de vocês.